Quando tinha oito anos de idade, Severus Prince Snape morava com sua mãe nascida bruxa e seu pai, que era um trouxa, um ser desprovido de qualquer tipo de magia ou envolvimento com o mundo mágico. Apesar de seu pai saber que ela era uma bruxa muito poderosa, ele não aceitava aquela condição da companheira que demorou a revelar a ele os seus dons e habilidades. Sem muito contestar por estar apaixonada por ele, havia desistido da magia para permanecer ao lado do futuro marido. Eles viviam em um relacionamento abusivo que só piorava gradativamente, principalmente desde o nascimento de Severo.
Seu pai começou a apresentar mudanças no comportamento ao perceber que haviam grandes chances de que o menino, ainda bebê, poderia ter herdado a magia pura e tão forte de sua mãe, Eileen Prince. Seu pai, Tobias Snape destratava cada vez mais a mãe do menino por ter colocado mais uma " aberração " no mundo. Nem mesmo ela sabia que a magia se manifestaria tão cedo em Severo. Tinha esperança de protegê-lo até que pudesse ir para Hogwarts em busca de uma vida melhor e mais digna. Assim iniciaram-se longos anos de um casamento desgastante e repleto de agressividade, onde o pai de Severo Snape fazia questão de eliminar qualquer ferramenta que ligasse ambos ao mundo mágico.
A varinha da mãe fora quebrada e atirada ao fogo, bem como seus livros e qualquer material onde houvesse conteúdo sobre magia. Severo cresceu em um ambiente completamente hostil, muitas vezes alvo de agressões físicas e verbais constantes vindas de seu pai. Eles eram miseráveis. Viviam em uma casa pequena, úmida e com baixa iluminação na Rua da Fiação. Uma péssima localização. Era uma das várias ruas repleta de casas muito semelhantes, de tijolos aparentes e postes de luz danificados, situada perto de um rio sujo e de uma fábrica abandonada, localizada em cokeworth.
Muitas vezes a mãe de Severo o protegia das agressões e tomava todo o sofrimento que podia para evitar que o menino que era tão magro e frágil se ferisse gravemente, mas houve um tempo em que aquilo já não era mais o suficiente para impedir que ele chegasse até o menino. Seu pai o repudiava. Parecia sentir ódio de seu filho e não se preocupava em conter as palavras para humilhar Severo, negando até mesmo parentesco com ele. Um ódio alimentado por anos. Por conta da situação que enfrentava em casa, a ausência de afeto, de comunicação e envolvimento, Severo era uma criança muito cética, anti social e tinha muita dificuldade para fazer amizades ou se comportar normalmente em qualquer tipo de ambiente.
O semblante era sempre sério e o olhar desconfiado, quando não, completamente inexpressivo. Severo passava a maior parte do tempo que conseguia na rua, visitando as mais diversas bibliotecas públicas que haviam na cidade e lugares silenciosos. Era um menino excepcionalmente inteligente, curioso, centrado, capaz de aprender instantaneamente, memorizar informações automaticamente e era perdidamente apaixonado por leitura. A única coisa que sua mãe havia ensinado, já que seu pai impedia que fosse à escola.
Quando completou nove anos de idade, o pequeno Severo recebeu um presente que não imaginava que receberia antes de completar onze, e não era uma carta de Hogwarts. Era uma amiga. Em um certo dia durante um tempo nublado e acizentado na Rua da Fiação, mais uma briga acontecia. As discussões entre seus pais eram diárias, seu pai estava sempre bêbado e sua mãe se recusava a abandonar o marido de uma vez por todas, então ele se tornava agressivo e a machucava durante as discussões. Em uma dessas, Severo tentou proteger a mãe, mesmo sendo tão pequeno e sem saber exatamente como se defender. Seu pai o empurrou com tanta força que lhe faltou fôlego quando atingiu o chão e sua mãe pediu inúmeras vezes e em prantos, para que ele saísse de casa. Assim ele o fez. Como um covarde. Não havia nada que o deixasse mais triste e fragilizado do que ver sua mãe em uma situação humilhante como aquela. Ele correu com todas as forças e sem qualquer rumo, apenas desejando que tudo ficasse para trás e não tivesse que voltar. Tão abalado emocionalmente que não notou que estava sendo seguido. Enquanto chorava em um canto escuro qualquer por entre os becos do bairro que conhecia bem, abraçou as pernas e tentou fingir deixar de existir, afim de imaginar que aquela dor também terminaria, mas não foi o que aconteceu. Ele nunca se sentiu tão vivo apesar da dor. Recebeu um toque carinhoso inesperado nos cabelos que pensou que poderia ser sua mãe, mas quando se deu conta de que era uma garota muito bonita, seu corpo reagiu se desequilibrando. Não poderia parecer mais patético naquele momento, e amaldiçoava a si mesmo pela vergonha que sentia. Tentou se levantar desesperadamente, mas sem sucesso, teve uma ajuda consideravelmente bruta partindo da garota. Ela parecia ser mais velha. Era bem mais forte do que ele e parecia ser alguém da realeza. Tentava ajeitar as roupas sujas de lama e quando menos esperava, se deparou com uma fonte de luz que não lhe era desconhecida. Um foco de luz cegante, concentrado, capaz de iluminar todo o ambiente partia do dígito indicador dela. Severo estava diante de uma verdadeira jovem bruxa; Ele arregalou os olhos e sorriu de orelha a orelha com as lágrimas ainda marcando seu rosto pálido. Para tentar surpreende-la e garantir uma amizade logo no primeiro momento em uma atitude irracional, disse que era capaz de fazer o mesmo e provou, tendo que trazer a tona, a varinha que escondia embaixo do casaco. Pôde ver o sorriso dela pela primeira vez. Seu sorriso era doce, mas ao mesmo tempo, muito travesso. Tentou agradecer pela ajuda, mas ela o interrompeu perguntando seu nome. " Severo Prince Snape " Foi tudo o que conseguiu dizer, afinal, estava constrangido e ao mesmo tempo muito feliz. Sem palavras e muito agradecido pela atenção que havia recebido. Tudo o que mais desejava era conhecer alguém que era como ele além de sua mãe.
Antes mesmo que pudesse perguntar seu nome, sentiu uma leve tontura e um enjôo que o obrigou a cerrar os olhos, até que quando se deu conta, estava em um lugar completamente diferente e as mãos alvas e magras estavam sob seus ombros. Ele havia aparatado pela primeira vez e com ela. Seu coração estava acelerado como nunca esteve antes. Tinha partido de um extremo para o outro. Da tristeza para a felicidade. Ela realmente era uma bruxa. Ela correu infantil e saltitante com uma ansiedade aparente, permitindo que seus longos cabelos pretos, azulados e sedosos se movimentassem suavemente à cada impulso dela ao desviar dos objetos pelo caminho. Snape parecia estar em outra dimensão. Era uma enorme mansão antiga e repleta de detalhes preciosos que remetiam à aristocracia. Em seu quarto, ainda surpreso em passos tímidos e incertos conheceu Narcisa, outra bruxa de sangue puro e irmã de Bellatrix. Os três deram início a uma amizade que duraria por anos. Aquele foi considerado por muito tempo o dia mais feliz de sua vida. Desde o primeiro contato, eles não deixaram nada e ninguém os separar. Eles sempre estavam juntos, lendo juntos, conhecendo lugares juntos, brincando juntos e estudando juntos. Agora ele era o companheiro de aventuras dela, uma vez que suas irmãs eram delicadas e comportadas demais para fazer qualquer coisa arriscada ou rebelde, além da permissão dos pais. Bella convidava Snape para dormir em sua casa com frequência e o assunto favorito de ambos era magia, mais especificamente, poções. A bruxa ainda tão nova foi a responsável por ensinar muitas coisas à Severo, incluindo técnicas muito avançadas que muitas vezes ele mal conseguia acompanhar, mas se esforçava até conseguir realizar cada uma das habilidades dela. Em seu aniversário de onze anos, teve a primeira comemoração da data na mansão Black. Toda a família Black o recebeu muito bem, pois acreditavam que o menino era de puro sangue, mas era órfão. Ele mentiu ao dizer que seus pais estavam mortos, instruído por Bellatrix. Snape sentia-se em casa e recebia inúmeros presentes do casal que parecia ter um apreço muito grande pelo menino e seu potencial. Mesmo sem se importar muito com festas, seu aniversário se tornou uma data especial pelo esforço que a melhor amiga havia feito para presentear, organizar o local e fazer um bolo. Naquele mesmo dia ganhou uma câmera de fotografias que se mexiam de seu novo melhor amigo Lucius Malfoy. Bellatrix, Narcisa, Lucius e Snape eram melhores amigos e estavam ansiosos para completarem doze anos de idade para finalmente ingressar na escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Com passar do tempo, como vivia sempre longe de casa e raramente visitava sua mãe para suprir suas necessidades, Severo procurava parques e lugares confortáveis para ler e se abrigar, mesmo quando chovia muito, ele se recusava a voltar para casa até que seu pai já estivesse dormindo quando chegasse, até porque Bellatrix já não podia dedicar suas tardes e noites à ele como anteriormente fazia no início da amizade. Houve uma época onde a jovem bruxa esteve cada vez mais distante por conta de tradições e rituais da família Black que ela insistia em não contar à ele por orientação de seus pais, um ano antes das aulas realmente começarem, por mais que insistisse, ela não revelava sobre o que se tratava para proteger suas energias e o seu preparo especial para ser a primeira de suas irmãs à entrar na escola de bruxaria. Bellatrix era exposta à grandes espectativas por parte de toda sua família e sua enorme ambição em ser a melhor bruxa logo no primeiro ano de estudos e se destacar, trazendo ainda mais visibilidade, prestígio e orgulho à familia de puro sangue.
Em uma das idas até a biblioteca publica da cidade, entediado como sempre, o pequeno Severo se distraiu por entre as infinitas prateleiras para escolher qual dos livros seria responsável por apresenta-lo algum conteúdo que ele já não tivesse qualquer domínio, algo extremamente raro. Quando o silencio do ambiente foi quebrado por altas e agudas gargalhadas de crianças que estavam presentes, derrubou quase todos os livros no chão. Assustado, olhou à sua volta para saber se ele não era, como de costume, o motivo da piada e das risadas. Suspirou aliviado e se preocupou em organizar os livros, até ouvir uma voz feminina que contava histórias capazes de arrancar e provocar aquelas risadas tão puras e verdadeiras das demais crianças ao entorno dela. Curioso, olhou por entre os livros timidamente e começou a prestar atenção no assunto, mas não pôde evitar ficar encantado pelo que via.
Severo conheceu Lilian Evans e sentiu algo que nunca havia sentido antes. Curiosidade em conhecer alguém da sua idade. A mesma sensação boa que teve ao conhecer Bellatrix. Ela era uma garota muito bonita, possuía cachos longos e ruivos até a cintura, era dona de um sorriso contagiante, estava rodeada de amigos e exalava felicidade. Algo que Severo jamais pensaria que conheceria. A felicidade.
Quando descobriu um dos Parques que Lílian frequentava, escolheu aquele como o seu favorito para ler e observar as demais crianças e principalmente, a garota que havia chamado a sua atenção. Não demorou muito para que descobrisse que ela era diferente e era tão julgada quanto ele. Desconfiou que ela também poderia ser uma bruxa, mas por receio e medo de assusta-la, decidiu permanecer apenas como um admirador secreto, sempre a observando de longe e anotando em um diário alguns dos motivos que faziam ela se destacar entre as demais crianças, bem como seus comportamentos. Severo percebeu que a irmã mais velha vivia brigando com ela e arrumando motivos para provocar Lily por ser diferente. Era como a chamavam. Certa vez, sem mesmo conhecer a menina ainda, em meio a uma discussão entre as duas irmãs, poucos instantes antes de haver uma agressão partindo de um empurrão por parte de sua irmã Petunia, Severo surgiu de trás da árvore de onde às observava a defendeu da própria irmã quando ela a insultava de " Esquisita " por ter feito magia para que sua irmã trouxa acreditasse em Lilian quando dizia que sabia fazer mágica. Severo mostrou para Petunia um feitiço simples que fez uma poça de água suspensa cair sobre sua cabeça e molhar a menina totalmente. Ela o odiou desde então. Lilian agradeceu pela defesa e ali se tornaram melhores amigos.
Severo explicou que sua mãe era uma bruxa e que desde muito cedo, ele já esperava completar doze anos para ir para Hogwarts. Como ele era um ano mais velho do que Lilian, sabia que teria que esperar por um ano até que a encontrasse novamente em Hogwarts. Estiveram em uma amizade muito intensa até que aquele dia chegasse. Um protegia ao outro, apesar do jeito contido e reservado de Severo, ele revelava a Lily somente o que ela precisava saber sobre si e nada sobre sua familia que tanto o envergonhava. Ocupava o restante da atenção que tinha para si com seus ensinamentos de magia e criando na jovem Lilian a esperança e incentivo que ele nunca havia recebido por parte de seus pais em relação à magia.
Quando Lilian perguntou sobre Severo conhecer outros bruxos, ele se lembrou de Bellatrix, mas, hesitou e negou. Aquela foi a primeira vez em que sentiu ciúme dos seus amigos, pois tinha medo de voltar a ser tão solitário quanto antes caso alguém como Lilian decidisse tomar eles, com medo de ser esquecido pelos demais. Além do mais, ele poderia dar a desculpa que havia conhecido Bella, Narcisa e Lucius em Hogwarts mais tarde. Esse era o plano. Tudo pelo mais puro egoísmo e pela insegurança que partia de seus traumas. Snape queria ser o único melhor amigo de Bellatrix, dos Black e de Lílian, por outro lado, sabia que elas eram muito opostas para chegarem a construir uma amizade. Uma era pura e gentil e a outra era travessa e maléfica.
Voltando a ficar sozinho com mais frequência e sem notícias de Bella, Severo já não se sentia mais tão vazio quando ia ao Parque, pois sabia que muito em breve teria muito tempo para aproveitar com seus melhores amigos em Hogwarts. Sua ansiedade se tornava incontrolável quando ele pensava sobre de qual casa ele seria, desejando profundamente ir para a Sonserina com eles. Agora tinha a ótima companhia de Lílian e havia descoberto o seu dom : ensinar. Era uma paixão enorme ver as reações da ruiva quando ela conseguia decifrar um enigma sozinha, ditar as misturas de uma poção sozinha sem nem ao menos ter ido para a escola de Magia ou se livrar de seus medos para ganhar confiança ao usar magia. Eles passavam todas as tardes estudando juntos. Tanto, que poderia arriscar dizer que o pequeno Severo tinha se esquecido temporariamente de Bella, até precisar se despedir de Lily e conquistar o seu lugar na escola de magia com a chegada do convite oficial de Dumbledore em uma carta de Hogwarts.
Quando estava no trem a caminho de Hogwarts, procurou desesperadamente pelo vagão onde seus amigos estariam. A sensação de reencontra-los foi a mesma que sentir-se em casa. Bellatrix parecia ser a mais animada quando notou a presença de Severo, gritando o apelido que havia ganhado. ‘’ SEV ‘’ diversas vezes. Era um momento raro de afeto partindo dela. Talvez tivesse sentido saudade. Isso despertou nele, um sentimento estranho. Durante todo o tempo em que esteve longe dela, sentiu-se incompleto. Abraçou a melhor amiga que o golpeou diversas vezes na barriga até que Severo precisou se defender com feitiços simples de choque com a varinha que ela mesmo havia ensinado, em uma brincadeira perigosa.
Sentiu falta da garota. Não a ponto de se sentir sozinho, mas sabia que faltava algo. O que faltava era aquele sorriso doce e ao mesmo tempo ácido, travesso. Seu sorriso não era nada parecido com o de Lily. Era estranhamente sedutor e malicioso. O sorriso de Lily Refletia felicidade e inocência. Sentia-se atraído por aquela risada maligna e das brincadeiras de duplo sentido. Aquele cinismo cheio de si, a personalidade repleta de atitude. A inteligência e o tom de superioridade. Durante toda a viagem, a admirou secretamente e se divertiu com seus amigos, todos compartilhavam informações do que haviam feito no ultimo ano em que andaram afastados, mas Bella evitava o assunto do seu preparo e do treinamento anterior e sempre contornava a situação com algo engraçado, o que deixava Severo ainda mais curioso sobre ela. Mal imaginava ele que ela seria quem o colocaria em grandes confusões, incluindo uma na qual ocorreu antes mesmo sequer que chegassem em Hogwarts. Ela usava todo o seu charme quando falava sobre si mesma e não havia resquícios de timidez quando ela demonstrava sua sede por conhecimento. Ela exibiu também a sua nova varinha e eles trocaram informações sobre o que aprenderam recentemente sobre o mundo mágico. A viagem foi longa, mas Severo desejava que ela nunca terminasse.
Ele tirou todas as dúvidas que tinha sobre os puro sangue que se envolviam com trouxas, lembrando-se dos seus pais, apesar de Bella não saber que ele não fazia parte dessa realidade. A bruxa de puro sangue parecia ser muito mais inteligente do que ele próprio e o fascinava a cada instante com o jeito aberto de se comunicar dela. Bellatrix estava com seus conhecimentos sempre absurdamente avançados por crescer em uma família de bruxos influentes e ter aulas particulares em sua mansão, junto da Família Malfoy. As três irmãs Black tinham aulas com Lucius Malfoy, dois anos mais velho e já estudante em Hogwarts da casa que tradicionalmente almejavam. Lucius e Bellatrix eram muito próximos, só não mais que ele e Narcisa.
Durante a viagem, Bellatrix comentou sobre os três feitiços proibidos e demonstrou como era capaz de controlar serpentes. Por fins de divertimento, deixou uma enorme Serpente vagar pelos vagões e aterrorizar os demais estudantes. Por sorte, jamais desconfiariam dela. Severo se divertiu como nunca antes e já tinha suas primeiras aulas com a mais insana bruxa que havia conhecido até então. Durante o longo ano em que se conheceram e se tornaram ainda mais amigos do que antes e meses mais tarde, Severo Snape acreditava que havia se apaixonado por Bellatrix.
Estavam sempre juntos e apesar de se divertir com as loucuras de Bella, tentava se manter o mais distante possível de encrencas e problemas que afetassem seu desempenho, já que sempre pensava em sua mãe e nas condições precárias em que viviam. Seu maior objetivo era tirar sua mãe de casa e liberta-la para uma vida digna. Esse era um dos motivos pelos quais gostava de Bella. Ela fazia com que as aulas parecessem divertidas e mais leves, o distraía quando era motivo de zoação e bullying do restante dos meninos da sua idade e o defendia como ninguém.
Ambos foram selecionados para Sonserina, pela influência e por ser muito popular, Bellatrix fazia com que Severo se sentisse realmente parte daquela casa. Os outros alunos sonserinos admiravam Snape e o consideravam o mais inteligente de todos os outros. Quando o primeiro ano de Severo terminou, foi considerado e homenageado como o melhor aluno do ano, fazendo consequentemente que a Sonserina fosse a melhor casa e com maior pontuação. Bellatrix passou a admira-lo secretamente. No ano seguinte, estava extremamente ansioso para trazer Lílian até Hogwarts para que conhecesse o que agora chamava de lar ( literalmente. Havia suplicado por um lugar para morar diretamente com Dumbledore, explicando toda a situação em que sua família se encontrava, após ser pego e punido por dar à James Potter uma poção sonífera criada por ele mesmo, após ter sido ofendido por dias, sendo a pior ofensa delas " Sangue ruim. " - Dumbledore o acolheu como um filho adotivo. )
Após matar a saudade da amiga Lily assim que ela chegou em Hogwarts com a carta que havia recebido de Severo dizendo que estaria esperando por ela, eles se uniram com muito mais força do que anteriormente na cidade em que residiam. Aquela amizade que havia florescido estava intacta e Severo só conseguia se lembrar do quanto havia sentido a falta da ruiva apesar de todo divertimento com os amigos da Sonserina. Contou a ela como tudo era, como tudo funcionava, explicou que foi responsável pela vitória de sua casa e pela primeira vez, Severo tinha um brilho irreconhecível no olhar. Lílian que já estava feliz ficou ainda mais feliz pelo amigo e sua ansiedade só aumentava.
Eles se abraçavam desesperadamente e pareciam mais próximos do que nunca ao chegar em Hogwarts. Foi a primeira vez em que Bellatrix se sentiu ameaçada em toda vida. Ela os observava de longe da mesa principal do banquete da Sonserina e fuzilava a garota ruiva. Seu alívio foi quando Evans foi selecionada para Grifinoria. Ela comemorou e recebeu até mesmo alguns olhares confusos e desconfiados dos demais Sonserinos. Bellatrix desde pequena já era considerada uma das crianças mais insensíveis de toda escola.
Lílian e Severo eram muito companheiros durante o período escolar, descobriram um mundo completamente diferente juntos e continuavam a cuidar um do outro mesmo quando separados por casas diferentes. Ele da Sonserina e ela da Grifinoria. Serpente e Leão. Ambição e coragem. Trevas e Luz. Completos opostos.
Como estava um pouco a frente, um ano exatamente, o Sonserino ensinava tudo o que havia aprendido não só com Bellatrix, mas como nas aulas, nas atividades extras, nas palestras, no seu espaço pessoal, em todos os livros que encontrava. Hogwarts era uma fonte inesgotável de conhecimento e ele tentava transmitir tudo para Lílian, tanto que nem se deu conta que sua atenção estava toda voltada nela.
Quando se deu conta que havia esquecido de Bellatrix por dias desde a chegada de Lilian, apresentou Lily à ela como um pedido de desculpas. Bellatrix que se recusou a tocar a mão de uma aluna da Grifinoria e pior do que isso, se ofendeu quando Severo apresentou-lhe a ela. Bellatrix começou a agir de forma cada vez mais individualista e observadora, distante dele. Severo nunca havia provado da real arrogância e ironia de Bellatrix de modo tão direto, até que ela faltou respeito com Lily a chamando de ‘’ Sangue – Ruim ‘’ e se recusou a conhece-la melhor como ele sugeria.
Severo defendeu Lílian deixando claro à Bellatrix que se não a respeitasse sua amiga, também não o respeitava, não só pelo afeto que tinha por Lily, mas por ele também ser apenas mestiço e não puro sangue, apesar de ninguém saber da verdade. Bellatrix se revoltou por ciúmes, sem entender o real motivo dele de defender Lilian tão bravamente e se afastou a cada dia mais de Snape, prometendo fazer da vida dele um inferno pela traição. Por conta disso, ele deu início ao seu livro " O príncipe mestiço " um livro de registros onde ele anotava suas criações, pesquisas, feitiços, poções, azarações, maldições e estudos mais importantes sobre artes das trevas. Severo sonhava em ser professor de Poções e Defesa Contra as Artes das Trevas.
A idéia era provar para si mesmo que ele poderia ser tão bom quanto os de sangue puro. Assim que Bellatrix começou a agir com indiferença em relação à Severo e a ignora-lo, a maioria dos sonserinos fez o mesmo e passaram a isolar o mestiço, tendendo a provoca-lo e a rir das provocações de Bella e dos demais. Lucius apesar de tudo, não mudou seu comportamento, mas também, apenas não o defendia como antes.
Aquela era a forma que Bellatrix encontrava de dizer que havia sido abalada do jeito mais inaudível possível, mas ela sabia que havia conseguido que ele percebesse o erro que havia cometido, afinal, ainda era apaixonado por ela. Por todo esse tempo, Severo era o maior alvo de Potter e os marotos, principalmente de Sirius Black, primo de Bella, que era muito ligado à ela mesmo sendo da Grifinoria, por algum motivo que desconhecia, até descobrir que haviam se beijado. Demorou um bom tempo para superar aquilo vindo de Bellatrix que fizera para que ele sentisse ciume e arrependimento por ter a "trocado" por Lily.
Severo foi por muitos anos vítima de agressões pelos marotos, havia perdido todo o respeito dos Sonserinos e vivia à mercê do humor de Potter, que era apaixonado por Lílian desde quando haviam começado juntos a estudar na Grifinoria. Lily não aceitava as brincadeiras agressivas e humilhações que partiam do grupo, então começou a se envolver com Potter, uma vez que ele havia prometido que deixaria Snape em paz se ela aceitasse seus convites para sair com ele.
Foi só aí, quando Snape descobriu que eles haviam começado a sair juntos, que ele sentiu uma fúria incontrolável. Um ciume inexplicável. Ela o defendia o tempo todo, de todo e qualquer tipo de ameaça. Ele retribuía sendo sincero com ela sobre seus sentimentos, em ações, mas nunca falando claramente o que sentia por ela, mesmo sabendo das intenções de James Potter e que poderia perder ela para sempre.
A cada dia ela se aproximava mais dele, no entanto, as provocações contra Severo aconteciam onde ela não podia ver ou não chegava a tempo para impedir. Quando Severo pensou em enfrentar Potter com magia, lembrou-se que aquilo sujaria seu nome e lhe traria complicações que ele precisava evitar se quisesse se tornar o melhor professor de Hogwarts no futuro. Esse era o motivo porque não brigava ou se defendia. Tudo o que podia fazer era ignorar e guardar todos aqueles sentimentos inquietos para si. Decidiu fazer o mesmo pelo que sentia por Lílian.
Ele teve sua varinha arrancada de si mais uma vez e foi humilhado mais uma vez em frente a toda Hogwarts, até que Lílian pede aos prantos para que o deixassem em paz, então Potter a chamava de " amor " para corrigi-la e dizer que estavam apenas se divertindo.
Além da vergonha, Severo sentiu-se traído por Lílian ao ver o nível de intimidade entre eles e a ofendeu, com toda a sua revolta por sempre ser protegido por ela e ter seus sentimentos ocultos por saber que jamais seria compatível ao nivel de James Potter. Snape não entendia como alguém como ela seria capaz de se envolver com Potter.
Após a cena tipica de bullying, quando ela o procurou novamente pelos corredores da escola, ele se mostrava absurdamente abatido e disse claramente que não precisava da ajuda de uma sangue ruim como ela para se defender, pelo mais puro ciúme, desespero e por se sentir humilhado como nunca. Ele disse absurdos que não controlava e nem ele mesmo sabia de onde haviam surgido, descontando toda a sua raiva em Lílian, a única que o defendia. Lílian prometeu que jamais o perdoaria e mesmo percebendo o seu grande erro, implorando por perdão e vendo a melhor amiga se afastar de uma vez por todas para ficar junto de Potter, mas ela nunca o perdoou.
Ainda quando era apenas um adolescente ( apesar de inexplicavelmente experiente e inteligente ) se tornou monitor da Sonserina, continuou a estudar a fundo a arte das trevas e a se especializar em poções.
Bellatrix era o maior motivo dos assuntos mais comentados em Hogwarts e no mundo bruxo pelos últimos dois anos antes da formação de Severo e a que supostamente seria dela também. Ela havia abandonado a escola de Magia e bruxaria para se aliar ao Lorde das Trevas como comensal da Morte, sendo a bruxa mais nova a causar centenas de mortes, ataques e torturas em nome dele. Severo sempre buscou saber mais sobre ela e sobre como aqueles rumores haviam se tornado realidade.
Queria ter feito algo para impedi-la, pois sabia que ela era estranhamente brilhante. Ainda até o fim dos estudos, Severo fora criado, ensinado e mantido em segurança até que se tornasse professor de poções e estudo de artes das trevas pelo homem mais admirado até o dia de sua morte e muito além dela. Alvo Dumbledore.
Enquanto lecionava em Hogwarts, soube que Lílian se casaria com James Potter. Não havia um dia sequer que não se arrependesse de ter perdido a oportunidade de dizer a ela o que realmente sentia. Severo cresceu sendo um adulto muito mais maduro e isolado entre os professores mais novos, devido ao amargor de sua escolha pessoal e por não ter conseguido voltar para casa a tempo de salvar sua mãe dos ataques dos comensais da morte que estavam a cada vez mais ativos e causando desgraça por muitas famílias que não eram as de puro sangue. Ele ainda não havia revelado o seu segredo à ninguém.
Era como um extermínio que o ministério da magia tentava conter. Não sofreu com a perda da sua mãe, mas lamentava imensamente e internamente todas as perdas que havia colecionado durante toda a sua vida. A única amizade verdadeira que possuía era a de Lucius, que investia na escola com ajuda financeira e a tornar o nome de Hogwarts mais reconhecido. Foi também através da amizade de Lucius, que era um Comensal da Morte desde que havia se formado, que decidiu se juntar à Lorde Voldemort.
Por ter sido um aluno exemplar de mente brilhante e reconhecido pela escola de Magia e pelo ministério diversas vezes, Lucius não pode evitar que o nome do melhor amigo fosse exposto ao conhecimento do Lorde das Trevas, que estava recrutando inúmeros bruxos para que servissem à ele, com a promessa de que seria reconhecido por suas habilidades mesmo sendo mestiço, segundo Lucius, que ficou sabendo muito tempo depois. O maior objetivo de Severo era provar que era capaz de ser o melhor entre os comensais, mesmo para o Lorde das Trevas, sendo mestiço e útil para que ele executasse seus planos malignos. Ele tinha uma vantagem que nunca imaginou ser tão útil, que era estar dentro da Escola de Magia e bruxaria.
Dessa forma, Snape lecionava na escola e ainda sim passava informações de lá para os outros colegas comensais ou como Lorde preferia, pessoalmente. Severo era o mais mimado entre os comensais e o braço direito de Voldemort desde o início, por um fato desconhecido : Tom Riddle havia sido tratado como Severo durante toda sua infância e adolescência até que começasse a ter tanta ambição e desejo pela retribuição de todo o ódio que havia sido colocado sobre si. Lucius tentava convencer Severo à fazer parte dos comensais desde que havia completado dezoito anos de idade e antes mesmo que se tornasse professor. Diante de toda aquela situação e do sentimento onde se considerava imponente perto de tamanho poder, refletiu que não tinha nada a perder. Não mais. Obviamente quando tudo acabasse em uma desgraça maior, queria estar entre os protegidos pelas forças do mal e não morto por contraria-las, mas não pensou nas consequências. Assim que começou a agir como um comensal da morte, passou a estudar ainda mais intensamente para se tornar um oclumente, como Dumbledore havia sugerido, afinal, tinha talento para aquela complexa arte que só bruxos poderosos conseguiam desenvolver. Muitos anos se passaram até que aconteceu a primeira Guerra Bruxa.
Em meio a todas as mortes que aconteciam todos os dias durante os sete meses de guerra, Lily teve um filho de Potter. Severo, ainda apaixonado por ela, ficou sabendo através de alguns amigos que haviam sido da Sonserina quando adolescentes. Era como um tiro em seu coração. Ele parou de pulsar por um instante. Não queria acreditar que eles haviam ido tão longe, com uma criança. Decidiu verificar para crer e procurou por Lílian por todas as partes de Godric’s Hollow. Em um dia como qualquer outro, utilizou a capa da invisibilidade para olhar pela janela do que supostamente seria o quarto da criança e viu Lílian com Harry Potter nos braços. As lágrimas de Snape carregavam culpa e arrependimento, mais do que isso, a certeza de que jamais a teria de volta e um sentimento confuso. O mais triste que já havia sentido.
Dias após, mesmo sem conseguir tirar Lily de sua cabeça e ainda a serviço de Voldemort, Severo descobriu por boatos em Hogwarts que havia uma profecia de que um menino nascido no final do mês de Julho seria quem mataria Voldemort.
‘’ Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês.. ‘’.
Quando Severo passou a informação para Voldemort, nem sequer imaginava de quem se tratava. Voldemort chegou à conclusão de que o garoto era Harry Potter, filho de Lily Evans e James Potter e que deveria ir atrás dele para mata-lo. Assim, quando finalmente ligou os fatos de que Harry Potter seria realmente o escolhido, o que futuramente ameaçaria a existência do Lord das Trevas, se desesperou. Nunca esteve tão apavorado como naquele momento. Lilian e James potter eram os próximos alvos do Lorde das trevas, então decidiu pedir ajuda para Dumbledore.
Para Dumbledore, confessou que era um comensal da morte e derramou suas lágrimas de arrependimento, mostrando-se tão indefeso quanto os que supostamente seriam sua vítima. Pediu para que Dumbledore protegesse Lily e confessou que ainda a amava, em prantos, implorou para que ele a escondesse. Repreendido por Dumbledore, foi questionado sobre como não poderia pensar na morte do bebê ou de James Potter. Ele se deu por vencido pelo medo que Lily estivesse em perigo e pediu por entre lágrimas que resultaram da maior dor que já havia sentido em seu peito
com um nó dolorido na garganta, por entre soluços e desespero, disse com a voz tremula e clamando pela piedade de Dumbledore :
‘’ Esconda-os. Esconda-os todos. Eu faço o que desejar. Eu imploro. ‘’
Dumbledore nunca imaginou ser capaz de presenciar um momento frágil como aquele partindo de Severo, ainda sim, o surpreendeu com a contra-proposta de tornar-se um agente duplo : aquele que daria informações do lado das Trevas para Dumbledore da mesma forma que ele fazia levando informações de Hogwarts e do homem que o acolheu toda a vida para Voldemort chegar ao menino. Severo concordou e fez um acordo com o homem que considerava seu pai.
Voldemort desejava matar Harry naquele ataque para eliminar qualquer possibilidade de que a criança se tornasse herdeira da varinha das varinhas e se tornasse o bruxo mais poderoso, mas os pais Lilly e James se colocaram no caminho para defender o filho, como faria qualquer pai ou mãe. Foi então que houve a primeira queda de Voldemort, Harry teve poder suficiente para proteger a si mesmo contra a morte que lhe fora lançada e designada, e fazer com que o Lorde das Trevas enfraquecesse a ponto de não conseguir voltar a sua forma original com o corpo humano. Pedaços da alma de Voldemort foram fragmentados e incorporados em objetos que mais tarde seriam o suficiente para traze-lo de volta.
Severo Snape não pôde impedir o ataque pois não sabia a localização de onde Dumbledore havia escondido a familia, mas quando chegou no local, era tarde demais e aos prantos, segurou sua amada já morta nos braços. Ele deixou que todo aquele sentimento amargo entrasse em sua alma e fosse representado em lágrimas, gritos de desespero e perdão, soluçando incontroladamente diversas vezes enquanto balançava seu corpo sem vida como uma criança em seu colo, lembrando-se de cada momento feliz ao seu lado e de cada vez que ela havia dormido em seus braços, mas principalmente, de todos os momentos que eles jamais teriam por conta da sua fraqueza.
Ele chorava tão profundamente, que seus olhos pareciam não querer se abrir nunca mais pelo peso, assim como seu corpo parecia querer passar do chão. Ficou se perguntando porque de não ter sido ele em seu lugar e a abraçou como se nada mais houvesse à sua volta. Ficou se culpando por não ter dito a ela o quanto a amava até sentir naquela dor intensa de que ele não era merecedor de viver no mesmo mundo em que alguém tão puro e maravilhoso como ela era.
Não se importou com o choro do bebê Harry Potter, e o comodo era tomado pelo próprio pesar. Apertou ela em seus braços e se negou a acreditar que aquilo era real. Lucius veio a seu encontro para tentar ajudar o amigo a soltar Lily de seus braços e tentar convencê-lo de que não havia mais nada a fazer. Foi uma das poucas pessoas a ver Snape chorar em prantos e se desesperou ao ver que o menino ainda estava vivo.
Lucius o convenceu a deixa-la no local e pegar a criança. Ainda tremulo e debilitado, se levantou com a ajuda de Lucius e cuidadosamente pegou Harry Potter em seus braços, o abraçando fortemente até que ele parasse de chorar o balançando com os olhos cerrados. Ambos compartilhavam da mesma dor. A dor que provocou a sensação de morte, angústia, tristeza, sensação de perda e não ser capaz de fazer o que mais desejava e amava de volta. Não demorou a retornar à Hogwarts, invadindo a sala de Dumbledore com agressividade ao bater as portas contra a parede aos prantos.
S : ‘’ Você deveria mantê-la salva. Você disse... jurou... você prometeu... que ia mantê-los seguros. ‘’ – Severo para Dumbledore.
D : ‘’ Lilian e James depositaram sua fé na pessoa errada, assim como você...’’
D : ‘’ O menino sobreviveu... ‘’
S : ‘’ Ele não precisa de proteção! ‘’ ‘’ O lorde das trevas se foi. ‘’
- encostado contra a parede que o ajudava a permanecer em pé, disse aos prantos, tentando controlar a si mesmo ainda que os gestos das mãos tremulas e a expressão chorosa ainda denunciassem a sua dor e a voz embargada por tamanha tristeza deixava ainda mais evidente todo o seu sofrimento.
D : ‘’ O lorde das trevas retornará, quando isso ocorrer ele correrá grande perigo. Não pode deixar que isso aconteça. ‘’
Reflexivo e ainda chorando silenciosamente de cabeça baixa, seu coração foi novamente tocado pelas seguintes palavras vindas de Dumbledore, então levantou o rosto repentinamente com um olhar desconfiado e ao mesmo tempo medroso à ele e sem palavras, desviou o olhar perdido pelo chão.
D : ‘’ Ele tem os olhos dela. ‘’ ‘’ Se você realmente a amava... ‘’
S : ‘’ Ninguém . Poderá... saber. ‘’ – Se referiu friamente a cuidar do bebê.
D : ‘’ Não entendo porque, mas ninguém saberá da melhor parte que habita em você. Não vão saber o que você tem de melhor, Severo. ‘’
Manteve Harry consigo na sua antiga casa na Rua da Fiação, até que ele completasse dois anos de idade e pudesse ir para a adoção, onde seus tios foram notificados de seu paradeiro e foram obrigados a cuidar da criança. O segundo dia mais difícil de sua vida. Por dois anos, cuidou de Harry como se ele fosse o seu próprio filho e não houve um dia sequer que não se lembrasse de Lílian. –
~
Anos a frente, Harry Potter finalmente havia completado onze anos de idade e conquistado a permissão para sair do mundo trouxa para Hogwarts. Não só permissão, mas o dever de retornar ao mundo bruxo. Dumbledore acreditava que Voldemort retornaria e que Harry precisava ser protegido, então Severo cuidou dele de longe como seu aluno e o plano seguiu como planejado. Agora o menino estaria sobre seus cuidados e em um lugar extremamente seguro. Apesar disso, tinha prazer em provoca-lo e implicar o quanto podia com o garoto. Algumas coisas lembravam sua mãe, como o sorriso, o olhar, o jeito furioso quando contrariado. Por outro lado, lembrava-se também do jeito arrogante herdado de seu pai e isso, Severo não tolerava.
~
Até então, Severo nunca havia reencontrado Bellatrix Lestrange, que era um dos motivos para querer se tornar um comensal respeitado e o braço direito de Voldemort. Não a encontrou, nem mesmo em reuniões pessoalmente com o Lorde das Trevas e todos os outros comensais, pois ela só cercava Voldemort em sua forma de comensal, mascarada ou até mesmo disfarces humanos para proteger sua identidade, já que era muito procurada pelo Ministério. Ela certamente já teria ciência da companhia de Severo, mas preferiu vê-lo apenas através daquela forma. Não confiava nele o suficiente e alertava Voldemort sobre ele ser um traidor durante todo o tempo até sua queda. Voldemort buscava se recuperar e estava extremamente fraco e vulnerável até então, em uma forma irreconhecivel como criatura horrenda, se alimentava de sangue de unicórnios e animais místicos da floresta proibida próximo à escola de magia onde Severo o acobertava. ~
Após muitas mortes e envolvimento nos planos do Lorde das Trevas, tentava servir à ambos lados sem prejudicar o plano que havia criado com Dumbledore por todos aqueles anos. Draco havia sido destinado por Voldemort para realizar a tarefa de matar Dumbledore, mas quando o diretor descobriu através do próprio Snape, pediu à Snape para que ele o fizesse, assim conquistaria toda a confiança de Voldemort. A primeira vez que Bellatrix Lestrange se revelou para Severo, teve de se rebaixar para pedir que fizesse o voto perpetuo para que ele jurasse proteger seu sobrinho Draco à um pedido da irmã Narcisa, que estava preocupada com a segurança do menino. ~
D : ‘’ É você quem deve me matar , Severo. ‘’ ~
D : Você deve esperar para contar à Harry até que Voldemort esteja vulnerável.
S : Contar o que?
D : Que... na noite em que Voldemort foi ao encontro de Harry para mata-lo e Lily o protegeu, ficando entre eles... o feitiço ricocheteou e ele se fragmentou. A alma dele se espalhou, se perdeu e parte dela ficou dentro do único sobrevivente daquela casa. E por essa razão Harry sabe falar com as cobras. E por essa razão ele pode entrar nos pensamentos de Voldemort. Uma parte de Voldemort... vive dentro de Harry.
S : Então quando chegar a hora... o garoto... deve morrer?
D : Sim. Ele deve morrer.
S : Você o manteve vivo para que morresse no momento certo. Você... sabia. Você o criou como um porco para o abate.
D : Não me diga agora que você se afeiçoou ao menino.
Severo congelou diante daquela pergunta e após refletir, meneou a cabeça positivamente de um jeito contido e desviou o olhar, meneando a varinha para enviar o seu patrono até o encontro de Harry, para que o protegesse.
‘’ O Feitiço do Patrono é amplamente considerado como magia avançada, além do nível NIEM, em 1994 Remus Lupin afirmou que o encanto era, de fato "ridiculamente avançado". É muito complexo e muitos bruxos e bruxas qualificados têm problemas com ele. ‘’
Suas forças e suas melhores energias seguiam com seu patrono, baseado no fato de que Patronos são evocados por recordar memórias felizes. Sua alma e a de Lílian havia se tornado somente uma novamente naquele momento. Severo podia sentir Lílian e até mesmo seu perfume. Manteve-se imóvel e concordou com seus próprios sentimentos, os obedeceu pela primeira vez. Cerrou os olhos e mentalizou todos os momentos felizes em que viveu com ela, desejando que o menino fosse seu. Ele amava Harry como um filho.
‘’ Expecto Patronum! ‘’
Ao revelar o seu patrono em uma forte iluminação branca e azul translucida que delineava a forma de uma corça, criado a partir do sentimento mais puro que havia dentro de Severo naquele momento, Dumbledore se surpreendeu e o questionou por ser o mesmo patrono de Lily. –
D : Lílian... depois de todo esse tempo?
S : ... Sempre.
~
Quando Severo finalmente havia realizado o desejo de Dumbledore e o matado de acordo com o plano, todos o acusaram severa e arduamente por ter lançado um feitiço imperdoável e irreversível contra Alvo Dumbledore quando Hogwarts havia sido invadida pela primeira vez por dementadores e comensais da morte graças à Snape. Por ter comprido o acordo perante o voto perpétuo e após isso fugido do local com os demais comensais da morte e Draco. Bellatrix o protegeu por trás como nunca antes após a prova fidelidade ao Lorde, impedindo que Harry, ainda revoltado chegasse próximo demais ou o atacasse inesperadamente, lançando diversos feitiços incontrolavelmente enquanto tropeçava, chorava e gritava aos prantos. Sua gargalhada era estridente e abafava os gritos aos prantos de Harry poder. ‘’ Revide. ‘’ e ‘’ Covarde ‘’. Foi o que Snape ouviu.
~
Severus Prince Snape era um dos mais poderosos bruxos de todos os tempos naquela atualidade. Ele mesmo era capaz de se denominar um dos maiores bruxos que já existiu, principalmente entre todos aqueles que eram mestiços e sofriam tanto pelo preconceito criado e sustentado por tantos anos pela supremacia de puro sangue e a qual havia se aliado por conta da fama, da influência, de tudo o que realizou e conquistou desde que era apenas um jovem aluno estudioso em Hogwarts. Foi o único homem a enfrentar Voldemort como um agente duplo a serviço de Dumbledore e capaz de mentir para ele com ajuda das suas habilidades em oclumência e enganar o Lorde das Trevas a todo custo. Ele se dispôs a passar informações dos próximos planos, movimentos e ataques de Voldemort, colocando sua vida em risco.
Foi o único em décadas a tomar a posição como diretor de Hogwarts, que o Ministério da Magia não pôde removê-lo por ser um pedido do falecido Alvo Dumbledore, mas havia algo além disso. Snape era mais do que qualificado para estar naquela posição e mais do que essencial para que Hogwarts continuasse intacta e em segurança. Snape passou a ser o herdeiro do poder incontestável da varinha das varinhas, por ter matado o melhor amigo, mas mesmo sem que soubesse disso, ele aceitou o cargo pelo carinho mútuo que sentia pelo bruxo mais velho. Apenas Dumbledore sabia que Severo seria o herdeiro da varinha caso cumprisse o prometido e fosse ele a causar sua morte que já estaria '' agendada '' por uma maldição de Voldemort.
Somente Severo sabia que por conta dessa maldição que ele constantemente tentava retardar com poções novas criadas exclusivamente para o diretor, a doença não cessava. Dumbledore só teria mais um ano de vida e ele não poderia evitar. Caso contrário, teriam lutado juntos até o fim, da mesma forma que Lilian lutou com Severo para que mantivesse Harry Potter salvo até os dias atuais.
Mesmo após suas perdas, suas derrotas, seus momentos de tristeza e fraqueza, estava sujeito a suportar a ingratidão de Harry para sempre, por uma decisão pessoal em não revelar que ele era quem o protegeu durante toda vida. Acreditava que o menino não deveria saber da verdade, pois questionaria porque o próprio professor não o adotou ou cuidou dele até que pudesse ir para Hogwarts e a verdade era que: não estava pronto para assumir a culpa de não ter impedido a morte de seus pais. Sentia tanta culpa que não conseguia acreditar que seria um bom pai para ele, mesmo sabendo que seus tios já o odiavam. Não teria coragem de criar um filho de James Potter, mas o amava tanto quanto o odiava.
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