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História Seu - Exame Chunnin


Escrita por: JHatakeUmino

Notas do Autor


Gente, que saudade que eu tava de postar fic ♥

Eu mexi durante tanto tempo nessa história que vocês nem imaginam... Ela nasceu enquanto eu assistia novamente Naruto Clássico, mais especificamente o episódio 20 e 21.

A briga entre eles dois aconteceu de verdade, vai lá para ver! Amo! HAHAHA.

Agora, bora pra história!

Capítulo 1 - Exame Chunnin


Estava decidido que o Exame Chunnin aconteceria e o Hokage só nos reuniu para saber quais dos novos Genins participariam da prova. Recomendei os três integrantes do meu time, Naruto, Sasuke e Sakura, mas alguém foi contra minha indicação. Ele… Tinha que ser logo ele.

Assim que o Sandaime nos dispensou, fui o primeiro a deixar a sala de reuniões. Eu estava possesso! Como Iruka podia me desafiar daquele jeito na frente de todos, e principalmente na frente do Hokage. Pouco antes daquilo, estávamos trocando elogios na mesa de reporte de missão, falando sobre como Naruto estava se superando a cada dia, mas foi só eu dar as costas que ele questionou meu julgamento sobre meus alunos daquela maneira.

— Kakashi-san! — ele me seguiu.

— O que é Iruka-sensei, já não basta você questionar os meus métodos na frente de todos? — foi impossível disfarçar a irritação em minha voz. 

— Não foi minha intenção — o Chunnin respondeu vacilante. 

— Ah não? — encarei-o — Então o que pretendia ao dizer que eu não fiz um bom julgamento ao recomendar os meus alunos para o exame? — descansei as mãos em meus bolsos aguardando a resposta.

— E-eu… Realmente, eu acho que seu julgamento está equivocado — me fitou enquanto os demais participantes da reunião saiam da sala.

— Agora pelo menos você está sendo honesto!

— Eles não são como você, Kakashi-san — tentou argumentar —, são apenas crianças ainda. 

— Não, Iruka-sensei, eles deixaram de ser crianças no momento em que você — apontei — os aprovou para Genin. Agora eles são ninjas e estão sob a minha tutela. 

— Mas…

— Chega, Iruka! Você está confundindo as coisas! 

Ele cerrou os olhos e verificou ao redor se não havia mais ninguém por perto antes de aproximar-se:

— Venha comigo… Agora! — o tom do professor era sério e eu o segui pelo corredor, ciente de que havia passado um pouco dos limites, mas sem me importar com isso, afinal ele também estava errado.

Iruka entrou em um dos cômodos do corredor — que parecia mais longo do que o normal com o silêncio inquietante entre nós — e aguardou que eu o seguisse para fechar a porta. A sala tinha prateleiras com inúmeros pergaminhos arquivados, era mal iluminada por uma janela redonda alta, velha e pequena demais para o cômodo. 

— Escuta… — encarei-o. 

— Escuta você, Kakashi — apontou acusatório —, eu jamais misturaria meu julgamento sobre sua conduta ninja ao que nós temos!

— Eu… — o professor me distraiu caminhando até mim como um predador pronto para realizar o abate. Eu não queria ser abatido, não daquele jeito, então engoli em seco.

— Você o quê? — Iruka agarrou meu colete na altura do abdômen. 

— Eu estava falando da sua relação próxima com Naruto.

— Pareceu que estava falando de outra relação próxima — talvez no fundo eu estivesse.

— Essa conversa não vai nos levar a lugar algum, Iruka… — tirei a mão dele de cima de mim. — O que está feito está feito e você poderá comprovar com seus próprios olhos que tenho razão em recomendar meus alunos — afinal, o Hokage o encarregou de testar as habilidades do meu time antes do verdadeiro exame.

— Veremos! — o moreno me deu as costas para deixar a sala, mas eu o puxei de volta pela manga do casaco. Eu sabia que a tensão entre nós tinha algo além da raiva momentânea. Algo mais profundo que isso. Nossas brigas sempre tinham e eu esperava que dessa vez não fosse diferente.

— Oe, espera! — me aproximei o suficiente para falar em seu ouvido. — Você me trouxe até aqui por quê? 

— Não queria você falando de nós em público… — ele virou o rosto para se afastar dos meus sussurros. 

— Então preferiu que eu falasse de nós aqui, em particular? — aproximei  meu corpo do dele.

— Kakashi… — avisou para encerrar as provocações.

— Iruka… — o nome dele soou rouco demais. — Olhe para mim, por favor.

— O quê? — virou-se contrariado. 

— Você fica tão fofo quando está irritado — segurei seu rosto entre meus dedos. — Senti sua falta — depois de tantos dias em missão, a última coisa que eu queria era brigar, a menos que a briga nos levasse a uma boa e velha reconciliação através do sexo. Era o melhor jeito de fazer as pazes com Iruka. 

— Baka… — ele segurou meu pulso para livrar seu rosto, mas eu não cedi. Não queria soltar, queria beijá-lo, mas dado o estado de espírito do Chunnin, talvez acabasse ferido entre as pernas se tentasse. Não tive escolha: soltei.

Iruka caminhou em direção a porta de saída sem se despedir, mas para minha surpresa ele não deixou o cômodo, apenas trancou a porta.

— Eu ainda estou irritado com você… — ele respirou fundo e seus ombros caíram um pouco. — Imagino que você também esteja irritado comigo. 

— Um pouco… — confessei. 

— Então por que a tensão sexual quase insuportável entre nós agora? 

— Eu não sei… mas confesso que fico feliz em saber que não sou o único pervertido que fica duro em meio a uma briga aqui. 

Iruka sorriu fraco, rolou os olhos aproximando-se novamente e me empurrou contra a parede. 

— Uoh! 

— Você não é o único… — minha máscara desceu presa em um único dedo do moreno, deixando meu pescoço livre para um beijo capaz de arrepiar todo meu corpo. 

— Não brinca comigo assim, Iruka. 

— Eu pareço estar brincando Kakashi-san? — murmurou e chupou o mesmo local em que depositou o beijo. 

— Não… — fechei os olhos e corri os dedos por seu colete verde, abrindo-o lentamente. Com uma mão ergui parte do tecido e com a outra percorri a base da coluna, sentindo o calor da pele de Iruka na ponta de meus dedos, alheio ao lugar em que estávamos, até a maçaneta da porta girar.

"Está trancada?" Uma voz surgiu do outro lado da porta. 

— Iruka… 

— Shh, quieto ou vão nos ouvir, sensei — murmurou sem desviar a atenção de meu pescoço e prendeu minha perna entre as dele, pressionando a ereção crescente contra mim. 

"Tem uma chave na sala dos professores na academia. Vamos lá buscar." As vozes começaram a se afastar. 

— Eles vão voltar… — fitei o moreno.

— Então temos que nos apressar — Iruka selou nossos lábios de leve e puxou um pouco meu lábio inferior. 

— De onde saiu essa coragem toda? — retribuí o beijo e o puxão naqueles lábios macios. 

— Não sei… — invadiu minha boca com a língua — Você me deixa louco, em todos os sentidos, Kakashi — selou nossos lábios outra vez.

— É recíproco — me apressei para abrir o botão da calça dele, que fez o mesmo com a minha. 

— Quem vai primeiro? — perguntei e Iruka umedeceu os lábios, os olhos castanhos brilharam em excitação. Assim que ele se ajoelhou, libertou o que lhe interessava das minhas roupas, cobrindo-me com a boca quente. Ele estava ansioso, então levei a mão aos  cabelos presos para diminuir o ritmo, observando meu membro entrar e sair da boca macia de Iruka. A visão daquele homem doce, sexy e levemente pervertido, ajoelhado aos meus pés, me chupando com gosto, com tesão, me deixava cada vez mais próximo do ápice.

— Olhe para mim, sensei — ele fez, com os olhos escuros e a boca preenchida por mim. Fui mais fundo, até Iruka tirar minha mão de seus cabelos para retomar o controle de seus movimentos sobre mim. Sem tirar seus olhos dos meus, lambeu da base até a ponta, antes de voltar a me chupar e bombear com precisão, não só para meu prazer, mas também para o dele. Aquilo o deixava duro, sua mão livre apertava a ereção procurando alívio enquanto sua vez não chegava. 

— Iruka… Ah, porra — senti o formigamento em minha pelve denunciar meu orgasmo e empurrei mais e mais, até encontrar meu alívio.

— Hm… — o moreno engoliu e lambeu os lábios satisfeito. — Minha vez, Kakashi-san — se levantou e caminhou até a pequena mesa de escritório do cômodo, rebolando, inconscientemente ou não, aquela bunda que me deixava louco desde a primeira vez que a vi. Iruka sentou-se sobre a mesa, separou as pernas e fez um sinal para que eu me aproximasse. 

Ajeitei minhas roupas e forcei-me a desencostar da parede, ainda recuperando o fôlego do orgasmo recente. Me coloquei entre as pernas do Chunnin, correndo as mãos sobre elas. 

— Você sabe que eu odeio ter que fazer as coisas correndo assim, não sabe? — roubei um beijo de sua boca recém-fodida.

— Vai dar para trás agora, Kakashi? — retrucou impaciente e volátil como sempre.

— Jamais, sensei — puxei a calça do moreno, que se ergueu apenas o suficiente para o tecido descer e libertar seu membro rígido. Eu o envolvi, estimulando-o até arrancar gemidos daquela boca esperta.

— Ah, sua luva… — murmurou observando o couro que protegia minha mão.

— Quer que eu tire, está te incomodando? — afastei-a. 

— N-não — ele agarrou meu pulso —, ela me dá tesão...— Iruka mordeu o lábio inferior e levou minha mão de volta para tocá-lo.

— Você gosta, é? — levei a mão livre ao rosto dele, roçando os nós dos dedos em sua bochecha quente e ele se inclinou para meu toque. Corri o polegar pelo lábio macio do moreno, sua língua umedeceu meu dedo e eu imitei o gesto com o outro polegar sobre sua glande úmida, fazendo-o gemer. 

Puxei suas pernas para ele cruzá-las ao meu redor e ele agarrou meu cabelo com uma das mãos. À medida que eu o estimulava, via Iruka se remexer sobre a mesa, cada vez mais inquieto conforme o prazer se construía dentro dele. 

— Queria você rebolando assim no meu colo — sussurrei rente aos seus lábios — comigo dentro de você — ele abriu a boca sem emitir qualquer som. Fitou meus olhos e apertou os dedos em meus cabelos.

Acelerei meus movimentos, observando ele se contorcer a cada vez que meu punho cerrado em torno de seu membro tocava a sua pelve. 

— Me beija, Kakashi… — ele invadiu minha boca com a língua, explorando-a com fervor e eu retribui na mesma intensidade. 

Já estava ficando duro dentro de minhas roupas novamente, viciado em dar e sentir prazer com aquele homem. Ele me apertava entre as pernas grossas, me fazia roçar meu membro ávido pelo toque contra a madeira da mesa à minha frente. 

— Maa, Iruka… Assim você vai me deixar uma bagunça! — naquele ritmo, eu certamente teria que lidar com minhas roupas sujas mais tarde. 

Abafei os gemidos de Iruka com meus lábios até que ele descruzou as pernas da minha cintura, muito próximo de seu ápice. 

— Kakashi! — gemeu quando me inclinei para soprar sua glande sensível, provocando-o. Desci um pouco mais para senti-lo pulsar em minha boca e tomar até a última gota de seu prazer.

— Hm, bem a tempo — passei minha língua nos lábios e subi minha máscara. — Eles estão voltando — meneei a cabeça em direção a porta. Alinhei as roupas, tentando conter a ereção em minhas calças enquanto Iruka fechava a calça e arrumava a blusa por dentro dela, antes de abotoar seu colete. Iruka soltou os cabelos, segurando o elástico nos lábios antes de alinhá-los e amarrá-los de novo em um rabo de cavalo perfeito. 

Caminhei até a porta e a destranquei antes que os interessados na sala a alcançassem, enquanto isso o Chunnin andou até uma das estantes e esticou-se para alcançar algo na prateleira. 

— Aqui está Kakashi-san! — ele me entregou os formulários para inscrição no Exame Chunnin no exato momento que a dupla de shinobis invadiu a sala — Olá rapazes, tudo bem? — cumprimentou os dois.

— Obrigado Iruka-sensei, você é sempre muito atencioso.

— Sem problemas Kakashi-san, sempre que precisar, pode me procurar! — piscou para mim e sorriu docemente. 

— Como? A-a porta estava trancada — os ninjas correram os olhos de mim para Iruka.

— Ah, sim, a chave estava comigo e eu esqueci de devolvê-la ontem — Iruka coçou a cicatriz timidamente e eu podia jurar que um dos homens corou diante da feição inocente do moreno. — Me desculpem. 

— Ora, tudo bem, não precisa se desculpar Iruka-san — o rapaz corado se apressou em dizer. 

— Obrigado, você é muito gentil, Ren-sensei — o moreno sorriu outra vez. Ele sabia o que estava fazendo. Dissimulado.

— Bem, eu vou indo. Rapazes... — cumprimentei os dois homens e caminhei para a porta atrás deles. — Obrigado mais uma vez, Iruka-sensei, até breve — gesticulei o código para “Telhado, mais tarde” antes de deixar a sala e Iruka assentiu discretamente.

 

Eu estava muito atrasado para encontrar o time 7 e lhes dar a notícia a respeito do Exame Chunnin, mas o motivo do atraso tinha sido delicioso. Matar um pouco da saudade valeu muito a pena e os genins iriam sobreviver, com certeza. 

Saltei sobre o arco vermelho que cobria a ponte que usávamos como local de encontro.

— Ohayo! Desculpem o atraso — ergui uma mão —, me perdi no caminho da vida — era a mais pura verdade… e que vida. 

— Mentiroso! — Sakura e Naruto me acusaram, enquanto Sasuke apenas me observou saltar para o chão.

— Calma, preciso falar uma coisa — peguei os formulários que Iruka me entregou e estendi para os genins. — Recomendei vocês para o Exame Chunnin. Os três! Aqui estão os formulários. 

— Exame Chunnin? — Sakura repetiu atordoada com a novidade.

— Kakashi-sensei, você é o máximo! — Naruto pulou em meu pescoço, me fazendo girar com ele no colo. 

— Garoto, vê se não baba meu colete — o coloquei no chão —, caso tenham interesse em participar, devem ir até a sala 301 da academia, às 15h, daqui a 5 dias. É isso.

Torci para que se inscrevessem e para que não me deixassem passar vergonha diante do teste de Iruka, ou eu teria que aturá-lo em meu ouvido de um jeito nada agradável.

[...]

O dia correu diante dos meus olhos depois que deixei os formulários com os integrantes do meu time. Eu estava curioso para saber o resultado do teste que Iruka e os outros aplicariam neles. Saltei até o telhado da academia para esperá-lo.

A noite já avançava quando senti alguém pousar atrás de mim, mas não me intimidei pois reconheci seu cheiro.

— Todos passaram no teste — a voz grossa e abafada surgiu, seguido do som da destransformação de Iruka. — Parece que você tinha razão, Kakashi-san.

— É, mas você tem razão em se preocupar — fechei meu livro. — O Exame Chunnin não é fácil e pode passar por cima deles com tudo — era a verdade, muitos ninjas simplesmente não suportavam a pressão do teste.

— Agora estou mais tranquilo. Tenho certeza de que irão passar, você os treinou bem — ele tocou meu ombro e eu me virei para encará-lo. 

Iruka sentou-se no topo do telhado, com uma perna de cada lado das telhas, me espelhando.

— Sua opinião mudou fácil, sensei — provoquei. 

— Eles se saíram bem nos testes… Desculpe por duvidar do seu julgamento — Iruka arrastou a mão para entrelaçar nossos dedos sutilmente sobre a cumeeira do telhado. 

— Tudo bem — sorri ao lembrar do resultado da nossa briga matutina. 

— O que foi? 

— Não sei se eu digo que odeio ou amo brigar com você — apertei os dedos dele entre os meus. 

— Diria que você ama… afinal estamos sempre discutindo — ele rolou os olhos. 

— Deve ser verdade, o que posso fazer se você fica fofo irritado?

— Eu não sou fofo… Isso é vergonhoso de se ouvir — enrubesceu — sou um shinobi. 

— Eu não estou chamando o Iruka-sensei de fofo, aquele lá não tem nada de fofo! — brinquei — Não o quero nem perto de mim, super protetor, rigoroso, bravo que só! Kami me livre do caminho desse homem!  — Iruka me deu um empurrão no ombro com a provocação. — Ai! 

— Baka… 

— Eu disse que o Iruka, meu namorado, fica muito fofo irritado e eu adoro deixá-lo fofo irritando-o — levei a mão dele rapidamente aos meus lábios cobertos pela máscara.

— Eu sou seu namorado agora, uh? — cruzou os braços em desdém.

— Você anda beijando outras bocas por aí? — foi minha vez de cruzar os braços. 

— Não! 

— Bem, nem eu, há um bom tempo inclusive.

— Não significa que eu não possa… — ele balançou a cabeça ponderando. 

— É verdade, mas você quer fazer isso?  — por favor, diga que não.

— Não.

— Então… 

— Ainda sim, não significa que estamos namorando. 

— Você quer namorar comigo? — vamos formalizar então. — Deseja beijar a minha boca exclusivamente e que eu dedique todos os meus beijos e carícias a você, Iruka? — o moreno ficou carmesim diante dos meus olhos.

— Você quer isso? — a insegurança estava presente em sua voz. 

— É claro, acha que eu vou deixar você se enroscar naquele tal, como era mesmo o nome dele — levei a mão ao queixo pensando por um segundo —, Ren-sensei? 

— O que tem ele? 

— Ora, ele ficou todo vermelho diante de você hoje mais cedo. Não finja que não notou. 

— Ah, aquilo? — ele coçou a cicatriz igual tinha feito mais cedo. — Eu estava nervoso com a situação, só queria despistá-lo. 

— Sei... — Iruka era péssimo em mentir. Para mim, pelo menos. — E então? 

— O quê? 

— Vamos estabelecer o título de namorados ou não? — refiz a pergunta. — Vamos descomplicar as coisas, Iruka. 

— Você é muito direto! — desviou o rosto e eu entendi o recado.

— Certo, não vou insistir — comecei a me levantar.

— Eu quero! — Iruka agarrou meu pulso. — Fica, eu… quero, namorar com você, Kakashi — uma onda de alívio percorreu meu corpo com aquelas palavras.

— Tem certeza? 

— Sim, mas não quero namorar o Kakashi-sensei também não — ele arrebitou o nariz, o tom brincalhão de volta à conversa —, aquele homem se acha o melhor, ele certamente acreditou nessa história de que é um prodígio. Um chato! — o moreno segurou o riso. 

— Não diga para ele, mas também o acho insuportável às vezes — falei conspiratório.

— Ele precisa de uma namorada! — o moreno riu. 

— Acho que ele é gay… — sussurrei.

— Oh, que escândalo! — Iruka riu, fingindo surpresa — Nesse caso, ele precisa de um homem. 

— Vou apresentá-lo ao Iruka-sensei, os dois se dariam muito bem, não acha? 

— Tem toda razão! — o moreno gargalhou, jogando a cabeça para trás e se desequilibrando sobre o telhado por alguns segundos. Eu o segurei a tempo de evitar um acidente. 

— Ei, tenha cuidado!

— Desculpe… — ele agarrou meu casaco para se estabilizar. 

— Não desculpo — Iruka me fitou surpreso. — Quero um beijo para desculpá-lo. 

— Aqui? — ele olhou para os lados, procurando alguém que pudesse nos ver no breu da noite. 

— É… — aproximei meu rosto, roçando o nariz coberto no dele. — Ninguém está acordado a essa hora. 

— Kakashi… melhor não — pediu, mas não se afastou, apenas fechou os olhos.

— Só um. — baixei minha máscara o suficiente para descobrir apenas a boca e sentir o toque dos lábios do homem volátil pelo qual me encantei. Ele soltou um grunhido baixo em sua garganta, como em todas as vezes que o beijei daquela maneira terna. 

Senti a quentura de sua pele ruborizada na ponta do meu nariz, conforme roçava-o sobre a cicatriz. O nariz dele também fazia cócegas na cicatriz que cortava meu olho esquerdo da sobrancelha à bochecha, enquanto trocávamos carícias lentas com nossas línguas. Outra vez me esqueci do mundo, passei minhas pernas sobre as  dele enquanto nos beijávamos como adolescentes sobre o telhado. As mãos de Iruka descansaram sobre minhas coxas, apertando levemente apenas quando o beijo lhe fazia gemer baixinho. Meus braços envolveram o corpo do moreno e o calor que ele emanava sobrepôs a brisa fria do início da madrugada. 

— Dorme comigo hoje? — Escorei nossos hitai ate um no outro.

— Uhum. — ele permaneceu de olhos fechados até eu me afastar para levantarmos. 

Saltamos sobre os telhados noite adentro, rumo à minha casa. No caminho refleti sobre quanto tempo estávamos saindo. Éramos praticamente namorados, não tínhamos outros parceiros, dormimos juntos muitas vezes e muitas delas não fazíamos nada além de conversar, abraçar, ficar na companhia um do outro. Era bom. Mais do que ter sexo de qualidade, era bom estar com alguém para além disso. Mas Iruka tinha razão quando disse que aquilo não significava de fato que tínhamos um compromisso. Agora era diferente, mesmo que de uma maneira estranha e inesperada, a partir de agora éramos namorados. 

Abri a porta de casa,  retiramos as sandálias e as deixamos no genkan. Observei Iruka tirar a bandana e o colete antes de soltar seu cabelo e coçar preguiçosamente os fios longos, jogando eles de lado.

— Tão bonito… — deixei escapar e os olhos distraídos dele se arregalaram um pouco, procurando os meus. Aquele rubor adorável surgiu sobre a cicatriz, seguido do sorriso tímido. Ele não se acostumava a receber elogios, assim como eu. Éramos tão diferentes mas tão parecidos em certas coisas. 

— Você também não é de se jogar fora — Iruka deu um passo em minha direção e baixou minha máscara. — Não vai tirar essas roupas pesadas? 

— Tire-as por mim, Iruka — puxei-o pela cintura e ele passou a mão em meu hitai-ate, o desamarrando para juntar ao dele sobre a bancada. Os dedos foram para meu colete, abrindo cada botão, concentrado o suficiente a ponto de franzir de leve o cenho. O tecido grosso escorregou por meus braços, Iruka o dobrou com cuidado e virou-se para colocá-lo junto ao seu colete. Aproveitei para abraçá-lo por trás e afundar meu nariz em seu cabelo enquanto ele tirava minhas luvas. O cheiro cítrico de seu shampoo ainda estava presente, mesmo depois de um longo dia de caçada aos candidatos à Chunnin.

— Você cheira tão bem — Afastei seu cabelo para beijar a nuca e o moreno suspirou. Minha mão percorreu o abdômen chapado de Iruka, por dentro da camisa azul marinho. — Seu corpo é tão quente, quero sentir esse calor a noite toda — plantei um beijo atrás de sua orelha. 

— Você está mais carinhoso que o normal hoje — ele levou uma mão para trás para acariciar meus cabelos e esfregou a bochecha de leve contra meu rosto.

— É que você é só meu agora. — corri os dedos pelo cós da calça do moreno. 

— Eu sou seu desde… — a voz dele caiu para um tom dolorido de repente. Acontecia sempre que sua mente ia para um lugar sombrio e indesejado do passado.

— Maa, esqueça isso — puxei a gola da camisa dele para beijá-lo no ombro —, vamos para o quarto, quero dedicar todos os meus beijos a você como prometi. 

Iruka virou-se para me beijar e fizemos o caminho da sala até o quarto sem afastar nossos lábios nem por um segundo. Ele pegava fogo fácil demais. Em segundos já éramos apenas mãos e bocas e suspiros e gemidos. Passamos pela porta do quarto e só nos separamos quando o moreno me empurrou para a cama. 

— Uoh! — Iruka sentou sobre mim, ergueu lentamente sua blusa e a prendeu entre os dentes, sorrindo lascivo e rebolando para me deixar duro. As mãos do moreno percorreram minha barriga por baixo da roupa, enquanto seu abdômen contraia a cada movimento sobre mim. Minhas mãos subiram e desceram por suas pernas grossas, enquanto eu o observava montado sobre mim. Era tão excitante vê-lo daquele jeito, tão à vontade comigo. Tão confiante sobre seu corpo. Era lindo.

Já eu estava nervoso, como se nunca tivéssemos feito isso. Meu coração estava esmurrando meu peito. De alguma forma dessa vez parecia diferente. Não era só o desejo de dois homens livres que se desenrolaria em uma boa transa, tinha algo mais. Queria fazer amor com ele. Kami, eu não podia estar mais apaixonado por alguém. 

Me sentei para tirar sua camisa e ele tirou minhas duas blusas de uma vez. Agarrei o moreno e troquei nossas posições, pressionando-o contra o colchão com meu corpo e afundando meu rosto no pescoço dele.

— Kakashi… — ele gemeu e arranhou minha nuca, puxando alguns fios entre seus dedos. 

Beijei a curva entre seu pescoço e ombro e desci minha mão até sua calça, apertando-o. Iruka desceu a mão pelas minhas costas, para apalpar minha bunda por dentro da calça antes de fazer seu caminho pelo cós até ter meu membro meio-duro em sua mão, estimulando-o para que eu ficasse pronto.

Empurrei sua peça de roupa que me impedia de retribuí-lo e passei a espelhar seus movimentos, entrando no mesmo ritmo. Ele se esticou um pouco e capturou meus lábios em um beijo necessitado.

Nossa respiração acelerou, as bocas perderam o controle do beijo e passaram a emitir sussurros e gemidos roucos de prazer. 

— Eu quero você… — ele choramingou se empurrando contra meu toque — por favor. 

— Eu vou… — Me afastei e levantei da cama. 

Tirei a minha calça no caminho até a cômoda e um vento gelado arrepiou minha pele exposta. Vi de soslaio Iruka terminar de se despir e se enfiar debaixo do cobertor, cobrindo sua nudez. 

— Você sempre se esconde nas cobertas. — comentei enquanto deslizava a proteção de silicone sobre mim.

— Fica frio quando você não está por cima. — ele mordeu o lábio inferior, reprimindo um sorriso tímido. De fato as madrugadas em Konoha eram bem frias.

Me enfiei debaixo do cobertor e voltei a me ajoelhar em meio a suas pernas, erguendo o tecido grosso de estampa shinobi em meus ombros, enquanto derramava a quantidade ideal de líquido em meus dedos para prepará-lo. Com movimentos suaves, inseri dois dígitos, um após o outro, enquanto minha mão livre explorava seu membro, tocando toda sua extensão para relaxá-lo. O moreno arfou com os estímulos múltiplos e se remexeu ansioso quando inseri mais um dígito e os abri um pouco para deixá-lo pronto para mim.  Iruka já apertava o lençol com força quando o penetrei lentamente. Peguei sua mão e levei aos lábios para deixar um beijo sobre ela.

— Cruze as pernas em mim, meu bem. — inclinei-me sobre ele, apoiando nossas mãos entrelaçadas no colchão antes de começar a me mover devagar, absorvendo o aperto de estar dentro dele. O cobertor desceu para minhas costas enquanto eu investia lentamente contra Iruka.

— Isso é tão bom… — ele apertou os olhos e os dedos em meu cabelo. Uma perna roçava meu quadril a outra, apoiada no colchão, o empurrava contra mim, acompanhando os movimentos em sincronia. 

Senti gotas de suor brotarem em minha testa conforme a temperatura de nossos corpos aumentava debaixo do cobertor.

— Você é… perfeito. — Beijei sua cicatriz sob o nariz, a bochecha e os lábios febris. O sabor salgado do nosso suor só me excitava mais a cada movimento. Estava entorpecido pelo nosso cheiro misturado e senti Iruka derramar-se entre nós, dizendo meu nome com a voz rouca rente aos meus lábios. A imagem dele se remexendo sobre a mesa mais cedo voltou à minha mente e então agarrei-o para trocarmos de posição.  

— Cavalgue sobre mim, meu bem — apertei suas pernas. — Me deixe sentir seu corpo, me leve com você. 

— Ka-kashi... — Iruka fez exatamente o que lhe pedi. Os quadris se moveram para frente e para trás em um ritmo gradativo, aumentando aos poucos, jogando a cabeça para trás, quando eu atingia o ponto mais prazeroso de seu interior. 

— Vamos, mais rápido Iruka — implorei e seus olhos semicerrados encontraram os meus, apertando o ritmo incansável sobre mim. Suas mãos espalmadas em meu peito, exploravam e puxavam entre os dedos os pelos brancos do local. 

— Iruka… —  Meu coração estava disparado, a respiração ofegante. Aquela vontade quase incontrolável de dizer a ele o que eu sentia de verdade. — Iruka, meu bem… — Senti o orgasmo me atingir e aquelas palavras carregadas de sentimento martelaram minha mente confusa. 

— Ah, Kakashi, eu também amo você — ele se inclinou para me dar um beijo. 

— Você… o que você disse? — eu não disse nada, só pensei, como em todas as vezes. Não foi?

— Você confessou primeiro… — oh, merda. 

— Eu confessei? — merda, merda. O que ele vai pensar de mim? Primeiro o pedido de namoro repentino e agora isso.

— Sim… é recíproco — o moreno sorriu e eu não pude segurar o sorriso idiota que surgiu no meu rosto em resposta.

Depois de limpar nossa bagunça, me joguei ao lado de Iruka na cama.

— O que vão dizer se souberem que Kakashi do Sharingan, o Ninja que Copia, o filho do Canino Branco, o Kakashi-sensei, falou "aquilo" primeiro? — puxei o cobertor sobre nós e me aninhei no moreno. — Como pode um shinobi de elite cuspir seus segredos dessa forma tão inconsciente? Eu sou um perigo para a Folha, contando segredos assim, sem perceber! 

— Oe, oe, quem disse foi meu namorado, não aquele Jounin metido a gênio — Iruka me corrigiu — Foi o Kakashi, só Kakashi — ele correu os dedos em meus cabelos, fazendo carinho como sempre — Meu Kakashi…

— Tem razão — fechei os olhos e o silêncio confortável pairou sobre nós por alguns longos minutos. 

— Mesmo assim, acho que o Kakashi-sensei diria que ama o Iruka-sensei primeiro, sabe?  — o moreno divagou. — Iruka-sensei é bravo, mas é tímido para essas coisas, já o outro é durão mas aposto que tem um coração mole. 

Eu ri baixinho com suas teorias sobre nós mesmos e embarquei no sono, ouvindo as batidas do coração do homem que eu amo. E que me ama. Ama o Kakashi… só Kakashi. Seu Kakashi. 

 


Notas Finais


Espero que tenham gostado dessa mistura de romance e safadeza hehehe.

Beijinhos cítricos, obrigada por ler!


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