História Sakura Haruno: Tal pai, tal filha - Sakura Interior a outra metade da alma

Sakura abriu os olhos e se viu no breu, não havia nada ao seu redor, tudo estava preto, porém ela conseguia ver o seu corpo, ela estava nua, ela sentou-se em posição fetal numa tentativa de esconder o seu corpo. Uma voz ecoou na escuridão chamando o seu nome, a voz era familiar levou alguns segundos para Sakura reconhecer a voz, era a sua voz.

- Sakura! – a voz tornou a chamar.

- Quem é? – gritou Sakura aflita.

- Eu sou você. – disse a voz.

Sakura começou a se locomover na escuridão, era como se a luz de holofote seguisse seus passos, ela parou abruptamente, pois havia colidido com algo, Sakura passou a mão sob a superfície até se dar conta que era uma parede de vidro, ela apertou a visão coma intenção de enxergar através do mesmo, mas a única coisa que via era o seu reflexo borrado.

- Você chegou. A muito esperava por você. – disse o seu reflexo.

No susto Sakura deu um passo para trás, ela esticou a cabeça para encarar o reflexo, era ela com uma leve mudança, havia inscrição em sua testa “Sakura Interior”.

- Você sou eu? – perguntou Sakura dando um passo a frente.

- Sim, a parte reprimida. – disse Sakura Interior.

- O que estamos fazendo aqui?

- Nós vamos voltar a ser uma só. – disse Sakura Interior levando a mão ao queixo, ela tinha unhas pintadas de preto. – Mas, antes me deixe mostrar algo.

A parede  de vidro brilhou e começou a refletir muitas cenas do passado de Sakura, seu primeiro aniversário, o rosto gentil de sua mãe biológica, um par de asas negras, um rosto ofídio,  pessoas encapuzadas, Alvo Dumbledore carregando-a nos braços, Hogwarts, Largo Grimald, e inúmeras lembranças que estavam enterradas no subconsciente de Sakura.

Quando as cenas no vidro cessaram Sakura estava ajoelhada com as mãos na têmpora, e Sakura Interior a encarava com um ar zombeteiro.

- Do que esta achando graça? – perguntou Sakura.

- De nada.

- Sakura mentiram pra você, eu sei o que eu sou, pois há muito tempo eu sei que o nosso pai biológico está vivo, você veio por causa de mim.

Sakura encarou a sua outra metade, de repente ambas foram tomadas pelo mesmo desejo, quebrar o vidro, elas se uniram na tarefa, em poucos minutos o vidro se resumiu a pequenos cacos espalhados pelo chão, Sakura e sua outra metade juntaram as mãos, uma luz brilhou e as duas sumiram no ar a luz brilhou novamente trazendo a tona apenas Samanta Black.

Samanta Black acordou sobressaltada, havia algo cravado em seu peito ela arrancou a adaga e arremessou no outro canto do mausoléu, ela não sentia dor apesar de ver a sua roupa manchada de sangue ela levou a mão no peito e se surpreendeu ao constar que o lugar onde a adaga havia perfurado estava liso sem nenhum sinal de que ela havia sido ferida.

Sakura não se sentia mais como Sakura, mas, sim como Samanta, era uma situação estranha pois parecia que ela tinha observado a Sakura viver durante aqueles anos em Konoha, como uma expectadora de teatro, como ela tivesse vendo a si própria interpretar um outro papel.

- Então, recuperou as suas lembranças? – perguntou Mia.

- Você! – sibilou Sakura.

- Nem vem, eu te fiz um favor, se eu não tivesse usado o feitiço correto quando você recobrasse a memória iria entrar em colapso, enlouqueceria. Esse feitiço tem um prazo de duração. Se tivesse recobrado a memória quando o feitiço desaparecesse você não iria distinguir as duas realidades, sua magia voltaria e provavelmente você iria matar aqueles que conviveram com você. Para a sua sorte eu consegui quebrar o resto do feitiço. – disse Mia recolhendo a adaga.

Mia limpou as vestes de Sakura, ambas seguiram em silêncio para a casa como se nada tivesse acontecido, mas algo havia mudado no interior de Sakura, apesar de sentir um carinho pela sua outra realidade ela já não sabia se queria regressar a Konoha e ser Sakura Haruno.