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História Seven - Dois olhos, dois ouvidos, uma sobrancelha.


Escrita por: cryomancer

Notas do Autor


Espero que gostem, e até a próxima!

Boa leitura.

Capítulo 24 - Dois olhos, dois ouvidos, uma sobrancelha.


                                                                          Ato I

 

Ino


             — A Ino passou mal, me deixa tirar ela daqui! – Tenten gritou, desesperada.

— Não não, nenhuma de vocês vai sair...

— Que gritaria é essa? – Shikamaru apareceu atrás do amigo, fazendo uma careta ao perceber meu vômito no chão. – Temari? O que vocês...

— Vocês colocaram o Shikamaru nisso também? – ele riu ao perceber a ingenuidade do amigo.

Ingenuidade que também poderia o definir com facilidade há alguns minutos atrás.

Todo o mal-estar que senti se esvaiu, mas a pressão que um simples olhar vindo dele poderia fazer era pior. Pior que qualquer náusea do mundo.

— Me colocar no quê? – Shikamaru questionou, confuso.

— Isso é o que eu vou fazer.

Atrás do Gaara, o dono do prédio olhou muito assustado para dentro da sala. Uma feição enojada tomou seu rosto, e ele encarou Sakura e Karin de maneira odiosa.

— Temari? Karen? O que é isso?

— Meu senhor, é tudo um grande mal-entendido. – Temari se manifestou.

— Não, você não, você. – apontou na direção da Sakura – O que aconteceu aqui, aliás, por que estão aqui, senhoritas?

— Senhor, é tudo um grande mal-entendido. – Karin sorriu, totalmente envergonhada.

— É, ela vai explicar tudo. Eu vou levar a menina doente para outro lugar.

Gaara me olhou, e parecendo mortalmente gentil, veio se aproximando até segurar meu braço e segurar meu braço. Tenten deu um tapa em sua mão, o que fez com que ele a encarasse de maneira nada amigável.

— Ino, levanta. – ele me fitou, sério. – Agora, levanta. Não me obriga a fazer alguma coisa idiota pra te fazer sair daqui. Levanta!

— Não, seu imbecil! Se você tocar nela eu te faço vomitar seu próprio estômago! – Sai gritou, assustando a todos – Quem você pensa que é? Não tem nada contra nós!

— Você que pensa, bichinha!

— Sai, vamos sair daqui. Vamos, agora! – Karin foi o empurrando para fora.

Achei uma ideia ótima. O Sai irritado era pior que o Naruto, Gaara e Kiba juntos.

— Não, eu quero que esse desgraçado repita o que ele disse olhando na minha cara.

— Não vou repetir porra nenhuma! Você pensa que eu sou o Kiba ou o Naruto? Vem aqui se você for homem mesmo, filho da puta!

E o Sai estava prestes a obedecê-lo, isso antes de Shikamaru o empurrar para o lado de fora, o coitado provavelmente não estava entendendo nada.

A Karin saiu correndo, e torci que ela conseguisse manter a calma dele o máximo possível.

Ouvir os gritos do meu amigo lá fora foi péssimo. A Sakura também saiu, e logo ouvi três vozes motivadas a acalmá-lo.

Hinata, Tenten e eu permanecemos lá dentro simplesmente congeladas. Temari ficou observando a situação pelo portal de entrada sem saber o que fazer.

— Ino, acaba logo com isso, vai conversar com ele.  – Hinata foi incisiva – Ele não vai sair daqui enquanto você não disser nada.

— Temari! – Gaara gritou, logo caminhando irritadiço até a prima – Você tá metida nessas loucuras também? Logo você? A “centrada” da família andando com essas malucas e causando estragos na vida de todo mundo?

— Como você pode falar com tanta certeza de algo que nem sabe?!

— Por pouco tempo. E eu juro, eu te juro que sou capaz de ir contar ao seu pai as nojeiras que anda fazendo aqui, e inclusive acabar com o sonho da sua mãe, que era te ver casando de branco, representando toda a pureza que ela é estúpida o suficiente para achar que você ainda tem...

O som do choque da mão dela contra o rosto do rapaz foi o que interrompeu suas ameaças.

Temari nem pestanejou, e aproveitando-se do momento de perplexidade dele, acertou-lhe outro tapa fortíssimo que doeu até em mim. Ela estava chorando enquanto assistia a dor do primo.

— Não confunda as coisas. O meu desafio nem foi pra você, então pare de ser mesquinho e se aproveitar de algo totalmente aleatório para tentar acabar com a minha vida, como queria fazer há tanto tempo! Se você contar algo a minha mãe, eu vou até no inferno para descobrir um podre seu, e quando eu achar, vou acabar com você também.

Ele sorriu, andando até onde eu estava e me levantando do chão sem muita delicadeza. Sua mão manteve-se firme em meu cotovelo, e ele me arrastava como se eu fosse uma boneca, sem o menor cuidado.

Parou diante da prima, ainda chorosa.

— Então vamos nos divertir na próxima reunião de família. Tente não levar o Shikamaru, vai se arrepender.

— ELE É SEU AMIGO!

— E VOCÊ É MINHA PRIMA! MINHA PRIMA, E NEM ISSO BASTOU PARA IMPEDIR ESSAS MALUCAS DE ME ZOAREM MAIS DE UMA VEZ! Então quer saber? Foda-se se ele é meu amigo, ele vai pagar junto com você as consequências de achar que pode pisar em mim e sair ilesa! Então cala a boca, quem sabe assim eu tenho pena de você, Temari!

Ele nem olhou para trás, quando me puxou pelo corredor, mas eu sim, as meninas estavam discutindo arduamente com o dono do prédio.

Bastou que dobrássemos a pequena esquina, e agora com privacidade, ele cruzou os braços e ficou me encarando como se eu houvesse acabado de cometer um crime hediondo.

— Se você me trouxe aqui na ilusão de que eu vá te contar alguma coisa, deve ser desequilibrado.

— Eu ouvi bem a Temari dizer que eu não era o desafio dela, o que me parece lógico, dados os acontecimentos, que eu era o seu. Quem era o dela?

— Ninguém, não foi um desafio em conjunto. Na verdade, eu sou apaixonada por você e a Karin me desafiou a te mostrar os peitos, e bom, eu fiz.

— A pior mentira que ouvi na vida. Olha só, vamos fazer um acordo, você me conta a verdade e eu não acabo o namoro da Temari perante meus tios. O que acha?

— Eu não posso contar a verdade! Se pudesse, já teria dito a décadas!

— E se ficar sendo um segredinho nosso? Só eu e você?

Quanta sedução... que proposta considerável...

— Você nunca faria isso. Do jeito que falou antes, pareceu satisfeito em ter todas nós em suas mãos, pareceu determinado a arruinar nossas vidas. Imagina quantas árvores morreram para você fazer esse papel de trouxa sedutor, hein.

— Na verdade, eu gostei de ter você na minha mão. – ele cruzou os braços, dando um passo a frente – Qual é, eu não sou tão ruim assim. Só quero saber do que fui vítima. Não quer partilhar deste segredo comigo e ainda de brinde salvar o relacionamento da sua amiga?

Ele pôs uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Estava me chantageando da maneira mais doce e irresistível do planeta.

Mas mantive-o afastado, me encontrava em um estado deplorável demais.

— Eu vou te contar a verdade, se é o que deseja saber. Só não se irrite.

 

                                                                       Ato II

 

Sakura

Há algum tempo eu venho me sentindo como um saco.

Um saco que começou vazio. Eu recebi todas as patadas e indelicadezas que tinha direito  para o resto da minha vida em um mês. Depois disso, deixei que alguém que eu estava supostamente usando exercer controle indireto sobre mim.

Era quase absurdo. Ele não fazia ideia do que acontecia.

Entretanto, o último grão de areia foi lançado por Gaara. Meu saco já estava cheio, e eu explodi, graças a ele.

Era impossível saber ao certo se ele usaria aquilo para chegar a outros estágios com a Ino, ou se realmente destruiria tudo. Entretanto, eu não ficaria ali para receber qualquer notícia, seja ela totalmente ruim, ou menos angustiante.

Ele precisava saber. E saberia.

Antes por mim, do que pelo Gaara ou qualquer outra pessoa.

Temari e Shikamaru pareciam presos em uma dimensão própria, uma discussão notável.

Karin, usava todo seu poder de persuasão para tentar iludir o dono do apartamento, que exigia respostas convincentes. Haviam oito pessoas e vômito dentro de uma sala que deveria estar trancada, ele merecia todas as explicações possíveis.

Não só ele.

Acabou que todas nós fomos postas para fora, exceto Temari, cujo namorado insistira em sua permanência, e Ino, que sumiu acompanhada do indigente Gaara.

— Hoje. – eu disse, decisiva – Vamos nos reunir no SMH à noite. Quero acabar de vez com isso, ainda hoje.

Hinata, Sai, Tenten e Karin me olharam assustados, porém, a ruiva sorriu com orgulho.

— Vai ser um prazer.

— Sim, estou doido para saber o que descobriu. – Sai bateu palminhas – Aliás, quando vocês vão...

— Quando vamos raspar sua sobrancelha? Quando o desafio acabar. Se a Sakura contar, ainda hoje você vira monocelha, querido. – Karin respondeu, com um sorriso altivo no rosto – Uma pena, mas esse é o castigo por ter sido frouxo.

— Frouxo? Eu apanhei do Kiba uma vez, e quase me deixaram estéril! Tudo por causa do Desafio, ora, assuma, eu fiz tudo que estava ao meu alcance!

— Fez nada, foi uma frutinha. Eu teria cumprido.

— É, quem sabe no ano que vem.

— É, quem sabe quando a Tenten tomar vergonha na cara!

— Espera, o que eu tenho a ver com isso? Nossa! – Tenten indagou, ultrajada.

— Eu quis fazer uma referência a algo improvável apenas, querida, ignore.

Pela primeira vez, eu não tive paciência para presenciar a infantilidade delas. Não me importava com briguinhas, ou com provocações. Eu estava explodindo, me sentindo ridícula, e a última coisa que precisava era estar nas mãos do Gaara, se a Ino falhasse.

E eu não estava contando com seu sucesso. Na verdade, eu imaginava que ela o contaria a verdade, e ele sairia atirando para Deus e o mundo tudo que havia acontecido.

Se fosse para o Sasuke descobrir, que fosse por mim.

— Preciso ir embora.

Não falei alto, mas todas elas ficaram em silêncio, me fitando com olhares incrédulos.

Karin me encarou, e subitamente, vi todo o afoite em sua expressão facial se transformar em tristeza. Ela entendeu o que estava acontecendo comigo apenas ao me olhar, e eu pedi aos céus que não tentasse me impedir.

— Sakura...

— Hoje a noite, por favor, todas estejam lá. Mas agora eu preciso ir embora, sozinha, e por favor, não tentem me impedir, isso vai me deixar zangada.

— Sakura, mas... nós precisamos conversar com o dono do prédio, ou...

— Você é a Karin, pode fazer isso, não precisa de mim. Nos vemos de noite.

Sai, Tenten e Hinata me olhavam confusos. Ouvi os resmungos insatisfeitos, mas não dei a menor atenção a eles. A verdade é que nem se meus pais aparecessem mudaria alguma coisa.

Tudo continuaria aquela merda na qual eu estava diretamente inserida.

Era irreversível, e eu me preparei para as consequências quando dei as costas a tudo e fui em direção a saída.

— Não faça nada do qual vai se arrepender depois. – foi a última coisa que Karin disse.

Era engraçado.

Se eu houvesse pensado nesta frase antes, as coisas seriam bem diferentes.

— Eu já fiz.

Tudo me pareceu tão sem sentido quando saí. Eu percebi que estava sozinha, não importava o quanto cada uma delas insistisse que estávamos juntas.

Mas agora eu tinha aquele problema, teria que o resolver sozinha, e provavelmente também ficaria sozinha depois que o fizesse.

Passei por uma praça, e andei alguns quilômetros até que enfim chegasse a um ponto com táxis, e a esta altura, minhas pernas já estavam doendo e eu estava suando. Eu dei o endereço e pedi desesperadamente que ligasse o ar-condicionado.

A Karin não era nenhuma idiota, ela tinha plena consciência, ou pelo menos desconfianças bem certeiras do que eu pretendia fazer. E mesmo vários minutos depois que fui embora, recebi vários torpedos desesperados.

“Sakura, por favor, a gente vai dar um jeito. Não faça nada insano.”

“Sakura, eu quero muito que você negue minhas suspeitas e me deixe mais tranquila. Você me diria se estivesse atravessando a cidade para ir até o Sasuke e estragar tudo, não diria?”

“SAKURA! Você não pode fazer isso, entendeu? Por favor, vai pra sua casa, eu te encontro lá.”

Era impossível não chorar com todo aquele peso em minhas costas.

Por um momento, me senti uma estúpida. Em outro, desejei voltar para casa e me embrenhar no mato junto com meu pai até que me perdesse de vez. Seria ótimo.

Talvez eu pudesse viver outra vida, mudar os contatos, os amigos, os lugares os quais compareço. Haviam dezenas de outras universidades, e eu havia acabado de chegar ao segundo período, então não perderia muita coisa.

Era otimista demais pensar assim, na situação em que me encontrava.

E eu fui honesta e respondi “não” quando o taxista me olhou pelo retrovisor e perguntou se tudo estava bem. Tudo estava indo de mal a pior.

Quando ele estacionou na frente do condomínio, fiz o pagamento e pedi que telefonassem para a casa do Naruto e dessem o meu nome. O homem na cabine passou uns dez minutos ligando, e eu imaginei que estivessem, os dois, dormindo.  

Só que, surpreendentemente, quem autorizou minha entrada não foi o Naruto, e sim o próprio Sasuke.

Entretanto, não foi ele que me atendeu, e sim uma empregada que eu não conhecia.

E subi cada degrau pensando se fazer aquilo era o certo.

Eu poderia fazer surgir dinheiro por meio de magia e manter o Gaara calado, mas infelizmente, não seria possível. E não achei que seria justo importunar o homem que havia se desfeito de uma fortuna para manter sua filha longe do namoradinho marginal.

Obviamente não havia funcionado, e meu pai não precisaria saber.

Naruto passou por mim, eu poderia compará-lo tranquilamente a um zumbi. Ele sequer falou comigo, aliás, pareceu nem ter me reconhecido.

Antes mesmo que eu pudesse bater na porta do Sasuke, o loiro despencou pelas escadas e saiu rolando de uma maneira que me fez sentir pena.

Sonambulismo?

— Minha nossa senhora mãe do nosso senhor Jesus Cristo, pai nosso que estás no céu seja amado! Senhor Naruto, tudo bem?! – a governanta gritou, em desespero.

Dei alguns passos até o primeiro degrau, e vi que o Naruto, aos poucos, estava levantando-se.

Aparentemente aquela escada era atrativa, Karin fraturou o pulso ao se jogar dela, meses antes.

E quando eu achava que não havia nada mais que eu pudesse descobrir, vinha o destino e me surpreendia.

— Merda! – Sasuke praguejou, segurando o corrimão, ao meu lado – Porra, eu avisei para trancar a porta do quarto dele por fora!

— Desculpe, senhor Sasuke, eu esqueci.

— Que saudade da Mona. Droga! Naruto? NARUTO?!

— O QUE É, DESGRAÇADO? – ele gritou, sentando-se no chão com as duas mãos na cabeça.

— Tudo bem?

— Acho que quebrei a coluna, cara. Tá doendo muito.

— Se houvesse quebrado a coluna, estaria mais mole que um marshmallow. Vamos, levanta daí.

— Valeu pela ajuda, Sasuke, com um amigo como você, o Kiba não é nada!

— Isso é porque nunca brigou comigo. Eu quebraria seu pescoço.

— Acho que essa escada já fez isso por você. Nossa. – ele massageou a nuca.

Naruto estava deplorável.

A mulher correu para ajudá-lo a ficar de pé.

Sasuke foi praguejando sobre descontar do salário dela até a porta de seu quarto.

— Cadê a Mona?

— Recesso para ter o bebê. Pela lei, nós não podemos demiti-la, e mesmo assim devemos pagar o salário nos próximos três meses sem que ela compareça ao trabalho. Então estamos pagando a incompetente que você viu lá embaixo e a saudosa que foi ter o filho. Droga.

— Eu pensava que ela era apenas rechonchuda.

— Não, estava grávida.

Quando entrei em seu quarto, fui arrebatada por centenas de memórias.

Ele se sentou na cama, estava escrevendo alguma coisa. Quando percebeu que fiquei de pé, me encarou com estranheza.

— Não vai sentar?

Suspirei, acomodando-me próxima aos seus pés. Ele continuou escrevendo, e olhei ao redor, pensando em como eu deveria começar, aliás, se é que deveria fazer aquilo.

Talvez eu estivesse metendo os pés pelas mãos.

Tudo estava indo tão bem, e eu decidi estragar. Talvez eu não tivesse aquele direito.

 — O que está escrevendo? – perguntei, observando-o folhear dezenas de folhas.

— Um discurso.

— Como assim, um discurso, pra quê?

— Fui convencido. Voltamos aos shows nas sextas. Tenho cinco dias para escrever um resumo do que o Deidara deve falar àquelas pessoas, para que na próxima sexta eu o veja ignorar tudo que escrevi e improvisar algo idiota para mencionar alguma frase do John Lennon e achar que vai causar impacto. – ele bufou, fungando em seguida – Eu terminei sua música.

— Eu pedi que não terminasse, por que fez isso?

Precisei olhar para o lado oposto. Se fosse para chorar, eu preferia que ele não visse aquilo.

Tudo já era tão naturalmente complicado, e ele, mesmo sendo completamente inocente, estava tornando ainda mais difícil.

— Porque você pediu, então eu decido se vou cumprir ou não. Fala sério, Sakura, é apenas uma composição. Eu esperava que você fosse agir de todas as maneiras no mundo, menos essa. Até que apertasse minhas bochechas e gritasse o quanto eu sou “fofinho” e romântico, e sinceramente, teria sido bem melhor do que isso.

— Desculpa. Sério, desculpa mesmo.

— Tudo bem. – ele não pareceu muito convencido – Você vai, na sexta?

— Provavelmente não, Sasuke.

— Por quê? – ele uniu as sobrancelhas.

Deixou os papeis, e sentou-se ao meu lado.

Não havia mais nenhuma indecisão se eu já havia tido um dia tão ruim quanto aquele na minha vida. Um momento, na verdade. Ele estava me encarando, tão perto, e eu não me sentia boa o bastante sequer para dar um último beijo.

Eu queria tanto...

— Sakura? O que aconteceu? Você está... chorando?

Hesitantemente, ele passou o braço por meus ombros. Ficou em silêncio, e eu chorei como uma criança durante minutos, sem que ele dissesse nada, só me abraçasse durante todo o tempo.

Eu já havia o xingado tanto. Desejei que coisas absurdas acontecessem com ele, o julguei sem saber pelo que havia passado, e achei que fosse apenas um cara bonito, sem nada realmente especial por dentro. Mas o que ele tinha de especial, estava justamente lá. Dentro dele. Suas ações, a maneira como estava me deixando à vontade para chorar mesmo quando estava curioso para saber o motivo.

E Sasuke havia me respeitado durante todo o tempo. Eu estava drogada quando ele me trouxe para casa, ele era um cara desprovido de paciência e eu provavelmente o irritara ao máximo, mas mesmo assim, ele havia me dado a melhor noite da minha vida, depois.

E foi uma vítima esse tempo inteiro, junto de todos os outros.

Honestamente, eu não achei que aquela simples brincadeira fosse tomar as proporções que tomou. Haviam pessoas machucadas, e outras ficariam também, brevemente. A mais importante delas.

Não importava quantas risadas ele pudesse ter nos trazido, aquele Desafio fez com que eu o conhecesse, e ao mesmo tempo havia causado este momento. A hora em que eu revelo toda a verdade e recebo sua ira. Seria assim.

E eu deveria suportar sabendo, como ele suportou, sem saber de nada.

— Sasuke, nós não nos conhecemos por acaso. Eu não estou aqui agora por acaso. Aliás, nada do que aconteceu nos últimos meses foi mera obra do destino. Eu planejei tudo, ou pelo menos a grande maioria...

— O que?

— O suco de uva na sua camisa. A queda da Karin na escada, as baquetas, o show que a Tenten deu no palco de vocês, o jantar russo que quase matou o Naruto, a briga no camarote. Todas as coisas que puder pensar, e que agora eu me sinto péssima o suficiente para nem recordar.

— Você manchou minha camisa de propósito?

Maneei a cabeça positivamente, pensando em como de todas as coisas  que mencionei, ele escolhera a camisa para dar atenção.

Seria engraçado, se não fosse uma desgraça.

E funguei como uma criancinha, recebendo um olhar assustado e confuso.

— Quando eu cheguei aqui, eu queria, mais do que tudo, ter amigos. Mas para me enturmar com as meninas, eu acabei participando de um joguinho estúpido delas. Era minha iniciação, me submeter a um Desafio. Eu não fui obrigada, eu aceitei ser parte dele, porque eu achei que seria legal, que ele poderia me levar a conhecer outras pessoas, que pudesse ser, acima de tudo, divertido. E foi, até certo ponto. Eu adorei dar um tapa na sua cara, eu adorei acordar você com socos e unhas afiadas, adorei ser amiga delas e me sentir incluída, me sentir parte de alguma coisa. Mas deixou de ser divertido quando eu percebi que estava me apaixonando pelo "meu" Desafio.

Sua expressão facial se fechou instantaneamente. Ele havia entendido.

E a partir dali, tudo seria um completo caos, não importava o quanto eu o amasse.

— Eu sou a número sete. Tudo começou com a Tenten, e tudo acaba comigo. Eu vou dar um fim a tudo, mas achei que deveria ser justa com você, eu não conseguiria viver com isso. Por mais que pudesse ser mágico passar tempo com você e te conhecer melhor, eu adoraria. Do fundo do coração, eu daria tudo para não precisar estar fazendo isso agora. Mas preciso... e tudo, Sasuke, tudo foi parte de um Desafio,  ou pelo menos, quase tudo.

— Incrível...

— Me deixa terminar. O show da Tenten no palco de vocês, o jantar, as comidas grotescas da Hinata, a trança no cabelo do Neji, tudo foi um desafio. Nós envolvemos vocês nisso sem que soubessem, e não foi só vocês, o Kiba, o Gaara e o Shikamaru também. Aliás, as duas brigas entre o  Naruto e o  Kiba foram causadas, mesmo que sem intenção por nós. O Sai deveria fazer com que Kiba parasse de sentir inveja do Naruto e fizesse as pazes com ele, a Temari teria que passar uma noite inteira acordada com o Shikamaru, e a Ino deveria colocar um sorriso no rosto do Gaara. – parei de falar, pegando fôlego o suficiente, enquanto via a feição simplesmente abismada em seu rosto. Foi péssimo. – E para quem não pudesse completar, haveria uma punição. Haverá, aliás. O Desafio acaba hoje à noite.

— E eu fui seu Desafio... – refletiu, em tom baixo. – O que você deveria, ou deve fazer comigo, Sakura?

— Descobrir um segredo seu e compartilhar com as meninas, depois ser abraçada por livre e espontânea vontade. Esse é o meu Desafio.

Ele ficou em silêncio. Maneou a cabeça positivamente alguns segundos, parecendo digerir a situação com calma, e me presenteou com seu silêncio durante um tempo. Tempo demais, até.

— Você merecia parabéns, Sakura. Sabe, quem quer que diga que eu sou frio, deveria conhecer você. Você foi fantástica, preciso assumir, até impecável. Eu achei que tinha algum efeito sobre você, achei que combinava comigo, mas a verdade é que nem eu posso ser tão nojento e calculista assim, meus parabéns. Você foi perfeita. Perfeita em entrar na minha vida subitamente, fazer com que eu me apegasse a você, te contasse coisas sobre mim que nunca contei a ninguém. Você foi perfeita nisso. Perfeita na sua atuação de garota imatura, cativante. Eu preciso assumir que conseguiu, conseguiu cumprir seu Desafio e agora pode ir lá e contar para as suas amigas o que sabe. O mérito é seu. Mas eu não vou esquecer que fui usado, e se eu pudesse, escolheria nunca mais olhar pra você o resto da minha vida. Você foi nojenta. Me fez pensar que poderia fazer algum mal pra você, mas é uma surpresa saber a reviravolta que acabou de dar, Sakura. Eu estou saindo magoado nisso, você não faz ideia do quanto...

— Tudo saiu de controle, Sasuke! Eu não queria me apaixonar, mas não adiantou de nada as coisas que eu queria! Eu me senti sufocada por isso, você não tem ideia! Eu não te usei! Eu me apaixonei por você, e eu te amo. Do fundo do coração, eu me sinto tão mal com isso, que morrer agora não faria a menor diferença!

— Cala a boca!

— Você está escondendo uma coisa do Naruto há anos! Eu poderia ter escondido isso de você e tudo poderia ter continuado normal! Mas eu escolhi ser honesta. Eu escolhi ser honesta com você, e espero que dê o devido valor a isso.

— Está se ouvindo? Você tá trazendo um problema meu e do Naruto para um assunto que não tem nada a ver com isso!

— Não, eu não quero comparar, porque são duas coisas graves, porém diferentes! Mas eu estou dizendo que você sabe, e sua decisão quanto a isso pode nos afetar diretamente como a do Naruto afetaria a amizade de vocês, e você escolheu não contar, eu escolhi ser sincera!

— E como exatamente isso torna tudo diferente?

— Não torna em nada! O que eu fiz continua sendo ruim, e você tem todo direito de ficar zangado com isso...!

— Que bom. Que bom que você está me dando permissão a ficar com raiva de alguém que pretende me expor para as amiguinhas. Olha, quer saber? Vai embora. Eu não quero olhar pra você.

— Sasuke, mas eu preciso saber se...

— VAI EMBORA! – ele segurou meus ombros com força. Olhando profundamente em meus olhos, eu vi suas pupilas dilatarem, vi o quanto ele estava nervoso. Machucado. – Vai embora. Sai daqui, por favor, sai daqui.

— A-acabou tudo?

Não era o momento mais adequado, mas me parabenizei pela coragem, e sobretudo pelo esforço que fiz para conseguir dizer aquilo. Dizer o que mais me afligia, e para isso, falar. Falar, algo que estava sendo particularmente difícil.

— Acabar o quê, Sakura? Não tinha nada! Você não deixou ter nada! Sai daqui, sai da minha casa!

Eu poderia contrariá-lo? Ele estava coberto de razão.

Mesmo assim, não foi o suficiente para evitar que eu tivesse meu momento exclusivo de penúria e depressão.

Ele fechou a porta com tanta força que Naruto veio correndo, parando ao pé das escadas para ver o que havia acontecido. Ele estava com um pacote de gelo na nuca, e assistiu a descida de degraus mais dramática de todos os tempos.

O drama era merecido. Eu estava simplesmente acabada, nunca havia chorado tão explicitamente na frente de alguém em toda a minha vida.

— Sakura...?

 

                                                                            (...)


                                                                                        Ato III


             Karin

A pior coisa da Sakura morar sozinha, era que ela fazia e desfazia fora do meu radar.

Por exemplo, ela havia marcado um encontro para a noite no SMH, e todas nós estávamos lá para descobrir as maravilhas do tapado neozelandês, e ela estava atrasada.

Sai estava na frente do espelho alisando as sobrancelhas. Fez um drama imenso, estava chorando, tirando algumas fotos de recordação para guardar.

— Já decidi, vou fazer uma micro pigmentação das boas e torcer para meu chefe encubado não perceber! Será que funciona? – ele gritou, aflito.

Ino e Tenten estavam ao seu lado como duas ninfas, o consolando e dizendo as besteiras que ele queria ouvir.

Como por exemplo:

“Você vai continuar bonito sem uma sobrancelha.”

“Poderia tirar as duas e ficar com um ar misterioso”

“A Karin não vai se importar com isso, e é dela a única opinião que deveria te importar.”

“Você é bem-dotado. Quem liga para sobrancelhas quando o ouro está dentro das calças?”

Eu seria uma das que estaria o infernizando se a Sakura não estivesse tão atrasada, especialmente depois da saída digna de James Bond que mostrara hoje. E sumiu o resto da tarde, não havia respondido meus torpedos ou ligações.

Eu deveria estar curtindo o momento e passando na cara do Sai que não havia cumprido seu Desafio, e eu ficado com o Neji, feito um rastafári em seu cabelo e de quebra jogado licor nele.

Foi uma tríade incrível, aquele DAV ficaria na memória.

Porém, lá estava eu vendo os ponteiros do relógio em meu pulso, sentindo as lentes de contato incomodarem e esperando a Sakura.

Hoje cedo, o segurança gordo chegou e eu coloquei a culpa nele. Afinal, eu tinha um molho repleto de chaves do prédio do cara (que nos enxotou a chutes, literalmente, depois), então não foi muito difícil para ele acreditar que foi seu funcionário energético e ativo que havia me dado, em troca de dinheiro.

Me senti mal por derrubar um inocente, mas são ossos do ofício.

Fora o vômito na sala. Depois que o irlandês imbecil chutou as pernas do Sai quando nos expulsou, eu agradeci a Ino por ter providenciado aquela "arte natural" no chão.

Isso quando ela voltou, passou um tempão conversando com o Gaara e depois retornou jurando que tudo já estava de vento em popa. Eu não confiava muito, mas quando aquele imbecil chegou com um sorrisinho no rosto e de quebra acenou para nós, quando estávamos indo embora, me senti, de certo modo confortável.

— Ino, o Sai não merece mimos e atenção, ele é desistente. – resmunguei, desviando a atenção até o trio posicionado em frente ao espelho.

— Nossa, amor, jura que você era louca por mim esse tempo inteiro? – Sai questionou, sarcástico.

— Sim, querido, eu te amo. Mas não vamos nos esquecer que você brochou quando eu estava toda soltinha e louca por você. Meninas, acreditam que ele sequer mentiu pra tentar me confortar? Eu lidei muito bem com a brocha, mas perguntei “Sai, querido, você acha que eu não sou atraente o bastante?” e ele me olhou nos olhos e respondeu “Ká, desculpa, mas essa sua langerie é da coleção da temporada passada e eu não pude deixar de notar.”

Temari e Hinata estavam sentadas no sofá e começaram a rir de mim.

— Você acabou de expor nossa intimidade sexual, Karin!

— QUE INTIMIDADE SEXUAL, MEU ANJO? VOCÊ NÃO ME COMEU AINDA!

— E eu pensando que odiasse ser tratada como objeto ou comida, Karin, ótimo, muito bom saber disso!

— E odeio! Mas foi força do hábito, imbecil! E é verdade, seu brocha!

— Viu só? O Shikamaru nunca teve esse problema... – Temari comentou, com um tom de voz maléfico.

— Cala a boca, cleputamaníaca! O Shikamaru é tão preguiçoso que deve dormir no ato!

— Só aconteceu uma vez, tá?

Antes que eu pudesse apontar o dedo e rir até não aguentar mais, a Sakura abriu a porta.

E bastou que se fizesse presente, todo o clima descontraído sumiu, e todas nós assumimos a áurea pesada que ela emanava.

— Sakura, tudo bem?

Ela se virou para me olhar, e tenho dúvidas se vi alguém tão desgastado daquela maneira em toda minha vida. Fora o curativo adesivo em sua sobrancelha esquerda.

Ela deixou a bolsa sobre a mesa e se sentou no chão.

Instantaneamente, todas correram para se sentar perto dela.

Ficou aquele silêncio enorme no lugar. Até os grilos de fora podiam ser ouvidos.

Sakura, por outro lado, ficou encarando o chão, calada. As meninas ficaram se entreolhando sem saber ao certo o que havia acontecido, mas eu sabia exatamente o que ela havia feito.

E senti vontade de chorar simplesmente por olhar para ela.

— Sakura, você...

— Não vou cumprir o desafio. Eu fiz em casa, pra facilitar tudo. – ela puxou o curativo, mostrando-nos o espaço livre acima de seu olho esquerdo. – Eu também desisto.

Foi uma comoção total.

Levei a mão a boca sem conseguir acreditar.

Olhando ao redor, vi todas as meninas incrédulas. Eu também não estava conseguindo associar tudo bem.

Ela colocou o curativo outra vez, e ficou em silêncio.

Eu estava esperando ansiosamente que aquela noite chegasse, e agora descobria que ela havia preferido raspar a própria sobrancelha ao invés de nos revelar um segredo dele.

— Sa-Sakura... por que você...

— Porque eu amo o Sasuke. Porque vocês, ou eu, não temos nada a ver com a vida dele, e não seria justo. Por isso.

— Então quer dizer que... você não sabe?

— Eu sei, eu consegui descobrir, mas escolhi não contar e já estou sofrendo as consequências por isso. Definitivamente, sim. Fui fiel ao desafio até o fim, meus parabéns a quem conseguiu.

Não soube bem explicar o que eu senti naquele momento. Eu estava triste, decepcionada e zangada, mas ao mesmo tempo, de alguma maneira, eu a entendia.

Mesmo que odiasse o Sasuke e odiasse que os dois estivessem juntos, realidade que eu não sabia mais se perdurava, mas eu continuava não concordando com o relacionamento, e a jurar como estava apática e amarga, esperei pelo pior.

Entretanto, dada a situação, tudo o que restava era o Sai.

A mão dele estava tremendo.

Se até a Sakura já havia pagado, ele era o próximo.

— Vocês vão fazer com uma navalha? – questionou, temeroso.

— Pensei em creme depilatório. – respondi, vendo-o arregalar os olhos.

— NÃO! Sakura, o que você usou?

— Usei uma navalha, Sai.

— MAS GENTE, EU TENHO UM CONTRATO! – ele gritou, puxando os cabelos – E eu tenho minha beleza! Não quero ficar cotó de sobrancelha!

— Sim, antes de você assinar um contrato com seu chefe encubado, você tinha um com a gente, e vai raspar a sobrancelha querendo ou não! – bradei – Meninas, prendam ele, vou sentir o maior prazer em raspar eu mesma!

— KARIN, SE VOCÊ ME AMAR NÃO FAÇA ISSO!

— Eu te amo, e vou fazer isso.

Temari segurou seus cabelos entre os dedos, Ino segurou um braço, Tenten outro, e Hinata agarrou suas pernas, resistindo a seus protestos desesperados e esperneios.

Ele gritou até ficar rouco.

Ignorei um pouco a tensão que vinha da Sakura e me sentei em seu colo, segurando o queixo dele.

— PORRA, SAI, FOI UM ACORDO! PARA DE MEXER O ROSTO!

— Eu sou um cafajeste, se eu não tiver minha beleza, não tenho mais nada!

— CALA A BOCA, MALDITO! – Temari gritou, puxando-o pelos cabelos para trás.

Segurei seu queixo com a mão esquerda, e com a direita, fui passando o barbeador pela sobrancelha esquerda dele. Só que eu tremi de tanto rir e minha mão passou direto, causando um pequeno corte que o fez soltar um grito agudo.

Ele começou a espernear, e a Hinata soltou as pernas dele em meio a gargalhadas.

Me senti em cima de um touro mecânico, ele se mexia demais e eu acabei rolando para trás.

— MALDITO! Não adianta mais, Sai, eu já raspei essa droga!

 — VOCÊS ACABARAM COM A MINHA VIDA, SUAS DESALMADAS!

— Cabelo e sobrancelha são que nem grama, idiota, crescem! Só você que não cresceu ainda! – Temari gritou.

Eles dois rolaram no chão, mas olhando ao redor, não pude ver a Sakura, e ao invés de ficar e ajudar a separar a brincadeira dos dois, entrei em pânico por achar que ela havia ido embora sem ao menos conversar comigo.

E caminhei pelo corredor, procurando-a nos quartos ou nos banheiros. Sakura não estava lá.

Senti um aperto no peito e saí do apartamento, passando até o lado de fora do prédio.

A Sakura estava de pé na calçada, com os braços cruzados, tão distraída que sequer me deu atenção quando apareci ao seu lado.

— Saky... tudo bem?

— Não. – ela mordeu o lábio, maneando a cabeça em negativa.

— Você contou a ele, não contou?

Não foi bem necessária uma resposta. Ela começou a fungar, e eu soube que iria começar a chorar. Me senti tão mal por aquilo que sequer pude ficar zangada com ela.

A Ino deu todos os indícios de que havia contado a verdade ao Gaara, mas o Sasuke ter conhecimento de tudo era outra história. Ele tinha contato com Naruto, Neji e Deidara, poderia dar uma de louco e contar tudo aos três.

Ela estava segurando o celular na mão esquerda, e mesmo chorando, deu um jeito de ficar observando o visor sem sequer piscar.

A abracei, e ela deitou a cabeça em meu ombro.

Havia uma foto em seu aparelho. Ela e o Sasuke estavam juntos, com uma praia de fundo. Ele parecia sério e introspectivo como sempre, com as mãos nos bolsos enquanto ela estava agarrada ao seu braço e sorria para a câmera.

Bom, eu não me recordava daquela fotografia.

— De quando foi essa foto?

— Quando meus pais vieram... fomos ao píer de... – sua respiração entrecortou diversas vezes, e ela começou a chorar dolorosamente – Santa Mônica. Foi... aquele foi o melhor dia da minha vida, apesar de tudo.

— Sakura... olha... vai passar. Você não gosta dele, isso é passageiro, você se afeiçoou a ele, só isso, mas agora que o Desafio acabou, vocês vão se afastar e tudo vai ser como antes.

— Eu adoraria. Mas não é assim, Karin, eu gosto tanto dele que dói. Está doendo, e ele nunca vai me perdoar por isso! Nunca...

— Você sabe que... eu odeio o Sasuke, e eu também odeio o fato de que você tenha exposto nosso Desafio a ele, mas... eu te amo, Saky. Você é minha melhor amiga, e por você, eu sou capaz de passar por cima de tudo.

— Co-como assim?

— Eu comecei isso. Eu te puxei para o Desafio. Eu vou terminar.

— Karin, eu não quero que você faça nada!

— Tarde demais, Sakura. Vai ficar tudo bem, eu vou te ajudar! Você sabe que eu sempre consigo o que eu quero. 

 


Notas Finais


Até a próxima.


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