Wei Wuxian estava entediado. O celular já não era mais interessante e Lan WangJi nem ao menos estava em casa. Ele e Lan Zhan, seu namorado, haviam planejado um jantar romântico na casa do segundo citado, porém os planos mudaram quando o Lan teve que sair de última hora para resolver problemas da família. Sendo assim, Wei Wuxian se encontrava deitado de bruços no sofá da sala da casa que WangJi dividia com o tio e o irmão mais velho.
Na sala estavam ele, Lan Qiren - Tio de Lan Zhan. - e Lan Huan - Irmão de Lan Zhan. - porém o último também teve um problema de última hora - Problema esse com nome, sobrenome e uma carranca adorável, na opinião do próprio Lan Xichen. - saindo de casa igualmente a WangJi, e consequentemente deixando Wei Ying e o velho Qiren sozinhos.
Com um suspiro, Wei Wuxian levou seus olhos até o único Lan na sala, vendo como o homem evitava olhar para seu rosto e estava, visivelmente, desconfortavel em sua presença. Entediado - Como sempre. - só lhe restava encarar o rosto do velho Lan até que pensasse em algo legal para fazer ou até que os Lan divertidos chegassem.
Perdido em pensamentos; pensamentos estes que envolviam ele e Lan Zhan, no quarto e desprovidos de quaisquer vestimentas, o Wei continou a encarar a carranca feia de Lan Qiren.
"Ele consegue ser pior do que Jiang Cheng. Céus! Quem aguenta?", pensou.
Ainda pensando, uma ideia nada boa surgiu como um temporal inesperado em sua mente. Sorrindo amável como o próprio demônio, Wei Wuxian passou a encarar o mais velho com mais intensidade. Lan Qiren, que já havia notado que os olhos cinzentos e impertinentes de Wei Ying não saiam de sua direção, resolveu questiona-lo.
- O que você quer, Wei Wuxian?
Sua pergunta não pegou o Wei de surpresa, afinal era isso mesmo que ele queria: Atenção.
- Nada, nada, titio. - Seu sorriso cresceu, e Qiren revirou os olhos pela forma que foi chamado. - Tio Lan, eu gostaria de te fazer uma pergunta, posso? - Questionou, mudando seu sorriso diabólico para um mais inocente. Lan Qiren não sabia qual era pior.
- Se eu disser que não, você ainda vai perguntar mesmo assim, então diga. - Bufou, se ajeitando melhor no sofá confortável, e quando digo confortável quero dizer bem longe de Wei Ying.
- Ok... Mas preste atenção, sim? - Qiren assentiu, desconfiado. - Você só pode responder esta pergunta com sim ou não, ok? - Mais um aceno. - Como posso perguntar isso...
- Desembuche, Wei Wuxian!
- Ok, ok! Acalme-se, Tio. Veja...hm... Você já contou a sua família que é gay? - O questionamento surpreendeu ao velho Lan, mas este se achava incrivelmente esperto. Sendo assim, a resposta veio como um raio, e antes do cérebro processar a pergunta de forma cuidadosa, Lan Qiren já havia respondido:
- Mas é claro que não! - Wei Wuxian explodiu em risadas extremamente agudas e demoníacas.
Qiren o olhava sem entender, então decidiu fazer o que já deveria ter feito desde o início: Interpretar a pergunta vinda do demônio em pessoa.
- Digo, sim! Espere... Não! Mas que diabos de pergunta é essa?! - Em um pulo, ele se levantou do sofá, olhando Wei Wuxian ainda imerso em sua própria bolha de risadas.
- Ah, velho Lan, velho Lan! Não sabia que estava se escondendo dentro do armário. Você tem quantos anos? Quarenta? Cinquenta? - E mais risadas. - Espere, mas você disse sim depois, certo? Então seja bem vindo, titio, hahaha! - E no segundo seguinte, Qiren voou em Wei Wuxian, levando suas mãos até o pescoço do mesmo.
- Desavergonhado! Sem face! - Ele gritava em plenos pulmões, enquanto Wei Wuxian ainda gargalhava, mesmo com duas mãos lhe asfixiando.
- O senhor...só... sa... be... me... chamar... disso...? - Perguntou entre risada.
- Extremamente sem face! - Adicionou mais uma palavra ao seu "xingamento", fazendo o Wei, se é que era possível, rir mais. Entendia quem Lan Zhan havia puxado. - Seu sem vergonha!
- Tio! - Um grito em uníssono foi ouvido vindo da porta, seguido de passos rápidos, quase correndo, em direção aos dois homens no sofá.
- Lan... Zhan... Irmão...Xichen... Jiang Cheng... - Lan WangJi agarrou a cintura do tio, o tirando rapidamente de cima do Wei, e Lan Xichen amparou o mesmo, que estava vermelho de raiva e vergonha por ter caído em uma brincadeira tão idiota quanto aquela. Wei Wuxian desatou em uma série de tosses enquanto passava a mão pelo pescoço vermelho, mas sem tirar o sorriso do rosto.
- O que houve, Wei Wuxian? - Jiang Cheng, que estava atrás do namorado, questionou.
- Nada... Eu apenas fiz uma inocente... - Tossiu. - brincadeira com nosso velho Lan. - Olhou para o homem, este que só faltava rosnar, mas que já havia se afastado das mãos do sobrinho mais velho.
- Inocente? Vindo de você? Eu dúvido! - Jiang Cheng ironizou, recebendo uma língua atrevida em sua direção. - Tão maduro...
- Wei Ying... Você está bem? - Lan Zhan, mesmo curioso pelo fato de ter encontrado seu tio e seu namorado naquela situação, ainda estava preocupado com o Wei.
- Você ainda tem coragem de perguntar se ele está bem, WangJi? Não vê a minha situação? - Qiren gritou os questionamentos, recebendo um olhar levemente culpado de Lan Zhan.
- Se acalme, por favor, Tio. Poderia nos explicar o que de tão ruim o senhor Wei fez para que vocês chegassem ao que aconteceu há alguns minutos? - Calmo como sempre, Xichen queria respostas assim como os outros dois que chegaram com si.
- Ele... Ele... - Qiren se sentia envergonhado, enquanto apontava o dedo indicador na direção do Wei no sofá. Ele não era capaz de dizer o que havia acontecido.
- Tudo bem. Wei Wuxian... Poderia nos explicar? - Huan questionou vendo que seu tio claramente não conseguiria falar.
- Claro, claro, cunhadinho! Veja só, eu estava entediado por ter ficado aqui nessa casa grande, sozinho. O celular estava tão chato e o nosso tio Lan parecia entediado também e um tanto desconfortável, eu só quis deixá-lo mais tranquilo. Então decidi brincar inocentemente com ele. - Suspirou dramaticamente, arrancando uma revirada de olhos violetas de Wanyin. - Mas como eu sou sempre mal interpretado, ele me atacou ao fim da brincadeira.
- Que brincadeira, Wei Ying? - Lan Zhan perguntou, temendo o que era, conhecia o Wei como ninguém e sabia do que ele era capaz quando se estava no tédio. Mesmo assim, acreditava que enforca-lo, a não ser que ele estivesse entre quatro paredes com si e pedindo por isso, era demais.
- É chamada de sim ou não, eu faço uma pergunta, e ele só pode responder com uma destas duas palavras. - Explicou.
- E qual foi a pergunta, Wei? - Até mesmo Xichen estava temendo saber o que era.
- Nada realmente grave para ele ter me atacado, apenas perguntei se ele já havia contado à família que era gay. - O silêncio na sala era quase palpável, todos pareciam confusos, mas logo as engrenagens começaram a funcionar e suas faces se tornaram surpresas. Qiren lhe matava em pensamento.
- Estão vendo, Xichen e WangJi? Ele é uma má influência! Ele não tem senso e é um tremendo sem vergonha! - Qiren ainda gritava, sob os olhares de pena e sem graça dos sobrinhos.
- Foi enforcado, e eu achei foi é pouco! - Jiang Cheng opinou, recebendo apenas um negar de cabeça do Lan que ele namorava. - Estou errado, Lan Huan? - Xichen preferiu não responder.
- Não acho que era pra tanto, Jiang Cheng. Vejam só, imagina o quanto de poeira acumulada tinha nesse armário por longos quarenta e tantos anos? - Com sua melhor expressão inocente, ele completou: - É por isso que o senhor tem rinite!
- Wei Wuxian!
E tudo começou novamente; um Qiren por cima de um Wei que gargalhava, um Lan Zhan que tentava separá-los e implorava para Wei Ying parar de provocar o mais velho, um Xichen justo e paciente pedindo calma, e um Jiang Cheng assistindo tudo e torcendo para que Wei Wuxian perdesse ao menos um dente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.