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História Sasuke x Sasuke: O Jutsu Perdido - 5 Transformação: Hinata vai ficar tão decepcionada, Sasuke


Escrita por: Mschinder

Notas do Autor


Olá, meus bolinhos!
Voltei com mais um capítulo dessa comédia maravilhosa~
Espero de coração que estejam se divertindo lendo tanto quanto estou me divertindo escrevendo e, com os comentários de vocês, eu me sinto muito mais estimulada a continuar! (admito que ando em uma fase meio tristonha...). Então, obrigada <3

Por fim, boa leitura!

Capítulo 5 - 5 Transformação: Hinata vai ficar tão decepcionada, Sasuke


A cabeça latejava tanto que Kakashi não conseguia pensar direito. Contudo, ele sorriu muito agradecido para Hinata, que gentilmente segurava um saco de gelo sobre o grande galo que tinha crescido na cabeça do Hokage. Ele ainda sentia a barriga doer e tinha que fazer um esforço sobre-humano para não voltar a dar risada, mas o olhar irado de Sasuke era mais do que o suficiente para que continuasse calado.

O Uchiha estava parado bem em frente aos dois, já de volta ao normal.

— Não foi nada legal o que você fez, Kakashi-sensei... — murmurou Hinata, as bochechas ainda super vermelhas, mas não pelo motivo de antes.

O Kage soltou um riso fraco e envergonhado para ela, mas recebeu um grunhido de Sasuke como resposta. Hinata ainda estava com os olhos baixos, parecendo preocupada com o ferimento dele, mas não ao ponto de não ter passado um sermão para o líder depois que, tão inocentemente, ele tinha colocado a mão entre as pernas de Sasuke, ainda em sua versão feminina, e ter apertado – após, também de maneira inocente, ter tocado nos seios consideravelmente grandes do rapaz. O líder simplesmente não podia acreditar que seu pupilo tivesse se transformado em uma mulher, ainda mais porque – e Kakashi tinha certeza – ele não tinha usado selo nenhum.

Contudo, o Hokage não esperava que Sasuke fosse reagir tão violentamente.

Primeiro, o herdeiro Uchiha voou em Kakashi, literalmente segurando-o pelo pescoço e apertando até que o homem começasse a ficar roxo. Hinata correu até eles, mas ela ainda estava de top e, como os seios de Sasuke tinham saltado para fora da camisa praticamente, o nariz de Kakashi começou a sangrar levemente. Isso foi mais do que o suficiente para a aura mortífera do jovem, que estava transformado, aumentar. A herdeira Hyuuga até conseguiu fazer Sasuke largar Kakashi, mas só foi tempo suficiente para que o Uchiha arranjasse um pedaço de madeira – e o Hokage ainda se perguntava de onde teria saído! – e o acertasse no topo da cabeça.

Esse, de forma resumida, era o motivo do por que existia um galo enorme na cabeça do Hokage.

Fora uma atitude impensada, obviamente, mas assim que chegaram à sala do líder, após Sasuke já ter voltado ao normal – Kakashi não resistiu e caiu na risada. Ele riu. Riu muito. Riu com tanto gosto que Hinata foi obrigada a segurar o Uchiha para que ele não tentasse, realmente, usar seu Mangekyu Sharingan no Hokage.

E, agora, eles estavam lá, em silêncio, esperando para saber o que Sasuke iria fazer enquanto Hinata tinha, tão calmamente, ido buscar uma bolsa de gelo para colocar na cabeça de Kakashi. O Hokage não pôde deixar de pensar que, se fosse alguns anos mais novo, ele com certeza daria em cima da jovem Hyuuga. Sasuke pareceu ler os pensamentos do ex-sensei, porque grunhiu de novo, ainda mais irritado.

— Bem — começou Kakashi após limpar a garganta. — O que aconteceu, Sasuke-kun?

Hinata, levemente, escorregou para longe de Kakashi e foi parar em frente à mesa, perto do outro ninja. Internamente, ela temia que Sasuke realmente pudesse tentar matar o Hokage caso ela fosse embora. Olhando de um para o outro, o herdeiro Uchiha grunhiu de novo, enfiando a mão no bolso da calça antes de, contra tudo que mais queria fazer, começar a falar.

Contar a história era uma vergonha, porque o fazia lembrar-se de que tinha sido derrotado, mas, enquanto falava, não desviou os olhos da expressão de Kakashi. Se visse qualquer resquício das risadas intermináveis que o outro tinha dado antes, Hinata não conseguiria impedi-lo dessa vez. Entretanto, o que surgiu no rosto do líder foi uma expressão de profundo desapontamento quando chegou à parte da história em que Hinata descobriu e pediu, em troca de seu silêncio, a ajuda dele para treinar para o exame.

— Foi isso então... — Kakashi murmurou para si mesmo.

— Foi isso o quê? — grunhiu Sasuke, infeliz.

— Nada. — O Hokage balançou a cabeça em uma negação. — Continue, por favor.

Ainda com muita suspeita, Sasuke terminou de contar sua história. Ele e Hinata ficaram parados em silêncio enquanto Kakashi parecia absorver, agora seriamente, os acontecimentos que o Uchiha narrara. Internamente, o Hokage estava decepcionado. A teoria amorosa que tinha criado para Hinata ter terminado com o Uzumaki por causa do Uchiha tinha acabado de virar cinzas bem em frente aos olhos dele.

Seu pobre coração apaixonado estava partido, mas ele tinha outra preocupação.

— Sinto muito, Sasuke, mas nunca ouvi falar de um jutsu que fizesse algo parecido — informou calmamente. Devagar, Kakashi juntou as mãos em frente ao próprio rosto e entrelaçou os dedos. Ele apoiou o queixo nos dedos, ainda olhando para os dois ninjas. — Precisaria de um tempo para pesquisar, mas...

— Mas se você fizer isso todos vão saber. — O falar suave de Hinata atraiu a atenção dos dois homens. As bochechas dela ficaram vermelhas de novo, mas, dessa vez, ela não se calou. — Você não quer isso, quer, Sasuke-kun?

Sasuke ainda estava com os olhos bicolores colados em Hinata quando respondeu, por isso não notou o brilho esperançoso voltar à expressão do Hokage.

— Não, não quero.

— Tudo bem — Kakashi falou, voltando a tomar o controle da situação. — Vocês precisam ir descansar. Vão para suas casas, comam, durmam e nós voltaremos a falar sobre isso quando for mais conveniente e menos... perigoso de alguém descobrir — prometeu Kakashi ao notar que o Uchiha ainda o encarava com suspeita.

— Hai — responderam ambos em uníssono.

Assim que eles se viraram para sair, no entanto, Kakashi finalmente se lembrou do que precisava dizer a herdeira Hyuuga, mas, quando ele olhou para o par que deixava sua sala, preferiu mandar a notícia no dia seguinte. Apesar de tudo que havia acontecido, o Hokage nunca vira um olhar tão tranquilo e uma postura tão relaxada em Uchiha Sasuke.

***

O ódio de Sasuke ainda fluía pelas veias dele quando chegaram juntos ao Ichiraku. Hinata tinha até mesmo se esquecido do resultado do exame de tão preocupada que ela ficou com a possibilidade do Uchiha matar o Hokage. Não que Kakashi não tivesse merecido, mas com certeza não seria algo muito bom para o ex-nukenin ter isso em sua ficha criminal. A Hyuuga suspirou quando ele se sentou ao lado dela.

— O que vão querer? — perguntou o “tio” do ramen.

— Dois especiais, por favor — pediu a jovem, vendo que Sasuke ainda estava muito ocupado fulminando o chão.

— É ‘pra já!

O dono da loja começou a preparar tudo, deixando-os sozinhos. Hinata não sabia o que dizer para diminuir a raiva do outro – ela mesma teria tentado matar alguém que a tivesse tocado daquela maneira. Contudo, havia outra coisa em sua mente.

— Sasuke-kun?

— Hm? — grunhiu o moreno.

Ele tinha apoiado o cotovelo na mesa e, agora, descansava o queixo na única mão. Os olhos bicolores ainda se recusavam a focar nela e Hinata sentiu um grande descaso vindo dele, o que a incomodava demais. Por isso resolveu falar alguma coisa que não tivesse muito a ver com o mais recente inconveniente que aconteceu ao Uchiha.

Gomen ne — disse suave, finalmente atraindo o olhar confuso dele. — Por ter ido me ver após a prova — explicou. — Eu não estava me sentindo tão bem sozinha e queria agradecer.

Sasuke a escutava com atenção e, por ter deixado seus planos de assassinato de lado, conseguiu recordar algo que o incomodou também, mas um pouco antes de aparecer o ex-sensei pervertido que ele tinha. No exato momento em que Hinata havia saído do labirinto. Ele endireitou suas costas, ainda muito sério, e acabou soltando a pergunta antes de decidir que era uma péssima ideia fazê-la.

— Hinata — chamou recebendo um grande luar curioso em sua direção. Poderia parecer clichê, mas era impossível para ele não pensar em como os olhos dela pareciam tanto com a Lua que nascia atrás deles. — Por que foi que você abraçou o Naruto? Não tinham terminado?

A boca da princesa Hyuuga caiu aberta e, confusa, ela o encarou em silêncio antes de desviar o olhar quando o dono da loja os serviu. Ela tinha abraçado Naruto? Quando? A mente da garota nem mesmo se lembrava da ação, mas não demorou a que as imagens do momento viessem à tona. Ela voltou a olhar para Sasuke, uma pergunta diferente surgindo em sua mente, e ia fazê-la, mas uma voz animada ecoou por toda loja.

— Oe, teme!

Era bom que o universo não permitisse, do contrário, Sasuke iria matar alguém naquela noite. Ele olhou para o melhor amigo com raiva, mas Naruto já não estava mais interessado no Uchiha. O loiro encarava Hinata que, consequentemente, encarava o prato de ramen como se sua vida dependesse disso. Ela não corou, mas ainda poderia estar apaixonada por ele? Só que ela não havia terminado com ele, não? Teria voltado atrás? O Uchiha queria respostas para essas perguntas – ainda que tivesse se convencido de que eram apenas amigos – e estava disposto a espantar Naruto e mandá-lo catar coquinho em algum lugar quando Sakura atirou-se no braço dele, puxando-o para longe de Hinata.

— Sasuke-kun, você nunca mais veio me visitar! — comentou a Haruno, fazendo um biquinho. Então, ela abaixou a voz, sussurrando para ele: — Você precisa deixá-los conversarem, esses dois precisam se acertar!

Não, eles não precisam não! Foi o que Sasuke interior gritou enquanto o exterior segurava-se para não empurrar Sakura para longe. O sorriso do Uzumaki apenas aumentou quando ele conseguiu sentar-se ao lado da Hyuuga, que ainda não tinha aberto a boca. Então era isso? Hinata só queria ficar mais forte para provar para Naruto que podia? Um lado do Uchiha, muito abusado, estava realmente irritado com isso.

Qual é o problema dos dois se acertarem afinal? E sua mente, mais do que depressa, respondeu: Mas você é muito burro mesmo! Se eles se acertarem, você acha que ela vai querer sua ajuda ainda?

Aquela era uma ótima pergunta. Sasuke nem sabia se ela iria querer sua ajuda depois do exame ao qual, muito provavelmente, ela devia ter passado com louvor depois de sua atuação excelente. No entanto, ainda havia algum sentido em ela querer um sparring para treinar, outro ANBU que fosse ajudá-la a melhorar ainda mais. Só que com o loiro na jogada, isso não iria mesmo acontecer.

Enquanto o Uchiha tinha esse pequeno debate interno, Hinata percebeu que não iria conseguir escapar daquela situação desconfortável sem uma boa desculpa. No entanto, ao encarar os olhos azuis do Uzumaki, ela percebeu que estava fazendo tudo do jeito errado. Oras, já tinha dito mil vezes para o outro que não queria mais namorar ele, mas nunca tinha lhe explicado o motivo. Só tinha um jeito de fazer aquilo da forma certeza: dizendo a verdade.

— Naruto-kun, você se importa de me acompanhar até minha casa?

Foi como se Sasuke tivesse acabado de levar um soco muito forte no estômago.

~~//~~

Na manhã seguinte, no escritório do Hokage, uma ave entrou pela janela do Rokudaime enquanto ele, distraidamente, cuidava de seus galos e ferimentos. Ele olhou para o pergaminho que estava sobre o tampo da mesa e leu a mensagem. Era algo do próprio rei da Vila Oculta do Chá. O homem finalmente dizia que estava pronto para partir e pedia – ou melhor, exigia, mas Kakashi ignorou essa parte – que o Hokage arranjasse ninjas poderosos para acompanhar ele e sua filha de volta para casa.

Apesar de ter tomado dois socos de Sasuke e estar achando Hinata boa demais para aquele ingrato, uma ideia muito boa surgiu na mente do Hatake. Quero dizer, boa para ele, porque talvez Sasuke não merecesse tamanha benevolência de sua parte depois da surra que tinha tentado dar em seu líder. O Hokage começou a rir para o nada, fazendo seu fiel companheiro, Pakkun, ganir baixinho.

O cão sempre tinha medo quando o homem se comportava dessa forma.

~~//~~

— Você fez ele chorar, Hina-chan.

A voz de Ino ecoou por toda a floricultura. Sakura tinha acabado de sair correndo da loja quando ouviu o que Hinata tinha a dizer, apesar dos gritos de “Sakura, volte aqui!” de Ino. As duas mulheres foram deixadas sozinhas e se encararam por alguns segundos antes da Yamanaka cansar-se do silêncio e finalmente dizer algo. Algo bastante óbvio, mas algo.

Hinata apenas suspirou.

— Ele disse que queria um bom motivo para não estarmos mais juntos — explicou a Hyuuga pela terceira vez. A primeira fora quando contara a história e a segunda quando Sakura exigiu que ela repetisse antes de sair correndo atrás de Naruto. — Eu só dei um bom motivo a ele, Ino-chan. Eu realmente não posso ficar com alguém que irá sempre me comparar a outra pessoa.

A Hyuuga falava com tanta certeza que fez a Yamanaka abrir um sorriso gigante. Finalmente sentia que sua melhor amiga estava crescendo como pessoa, o que era incrível. Ela sentia muito por Naruto, mas ele já estava se sentindo atraído por outra pessoa mesmo, iria se recuperar logo. Enlaçando o braço no de Hinata, Ino puxou-a em direção ao balcão da loja.

— Já que é assim, vamos comemorar nossas solteirices! — exclamou feliz.

 

Enquanto as jovens estavam felizes, havia um Uchiha odiando o mundo em sua antiga mansão. Sasuke tinha decidido que era hora de limpar toda aquela casa, já que fazia quase dois meses que estava morando lá e ele não aguentava mais ficar espirrando por causa da poeira. Tinha tido uma noite mal dormida por causa de sua indignação e jurara a si mesmo nunca mais chegar perto de Hyuuga Hinata e Uzumaki Naruto, aqueles traidores.

Sasuke era um jovem saudável, sem problemas, que só queria seu corpo normal de volta. Ou, pelo menos, era disso que ele tentava se convencer enquanto usava o esfregão para limpar o chão do andar superior.

Ele tinha quase encontrado a própria paz quando ouviu um coachar baixo atrás dele. O Uchiha não ia se virar, não mesmo, mas quando o sapo deixou claro que não iria para lugar algum enquanto não fosse atendido – malditos animais que tinham consciência própria! – ele teve que ceder e se virar. Havia uma carta estendida para ele e, mesmo sem muita vontade, o ninja se colocou a ler a mensagem.

E, muito incrivelmente, Sasuke largou tudo e saiu correndo para encontrar Naruto.

 

Quando o encontrou, Naruto estava jogado em seu quarto, bêbado. Os olhos estavam vermelhos de tanto chorar e ele tentava abrir uma nova garrafa de saquê. Tomando cuidado com a bagunça, Sasuke atravessou todo o espaço e se sentou em uma cadeira, a única que conseguiu encontrar em meio àquela bagunça. O loiro estava com os olhos embaçados e já fora da realidade, mas reconheceu o amigo e soltou um sorriso fraco.

— Ela me deu um fora — disse entre soluços.

Sasuke engoliu em seco, porque nunca tinha achado que iria ver o amigo daquele jeito. Nem mesmo por Sakura ele tinha ficado tão triste.

— O que foi que houve? — perguntou sério. — Vocês não foram embora juntos ontem?

Outro riso sem humor escapou dos lábios de Naruto e ele finalmente conseguiu abrir a garrafa de saquê. O loiro cambaleou um pouco, derramando um pouco da bebida e Sasuke teve que se segurar para não se afastar. Inconscientemente, ele tinha medo, porque não testara para saber se outras bebidas geladas iriam fazer com que se transformasse.

— Nós fomos — confirmou vago e, depois de finalmente conseguir tomar um gole, voltou a falar. — Só que, diferente do que eu esperava, Hinata não queria fazer as pazes. Ela... ela só me disse que não queria ficar com uma pessoa que nunca veria ela por ela. Tsc. — Naruto estalou a língua, irritado. — O que isso quer dizer?

Se Sasuke explicasse, ficaria na cara que ele e Hinata estavam tendo... alguns encontros e, dessa forma, poderia causar uma raiva no Uzumaki que seria muito difícil de controlar, ainda mais com ele bêbado. O Uchiha apenas moveu os ombros, como se não soubesse o que queria realmente dizer aquilo, e recebeu um bufar de Naruto como resposta. Sasuke teve que se afastar do amigo, porque acho que ficaria bêbado só de respirar perto do hálito do outro.

Foi quando ele se lembrou da conversa que tinha ouvido entre Ino e Naruto.

— Dobe — chamou recebendo um olhar vazio. — Você não disse para Ino que estava interessado em outra pessoa? Por que está tão triste por causa de Hinata?

Naruto parou e olhou para a janela, como se estivesse considerando aquela pergunta. Entretanto, Sasuke duvidava que ele estivesse lúcido o suficiente para conseguir sequer entender direito o que a pergunta implicava. Contra as expectativas do Uchiha, o amigo começou a falar com certo olhar sonhador.

— Ah, teme, você não vai entender... — falou muito certo disso. — Hinata-chan é... Ela é tão incrível, sabe? A voz tão baixinha, o sorriso iluminado, os carinhos gentis... — ele suspirou baixo, distraído. — E os olhos dela. Você nunca deve ter reparado, mas os olhos dela são tão carinhosos e delicados sempre. Eles parecem que podem entender a gente de qualquer jeito.

O Uchiha estava tenso. Ele tinha reparado no sorriso, no jeito, na voz e, até mesmo, nos olhos da jovem enquanto eles treinavam juntos e tinham convivido diariamente naquele curto espaço de tempo. O que isso queria dizer? Naruto se embolou um pouco nas palavras, por causa do álcool, mas logo voltou a listar as qualidades de Hinata. Amorosa, carinhosa, gentil, bondosa, feminina. Todas as qualidades que, ele resumiu, eram boas para uma esposa.

E isso fez soar um alarme dentro da cabeça do Uchiha.

— É só assim que você a vê? — perguntou o ninja, seriamente.

Naruto parou, mas acenou positivamente com a cabeça, confuso com a pergunta.

— Então — continuou Sasuke. — Esse é o problema, Naruto. Acho que Hinata não quer ser vista só como uma esposa.

— E por que ela não iria querer isso? — perguntou o Uzumaki, irritado. O álcool começava a tomar conta de seu organismo com tanta força que ele estava se transformando em outra pessoa. — Não é o que todas as mulheres querem?

Nesse exato momento, Sasuke teve certeza que seu amigo era um idiota completo. O Uchiha podia não ter experiência com mulheres quase nenhuma, mas Naruto claramente tinha um total de zero noção. Era ainda pior do que o amigo. Ele bufou longamente e levantou-se da cadeira, olhando para o loiro como se estivesse vendo uma pessoa maluca.

— Supere ela logo — ordenou simples antes de sumir.

***

Hyuuga Hinata sempre foi uma adolescente tímida e introvertida. Normalmente, ela apenas andava com Kiba e Shino e estava bastante satisfeita com isso. Contudo, conforme foi crescendo e perdendo um pouco da vergonha, ela acabou fazendo amizade com algumas pessoas a mais da vila – entre elas estavam Ino, Sakura e, claro, Tenten. A especialista em armas tinha virado uma famosa vendedora de lâminas e acessórios para ninjas e tinha uma lojinha um pouco afastada do centro.

Durante o dia, a ninja trabalhava sem parar em seus negócios. Durante a noite, ela saia para farrear com Ino pela cidade. As duas tinham o costume maluco de ficar bebendo até altas horas e, sem vergonha nenhuma, saiam com quem desse na telha. Eram quase seis horas da noite quando elas se juntaram para tentar convencer Hinata a sair com elas. Era sexta-feira à noite, a Hyuuga tinha acabado de terminar de vez com o Uzumaki e elas estavam convencidas de que ela precisava de uma atenção especial de alguém.

Entretanto, Hinata não queria nada disso.

Ela despediu-se das amigas e seguiu seu caminho. A Hyuuga tinha passado um dia tranquilo ao lado de Ino e, depois, junto a Tenten. E ela não se arrependia da decisão que tomara em relação à Naruto. Contudo, ainda assim, estava com o coração pesado. A jovem não queria magoar ninguém, mas não podia viver uma ilusão. Não depois de tantos anos. Sua mãe, quando viva, sempre a avisara que crescer era difícil.

Ela só não achou que fosse tão difícil.

Em vez de ir para sua casa, Hinata foi visitar Kurenai. Passar um tempo com a ex-sensei e sua filha, Mirai, era como uma brisa de ar fresco depois da tensão que tinha passado nas últimas semanas. Suavemente, ela contou o que vinha acontecendo – guardando o segredo de Sasuke e sua relação com o Uchiha – para a mulher. Kurenai, calma como era, ouviu tudo em silêncio e apenas abriu um sorriso compreensivo.

— Não se preocupe, Hinata — disse a ninja. — Você irá encontrar seu caminho.

Kurenai falou com tanta certeza que a jovem teve que concordar. Cedo ou tarde, ela iria encontrar seu caminho, fosse ele qual fosse. Com o peito mais leve e a cabeça mais relaxada, Hinata conseguiu se despedir de Kurenai e de sua afilhada com um enorme sorriso. Só tinha mais uma pessoa que ela queria encontrar, mas não teve tempo, porque um pequeno cachorro apareceu na sua frente, mandando que ela fosse se encontrar com o Hokage.

 

— Hokage-sama? — chamou Hinata, confusa. A sala estava toda escura quando ela chegou e, após um momento de hesitação, a Hyuuga resolveu entrar.

Havia um cheiro de incenso forte, mas não forte o suficiente para mascarar a presença marcante do líder. Hinata parou no meio da sala, surpresa ao ver Kakashi usando o manto e o chapéu do Kage da Vila Oculta da Folha. Poucas velas estavam acesas, mas ele tinha uma expressão anormalmente séria no rosto.

— Hyuuga-san — o homem respondeu seriamente. — Por favor, venha até aqui.

Hinata não hesitou em obedecer, alguma coisa dentro de seu estômago quase revirou quando se aproximou dele. Tinha algo de errado, ela apenas não sabia o quê. Sem contar que ver Kakashi depois do ocorrido com Sasuke era muito estranho e ela deveria estar mais atenta. Só que não. A expressão séria do Kage foi o suficiente para que ela obedecesse assim que ele voltou a falar:

— Ajoelhe-se. — Kakashi viu quando ela caiu e se apoiou em apenas um joelho, como um comprimento respeitoso. O Hokage adorava esse tipo de cerimônia e, normalmente, ela seria feita de uma maneira muito mais exuberante. No entanto, ANBUs não tinham o direito disso. Eles precisavam viver nas sombras. — Se aceitar e fizer o juramento, de hoje em diante, você fará parte da organização ANBU. Terá que trabalhar, na maioria das vezes, sozinha. Precisará manter sua identidade escondida até mesmo das pessoas que mais ama. Talvez, algum dia, arriscará sua vida em prol da vila e de sua população.

Ele deu uma pausa, como se esperasse que todas aquelas palavras entrassem na cabecinha dela; como se quisesse que ela entendesse a seriedade do voto que estava fazendo. E Hinata entendia. Quando se tornou uma ninja, quando se colocou entre Pain e Naruto, quando decidiu lutar ao lado de todos na guerra, ela sempre soube que sua vida, enquanto ninja, estaria em risco. Entretanto, a Hyuuga não se importava de se sacrificar por seus amigos e familiares, assim como Neji se sacrificara por ela.

— Aceita? — ecoou Kakashi.

— Sim, aceito.

***

A porta de madeira quase estourou nas dobradiças quando ele entrou na sala. Sasuke veia correndo até o Hokage depois de receber uma mensagem muito preocupante sobre “uma pessoa importante que tinha sido atacada enquanto andava entre as árvores”. Só tinham poucas pessoas com quem ele se importava e, por isso, o coração dele acelerou com tanta força que não parou de correr até que estivesse na sala do ex-sensei.

Lá, ele encontrou uma ANBU que não conhecia. A máscara de um pardal, branquíssima, parecia muito nova, mas ele não reparou nisso; nem reparou que o uniforme dela cheirava a roupa nova. O que Sasuke queria saber era por que raios o Hatake tinha lhe chamado tão urgentemente e estava sentado com os pés em cima da mesa e um belo de um curativo na cabeça. Ele folheava o livro distraidamente até que suas portas quase foram arrancadas da parede.

— Ó, Sasuke-kun, finalmente chegou?

O tom alegre fez com que o Uchiha quisesse matar o Hokage. Ele cruzou a sala com uma agilidade que surpreendeu até o Kage, que abaixou os pés e endireitou a postura no momento em que Sasuke bateu as mãos na mesa. Antes que ele pudesse pegar o colarinho do Hatake, no entanto, a ANBU que estivera quieta até então tirou uma espada de lâmina curta da bainha e a posicionou levemente no pescoço dele.

Uma reação tão rápida quanto a que ele teve ao entrar.

— Qual o seu problema? — exigiu saber, irritado.

Ele lançou um olhar rápido para a ninja ao seu lado e sua única mão voou para segurar a lâmina que estava perto de sua garganta.

— Eu não faria isso se fosse você — aconselhou Kakashi.

Só que Sasuke não queria saber o que o outro faria ou não. Estava puto. Naruto era um idiota. Kakashi era um pervertido imbecil. Hinata era uma... uma... uma criatura que não deveria existir na Terra. E ele, Sasuke, era um completo enlouquecido. Tão louco ao ponto de se apaixonar por alguém sem nem perceber. O Uchiha segurou a mão da ANBU que segurava a lâmina e apertou, esperando que ela se curvasse, o Sharingan ativado. Sasuke, contudo, não pôde deixar de perceber o quão pequena era a mão da mulher.

Nem mesmo o Hokage esperava por aquilo. Ele saltou em pé, pronto para intervir, mas a ninja ainda estava em pé, encarando o Uchiha como se aquilo não fosse novidade. E, sem que ele esperasse, a outra mão dela voou para seu ombro e apertou um ponto específico. Surpreso, Sasuke sentiu o corpo desmontar até estar sentado no chão, sem conseguir se mexer.

Para a mais completa irritação do Uchiha, e surpresa também, Kakashi começou a aplaudir.

— Uou, pardal-chan! Excelente! — elogiou o Hokage contente e evitando olhar para o Sharingan do Uchiha, que girava sem parar. — Você é muito mais incrível do que eu esperava!

— Que porra é essa? — exigiu Sasuke.

Estava claro que ele estava à beira de ter um ataque de nervos, por isso o Hokage parou com a provocação. Não era bom provocá-lo tanto assim, ainda mais quando precisava completar com a parte dois de seu plano magnífico. Para a sorte do Kage, a ninja abaixou-se perto do Uchiha, apesar do rosnado de aviso dele, e tirou a máscara.

Sasuke achou que teria um aneurisma ao se deparar com os olhos perolados de Hinata.

— Oi, Sasuke-kun — disse a menina, suave.

~~//~~

— Eu odeio você.

— Não, você não odeia.

— Sim, eu odeio.

Kakashi sabia que, naquele momento, não conseguiria tirar nada de Sasuke, nenhuma expressão feliz, mas não culpava o pupilo favorito. Depois de ser quase molestado – a essa altura o Hokage estava arrependido – ele não só tinha surtado uma, mas duas vezes na frente da garota Hyuuga, quando, para o azar de Sasuke, Kakashi já tinha se tocado do que ele sentia. Além disso, pelo que o Uchiha contou, Naruto, apesar de tudo, ainda estava perdidamente apaixonado por Hinata.

Mesmo que fosse só por um lado da garota.

Hinata tinha saído para se trocar, depois da surpresa malsucedida que fizeram para Sasuke, e disse que iria comprar algo para eles jantarem juntos. O Hokage, no entanto, não pretendia ficar tempo suficiente para jantar com os dois, apenas queria conversar um pouco com o Uchiha.

— Você sabe que não pode esperar que as coisas aconteçam sozinhas, não é? — perguntou Kakashi, gentil. — Ela não vai saber se você não...

— Ela não tem que saber e eu não vou contar — decretou o Uchiha, sério. — Não tem nada de mais e seria injusto com Naruto.

O fato de Sasuke se importar tanto com o amigo era incrível. Contudo, Kakashi também sabia que ele estava fazendo isso como um tipo de penitência maluca. Era óbvio que o Uchiha ainda se culpava por tudo que tinha acontecido em sua vida e pelo que ele tinha feito com a vida de tantas pessoas. Arrependimento era ótimo, mas a culpa tendia a consumir as pessoas.

E Kakashi sabia muito bem disso.

Gentil, ele apoiou os braços em cima da mesa e sorriu para Sasuke. Mesmo coberto pela máscara, o sorriso do homem alcançava seus olhos e, para o Uchiha que crescera sem um pai, aquele era o gesto mais paternal que o jovem teve o prazer de receber. E, internamente, era grato por isso.

— Chega de se culpar, Sasuke — pediu o Hokage, suave. — Você já pagou o que precisava, agora, é hora de seguir em frente.

 

As palavras do Hokage tinham ficado na mente do Uchiha, mesmo após do mais velho ir embora. Quando Hinata voltou, carregando algumas sacolas de comida, ela ficou confusa ao olhar em volta.

— Onde está Kakashi-san?

— Ele foi embora — respondeu Sasuke, indo até ela. — Deixe-me te ajudar. Ele falou que podemos usar a sala para comer, me pediu só para trancá-la depois.

Mesmo confusa com a mudança de ideia do Kage, Hinata não se importou e concordou com a cabeça, contente por poder passar uma noite tranquila, sem grandes emoções. Inesperadamente, Sasuke tinha um lado muito organizado e, em pouco tempo, ele arrumou a mesa de Kakashi todinha, separando documentos que precisavam ser lidos, dos que já foram assinados e dos que tinham perdido o prazo e precisavam ir para o lixo. Quando os olhos bicolores encontraram os perolados, ele fez uma careta.

— O que foi? — questionou ao ver o risinho nos lábios dela.

— É que eu não estava esperando isso — explicou apontando para os papéis arrumados. — Sabe... A mansão Uchiha é sempre uma bagunça, então, achei que você...

— Que eu o quê?

A expressão dele foi o suficiente para fazer Hinata soltar uma nova risadinha. Ela se sentia estranhamente em paz quando estava perto de Sasuke e, particularmente, gostava disso. Nem mesmo com Hanabi ou Neji, após fazerem as pazes, a ninja ficava tão relaxada. Colocando a comida sobre a mesa, ela sorriu para ele.

Um sorriso tão bonito que Sasuke sentiu uma dor muito forte no peito.

— Vamos jantar, Sasuke-kun?

O convite pareceu sair como uma música dos lábios dela e o Uchiha se esqueceu do comentário inacabado e se sentou com ela, ajudando-a a tirar todos os embrulhos de dentro das sacolas. Hinata tinha comprado yakissoba e dengos para dividirem – claro, havia uma porção a mais por causa de Kakashi, mas eles resolveram isso dividindo a comida entre eles. E, de sobremesa, havia um pedaço de bolo. Bolo de abacaxi. Em uma das muitas conversar entre os treinamentos, quando Hinata cozinhava para ele, Sasuke tinha dito que a fruta cítrica, por não ser muito doce, era a sua favorita.

Ela tinha se lembrado disso. E o peito do Uchiha doeu de novo.

Se Sasuke fosse ser bem sincero, ele teria que descrever a paixão como uma kunai afiada que as pessoas ficavam enfiando em seu próprio corpo, porque parecia uma autoflagelação ficar perto da pessoa que fazia com que você sentisse dores tão constantes no peito. E, ao mesmo tempo, ele estava se divertindo.

Poucas vezes, em todos seus vinte e um anos, Sasuke poderia dizer que se divertira tanto. Hinata contava algo e ele estava realmente interessado em ouvir – já estava antes, mas tendo admitido para si mesmo o que sentia, a sensação ficava mais “na cara” por assim dizer. Além disso, ela parecia se comportar da mesma forma, tirando a parte que a Hyuuga não aparentava estar sentindo dores constantes em seu peito. Ou uma vontade de vomitar inexplicável.

Quando chegou a hora da sobremesa, Hinata dividiu o bolo igualmente. Ou quase. Um pedaço ficou ligeiramente maior que o outro e, sem pensar, Sasuke pegou o menor. Ele não sabia o porquê, já que adorava esse bolo, mas resolveu que tentaria agradar Hinata um pouco dessa forma. Ela não pareceu notar, no entanto, mas agradeceu do mesmo jeito. E eles tiveram um final de noite tão bom que Sasuke não percebeu quando deixaram a sala do Hokage e ele trancou a porta. Ele também não notou quando acompanhou Hinata até a entrada do clã Hyuuga e nem quando voltou para casa.

Uchiha Sasuke se via com uma kunai na mão e, simplesmente, não conseguia parar.

***

— Pakkun, estamos no caminho certo.

— Kakashi, você está agindo como um maníaco de novo.

— Não me interrompa!

O cãozinho revirou os olhos impacientemente. Seu dono era um ridículo quando colocava alguma coisa na cabeça. Normalmente, ele só ficava idiota quando lia algum daqueles livros românticos do falecido Jiraya. No entanto, naquele momento, parecia convencido de que deveria se meter e ajudar os dois jovens.

— Você vai estragar tudo — avisou o cão.

— Não vou não — retrucou Kakashi, feliz. — Agora, Pakkun, como eu estava dizendo: vamos colocar a parte dois do plano em ação.

O olhar de expectativa de Kakashi foi tão grande que Pakkun se sentiu obrigado a perguntar.

— E qual é a próxima parte do plano?

— Chantagem!

***

Quando Sasuke acordou naquela manhã, ele se sentia confuso. Muitas coisas tinham acontecido nos dois dias anteriores, assim como nas semanas subsequentes, mas Hinata finalmente tinha conseguido o que queria: entrar para a ANBU. E, para melhorar tudo, ele precisava descobrir uma boa razão para não perder contato com a Hyuuga.

Olha a kunai aí! Gritou seu eu interior, a quem Sasuke decididamente ignorava.

O Uchiha saiu para lavar o rosto, esquecendo-se de que não podia tocar em água gelada. Ele simplesmente ligou a água, pegou um punhado e jogou no rosto. Quando se olhou no espelho, ele soltou um grito agudo e surpreso. As feições femininas o encararam de volta e o Uchiha soltou um novo jorro de palavrões. Ele também se esquecera de que ainda estava preso em um jutsu maldito que o fazia se transformar em mulher.

Como raios ele deveria seguir em frente?

Sasuke ainda estava soltando uma torrente fluída e muito diversificada de xingamentos quando, ao abrir seu chuveiro, descobriu que não tinha água quente. O urro de ódio que saiu pelos lábios femininos ecoou por quase todo o complexo e, se o lugar não estivesse vazio, todos teriam ouvido. Ele saiu pisando com passos firmes para a cozinha, mas a geladeira estava vazia. Tinha apenas alguns tomates e nada mais.

A indignação do Uchiha apenas crescia e ele começava a sentir dor nas costas, mas por quê? Quando se olhou no espelho da sala, tendo pegado o balde de tomates para poder comer alguma coisa, percebeu que sua postura estava meio curvada para frente por causa dos peitos, que pareciam maiores do que o normal. O Uchiha bufou irritadíssimo e endireitou as costas, se forçando a ficar assim antes de se jogar no sofá. Ele iria ficar trancado o dia todo em casa, porque não ousaria sair na rua dessa forma.

Para a infelicidade dele, entretanto, uma nuvem de fumaça apareceu no meio de sua sala e Kakashi surgiu. Com aquele sorriso irritante virando uma expressão surpresa ao vê-lo como Saori, nome que Hinata lhe dera outro dia.

— Não fala nada — ordenou cortando qualquer coisa que o outro homem pudesse dizer.

Kakashi queria muito saber, mas resolveu focar no que tinha ido fazer ali ao invés de azucrinar seu pupilo. O Hokage assumiu uma postura muito mais séria para poder passar o mínimo de credibilidade que precisava.

— Tenho uma missão para o corvo — começou o Hokage, recebendo um grunhido como resposta. — E você precisa ir. Partirá hoje à noite.

— Nem pensar — ditou Sasuke, resoluto. Precisava pensar no próprio problema e como Kakashi já tinha descoberto, ele não teria escrúpulos em negar alguma missão a qualquer momento. — Como você bem sabe, eu tenho um belo de um problema para lidar aqui — disse apontando para os próprios peitos, fazendo Kakashi erguer as sobrancelhas. — Não vou a lugar algum.

— Preciso de dois ANBUs responsáveis, Sasuke — o Kage explicou.

— ANBUs não trabalham em equipe — Sasuke disse ainda convencido de que não iria a lugar algum.

O Hokage quis estrangular o jovem ninja. Ele estava sendo irritante como uma garotinha adolescente e Kakashi quis mesmo comentar sobre isso, mas resolveu que iria ser um tiro no próprio pé. Ainda precisava que ele fosse para a missão.

— Hinata vai ficar tão decepcionada, Sasuke, de ir sozinha — Kakashi tentou mais uma vez.

Sasuke olhou para ele com o canto da visão, já que, como uma criança mimada, ele tinha cruzado os braços e virado a cara. O Uchiha pareceu mais interessado com a menção de Hinata, mas, ainda assim, ele negou veemente.

— Ela pode se virar sozinha.

Uchiha Sasuke era uma verdadeira mula teimosa, mas Hatake Kakashi já tinha ido preparado para lidar com ele. Se o Uchiha achava que podia negar algo para seu Hokage, o homem que talvez melhor o conhecesse, estava muito enganado.

— Ó... — suspirou o Hokage, dramático. — Então, acho que preciso deixar Hinata-chan ir sozinha com Naruto dessa vez.

O ninja quase pulou do sofá, os seios saltando livres de sutiã por dentro da camisa e chamando a atenção do Kage, quando perguntou agitado: — Por que ela iria com o teme?

— Porque eu preciso de uma comitiva para acompanhar o rei e a princesa do país do Chá de volta para sua casa e, querendo ou não, Naruto é um ninja poderoso e acredito que o rei se sentiria seguro com um dos heróis da guerra acompanhando-o. Sem contar que...

— Eu vou!

Kakashi tinha todo um discurso montado, mas não precisou nem mesmo chegar à metade. Sasuke tinha caído em sua armadilha como um patinho. Satisfeito, o Hokage apenas entregou o pergaminho com os detalhes da missão e avisou para o Uchiha que Hinata o encontraria em frente à entrada da vila às nove horas da noite em ponto.

Antes de partir, no entanto, ele não resistiu:

— E, Sasuke — chamou conseguindo a atenção do Uchiha. — Por favor, evite ficar realizando suas fantasias pervertidas perto da Hinata-chan. Ela é um doce de menina.

Caso Kakashi não tivesse sido treinado pelo relâmpago dourado de Konoha, ele teria sido empalado pela espada que Sasuke atirou em sua direção.


Notas Finais


O que vocês acharam? Kakashi é ou não é o melhor cupido de Konoha? (pobre do Pakkun que tem que aguentar esse maluco kkk). Eu AMO escrever as interações dele com o Sasuke nessa fic~ Espero demais para saber a opinião de vocês!


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