- Não sei que espécie de caminho mais pitoresco é esse que Salsicha está arranjando – disse Velma.
- Eu só espero que não estejamos perdidos – disse Daphne em seguida.
- Ei salsicha, você têm certeza de que sabe para onde estamos indo? – Perguntou Fredie.
- Claro que sim, eu deixo vocês lá em um segundo.
- Só que esse seu um segundo já está se transformando em duas horas – disse Velma.
- Eu continuo achando que você deveria ter virado à esquerda, naquele ponto – disse Fredie.
-Eu sei, eu sei... Eu apenas queria levar vocês por uma rua de clima mais bucólico – disse Salsicha.
- Afinal, onde estamos? – perguntou Fredie.
- Estamos nos aproximando da divisa do Méier com o Lins dos Vasconcellos - disse Salsicha.
- Ei, eu conheço este lugar, é conhecido como Boca do Mato – disse Velma. – Dizem que é Mal assombrado – disse em seguida.
- Mal assombrado? – Perguntou Scooby-Doo.
- Sim, muitas pessoas dizem ter visto coisas estranhas acontecendo por essas redondezas – disse Velma.
- Nossa... é exatamente esse tipo de lugar que desejo ver a milhas de distância de mim. – disse Salsicha.
Mais à frente, entre as casinhas residenciais que se destacavam naquela rua, havia uma de muro branco com cercas elétricas, que chamou a atenção da turma.
- Ei, olhe, isso é um Centro Espírita – disse Fredie.
- E olhe a placa, está aberto – disse Velma.
- O que vocês acham de fazermos uma visita? – Disse Fredie.
- Gostei, parece ser um lugar legal – disse Daphne.
- Um centro espírita deve ser bom, ainda mais no sábado – disse Salsicha.
- Bom, o que estamos esperando? – Vamos – disse Fredie.
Eles desceram de seu furgão velho e entraram pela porta de visitantes.
- Ei, vejam a placa, Templo de misticismo "Os Cruzados" – disse Velma.
- Que terreno agradável! – Exclamou Salsicha.
- E que bela vista formam essas árvores – Disse Daphne.
-Olhem só essas plantas – disse Velma.
- São lindas! – exclamou Daphne em seguida.
O grupo se aproximou da pequena escada de três degraus que antecipava a varanda e as duas portas de madeira do grande templo. Eis que as portas logo se abriram e eles entraram.
A entrada do templo dava para um grande salão ilustrado com decorações excêntricas, havia um corredor que ficava no canto da sala e ao lado as cadeiras, onde eram realizadas as palestras, com cortinas escuras nas janelas e candelabros com velas acesas, havia uma mesinha ao final do corredor com a estátua de uma santa.
- Quem será essa santa? – Perguntou Fredie.
- Esse lugar me dá calafrios – Cortou Salsicha se tremendo de medo.
- Vamos continuar – disse Fredie.
Eles passaram da sala para o outro corredor e seguiram caminhando lentamente, quando se deram conta de que a porta da frente havia se fechado.
- Uai, estamos presos – Salsicha se exaltou, enquanto isso, Scooby-Doo pulou em seu colo.
- Acalmem-se vocês dois, deve ter sido apenas o vento – disse Fredie.
Caminhando mais pra frente, eles entraram em uma sala, que era dividida por uma cortina branca, logo, eles se depararam com um barulho estranho.
- Ei, estão ouvindo isso? – Perguntou Fredie.
- Estou sim, o que será? – Perguntou Daphne.
- Parece que... são roncos – disse Velma.
Logo Scooby-Doo percebeu que a cortina que dividia a sala estava se mexendo, de forma bem vagarosa.
- Ei, olhem – apontou Scooby.
- O que será que têm ai? – Perguntou Salsicha.
- Parece que têm algum animal selvagem aí dentro – Disse Daphne.
- Vamos ver o que é – disse Fredie, puxando a cortina para o lado.
Logo eles se depararam com um homem que estava dormindo, sentado em uma poltrona.
- Nossa, ele está dormindo – Disse Daphne.
- Deve ser o dono do Centro – Disse Valma.
- É... pelo jeito esse Centro não têm muitos visitantes não – Disse Daphne.
- Sim, vamos embora – Disse Fredie.
O grupo de Fredie estava quase se retirando do salão, quando o homem finalmente acordou.
- Ei meninos, voltem aqui – disse o tal homem.
- Achamos que o centro estava fechado – Disse Daphne.
- Fechado? Que Tolice – disse o homem rindo – Hoje nós estamos mais abertos do que nunca.
- Venham, podem entrar – disse o homem em seguida.
- Ei, vocês não estão reconhecendo ele? – Perguntou Velma.
- Ah! Sim. Ele é aquele escritor... – disse Salsicha.
- Você é Dom Bastos – disse Velma.
- Uau! O que você está fazendo em um centro espírita abandonado como esse? – Perguntou Daphne.
- Eu sou o dono deste centro, foi de minha família há gerações, agora ele passou pra mim – disse ele.
- Mais... por que não vimos ninguém entrando em seu centro? – Perguntou Fredie.
- É... não vimos pessoa alguma – confirmou Daphne.
- Bom, agora estão vendo – disse Dom Bastos, apontando para o espelho quadrado que ficava localizado na parede da sala.
- Vamos, podem sentar-se crianças, em breve, o nosso irmão, Dom Gustavo começará a sessão.
Até aqui agora, os nossos amigos sentaram-se nas cadeiras enquanto aguardavam o irmão Dom Gustavo para dar início a sessão espírita, acontece que sem ninguém perceber, Dom Bastos entrou no banheiro, trocou de roupa rapidamente, colocando assim um bigode, e uma barba preta postiça, ele passou um pó branco no rosto, enquanto terminava de dar alguns retoques finais em sua gravata marrom claro e no terno verde oliva que colocara.
Em poucos minutos, estava para chegar o irmão Dom Gustavo, e sentando-se a mesa, iniciou a sessão.
- Boa tarde nossos queridos irmãos carnais, que a paz divina esteja convosco, é uma enorme alegria retornar aqui depois de quase 10 longos anos, vamos dar início aos nossos estudos sobre o livro "A cura pelo amor" de nosso saudoso autor, Bezerra de Meneses.
Dom Gustavo retirou o livro pesado da estante, e abriu-o sobre a mesa, nisto, uma fumaça de poeira fez com que Scooby espirrasse, acabando assim com a sua farsa.
- Ei, você não é Dom Gustavo – Disse Fredie. – Você é o Dom Bastos.
- Isso foi um grande furo Sr. Bastos – disse Daphne.
- É, não adianta meninos – disse Dom Bastos, já sem esperanças.
- Não tenho conseguido nenhum visitante durante este mês. – Disse ele.
- Mais por que isso? Por que seu Centro é assim tão impopular? – perguntou Daphne.
- As pessoas dizem que este centro espírita dá mau agouro, muito mau agouro.
- Nossa... mas que espécie de mau agouro é esse Sr. Bastos? – perguntou Fredie.
- Muitas coisas estranhas têm acontecido por aqui ultimamente – disse ele, falando em um tom mais baixo.
- Que tipo que coisas?
- Como barulhos estranhos no meio da madrugada, portas batendo bruscamente sem que ninguém as toque, a cadeira de balanço que às vezes se mexe sozinha, às vezes eu me encontro em minha sala do outro lado, quando escuto chamarem pelo meu nome, logo saio de minha acomodação para ver do que se trata, entretanto, não vejo ninguém. – ele contou.
- Não entendo como o Senhor ainda continua aqui Sr. Bastos – disse Velma.
- Bem, como eu disse antes, "era de minha família há gerações", e não pretendo deixar que um simples fantasma de araque atrapalhe os meus planos. – Dom Bastos disse em seguida.
- Fantasma!!! – Gritou Scooby-Doo.
- Pra mim chega, eu e Scooby somos alérgicos a fantasmas, Sr. Bastos, foi um prazer imenso conhecê-lo, agora adeus – disse Salsicha indo embora.
- Esperem aí, se este centro é realmente assombrado, o Sr. Bastos precisará de nossa ajuda – disse Fredie.
- Eu estava com medo que você dissesse isso– disse Salsicha.
- Sim, não podemos deixá-lo aqui sozinho, parece que nos envolvemos em mais um mistério – disse Velma.
- Bom, de mistérios eu estou fora – disse Salsicha, já preparando as suas malas. - Vamos lá Scooby, se não vamos nos atrasar, temos que pegar o trem para a central.
- Adeusinho! – disse Scooby
- Esperem, você não vão ficar para o almoço? – Perguntou Dom Bastos.
- Almoço??! – Salsicha e Scooby perguntaram juntos.
- Sim, eu estou preparando um grande churrasco no quintal, têm linguição, carne, frango – disse.
- Pensando bem, nós temos que ajudar os nossos amigos, não é Scooby? – perguntou Salsicha.
- É... exato – ele disse.
- Agora sim você pensou certo, meu rapaz – disse Dom Bastos.
- Mas esses dois, o que será que atrai mais eles do que comida? – Perguntou Velma.
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