História Skins: juventude à flor da pele. - Capítulo 1: Kaya

Kaya

-Kaya, se você não ficar pronta em dez minutos, terá que ir só para escola. -Meu pai gritou da ponta da escada.

Bufei e terminei de calçar minhas botas.

Antes de descer, dei uma última olhada no espelho para ver se estava tudo certo mesmo.

-Cadê meu pai? -Perguntei à minha mãe que tomava chá sentada à mesa.

-Já foi pro carro, se você correr talvez consiga pegar ele antes de sair. -Falou com um tom divertido.

-Droga! Tchau, mãe!  -Gritei e corri porta à fora.

Meu pai já estava saindo do estacionamento quando eu abri a porta e me joguei para dentro do veículo com tudo.

-Você está atrasada, mocinha. -Ele disse dando partida.

Revirei os olhos e coloquei os fones.

-Boa sorte no primeiro dia. -Falou e sorriu para mim. Retribui o sorriso e sai do carro.

Passei pela porta e comecei a observar o local. Era bem maior que minha antiga escola e, com toda certeza, tinha mais pessoas.

Foi ai que eu reparei que ninguém tirava os olhos de mim. Talvez seja por eu ser novata, ou algo assim.

-Então...Você está de volta? -Perguntou uma garota loira à minha frente. Minha resposta foi uma cara de interrogação. -Seu sobrenome, por um acaso, seria Stonem? -Ela juntou as sobrancelhas.

-Não...-Respondi ainda sem entender nada. Seus olhos se arregalaram.

-Você só pode estar brincando, certo? -Fiz que não com a cabeça. -Santo Deus! -Ela arquejou e me olhou como se eu fosse de outro planeta. -Você não é Effy Stonem?

-Olha, eu já disse que não tenho esse sobrenome ai e meu nome também não é Effy. Agora, por favor, dá pra parar de me olhar como se eu fosse uma alienígena? -Sua expressão foi de surpresa à envergonhada.

-Oh! Desculpe, não foi minha intenção te assustar, ou algo do tipo. -Ela falou e sorriu em seguida.- Seu nome seria?

-Kaya Scodelario. E o seu? -Respondi.

-Ashley Benson. Se você quiser posso te apresentar umas pessoas.

-É...Pode ser. -Falei e a segui.

Andamos até uma sala onde tinham vários alunos espalhados. Chegamos à um sofá circular que ficava no canto do lugar e ela se pronunciou. 

-Gente, essa é a Kaya. Você é novata, certo? -Perguntou me olhando rapidamente.

-Sim...-Olhei para as pessoas da roda e eles tinham os olhares fixos em mim.

-Tem certeza que o nome dela é kaya? -Perguntou um moreno que estava de touca.

-Claro que sim, Zayn. E eu já tive a confirmação da mesma de que ela não é a...Você sabe. -Ashley respondeu e todos juntaram a sobrancelha quase ao mesmo tempo.

-Então...Prazer, Kaya. Me chamo Liam. -Falou um garoto de cabelos castanhos e estendeu a mão para mim. -Esses são: Louis, Harry, Avril, Cher, Justin...E o zayn você deve ter percebido que é esse cabeção aqui. -Disse cada nome apontando para seus donos. Eles sorriam ou acenavam para mim. Eu sorri de volta e sentei-me ao lado de Justin no sofá.

Ficamos conversando durante algum tempo, a maior parte foi sobre mim, mas logo eles mudaram o assunto para falar sobre o jogo que o Louis teria no sábado e do ensaio da banda dos meninos nessa tarde. Sim, o Liam, Louis, Harry, Zayn e o Justin tinham uma banda.

Descobri também que a Ashley namora o Zayn e que a Avril às vezes fica com o Liam, mas nunca quiseram nada de verdade, o mesmo acontecia com a Cher e com o Harry. É claro que na nossa conversa eles não comentaram sobre isso, a Ashley me contou essas coisas no caminho para a aula.

-Então...Por que tá todo mundo me olhando estranho e vez ou outra me perguntando se eu sou essa tal Effy? -Perguntei à Ashley quando chegamos na sala de aula.

-Longa história, talvez um dia a gente te conte. De qualquer forma, não se preocupe muito com isso. -Respondeu depois de pensar um pouco.

Eu apenas dei de ombro.

As aulas foram rápidas e logo a hora da saída já havia chegado.

-Hey, Kaya! Você vai vim também pra casa do Zayn, né? -A Avril perguntou quando eu estava guardando as coisas no meu armário. 

-Pode ser, mas eu não sei onde é. 

-Sem problema. Vem que eu te levo lá. 

-Tudo bem. -Sorri e a acompanhei.

-Então...você veio de onde? -Perguntou Avril depois de andarmos por um tempo.

-Vim de Londres.

-Algum motivo específico? -Perguntou enquanto pegava um cigarro e o acendia.

-Alguns problemas...nada que seja muito importante agora. -Respondi, eu não queria pensar muito no que tinha acontecido. -Você fuma?

-Sim, todos nós, por quê? -Ela perguntou me encarando.

-Sei lá...Eu achei que as pessoas por aqui eram mais...Não sei...Achei que não fumavam. -Falei e peguei o cigarro que ela me oferecia. Avril sorriu e acendeu outro cigarro pra ela.

-Todos tem essa ideia.

Caminhamos por uns vinte minutos antes de chegar à casa do Zayn.

-Chegamos! -Gritou Avril depois de passar pela porta. 

Todos estavam sentados em roda na sala e passavam um saquinho com uma substância branca de um para outro.

-Eu não acredito que vocês começaram sem mim. -Avril falou indignada.

-Relaxe, Lavigne. -Justin disse e estendeu o saquinho para a mesma que logo colocou o dedo indicador dentro e o enfiou na boca, passando o para mim logo em seguida.

Eu nunca imaginei que aqui as pessoas se drogavam ou algo do tipo, estava bem enganada. Repeti a ação da Avril e logo senti a sensação de sempre. Fazia tempos que eu não usava uma boa como essas.

-Como vocês conseguiram uma dessas?-Falei dando o saquinho para o Liam. -É muito boa.

-Temos ótimos contatos. -Harry disse e piscou um olho na minha direção. Eu ri e me sentei na roda.

Logo que o saquinho esvaziou, os meninos desceram para o porão e nós os acompanhamos. 

O porão cheirava à drogas e bebidas. Eles começaram a tocar e as meninas e eu dividimos um cigarro.

Vez ou outra eu podia ver o Zayn olhando-me de um jeito interessado, eu já devia estar tendo alucinações porque a Ashley estava do meu lado, ele não podia estar flertando comigo com sua namorada ali.

Logo que a música terminou a Benson correu para beijar o Malik, os outros meninos vieram sentar ao nosso lado e fumar mais um pouco.

O porão já estava todo cheio de fumaça e todos riam feito idiotas.

Eu não esperava isso do meu primeiro dia em Bristol.

E eu percebi que não adiantava fugir dessa vida, ela vem atrás de mim onde quer que eu esteja.