História Sakura Haruno...Não, o meu nome é... - Voltando

[CAPÍTULO ONZE]

[Voltando]

O tempo passou muito rápido depois que deixei Sasuke ir. Naruto logo em seguida me prometeu que o traria de volta, irônico não? 

Se ele soubesse o por que de ter que deixa-lo partir.. Se entendesse que força-lo a permanecer na Vila só o deixaria com mais ódio.. Mas não. Ele não entenderia. Naruto não entende que nem todos são como ele. Ou melhor. Nem todos querem ser como ele.

Naruto decidiu então partir em uma viajem de treinamento, porém essa seria mais longa, o que era bom, quando ele retornar Sasuke terá ficado mais forte também, e então vou poder traze-lo de volta.

E eu, bom, como não havia nada pra fazer nesse meio tempo, pedi para treinar com Tsunade Senju - Senju, esse nome me trás lembranças variadas - além de ficar mais proxima dela, eu iria poder usar um pouco mais do meu poder nas lutas, eu iria ficar entediada - Por assim dizer - mesmo então me tornei oficialmente sua discípula. Oh sim. Isso é uma bela irônia. 

Ela era uma boa professora. Melhor do que o Hatake que não gostava de mim, tá ele tinha seus motivos, eram ótimos na verdade... Enfim, cumpri muitas missões nesse tempo  e me tornei chunnin. Tsunade insistiu muito para que eu fizesse a prova junto com Ino e Choji, acho que eles esqueceram do que aconteceu na primeira vez que a fizemos. O incidente com os ninjas do Som, e também não vi mais o Hatake - o que foi muito bom, eu poderia dizer.

Secretamente - ou no meio de alguma missão fajunta que me mandavam - algumas vezes sai da Vila e fui até Sasuke sem que ninguém soubesse, precisava me certificar se ele estava bem. Afinal, ele era minha missão. 

E ele  estava sendo treinado por Orochimaru, e sim, estava ficando cada vez mais forte... E sua sede de vingança só aumentava. Isso era ruim para a Vila.

Naruto precisava voltar logo, agora com meus dezesseis anos ficava mais difícil manter o disfarce. Principalmente com as mudanças do meu corpo. Tinha que me adaptar as dificuldades e os chamados hormônios. Sobre os últimos, não me afetava, mas Ino insistia em se referir a eles como demônios. 

Acordo no horário de sempre; quatro e meia da manhã. Vou para o banheiro me despindo e ja desamarro meus cabelos pretos e compridos. Os deixo cair pelas minhas costas chegando até minha cintura fina.

Como ja dito, meu corpo evoluiu nesses anos, deixo a água fria cair sobre minha pele e relaxando meus músculos tensionados da noite mal dormida. Fantasmas do passado não me assustam mas não me deixam dormir. Deixo a água escorrer tirando qualquer resquício de sono que havia sobrado.

Desligo o chuveiro e vou para a frente do espelho, ainda nua. Seco meus cabelos  e depois os prendo novamente em um coque bem preso no couro cabeludo. O relógio marca quatro e cinquenta da manhã. Pego as tintas que uso todos os dias para cobrir minhas marcas, a da ANBU no meu braço, carrego desde meus o que? Oito anos? Depois a do meu clã, no meu outro braço, aquela era maior. Quatro lobos e quatro luas.

Cada lobo representando um membro da família principal - Da minha família - três brancos representando, meu pai, meu tio, e meu irmão e o lobo restante é o que me representa. É claro que á um motivo para essa diferença. Famílias sempre afetam umas as outras no final.

E outra marca, presentinho do meu clã também. Essa simboliza algo maior. Significa liderança. Bonito, não? Lembro-me do dia em que tentei arranca-la com uma navalha. Correu muito sangue, mas não doeu. Todos os antigos líderes de meu clã tinham uma marca dessas. Mas a minha veio com uma pequena diferença. Não tão pequena se analisa-la bem. O corvo no centro. Mas isso não importa. Não mais.

E é claro a última, assim como Sasuke tem literalmente uma marca da maldição.

 Eu também tenho.

Assim como a de Naruto, a minha também era um selo. Foi por causa dessa marca que estou aqui hoje. Essa era minha maldição. O selo nas minhas costas. 

Faço questão de cobri-lo, sei que mesmo sem a tinta não seria visivel ja que a roupa cobre, mas prefiro garantir.

Espero secarem e coloco as lentes verdes. Começo a me vestir logo em seguida, primeiro a faixa que aperta meus seios fazendo-os parecerem medianos, sim falei tanto dos peitos de Tsunade e agora os meus não estão diferentes - Mas a faixa era necessária para não chamar atenção desnecessária. A Hyūuga deveria experimentar - visto a blusa vermelha e a peça íntima. O shorts-saia preto e por último mas não menos pinicante a "maldita" peruca cor-de-rosa, usar aquilo todos os dias é um inferno pinica muito. Aparentemente meu tio não pensava muito quando se tratava de pinicar.

Desço para tomar o café e os Haruno's ainda estão dormindo. Vou para o andar de cima novamente e escovo os dentes. São cinco e quinze. Huh... Costumava fazer as coisas mais rápidas. To ficando velha. Saio pela janela do quarto, já é hora de fazer a minha ronda matinal por Konoha. 

E essa era minha rotina.

Já está de tarde, quando de repente sinto o chakra inconfundível se aproximando de Konoha. 

Não demora muito e sinto que ele chega, logo disparo em sua sua direção olhando para os lados. Vejo o velho de cabeça branca e ele estava falando com Konohamaru. O garoto que usa um cachecol azul - Sinceramente nunca entendi o porquê - olha para cima e eu digo seu olhar.

 E lá em cima, inesperadamente, de um poste estáva ele.

— Naruto.. — Digo observando a cabeleira loira no mesmo corte de cabelo de sempre.

Ele olha para mim e abre um grande sorriso  Está maior e mais forte e o brilho em seus olhos ainda está lá, intacto. E expressivo.

— SAKURA-CHAN! — É mudou por fora, amadureceu - aparentemente - por dentro, mas ainda é o mesmo escandaloso do time 7 de sempre.

— Naruto — Falo vendo-o se aproximar meio saltitante. Agora percebi, ele esta.. — Olha só! — Exclamo — Conseguiu ficar mais alto que eu! — Minha atuação melhorou com os anos. Consegui deixar meu rosto mais expressivo.

— Sim! — Ele disse colocando as mãos na cintura e estufando o peito — Sakura-chan eu cresci e treinei muito nesses anos! Me esforcei pra caramba dattebayo!

— Tenho certeza que sim Naruto. Você voltou! — Sorri buscando simpatia.

Após conversarmos muito. Muito mesmo.

Eu e Naruto repentinamente fomos chamados a sala da Hokage. Não demoramos a ir para o escritório da mulher que, provavelmente, ja queria fazer do loiro gato e sapato. Eu passei muito tempo com a loira pra saber como as coisas funcionavam com ela. Mas não precisava de muito pra saber que Tsunade, era uma feitora de escravos. 

— Entre. — Ouvimos assim que eu bati na porta. Naruto não esperou mais nem um segundo, invadiu a sala num estrondo tirando um sorriso da mulher que mexia com documentos. Claro que eu fui até ele para soca-lo.

— Itai Sakura-chan.. — Murmurou alisando o local do peteleco. Peguei leve ainda — Hn.. Dattebayo, seus socos ficaram mais fortes ou e impressão minha? — Eu solto uma carranca e cruzo os braços. Quando vejo, Naruto ja desviou sua atenção de mim — Oe Tsunade-Oba-chan — A loira revira os olhos — Eu estou de volta!

— Eu vejo Naruto, como você cresceu! Como foi a viagem? — Ela apoia o queixo na palma da mão e suspira cansada.

— Foi ótima! Eu com certeza aprendi muito, tô certo! Mas as vezes era chato por que a cada vez que o sábio tarado escrevia uma de suas histórias pervertidas, ele me obrigava a ler.. — Ele falou mais para si mesmo parecendo relembrar de certos momentos e fazendo uma careta em seguida — Falando nisso cadê ele? Hn.. Deve tá por ai fazendo mais uma de suas "pesquisas". Velhote tarado!

Tsunade soltou uma gargalhada e logo se pôs a falar:

— Bom.. Voltando ao que interessa. Vocês dois serão testados assim que o sol nascer amanhã.. — Soltou de uma vez.

Ah não. Estava bom demais pra ser verdade. Noto o chakra se aproximar. Parece que vou ter que me reencontrar com meu antigo "sensei".

Afinal de contas ele ja esta ali fora.

— Testados? Por quem? — O Uzumaki pergunta. Ele é um péssimo rastreador.

— Porque você não olha ali fora? — A mulher a nossa frente sorri de canto e aponta para a janela.

Naruto vai até ela e faz uma expressão de surpresa. Nem é pra tanto. Aquele Hatake mentiroso.

— Kakashi-sensei! Ah quanto tempo! O que você faz aqui? — Sério Naruto? Ligue os pontos!

— Olá Naruto! — Ouço a voz desinteressada do homem. Ele não mudou nada mesmo.

— Não é óbvio, Naruto? — Me aproximo do loiro apoiado no batente da janela e ele faz uma expressão confusa.

— O que Sakura-chan? — Suspiro e coloco uma das mãos no ombro dele apontando com o indicador o Hatake.

— Ele vai nos "testar"! — Infatizo a palavra me demorando nela. Mudo de expressão me voltando ao homem que me analisava — Olá Kakashi-sensei!

— Ah sim! — Naruto exclama eufórico. Finalmente. 

— Olá Sakura! Quanto tempo! — Hatake murmura sorrindo. Não o suficiente eu diria.

Afinal, pelo seu olhar continua com essa desconfiança. Tsc. 

Uma mão pousa sobre meu ombro e vejo que as unhas pintadas de vermelho pertencem a Hokage. 

— Desculpem atrapalhar o reencontro ai. Mas vocês precisam descansar! — Ela sorri para mim e para meu companheiro.

O prateado concorda.

— Tsunade-sama está certa! Vão! Precisam descansar para amanhã eu ver o quanto evoluiram! — 

Huh. Se eu mostrasse a você metade do que eu poderia fazer Hatake, você nunca mais iria duvidar de minhas capacidades.

— Hai! — Eu e Naruto exclamamos em uníssono. Nos despedimos dos mais velhos e marchamos para as ruas.

Quando ia seguir meu caminho ouvi certo loiro arranhar a garganta para chamar minha atenção. Olhei em suas iris e ele coçou a nuca constrangido.

— Sakura-chan, vamos no Ichiraku comer um ramen? — Algumas coisa nunca mudam. E talvez, seja até melhor assim.

Mas do contrário do que eu pensei. Eu posso mudar minha resposta.

— Claro! Você paga! — Exclamo sorrindo e deixando o loiro boquiaberto. Claro que ele achava que eu não aceitaria. Como costumava ser. Mas ele sempre continuou perguntando.

Eu sabia dessa obsessão que Naruto tinha por mim. Isso não era nada mais que uma outra competição com Sasuke. 

Naruto nunca foi apaixonado por Sakura. Só resta ele perceber isso.

Esse cabeça oca.

Finalmente você voltou. Finalmente posso trazer Sasuke de volta e assim completar essa missão.

 Não. É mais do que isso. Cumprir minha palavra. Minha promessa.

Porque quando se é um lobo, é preciso manter a honra.. Ou o que restou dela.