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História Silente Devoção - Lavanderia


Escrita por: Hamal_ e Rosenrot9

Notas do Autor


MEU DEUS, SERÁ QUE ALGUÉM AINDA LÊ ESSA FIC?

Hoje faz exatamente 5 meses que eu postei o capítulo anterior...DEUS QUE VERGONHA.
Mas gente sério, quem me acompanha nos grupos e chats do face sabe que FOI FODA.

Eu nem tenho por aqui o tanto de coisa que aconteceu, ms até comprar, reformar e me mudar para um apartamento rolou.
Foram 5 meses sem NENHUM tempo disponível...e quando tinha ou eu tava morta ou tinha as fics em parceria para postar ( e elas tbm tiveram atrasos)

então é isso. sinto muito pela demora, a fic não tá em hiato nem nada, sou eu que não consigo ter tempo para escrever, mas ó ela ta acabando e prometo que vcs terão um final para ler.

ps: essa capa é um desenho da Rosenrot que me inspirou para o cap e que el finalizou para eu usar aqui *-*

Capítulo 22 - Lavanderia


Fanfic / Fanfiction Silente Devoção - Lavanderia

Após apresentar-se a deusa Atena o Cavaleiro de Touro finalmente regressava ao lar. Foram nove longos e cansativos dias em missão e como um taurino convicto nada poderia ser mais satisfatório a Aldebaran do que passar por entre as enorme colunas de mármore de sua morada.

Assim que o taurino adentrou a sala de estar o som alto de sua caixa de pandora chocando-se com o chão de pedra ecoou por toda a parte residencial daquele Templo sagrado. Fora um alívio remover aquele peso dos enormes ombros de seu portador, que já se alongava e massageava os músculos doloridos. Um bom banho viria a calhar. Mas antes de rumar para o banheiro da suíte o brasileiro correu os olhos sobre a mesinha de centro, onde os servos depositavam as correspondências no período em que estava fora. Curioso Aldebaran caminhou até ela, apanhou os vários envelopes ali empilhados, e enquanto se dirigia sem pressa para seu quarto e seu almejado banho quente, corria os olhos pelas correspondências sem muita surpresa ao encontrar algumas faturas de cartões, memorandos oficiais e...

— Que merda é essa?! — o taurino interrompeu seus passos e arqueou as sobrancelhas abundantes ao se deparar com um envelope diferente. Ao tira-lo do meio dos outros e leva-lo próximo ao rosto, para seu horror, identificou o selo oficial do cartório de Athenas.

Todos os outros envelopes caíram no chão diante da falta de firmeza dos dedos trêmulos, que sem força via com seus enormes olhos de jabuticaba o papel timbrado tremeluzir diante de si.

De dentro dele, como se fosse um recado enviado pelo próprio Hades, estava a tão temida intimação oficial para a audiência de dissolução de união estável.

♈ *** ♍ Campo de treinamento ♈ *** ♍

Sentados sobre as ruinas do que um dia fora uma coluna milenar, dois velhos amigos conversavam durante uma pausa nos treinamentos.

Ou melhor, um falava sem parar e outro escutava.

— Eu non sei do que está falando Milo.

— Que não sabe o que! Sabe sim, todo mundo sabe e quem não sabe já desconfia. Só aqueles dois que pensam que estão enganando todo mundo. — Escorpião disse rindo e na falta de palavras do amigo aquariano prosseguiu eloquente — Ok, concordo que eles tentam ser discretos, mas não conseguem. Tá na cara que tem um lance rolando e lance forte. Olha aquilo! — apontou descaradamente para o outro lado com o dedo.

Exatamente no ponto indicado por Milo os Cavaleiros de Áries e Virgem, trajados em roupas simples e de cabelos presos, pintavam juntos a arquibancada de uma das arenas de luta cheios de sorrisos e olhares cumplices. O indiano ajudava Mu em sua pena de serviço comunitário enquanto riam divertidos pois que o ariano tinha tinta até nos cabelos e Shaka nem se quer sujara os dedos.

— Está a maior falação que o Carneiro deu o troco no Touro justo com o monge! Dizem que ele seduziu o Shaka em Jamiel e que foi tudo de caso pensado, vingança arquitetada. Olha que parece até enredo de novela mexicana. — Escorpião prosseguiu ao observar a cena.

— Pare com isso Milo, o Mu não é desses. Deixe os dois em paz! — Camus bronqueou dando um tapa no dedo em riste do escorpiano que o baixou injuriado.

— Ai! Eu não estou fazendo nada, só estou comentando o que andam falando por aí.

— Então pare de comentar! Você nem sabe se isso é verdade ou só mexerico.

— E você ainda duvida de que é verdade? — cruzou os braços e encarou o aquariano — Esqueça a fofoca então e analise os fatos meu caro amigo frio e calculista, quando em sua vida você imaginou ver o todo poderoso, o mais santo dos santos, Shaka de Virgem, se rebaixando ao papel de pintor de arena? Ahhh o amor! Ele faz milagres!

— É inusitado? Sim, mas você está com olhos de maldade. Shaka só esta ajudando um amigo. — Camus deu de ombros.

— Ah! Para! Esse homem é um monge, quase um padre, vivia em clausura em cima de uma lótus de ouro sendo adorado por seus seguidores, nunca saía de Virgem e quando saía se quer se dignava a olhar ao seu redor e agora está ali, vestindo uns trapos, fazendo serviço de servo e cheio de risinho com o Mu. E eu que estou com maldade? E não é só aqui que rola esse climinha de romance adolescente não. Os dois não se desgrudam mais, vivem aos cochichos para todo lado, tinha que ver ontem lá no refeitório quando...

Enquanto o escorpiano continuava a falar sem parar o Camus se pôs a prestar atenção nos dois por um instante. Sim, a alegria e cumplicidade que rodeava o “casal” era palpável, até mesmo seus cosmos pareciam em comunhão. Mesmo que Mu e Shaka não dissessem uma só palavra e se portassem apenas como bons amigos diante de todos, era fácil notar que algo havia mudado drasticamente entre ele, era como se o sentimento que nutriam dentro de seus corpos fosse tão grande que transbordava dos dois sem que percebessem. Isso pôs o aquariano pensativo sobre si mesmo, inconscientemente buscou com os olhos outro Cavaleiro na arena.

—... Dizem que os olhos são as janelas da alma. É verdade!  Mesmos fechados, os olhos de Shaka só tem uma mirada... O olhar de um homem apaixonado nunca mente. — Milo concluiu ao analisar metodicamente a face de Camus a seu lado, que parecendo muito distante acompanhava vidrado cada movimento do treinamento do Cavaleiro de Peixes ali perto.

Pardon, o que disse Milo? — o ruivo indagou ao notar o silêncio de Escorpião e os olhos dele cravados em si. Fora longe em suas reflexões e se perdera na conversa.

— Nada! Nada meu amigo, eu não disse nada! — Milo soltou uma gostosa gargalhada dando tapinhas no ombro de Camus, que realmente nada entendeu.

De fato, por mais que Mu e Shaka tentassem a todo custo se manterem discretos e longe dos olhares curiosos era indisfarçável a mudança dos dois. Nunca se vira o virginiano tão sorridente e bem humorado como agora, assim como toda a ira, mágoa e tristeza havia milagrosamente desaparecido dos olhos de Mu.  Apaixonados, eles mal percebiam que por onde passavam uma aura dourada parecia brilhar ao redor deles e foi inevitável que o “novo casal” caísse na boca do povo. Como se não bastasse serem dois Cavaleiros de Ouro, a elite militar do Santuário, o que por si só já era mais que o suficiente para chamar a atenção de todos de patente menor, servos, aprendizes, guardas e demais funcionários, havia o agravante escandaloso de um religioso ter se tornado amante de um homem ainda legalmente casado.

Todo esse burburinho não passou despercebido por Touro, que havia descido para os campos de treinamento a procura de Saga, pois desesperado queria lhe mostrar a intimação e pedir orientações sobre como proceder, mas nem chegou a encontra-lo. Conforme o brasileiro andava notava os cochichos e os olhares esquisitos para si, parecia que todos tinham alguma expectativa com seu retorno ao Santuário e isso atiçou a pulga atrás de sua orelha. Antes mesmo de entrar na arena escutou de longe a voz alta e espalhafatosa de Milo a conversar com Camus e fatidicamente ouviu todo o trecho final da prosa, principalmente a parte em que relatava o clima de romance entre Áries e Virgem e os olhares apaixonados do indiano.

Pronto, o estrago estava feito.

As gargalhadas de Escorpião acabaram assim que sentiu uma massa enorme passar perto dele feito um bólido levantando poeira rumo aos pintores do outro lado que distraídos mais brincavam e riam do que pintavam de fato.

— Caralho, agora fodeu! — Milo disse sério, de olhos arregalados ao se levantar para acompanhar o taurino.

Aldebaran rangia os dentes e amassava na enorme mão a intimação avançando em direção a Shaka feito touro desembestado, agora sua conversa seria com um certo loiro magricela.

No meio do caminho trombou com o Cavaleiro de Gêmeos que ao notar seu estado de fúria imediatamente tentou intercepta-lo já prevendo o motivo dele estar ali.

— Touro? Já voltou? Ei fica frio cara... — Saga tentava em vão deter o avanço do homenzarrão, que simplesmente o empurrou para o lado de modo grosseiro, lhe deu um olhar intimidador e continuou a caminhar. — Ei, Aldebaran...

A voz alta do geminiano chamou a atenção de Mu que ao ouvir o nome do ex-marido levou um susto virando-se para trás a tempo de o ver se aproximar enfurecido e com os olhos vidrados cravados no loiro ao seu lado. Shaka também o viu e o sorriso que trazia no rosto morreu no mesmo instante, pois sabia que sua paz havia isso para o espaço.

Apressado Mu jogou o rolo de tinta que tinha nas mãos na bandeja o seu lado.

— Merda! Era só o que me faltava. Deixa que eu resolvo isso. — disse para o indiano já o afastando com o braço.

— Creio que ele não queira falar com você dessa vez Mu. — Shaka não se intimidou já se pondo ao lado do lemuriano e retribuiu, por baixo das pálpebras fechadas, o olhar furioso do taurino.

Mu imediatamente se virou para Shaka e o respondeu firme.

— É por isso mesmo!

Dito isso Áries voltou-se novamente para frente e mais que depressa correu alguns passos em direção ao brasileiro.

— Que porra é essa? — a voz potente de Aldebaran soou grave enquanto ele apontava o dedo em riste para os dois.

— Eu que te pergunto que porra é essa! — Mu respondeu de imediato ao parar na frente do ex na intenção de mantê-lo longe de Shaka.

— Sai da minha frente Mu! — o moreno rangeu os dentes ao parar de andar e desviar seus olhos para baixo por apenas um instante.

 — Não. Para com isso agora mesmo, Aldebaran!  — Mu disse com voz enérgica — Pela deusa! Olha o escândalo. Aqui não é lugar para isso. 

— Meu papo não com você!

— Seu papo é comigo sim! Vamos pra outro lugar e lá resolvemos isso de um vez. — insistiu desesperado ao correr os olhos ao redor e ver que a uma certa distância várias pessoas já se aglomeravam para assistir a cena.

— Foda-se. Não vou a lugar nenhum antes de me acertar é com esse bagaço de cana chupada covarde aí atrás. — avisou novamente apontando o dedo para Virgem.

Atrás de Mu Shaka se mantinha parado e estático encarando o taurino de volta. Também havia soltado seu rolo de tinta e aparentemente estava calmo e controlado, mas em sua testa uma ruga se formava entre as sobrancelhas loiras e por dentro sentia todo o sangue ferver, sendo preciso entoar mentalmente um mantra e controlar a respiração para acatar a vontade de Mu e não se meter.

— Não fala assim dele! Qual o seu problema Touro? — Mu vociferou irritado pelas ofensas. Saga e Milo já estavam lado a lado acompanhando o barraco de camarote, enquanto os outros se aproximavam.

— Meu problema? Você quer saber qual o meu problema? Meu problema é com esse talarico de merda. TA-LA-RI-CO! — Aldebaran berrou e ergueu o punho mostrando o papel amassado da intimação judicial — Essa bosta é culpa sua!

— Deixa de ser imbecil. O nosso divórcio não tem nada haver com o Shaka, Aldebaran! — o ariano respondeu de pronto — Nosso casamento acabou há quase cinco meses atrás, quando você me traiu. Ouviu? Você!

Ofendido e magoado os olhos negros de Touro se voltaram para Mu.

— E você nem esperou a cama esfriar não é mesmo? — atirou a intimação judicial, que transformara numa bola de papel, em Mu — É por isso que o filho da puta talarico do Virgem ficou quase três meses com você em Jamiel! Eu entendi tudo...

— Cala a sua boca! — Mu era pura indignação — Para de bostejar. Você não sabe de nada!

— Sei. Sei sim! Sei de tudo e agora eu entendo porque você não me dava uma chance. Essa conversinha de amigo monge consolador nunca colou, agora eu sei bem que tipo de consolo ele te ofereceu. — disse para o horror de Mu que arregalou os olhos ofendidíssimo, mas o ariano nem pode responder pois o taurino continuou seu discurso aos berros lhe apontando o dedo — Muito me surpreende isso vindo de você que é cheio do discurso de honra, com esse papo de recato. Mu de áries, um homem direito... Um safado isso sim. Enquanto eu estava aqui chorando e arrependido por conta de um vacilo você estava fodendo com esse monge cínico e...

Imediatamente o Cavaleiro de Touro foi calado por um golpe certeiro de Virgem.

Ninguém teve tempo entender algo e Aldebaran muito menos teve tempo para se defender.

Possesso, Shaka não aguentou ouvir todas aquelas ofensas e se abster. Por mais que Mu não quisesse chamar atenção, o barraco que estavam protagonizando já era escandaloso o suficiente e não permitiria que o taurino continuasse a despejar injurias sobre si e sobre o homem que amava daquela forma e sair impune. Shaka tinha brios, sangue nas veias e faria Aldebaran nunca mais se esquecer disso.

A acusação absurda sobre sua estadia em Jamiel fora a gota de água que faltava para Virgem estourar feito represa. Shaka avançou na direção do taurino e sem ninguém esperar deu um salto apoiando o pé direito na cintura de Aldebaran para com o esquerdo lhe golpear com um chute certeiro bem no queixo e depois dar um salto um mortal pra trás caindo em pé diante dele.

— Não ouviu ele te mandar fechar esse esgoto que chama de boca, seu canalha pérfido? — Shaka vociferou para o brasileiro que tentava recuperar o equilíbrio com uma mão no chão.

O golpe não derrubara o taurino, mas fora suficientemente forte para que, pego de surpresa, ele mordesse a língua e cambaleasse para trás, quase caindo.

De olhos esbugalhados Mu acompanhava a tudo de camarote sem interferir. As ações ocorriam muito rápido e ainda tentava entender o que acontecia, pois fora quase atropelado pelo virginiano quando este passara correndo por si. Porém, a verdade era que parte de sua atonia se devia ao fato de que ele mesmo estava a ponto de chegar as vias de fato com o ex-marido e bem lá no fundo vibrava pela porrada que o taurino levara. Bem feito.

Ainda tonto pela pancada, na mesma hora Touro virou o pescoço e encarou mortalmente Shaka, que não se intimidou.

— Falou pouco, mas falou o que não devia. Então, já que não consegue manter essa língua de trapo dentro da boca, eu faço isso por você!

Com fogo nos olhos Aldebaran endireitou o corpanzil e deu uma cusparada de sangue no chão.

 — Seu magrelo filho de uma... — o taurino não completou pois avançou sobre Shaka feito um tiro.

Imediatamente o virginiano deu um giro e um salto para trás na tentativa de desviar do ataque, porém Touro conseguiu lhe alcançar segurando em sua camiseta e com um tranco o jogou no chão.

A pancada foi forte e o choque de suas costas com o chão duro fez Shaka perder o ar no mesmo instante em que Aldebaran já se punha em cima de si fechando o punho ao preparar um perigoso soco certeiro.

— EU VOU TE ARREBENTAR! — o brasileiro berrou em plenos pulmões e no auge de sua fúria e ódio mortal acendeu seu poderoso Cosmo aumentando assim a potência do murro.

Grande erro.

No momento em que seu punho iria acertar em cheio o rosto do loiro abaixo de si, eis que Virgem deu um sorriso de vitória e abriu os olhos.

Ao acender o Cosmo o taurino havia mudado as regras daquele embate, por isso no instante em que as safiras azuis miraram o rosto do brasileiro Shaka explodiu seu Cosmo em máximo poder.

O Cavaleiro de Touro não teve a menor chance. O impacto da onda de choque do Cosmo acumulado do virginiano o arremessou para longe, o fazendo voar vários metros no ar pela arena até se chocar ruidosamente contra uma coluna de pedra, que se despedaçou.

Nem bem o brasileiro voara pelos ares, Shaka já se levantava do chão projetando o corpo para frente pronto para atacar seu inimigo. Da outro lado da arena Aldebaran também se erguia e voltava correndo na velocidade da luz, bufando feito um touro doido pronto para um embate de mil dias.

Porém o embate nunca ocorreu. Aquela briga havia saído de controle no momento em que Shaka e Aldebaran usaram seus Cosmos e foi esse o gatilho que fez Mu e os outros cavaleiros tomarem atitudes imediatas ao se meterem entre os dois e com muito trabalho apartarem os brigões.

— Ei! Parou! Parou! Parou! — Saga gritou alto ao pular na frente do taurino para segura-lo com a ajuda de Milo e Shura — Para com isso! Já chega Deba!

— Me solta. Eu vou quebrar esse magrelo inteirinho! — Touro rangia os dentes sendo contido pelos companheiros.

— Acendeu o Cosmo por que, Touro? — a voz em tom de deboche era de Shaka, que contido por Mu e Afrodite, erguia o queixo em claro desafio e afronte.

— Shaka! Se controla. Não provoca mais. — o lemuriano pediu enquanto o segurava pela cintura, impedindo-o de avançar.

Em vão, pois Virgem o ignorou solenemente continuando a atiçar a ira do outro agora com um sorriso de vitória ao ver o sangue escorrendo pelo canto da boca dele.

— Não sabe lutar feito homem, Touro? Ficou com medo de encarar o magrelo aqui no mano a mano e teve que apelar, seu covarde infiel?! — Shaka não poupava palavras.

— Covarde é você, seu desgraçado apelão. — Aldebaran gritou de volta ao limpar a boca e esbugalhar os olhos cor de jabuticaba — Monge de fachada! Safado! Talarico! Cai dentro que eu quebro esses teus ossinhos no meio que nem vareta, seu filho da puta.

— Ei! Ei. Não caia nas provocações dele Aldebaran. — agora era Camus que tentava intermediar o bate boca — Você também Shaka. Deixa disso vocês dois. Vamos resolver isso outra hora, em particular...

— Tenta! — Shaka rebateu o brasileiro visivelmente transtornado a ponto de ignorar também a Camus — Você jogou fora sua chance de me quebrar quando ativou o cosmo, seu estupido. Ficou com medo? Sabe trair, mas não sabe apanhar? Atena deveria te rebaixar a Cavaleiro de Asno!

— Ouww! Shaka!  — Foi a vez de Afrodite repreender o indiano.

— Vai se foder seu beatão fingido! Não se mete nos meus assuntos com o Mu. Fura olho do caralho. Se faz de santo, mas se aproveitou da crise no meu casamento pra ir lá pra Jamiel roubar o meu marido!

— Lava essa boca imunda para falar do Mu e de mim. Você sempre soube dos meus sentimentos, e como o covarde que é com medo da competição correu e prendeu o Mu a você com esse casamento ridículo.  — Shaka finalmente cuspia para fora tudo o que estivera entalado em sua garganta por anos. Aos gritos e em meio a balbúrdia, lavava a alma... e a roupa suja.

— Ridículo é você seu cuzão de merda, magrelo desgraçado. Sua cobra sorrateira.

— Você teve a sua chance e a perdeu porque é um labrusco pérfido e traidor. Nem mil encarnações o fariam digno do Mu.

O Taurino se enfureceu tanto que com um tranco conseguiu arrastar Saga, Milo e Shura e dar mais um passo a frente.

— Cala a boca, seu cuzão! É essas merdas que você enfiou na cabeça do Mu? Tenho certeza que foi você que convenceu ele do divorcio, seu filha da puta. Mas eu vou te dar uma lição bem dada e...

— CHEGA! — farto de tudo aquilo Mu interrompeu a discussão com um grito tão alto que ecoou por toda arena e imediatamente capturou a atenção de todas as pessoas no local —- Para agora vocês dois de discutirem como se eu não estivesse aqui!

Irado o ariano soltou Shaka e se colocou exatamente no meio, entre os dois.

— M-Mu... — surpreso com aquele berro Shaka arregalou os olhos e tentou dizer algo, mas foi calado por um olhar severo e repreendedor do ariano.

— Chega dessa merda! — Mu voltou a falar, exaltado corria os olhos de um para o outro e também pela “plateia” ao seu redor — Eu cansei disso! Cansei das fofocas, de ter meu nome cochichado aqui e ali, das pessoas se metendo no que não lhes diz respeito. Cansei das brigas com você Aldebaran, de ter minhas palavras e vontades ignoradas, cansei desse inferno que eu vivo faz cinco longos meses e principalmente eu cansei de ter que esconder o que eu sinto. Chega!

Os brigões ainda bufavam exaltados, mas não ousavam interromper o lemuriano tamanha era a fúria nos olhos dele. Calados também estavam os muitos expectadores, alguns envergonhados outros ainda mais curiosos.

— Você, Aldebaran de Touro... — Mu virou-se pra o taurino e lhe apontou o dedo em riste — Enfie de uma vez por todas nessa sua cabeça dura que eu e você não somos mais casados há meses. Acabou.

— Mu, eu...

— Cala a boca e me deixe falar, porra! Todo mundo fala por mim nessa merda! — Mu o cortou de pronto com a face vermelha. Assustado o taurino se calou encolhendo o corpanzil, assim como muitos o seu redor que nunca haviam presenciado a temida ira de Áries — Que fique bem claro: Eu sou um homem livre. Essa porcaria de dissolução de união estável é só uma mera burocracia. Nada mais. O documento que você se recusou a assinar não muda o fato de que nosso casamento não existe mais há muito tempo e você sabe bem disso. Eu sou um homem adulto solteiro, livre para fazer o que eu bem entender.  E por isso não lhe devo satisfação, nem a ninguém aqui presente, sobre minha vida amorosa, sobre o que eu faço ou com quem eu me relaciono. — Mu então desviou os olhos do taurino e passou a olhar ao redor, para cada cavaleiro presente, servo e aprendiz. Seu olhar era mortal e ferino. — E vocês? Estão gostando do espetáculo? Do show? Já anotaram os detalhes para saírem contando nas conversinhas de vestiário? — indagou com ironia lhe escorrendo pelos lábios quando encarou Milo e Saga — A culpa desse quiproquó também é de vocês. Abutres que se alimentam da morte do meu casamento para nutrirem fofocas, mentiras e discórdia. Pois bem. Não que seja da conta de vocês, mas vamos acabar com essa porcaria de uma vez por todas e matar a curiosidade sobre a vida alheia que tanto os instiga.

Pisando duro o ariano então caminhou rudemente até onde Shaka estava. Inerte o Virginiano o olhava em silencio, envergonhado por seu próprio descontrole e um tanto assustado, sem saber como agir ou o que esperar a seguir. Sem muita delicadeza Mu se colocou ao lado dele enlaçando sua cintura para o trazer para perto de si.

— Sim, seu bando de curiosos futriqueiros, eu, Mu de Áries me apaixonei por Shaka de Virgem. E como eu sou um homem desimpedido, ele também e o sentimento é recíproco, agora nós estamos namorando.

Nem bem terminou de falar, Áries puxou Virgem com um tranco e o tombou levemente de modo que ele ficasse com os pés no chão, mas com o corpo suspenso em seus braços. Shaka ainda estava um tanto em choque com os olhos arregalados de susto quando Mu se inclinou e o beijou profundamente.

“Mu!... Mu! O que está fazendo?” — o indiano indagou assustado ao lemuriano por telepatia.

“Shhhiii! Fica quieto e corresponde!” — Mu respondeu no mesmo instante em que enfiava a língua obscenamente dentro da boca de Shaka que não teve outra escolha a não ser fechar os olhos quase morto de vergonha, agarrar o pescoço do ariano, e como ele pediu, corresponder.

Porca madonna!  Agora io vi coragem. — a voz empolgada de Máscara da Morte foi o estopim pra uma chuva de gritos de incentivo, uivos, vivas e toda sorte de algazarra. Atrás do casal ele tinha uma visão privilegiada da cena pra lá de quente e atrevida.

— Esse povo quietinho engana, hein?! — Aiolia, que estava um pouco mais afastado, complementou de olhos arregalados.

— Isso aí! Beija mesmo! — Afrodite, que estava do lado dos dois incentivou batendo palmas e assoviando.

Quem também via tudo nos mínimos detalhes, cada movimento das línguas ousadas, cada suspiro e ofego dos os rostos corados era Aldebaran. A essa altura o brasileiro não podia sentir-se mais rejeitado e humilhado. Aquilo era demais, Mu havia perdido a razão e se rebaixado só para afronta-lo e não ficaria ali nem mais um segundo presenciando aquela cena grotesca e desnecessária.

Com um solavanco o taurino se livrou das mãos atônitas de Shura, Saga e Milo, deu as costas para o casal aos beijos e saiu dali a passos duros. Porém quanto mais se afastava, mais sua indignação diminuía e a realidade se concretizava na sua mente: Havia perdido Mu. Ele estava apaixonado por outro. Não haveria reconciliação. Até chegar ao Templo de Touro sua ira desparecera e o rosto de Aldebaran estava banhado por lágrimas de tristeza e arrependimento.

De volta a arena, o lemuriano só interrompeu o beijo quando teve certeza que o ex-marido já estava bem longe. Só então Mu se levantou trazendo Shaka junto de si e ainda lhe deu mais dois beijinhos.

Completamente desconcertado, com o rosto em brasa e lábios inchados, Virgem tentava se recompor como podia. Com a cabeça baixa limpou discretamente a saliva ao redor de sua boca com a ponta dos dedos e não mais abriu os olhos envergonhado pelos olhares maliciosos que recebia e pelas risadinhas.

— Pronto! Acabou o show. — Mu tratou imediatamente de espantar a todo mundo — Já tiveram muito mais do que queriam.

Um a um os cavaleiros, servos, guardas e aprendizes foram se dispersando, Afrodite ainda parabenizou os dois antes de sair acompanhado por Camus e puxando Máscara da Morte pela camisa, Milo e Saga se desculparam em meio a sorrisos amarelos, mas também logo foram embora, e em instantes restara ali somente os dois novamente.

Com um suspiro de exaustão devido a todo o estresse de momentos antes o lemuriano se sentou em uma parte ainda não pintada da arquibancada, esfregou o rosto com as mãos e deu uma bufada. Logo Shaka veio lhe acompanhar e sentou-se ao lado dele.

— Ah, Buda! Que vergonha. — o indiano deixou escapar ainda sentindo a face quente.

— Nem me fala, foi um belo de um barraco, dos mais baixos.

— Não me referia ao bate boca e nem a briga. — Shaka disse sem jeito ajeitando os cabelos bagunçados atrás da orelha.

Mu se virou para ele com a testa arqueada, um pouco surpreso.

— Se refere ao beijo? — sorriu divertido — Pois saiba que ter te beijado daquela forma é a única coisa da qual eu não tenho nenhuma vergonha em toda essa confusão.

Shaka sorriu de volta um pouco mais contido e discretamente buscou a mão do lemuriano a segurando com carinho.

— Mas precisava ser tão... Intenso?

— Ué?! Não gostou? — Mu indagou com uma pintinha da testa levemente mais levantada do que a outra.

— Por Buda, o problema foi justo esse, eu gostei bem mais do que deveria. — Shaka respondeu com sinceridade e finalmente riu sendo acompanhado por Mu.

Os dois logo pararam de rir e após um breve momento de silêncio o indiano voltou a abrir os olhos em um lento levantar das pálpebras.

— Mu!

— Diga.

— É sério aquilo que você disse? — Shaka perguntou ao fazer uma pequena carícia com o polegar nas mãos de Mu

O lemuriano não entendeu de pronto a pergunta e divisou confuso a face e os belos olhos azuis do indiano.

— Como assim?

— O que você disse sobre nós.  Estamos namorando?

O espanto imediatamente tomou conta da face do Cavaleiros de Áries.

— Ué! Mas claro que sim! — respondeu com uma pitada de indignação — Você achou que éramos o que? Amásios?

—- Ah! Não! Que dizer, eu não sei... eu só... — Shaka atrapalhou-se todo.

Com um enorme sorriso no rosto Mu puxou o loiro para perto de si em um meio abraço apertado.

— Está bem, não precisa dizer nada. Eu já entendi. Eu esqueço o quanto virginianos são metódicos com certas coisas. Então vou fazer do jeito certo. — Mu disse ainda sorrindo já endireitando a postura ao limpar a garganta — Você, grande Shaka de Virgem, Cavaleiro de Ouro e dono do meu coração, daria a honra a este pobre ferreiro de ser seu namorado? — fez o pedido com o tom mais pomposo e exagerado que conseguiu.

A resposta foi imediata: um riso cristalino de Shaka, daqueles que lhe chegavam aos olhos, iluminando as belas safiras azuis.

— Seu bobo. — Shaka disse ao se inclinar para frente para dar um beijo nos lábios rosados de Mu.

— Você não me respondeu.

Foi a vez de Shaka de ajeitar a postura e limpar a garganta.

— Sim! Eu, Shaka de Virgem, o mais santo dos santos, te darei, oh belo e forte ferreiro, a incrível e maravilhosa honra de eu ser o meu namorado.

Mu riu, mas logo o riso foi calado por um beijo apaixonado repleto de amor e felicidade dado por seu namorado, Shaka.


Notas Finais


É isso.

O cp não ficou como eu queria, era para ter uma luta, era para ter mais coisa mas gente, foi o que deu pra hoje.
Inclusive tem uma cena final não escrita que eu depois conto pra vcs mas que ó não saiu nem por reza.

...enfim. to meio decepcionada, mas não completamente. pelo menos consegui postar "antes" de dezembro...

beijoooos

Grupo no face com as minhas fics e das meninas - Fics trio ternura
https://www.facebook.com/groups/1522231508090735/

Grupo do Mushakismo, espaço reservado apenas para Mu x Shaka:
https://www.facebook.com/groups/554678934699718/


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