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História South Park High - Amar É Se Esconder Em Um Motel Barato


Escrita por: maimalvasi

Notas do Autor


Cartman tem um plano para poder ficar com Heidi sem que seus pais descubram e, como seu carro ainda está na oficina, ele envolve Kenny e sua van fedorenta. Mas afinal de contas, existe algo mais romântico do que levar sua namorada escondido para um hotel cuja diária seja possível de pagar com uma mesada de um adolescente de 16 anos?

"Love Is Hiding In A Cheap Motel", continua os eventos do último capítulo, que rendeu muitos novos favoritos a história (o que de coração, eu fico mto agradecida!) Queria agradecer pelos 2000 leitores (tamo crescendo carai) que se despõe e ler essa loucura que sai da minha cabeça às vezes. Deixem seus comentários, adoraria saber o que estão achando.

Falow e até o próximo capítulo!!

Capítulo 22 - Amar É Se Esconder Em Um Motel Barato


Fanfic / Fanfiction South Park High - Amar É Se Esconder Em Um Motel Barato

- Me passa um Doritos? – Kyle disse não tirando os olhos da TV enquanto Stan apenas moveu o saco de saldadinhos em direção ao melhor amigo. Kenny estava sentado no chão, com os olhos vidrados. O filme estava no momento mais crucial e importante, o clímax que deixaria qualquer um se segurando para não levantar. Estavam tão concentrados que nem mesmo uma explosão lá fora poderia distraí-los. Os três se inclinaram ao mesmo tempo quando o conflito do filme finalmente parecia que ia ser resolvido, mordendo os lábios ou roendo as unhas, e foi quando Cartman surgiu na frente na televisão.

- Vocês não vão acreditar na ideia incrível que eu tive! – ele disse cortando toda a tensão e, como seu corpo cobria basicamente a parte que importava da cena, eles perderam o que estava acontecendo. Kyle derrubou o saco de Doritos no chão, arregalando os olhos junto com seus amigos, e ao mesmo tempo, eles curvaram a cabeça em direção ao gordo. – Digo, todas as minhas ideias são incríveis, mas acho me superei dessa vez.

- CARTMAN! – Stan gritou levando as mãos sobressaltado, o que fez o outro levantar uma sobrancelha confusa.

- O quê? Eu nem disse o que é ainda...

- NINGUÉM LIGA! AGORA SAI DA FRENTE! – Kenny gritou, ficando de joelhos e o empurrando para o lado com força, o que quase fez Cartman tropeçar, cruzar os braços aborrecido e encarar seus amigos idiotas. Kenny sentou-se de novo, mas a cena já tinha mudado e eles tinham perdido a melhor parte. – Não... NÃO! – os olhos dos três garotos borbulharam com ódio.

- Vocês vão me ignorar por causa desse filme ridículo? Por favor... O cara morre no final e...

- FILHO DA PUTA! – Kyle que não tinha falado nada até o momento, saltou do sofá, pronto para pular em cima de Cartman e socar tanto sua boca que ele nunca mais poderia falar nada para atrapalhar ninguém, mas Stan e Kenny o seguraram.

- O que é tão importante pra fazer a gente perder o fim do filme bundão? – Stan disse ainda tentando conter Kyle de estraçalhar o garoto gordo na frente deles.

            Cartman suspirou fundo, balançando a cabeça antes de recomeçar a falar. – Acontece que eu ia contar pra vocês, babacas, o meu super plano de ficar com a Heidi sem ser incomodado e... – Kenny estapeou a própria cara enquanto Stan e Kyle trocavam olhares confusos. Se os dois se lembravam bem, eles estavam brigados, certo? – O quê? Sério que ISSO você não contou pra suas putinhas?

            Kenny apenas deu de ombros, fazendo que não com a cabeça. – Sabe, embora você não perceba, você não é o centro do mundo, Cartman.

- É verdade... A gente mal lembra que você existe quando você não ta perto... – Stan adicionou.

- Não lembramos? – Kyle indagou recebendo um olhar duvidoso de seus dois amigos, antes de sacudir a cabeça e confirmar com certeza. – Sim, claro. Não lembramos.

            Cartman os encarou por um segundo antes de soltar uma gargalhada alta. – Ah ta! Claro... – os três rolaram os olhos sabendo que ele não ia parar de falar. – Bom eu e a Heidi só estamos fingindo que estamos brigados porque... – e então ele explicou tudo o que tinha acontecido desde o acidente e o porquê eles precisaram fingir como se não quisessem contato um com o outro por um tempo. Chegou até a parte em que saíram da Kombi de Kenny e ele teve a ideia. – Nós vamos passar o final de semana em um motel!

            Seus amigos piscaram perplexos. Cartman esperava uma reação melhor daquele bando de palhaços... Kenny cruzou os braços primeiro e então Kyle curvou a cabeça. – Pensei que só pudesse entrar de carro nos motéis... Não é esse o sentido da palavra? – ele disse lembrando o que significava (Motor+Hotel=Motel), antes de continuar. – E o seu carro ainda ta na oficina né? Além do mais, se vocês não podem ser vistos juntos... Vão fazer o que? Entrar no motel de mãos dadas saltitando por ai?

- É ai que entra o Kenny e o carro velho dele!

- Kenny Móvel. – o loiro disse recebendo um olhar de todos os seus amigos, mas então ele se deu conta do que estava acontecendo. – Espera ai... Que porra você ta falando?

            Cartman sorriu quando o ouviu, enquanto puxava um pedaço de papel dobrado de dentro do casaco. Lentamente, para a surpresa de seus amigos, ele o desdobrou transformando-o em um cartaz com desenhos bem mal feitos em sequência que era o seu plano genial. – Muito bem, a Heidi vai dizer pros pais dela que vai ficar na casa da Esther, porque elas são melhores amigas ou coisa assim. Eu e o Kenny vamos pegá-la na frente dos Stoley e a gente vai se esconder na parte de trás da Kombi enquanto você, ta vendo você aqui Kenny? – ele apontou para o desenho de Kenny como se fosse um caminhoneiro dentro da van. – Dirigi até aquele motel barato perto do Benny’s e usa seu carro e seu documento falso pra entrar. Ai enquanto eu e a Heidi usamos o quarto, você fica lá na van de olho e...

- Ei, espera ai... Por que eu faria isso? Que caralhos eu ganho? – ele perguntou olhando bem no fundo dos olhos de Cartman.

- Hehe... Como assim o que você ganha Kenny?

- Você vai ficar de boa com a Heidi, potencialmente transando com ela enquanto eu faço todo o trabalho sujo e ainda te espero do lado de fora. Por que eu faria isso?

- Porque... – Cartman pensou por um segundo. Ele teria colocado alguma forma de barganha no plano se a pessoa em questão fosse Stan ou Kyle... Mas ele não imaginou que Kenny fosse querer algo. Ele não pensava que o garoto fosse esperto o suficiente para perceber que ele só precisava usá-lo para conseguir o que queria. – Porque somos melhores amigos, certo? – Kenny continuou imóvel, o que começou a irritar o gordo. – Ah! Puta que pariu Kenny, o que você quer? Um pedaço de pão pra você dividir com a sua família no natal?

            Kenny suspirou fundo virando-se pronto para ir embora. – Quer saber de uma coisa? Foda-se, se vira balofo. – e então ele saiu da casa de Stan, levantando o capuz da parka para se proteger do frio lá fora. Cartman berrou e saiu correndo atrás dele, deixando Stan e Kyle para trás com olhares neutros.

- Não acredito que ele nos fez perder o final do filme... – o ruivo disse.

- Isso é o que ganhamos por não decidir assistir um filme em streaming...

 

            Enquanto Kenny caminhava pelas ruas geladas de South Park, encolhia-se todo para evitar morrer congelado, literalmente, por acidente. Dezembro era definitivamente o mês mais frio do ano. Ele parou sentindo algo vibrando em seu bolso e então apanhou o velho celular. O nome “Lola Harris” piscava na tela, o que o fez rolar os olhos e colocar o aparelho de volta no bolso. Por algum motivo, Lola criou um interesse quase louco por ele e ela tentava, a todo momento, chegar perto dele ou trocar algum tipo de comunicação, mesmo que ele tivesse deixado bem claro que ele não queria nada sério, só zoar por ai de vez em quando.

            Foi fisgado de seus pensamento quando ouviu os passos pesados de Cartman se aproximando na neve. Ele virou-se devagar apenas para arregalar os olhos quando o viu saltando para alcança-lo. – Calma! Eu já parei! VOCÊ NÃO PRECI...

            O loiro agradeceu pela neve ter uma textura fofa, ou provavelmente, com sua sorte, ele teria quebrado a cabeça quando os dois atingiram o chão. Cartman sorriu, contente por tê-lo alcançado e apenas recebeu um rolar de olhos de volta.

- O que você quer?

- Essa pergunta, meu caro Kenneth, sou eu quem vou fazer. – ele disse sorrindo afetado, mas Kenny apenas piscou sem reação pensando “Ele acabou de me chamar de Kenneth?”. Cartman suspirou fundo completando o que queria dizer. – O que você quer pra me ajudar com o lance do motel hein?

            Kenny o empurrou, tirando-o de cima de seu corpo e então sentou na calçada coberta de neve e apalpou suas roupas para limpá-las. O gordo continuou esperando uma resposta, mas ele não achou que realmente chegaria no ponto em que Cartman lhe oferecia algo em troca. Ele teria que pensar... – Hmm... Eu não sei. O natal ta chegando. Você poderia me dar um presente de verdade esse ano, né?

- Que quer dizer com isso? Eu sempre te dou presentes!

- Quer dizer as idiotices que você faz pra me zoar no natal porque eu sou pobre?

(flashback on)

4 natais atrás: Kenny abria o pequeno embrulho feito por Eric Cartman apenas para se deparar com um celular de flip de brinquedo, desses que tocam um musiquinha irritante toda vez que alguém o abre e que custam no máximo um dólar.

- Viu só Kenny! Agora você pode finalmente falar comigo e com o pessoal no chat!

2 natais atrás: Kenny correu até a porta depois de seu pai xingá-lo por ser preguiçoso e não atender. Cartman estava parado lá com um gorro de Papai Noel e uma bandeja coberta nas mãos. Ele estava faminto... Não era como se nunca estivesse, mas especialmente no natal, quando todos se empanturravam e as propagandas de comida na TV ficavam muito mais apelativas, as barrigas dele e de seus irmãos pareciam roncar ainda mais.

- Feliz natal Kenny! – o loiro sorriu e levantou a peça que cobria a bandeja apenas para se deparar com um brinquedo de cachorro em formato de frango assado. O sorriso desapareceu do seu rosto e Cartman sentou no chão gargalhando. – Tenho certeza que esse aqui a sua família consegue pagar! – e então Kenny fechou a porta com tudo na cara do gordo.

1 natal atrás: Kevin havia sido preso há um mês. As coisas estavam horríveis na casa dos Mccormick. Kenny estava no ponto de ônibus quando Cartman apareceu e lhe entregou um pacote e desejou feliz natal. Quando ele abriu, era uma caixa vazia com uma foto de um duende que o gordo provavelmente imprimiu.

- Que porra é essa?

- É o que você e sua família mais precisam agora... – ele já estava se segurando para não rir. – SORTE! HAHA! – e então caiu de novo na gargalhada, antes de Kenny jogar a caixa vazia na cabeça dele.

(flashback off)

            Kenny cruzava os braços, olhando irritado para Cartman enquanto os dois lembravam ocasiões dos natais passados. – Então...?

- Certo, certo... Sem pegadinhas esse ano. É só isso que você quer? Um presente de natal legal? Como você é gay Kenny... – Cartman disse sacudindo a cabeça.

- Não... Tudo o que eu pedir pra comer no carro e a gasolina que eu vou gastar, você quem vai pagar. Se eu vou ter uma noite de solidão na Kombi... Você quem vai bancar. – ele disse sorrindo afetado. Cartman pareceu vacilar por um segundo, mas então, como estava desesperado, expos sua mão para que Kenny apertasse e firmasse o acordo.

- Fechado.

- Bom fazer negócio com você. – Kenny disse sorrindo satisfeito.

 

            No dia seguinte, durante o almoço, Heidi estava calada, tentando encontrar o momento certo para contar sua mentirinha. Já tinha planejado tudo com Eric, e ela precisava de tudo ajeitado até a hora de encontrá-lo. – Uh... Mamãe... – pensou que fosse melhor falar com ela primeiro. – A Esther me chamou pra passar a noite lá na casa dela. Posso ir?

- Você não viu a Esther ontem, Heidi? – seu pai perguntou, colocando mais uma garfada de comida na boca.

- Uh... Bem... Sim, mas é que ela ta passando por uns problemas. Ela gosta desse cara sabe? Problemas de meninas... – ela disse sabendo que instantaneamente isso afastaria seu pai. Ele a encarou por alguns segundos antes de concordar. Sua mãe fez o mesmo afirmando que é claro que ela podia ir. Já tinham passado por brigas sufientes por tentarem afastar Heidi do namorado, não precisavam de mais por causa de amigas.

 

            Em outro bairro, na casa de Eric Cartman, sua mãe mal tinha acabado de colocar a mesa, e ele já estava atacando a comida. – Devagar pudinzinho... Você vai ficar com dor de estomâgo.

- Cala bo... – ele parou lembrando-se de que tinha que ser legal com ela ou ela poderia não deixar ele sair naquela noite. – Uh... Digo... Mããããee... Posso passar a noite na casa do Kenny?

- Do Kenny? Pensei que você odiasse ir lá. – ela disse se sentado e se servindo. Era claro que ele odiava, a casa do Kenny era nojenta e eles jantavam comida barata congelada toda noite. – Por que não chama o Kenny pra vir aqui docinho?

- Uh... Eu disse Kenny? Eu quis dizer Kyle! Isso, posso ir dormir na casa do Kyle? – ele disse piscando os olhos inocentemente sabendo que sua mãe jamais resistia. Ela sorriu pensando em como tinha o filho mais fofo do mundo e então concordou.

 

- Kyle... É sério. Eu já disse que ta tudo bem... – Ike estava com o cabelo arrumado e com roupas limpas e passadas. Ele era apenas um garoto de onze anos, mas já demonstrava que não seria o tipo de pessoa que ligava muito para aparência. Geralmente colocava seu jeans preto, seu blusão azul claro favorito e tênis. Seus cabelos negros estavam sempre desgrenhados e bagunçados porque ele sempre esquecia de pentear... Mas naquele dia, seu irmão mais velho tinha feito questão de deixá-lo perfeito. Kyle até mesmo fez com que ele andasse por ai sem os óculos e colocasse as lentes de contato que ele odiava.

- Não seja ridículo. Você ta uma gracinha cara... Certo Stan? – Kyle perguntou virando-se para o seu melhor amigo que estava logo atrás com as mãos no bolso lambendo um sorvete que tinha acabado de comprar, afinal eles estavam no parque. O judeu confirmou mais uma vez pedindo a ajuda de Stan que ao ver Ike daquele jeito, apenas confirmou com um sorriso e um dar de ombros. – Viu só? Agora... Onde é que ela ta? Você disse que ela costuma vir aqui?

- Uh... É... Quando eu espionava ela pro Kenny pelo menos... Ela vinha muito aqui. – Ike olhou em volta quando de repente eles escutaram a voz de Karen se aproximando. Ela cantarolava alegremente descendo em direção até o parque onde eles estavam. Stan e Kyle observaram enquanto o irmãozinho do segundo encolhia os ombros timidamente, antes de trocarem sorrisos afetados e Kyle o empurrá-lo um passo a frente.

- Fala oi... – ele sussurrou e se afastou um pouco com Stan vendo seu irmão corar levemente, principalmente quando Karen parou na frente dele e sorriu.

- Ah! Oi, Ike! – Karen tinha o sorriso mais puro e inocente que eles já tinham visto e sua voz emanava gentileza. – Onde estão os seus óculos?

            Ike piscou sem saber o que responder, então apenas esfregou os pés na grama salpicada com neve. Kyle soltou um pigarro do fundo da garganta que o fez voltar à realidade. – Uh... São lentes. Eu to usando lentes.

- Ah... Entendi. Elas não coçam?

- Pra caralh... Quero dizer! Coçam... Elas coçam... – ele olhou para trás e Kyle concordou com a cabeça incentivando que ele continuasse. Ike mordeu o lábio nervosamente, mas então viu Stan apontado para o seu sorvete como se quisesse dar uma ideia. – Uh... Karen, você... Quer tomar um sorvete?

- Puxa... Eu adoraria! – ela disse animada, juntando as mãos, mas então murchou repentinamente. – Oh... É que eu não tenho dinheiro...

- Não tem problema! – Kyle disse de repente, sorrindo para Karen que retribuiu já que ela gostava muito dos amigos de Kenny. – O Ike pode pagar um pra você, Karen. Certo Ike?

- C-Certo... Claro. Vamos então? – ele perguntou e ela corou, colocando os braços atrás das costas antes de concordar com um sorriso. Ele concordou sorrindo igualmente antes de andar lado ao lado com a menina que gostava em direção ao carrinho de sorvete. Ele virou a cabeça levemente apenas para piscar em direção aos dois atrás.

- Puta merda... Eles crescem tão rápido, não é Stan?

- É... Mas não importa o quanto as pessoas cresçam... Ninguém consegue recusar um bom sorvete...

 

            No final daquela tarde, depois dos pais de Heidi a deixarem na frente da casa dos Stoley, ela esperou calmamente até que avistasse a Kombi de Kenny se aproximando. Ele estacionou e abaixou a janela sorrindo para ela.

- Oi Kenny...

- E ai, Heids! Isso soaria sinistro em qualquer outra situação, mas... Entra nos fundos do carro. – ela riu suavemente, antes de dar a volta e abrir a porta traseira sem tranca da Kombi, apenas para encontrar Cartman sentado lá roendo as unhas. A garota soltou um barulhinho agudo de felicidade antes de correr para dentro e se lançar ao lado dele, algo que fez Kenny sorrir olhando por cima dos bancos da frente. Ele odiava admitir, mas era um sentimental. É claro que ia conseguir algo em troca, mas quem era ele para negar um tempo de diversão a um casal proibido?

- Viu Boo? Eu disse que ia dar certo! – Eric disse todo orgulhoso enquanto colocava um braço em volta do pescoço dela, deixando-a confortável. Kenny suspirou antes de continuar dirigindo até o motel que ficava ao lado do Benny’s nos limites da cidade.

Entrar até que foi bem fácil. Ninguém pediu para checar os fundos da van, Kenny apenas entregou seu documento, pediu um quarto e então deixou os dois saírem, entregando a chave para eles. Depois, ele apanhou um cobertor que estava jogado lá dentro, ligou o som do carro, abriu uma latinha de cerveja do Peck que tinha comprado e começou a curtir o som, fazendo sua parte de se certificar de que ninguém os atrapalharia. Mais tarde acenderia um baseado e pediria uma pizza com o dinheiro de Cartman, afinal ele tinha pagado por tudo até agora.

 

- Wow... Dá pra acreditar nisso? – Heidi disse quando eles entraram no quarto. É claro que não tinha nada de chique, mas o local estava bem arrumado, e o melhor de tudo: eles estavam finalmente sozinhos.

- Não... – Cartman riu antes de se jogar na cama de casal, que era simplesmente perfeita. Uma das camas mais macias que ele já tinha se deitado. – Ainda mais considerando que pagamos 40 dólares pra passar uma noite inteira aqui.

            Heidi deixou a mochila perto da porta depois de fechá-la e caminhou pelo que seria o ninhozinho de amor deles nas próximas horas. Tinha uma TV pequena, ventilador, dentro do armário dois roupões, e quando ela foi no banheiro quase gritou de alegria. – Ah! Eric! Olha só isso! – ele se levantou e foi até ela apenas para observar uma humilde banheira. Não era como fosse um objeto de resort, que faz massagem ou coisa do tipo... Era apenas uma banheira comum, mas ainda assim, como eles estavam sozinhos, tudo era fascinante. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Heidi continuou se movendo pelo quarto, vendo o que mais ela conseguia encontrar. Ao lado da cama, havia uma caixa de som com um cabo auxiliar caso quisessem ouvir música e então ela viu... Uma pequena geladeira no canto oposto. – Isso é frigobar?

            Cartman piscou indo até lá e abrindo a portinha fria. Lá dentro havia uma garrafa de água, duas latas de Dr. Pepper, uma caixinha de suco de laranja, alguns mini-chocolates e cerca de cinco ou seis mini-garrafinhas de amostras gratuitas de licor de uma lojinha que ficava ao lado do motel. Provavelmente eles tinham um acordo de deixar as amostras lá para que os clientes experimentassem e, caso gostassem, fossem à loja depois. Heidi parou ao lado dele, estudando tudo o que tinham encontrado, antes de ouvi-lo falar. – A gente vai roubar tudo isso aqui...

 

            Cartman havia ligado seu celular na caixa de som, deixando sua playlist no Spotify rolar enquanto aproveitava um pouco da banheira. – Heidi...? Você não quer vir aqui? Não sabe o que ta perdendo... – ele disse afundando no mar de espuma que tinha feito com o produto que encontrou no armário do banheiro. Quando não a escutou respondendo, ergueu novamente a cabeça com sua nova barba de espuma, confuso. – Heidi?

            Talvez a música estivesse muito alta para ela escutar. Ele sacudiu a cabeça, saiu da água e rapidamente se enrolou no roupão, já que estava bem frio. Ele enrolou uma toalha em volta do cabelo para secá-lo e entrou de volta no quarto apenas para encontrar Heidi, usando o roupão do motel por cima do pijama, pulando na cama como uma menina de 10 anos, sacudindo a cabeça no ritmo da música, e as 6 amostras de licor jogadas vazias no chão.

- HEIDI! – isso pareceu ter chamado a atenção dela porque ela caiu do joelhos na cama, sorrindo embriagada em direção a ele. Heidi não era muito forte em relação a bebida e ele sabia disso. – Porra! Você tomou todo o licor!

- E tava bommm... – ela disse rindo e se movendo como se tivesse vento batendo nela. A risada dela ficava estranha quando ela estava bêbada, mas Cartman preferiu não comentar.

- Podia ter deixado um pra mim pelo menos! – ele disse se abaixando e pegando as garrafinhas do chão antes de murmurar para si mesmo. – Egoista... – quando ele se levantou novamente e se virou para jogar as coisas no lixo, ela tinha surgido ali e tocou o nariz dele suavemente. – Uh...?

- Você parece um porquinho Eric... O porquinho mais fofinho do mundo... – ela continuou brincando com o nariz dele enquanto falava. – Olha só esse narizinho... Óinc, óinc... Hehe...

            Ele rolou os olhos tirando a mão dela de seu rosto. – E você ta bêbada... Agora se controla porque se acharem a gente aqui e você desse jeito, a gente se fode ta? – ele disse desviando dela para continuar o que ia fazer, mas então ela deu um tapa no bumbum dele, que o fez corar como ele nunca tinha corado antes. Ela nunca tinha feito isso.  – H-HEIDI! V-VOCÊ...

- Bati na sua bunda! Yay! – ela se jogou novamente na cama, rindo como um bebezinho.

 

            Kenny estava na metade do baseado, ouvindo a cópia pirata do Rubber Soul dos Beatles, que tinha gravado do original do Sr. Marsh há algum tempo, viajando dentro da sua própria mente. Ele instintivamente olhou para cima, em direção a varanda aberta do motel, quando viu um homem musculoso, cheio de cabelos louros no topo da cabeça, observando a vista enquanto fumava um cigarro. Ele já o tinha visto antes... Tinha certeza disso. Estreitou os olhos, que deviam estar bem vermelhos para tentar ver melhor e foi quando os arregalou, reconhecendo o pai de Heidi. Ele olhou para o baseado, como se quisesse se certificar de que aquilo estava mesmo bom e então viu a mãe de Heidi saindo de um dos quartos, colocando as mãos nos ombros do marido e o chamando de volta ao quarto. Ele sabia que muitos casais tentavam mudar de ambiente para apimentar a vida sexual... Mas puta merda, logo naquele dia os pais de Heidi tinham que vir justo naquele motel?! Ele abaixou a música e rapidamente ligou para Cartman, que demorou para atender, mas quando o fez, Kenny pode ouvir música e risadas do outro lado.

- Cartman...?

- Uh... Oi Kenny. Que foi? Eu não posso falar agora... Eu to com um probleminha...

- Certo... É só que eu preciso te falar uma coisa cara... – de repente, a linha de raciocínio de Kenny foi interrompida quando um homem vestido como entregador de pizza bateu na janela do carro. – Uh... Perai bundão... Oi, quanto eu te devo? – o homem disse o valor, Kenny o pagou e então apanhou a pizza, voltando sua atenção para o telefone com o nome de Cartman na tela. Ele tinha ligado para Cartman? Ele esforçou sua mente chapada para lembrar o que precisava dizer.

- Kenny?

- Uh... Oi cara, eu te liguei?

- ...Você ta chapado, né? – ele perguntou e Kenny pôde ouvir Heidi rindo e gritando do fundo enquanto repetia com um tom animado a palavra “chapado”, o que fez Cartman rolar os olhos.

- Uh... Talvez... Eu pedi uma pizza e paguei com o seu dinheiro. Eu acho... Que barulheira é essa?

- Kenny! A gente se fala mais tarde, você ta me atrapalhando caralho! – e então ele desligou na cara de Kenny que olhou para o celular ofendido.

- Grosso... Espero que o pai da Heidi pegue você também, seu babaca filho da... MERDA O PAI DA HEIDI! EU ESQUECI! – e então ele começou a ligar novamente, mas Cartman já estava bem longe do telefone e tinha o silenciado para impedir que o enchessem o saco.

 

            Heidi continuava pulando e dançando em cima da cama, caindo diversas vezes devido à maciez do colchão. – Heidi! É sério, você precisa parar com isso! – ele gritou batendo o pé antes de sentir seu rosto sendo atingido por um travesseiro que ela tinha atirado. Ele sacudiu a cabeça, piscando surpreso antes de olhar para ela, que segurava a barriga enquanto rindo dele. Sua boca curvou-se em um sorriso vingativo de repente. – Ah... É isso que você quer então sua puta! Você vai ver! – ele apanhou o travesseiro do chão e pulou na cama, rindo junto com ela enquanto eles brincavam de guerra de travesseiro. Definitivamente não era o que estava planejado, mas depois de alguns minutos, Cartman teve que admitir que estava se divertindo. Por um segundo até mesmo cogitou que ele e Heidi podiam se divertir sem sexo, mesmo estando sozinhos. Talvez era isso que significava amar alguém... Mas aquilo era profundo demais para ele, o que o fez concluir que estava pensando besteiras. Cartman ainda estava trabalhando nesse lance de amar alguém publicamente.

            Ele pulou em cima dela, segurando seus pulsos contra o colchão enquanto ela gargalhava. – HÁ! Ganhei! – ele riu também, inclinando-se para beijá-la, mas então parou quando escutou alguém socando a parede que dividia os quartos. Ele ergueu uma sobrancelha, abaixando a música e sentindo raiva borbulhar dentro dele. Quem era o filho da puta que se atreveria a interrompê-lo daquele jeito? – Mas que porra...

- Oie! Ta muito barulho? – Heidi gritou levantando-se e socando a parede no mesmo local, mas então Cartman a puxou para mais perto impedindo que ela continuasse.

- Que merda Heidi! Ta louca?! – ele disse, mas então escutou alguém batendo na porta. Talvez fosse a pessoa do quarto ao lado... Ou talvez o gerente do motel porque a pessoa do quarto ao lado tinha ligado para reclamar. Ele sabia que não era coisa boa. Engoliu a seco, se levantando e indo em direção à porta. – Se enconde! Vai pro banheiro. – ele pediu a sua namorada, que concordou e correu até lá. Respirou fundo antes de abrir a porta preparando-se para xingar quem quer que fosse, mas então sentiu-se derretendo quando viu o pai de Heidi na sua frente. O homem pareceu igualmente chocado ao vê-lo, mas antes que ele pudesse falar alguma coisa, Cartman bateu a porta na cara dele. Ele precisava agir rápido. O mais rápido possível.

- E-Eric... Quem era? – Heidi perguntou levemente assustado, vendo-o juntar as coisas.

- Temos que dar o fora daqui! Agora!

- M-Mas... Nem fizemos nada ainda... – ela disse esfregando as costas das mãos, mas assustando-se quando Cartman foi até ela e tirou o roupão que ela estava vestindo.

- É, eu sei! Mas a porra do seu pai é o cara ai do lado! Então pega suas coisas e vamo dá o fora daqui! – os olhos dela arregalaram. Ela apanhou sua troca de roupa, o celular e colocou as pantufas, já que estava de pijama. Ele atirou seu blusão nela. – Põe isso ai e cobre a cabeça!

 

            Cerca de dois minutos depois, os dois se enfiaram novamente dentro da Kombi de Kenny, que estava dormindo babando em cima do volante enquanto sua mão estava nojenta de queijo derretido em cima da caixa de pizza que agora tinha apenas um pedaço inteiro e uma metade cheia de mordidas do garoto. Ele devia estar comendo quando pegou no sono. Cartman estava desesperado. Levantou a mão, dando um belo tapa na nuca de Kenny. – ACORDA BABACA! – ele gritou e o tapa fez a cabeça do loiro escorregar e encostar na buzina e o barulho acordou Kenny de sobressalto.

- Uh? O quê? Pai da Heidi ta aqui! – ele sacudiu a cabeça e então viu os dois na parte de trás. – Ah são vocês... Espera... Já é de manhã?

- VOCÊ SABIA?! – Cartman gritou pronto para estragulá-lo, mas Heidi o segurou.

- Kenny... Só pisa fundo! Me deixa na casa da Esther! Pelo amor de Deus! – Kenny concordou entendendo meio que por cima o que tinha acontecido e então vazando do motel, segundos antes dos pais de Heidi aparecerem enfurecidos. Eles não podiam acreditar naquilo... Tinham planejado uma noite romântica fora de casa já que Heidi não estaria passando a noite lá e aquele moleque gordo tinha estragado tudo de novo... Agora eles precisavam ir checar se Heidi estava mesmo com a amiga.

- Não sei o que é pior... A Heidi estar com ele, ou ele já estar com outra nem um mês depois de ter machucado ela... 


Notas Finais


Obrigada novamente e espero que tenha curtido! E fiquem ligados para a continuação dessa história!
Me contem nos comentários o que vocês curtiram, odiaram, quais referências pegaram e é nozes!!
O AU pertence exclusivamente a mim (Maitê Malvasi) e minha amiga (Mariana Vasconcelos), não compartilhem sem dar os créditos hein?
E caso queira acompanhar todo o projeto na integra, segue aqui, lá no insta @southparkhighau e no Tumblr www.friendlyfaceseverywhere-sp.tumblr.com


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