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História South Park High - Um Mundo Sem Eric Cartman


Escrita por: maimalvasi

Notas do Autor


Cartman desbrava essa nova realidade onde ele não existe, a fim de tornar as coisas um pouco mais bagunçadas do que já estão. Enquanto isso, Kyle, Stan e Kenny continuam tentando decifrar os segredos da máquina para poderem voltar para casa... Mas o que não esperam, é descobrir uma verdade que, especialmente para o judeu, será bastante difícil de assimilar.

" A World Without Eric Cartman" é o último capítulo dessa quinta temporada da história (Estamos chegando quase no fim hein? haha) e por enquanto é um dos capítulos favoritos da história. Eu literalmente quase morri fazendo a cena da abertura (Feliz dia das mães atrasado alias, hehe) e gostaria MUITO de saber o que vcs estão achando até aqui, porque a opinião de quem está acompanhando é muito importante pra mim, como criadora do conteúdo. Incentiva dms... Vcs nem imaginam. Fiquem com o capítulo e com essa capa linda feita pela "Sócia"/melhor amiga no AU.

Beijos!!! E nos vemos em breve no inicio da 6ª etapa da história ;)

Capítulo 48 - Um Mundo Sem Eric Cartman


Fanfic / Fanfiction South Park High - Um Mundo Sem Eric Cartman

Era tarde e seja lá qual fosse a data naquela realidade deturpada, a noite estava gelada, mas Cartman continuou seguindo em frente. Tudo o que ele tinha certeza no momento era que queria ficar bem longe daquele planetário ridículo e seus amigos imbecis. Especialmente o Kyle. Droga, como ele o odiava! Ele não podia tocar no judeu no momento, afinal voltar para casa dependia dele e de seu cérebro que prestava atenção nas aulas... Mas nada o impedia de explorar um mundo onde ele nunca nasceu e tornar o que Kyle chamou de “paraíso”, um inferno.

            Infelizmente, ele não tinha onde dormir, já que Stan devia estar provavelmente certo quando disse que sua casa não era na realidade sua. Ele parou na praça central e sentou em um banco agarrando-se a si mesmo para se aquecer, quando ouviu alguém assobiando não muito longe dali. Quando ergueu a cabeça para verificar quem era, seus olhos quase saltaram de seu rosto ao ver sua mãe com roupas muito justas e curtas, que deixavam pouco para a imaginação, muita maquiagem no rosto e um cabelo extravagante. – Mãe...?

- Querem se divertir, rapazes? – ela perguntou para um grupo de jovens que passava por ali, que riram como um bando de safados, mas agradeceram. Ela acenou antes de acender um cigarro, apoiar-se contra o poste de luz e esperar até que alguém mais aparecesse. Cartman continuou a observando por alguns segundos, que deviam ser mais longos do que ele imaginou, porque ela de repente virou-se para ele. – Oi... Quer alguma coisa, querido?

            Cartman corou por um segundo, mas então abaixou a cabeça. Ele se sentia péssimo. Não sabia ao certo o porquê, sabia que deveria ter esperado ficar de manhã para sair do planetário, mas ele simplesmente não conseguiu aguentar... Naqueles momentos ele sempre recorria a... De repente ele ergueu a cabeça. – Sim... Sabe algum lugar onde eu posso passar a noite?

 

            Liane o levou até o quarto de motel mais barato que ela conhecia. Geralmente era onde ela ficava com seus clientes que moravam na casa dos pais ou que simplesmente não residiam na cidade. Cartman olhou em volta. Era simples com uma cama de casal e um banheiro fedido, mas suficiente. – Bem... Vamos começar? – ela perguntou sorrindo para ele, que fitou-a por um segundo antes de respirar fundo.

- Se eu pagar... Você tem que fazer tudo o que eu quiser... Certo? – ela concordou, hesitando um pouco pelo tom dele. Ela já tinha encontrado uns caras com uns fetiches bem estranhos, mas isso não os tornava menos desagradáveis. – Então... Quero que me cubra, cante pra mim enquanto acaricia a minha cabeça até eu pegar no sono... E então pode sair. – Liane ergueu uma sobrancelha completamente perplexa. Ninguém nunca tinha pedido aquilo para ela. Cartman apanhou a quantia que ela tinha mencionado no bolso e colocou no criado-mudo ao lado da cama.

- É... Só isso? Você não quer que...

- Não. Só isso. – ele disse se sentando na cama e tirando seus sapatos, antes de se deitar. Liane piscou os olhos concordando e então foi até ele, cobrindo-o gentilmente e sentando-se ao seu lado. – Cante... O que você cantaria se eu fosse seu filho.

            A prostituta o encarou quase sem saber como reagir, mas então concordou como se algo dentro de seu coração lhe dissesse que aquilo era o certo. Ela começou a murmurar a mesma canção que sempre cantava quando Cartman estava triste em casa e com dificuldades para dormir, a mesma música que ela cantava para ele desde que ele era um menininho, e como de costume, Cartman começou a relaxar e seus olhos foram ficando cada vez mais pesados. – Como é o seu nome, garoto? – ela perguntou quando ele estava quase dormindo.

- Eric... – ele disse fechando os olhos por completo, agarrado ao travesseiro. Liane o observava chocada. Anos atrás, se ela tivesse optado por ter o bebê de Jack Tenorman, esse teria sido o nome que ela teria dado. Ela jamais pensou que aquela situação voltaria para assombrá-la, mas lá estava um garoto desconhecido pedindo que ela lhe desse carinho e cantasse para ele dormir. Ela afastou sua mão quando notou que ele já estava adormecido e engoliu a seco.

- Boa noite, Eric... – ela suavemente beijou o topo de sua cabeça, antes de apanhar suas coisas e ir embora, trancando a porta para que ele ficasse seguro e jogando a chave por debaixo dela para que ele pudesse sair de manhã.

 

- Tem certeza que a gente não devia ir atrás dele? – Kenny perguntou sentado ao lado de Stan enquanto Kyle andava em círculos na frente deles. – E se acontecer alguma coisa?

- Nada vai acontecer, Kenny... Ele não existe por aqui, então pode interagir sem criar uma confusão... Ou pelo menos assim eu espero. Nós temos que resolver isso aqui primeiro se quisermos cair fora... Eu acho que to perto, é só...

- Quero dizer com ele! E se ele se machucar?! – Kyle parou de repente quando Kenny disse aquilo e encarou o amigo vacilando um pouco. – Digo, onde ele vai dormir? Na rua?

- Kenny... – Kyle começou dizendo tentando argumentar que todos eles estariam em grande perigo se eles não conseguissem fazer a máquina funcionar do jeito que precisavam, mas Kenny o cortou novamente.

- E vamos lembrar que ele saiu daqui por causa do que você disse! – Kyle hesitou novamente enquanto Kenny cruzava os braços vitorioso. – Você não vai viver com essa culpa, vai?

- Cara, ele tem um ponto. – Stan disse dando de ombros comendo alguns salgadinhos de um saco que tinham roubado em suas casas.

            Kyle virou de costas pensando naquilo por um momento. Pensar na possibilidade de que Cartman tinha mesmo se sentido mal com aquilo e que agora estava perambulando sem rumo pelo frio de South Park o deixava estranhamente irritado. Ele se virou novamente. – Se ele não voltar até de manhã, saímos pra procurar ele, ta bem? Eu vou continuar a trabalhar na máquina... – os outros dois trocaram um olhar antes de se levantarem e Stan o travou.

- VOCÊ vai descansar um pouco... Deixa que eu e o Kenny tomamos as rédeas. – Kyle olhou para eles incerto, de fato estava muito cansado. Ele tinha certeza que se encostasse a cabeça em algum lugar, pegaria no sono. – Não vamos mexer em nada, ta bem? Te falamos de manhã se descobrirmos algo. – Kyle oscilou por um momento antes de concordar e ceder.

 

            Cartman acordou na manhã seguinte, bocejando tranquilo. Ele sempre dormia bem depois que sua mãe cantava para ele, mas quando olhou em volta, vendo que estava naquele moquifo, ele suspirou fundo, virando-se na cama. Ele piscou perplexo vendo que ela não tinha levado seu dinheiro e então o apanhou junto com o celular que estava ao lado. Kenny tinha mandado algumas mensagens querendo saber onde ele estava, porém o que verdadeiramente chamou sua atenção foi a foto dele e de Heidi fazendo caretas que estava em seu protetor de tela.

            Novamente a cena dela e de Kyle, mesmo sendo versões de outra realidade, se beijando voltou-lhe a cabeça, fazendo com que ele semicerrasse os olhos e tocasse no local onde ela estava na foto. – Vamos concertar umas coisinhas por aqui...

            Na próxima meia hora, Cartman usou uma parcela do dinheiro para comprar roupas que o vestissem melhor: uma jaqueta de couro, jeans, além de roubar alguns acessórios para completar o visual e o perfume que deixava Heidi louca. Ele se arrumou em um banheiro público antes de colocar suas coisas na sacola de compras e caminhar até a escola.

            South Park High parecia idêntica, chata e entediante como de costume. Antes de entrar e bancar o aluno novo, Cartman deu uma olhada em si mesmo no espelho lateral de um carro estacionado e começou a praticar seu sorriso charmoso enquanto falava sozinho como se tentasse seduzir sua namorada. Ele parou quando escutou umas risadinhas, fazendo com que ele se erguesse e corasse quando duas garotas apontavam e achavam aquilo muito cômico.

 

            Kyle se levantou e encontrou Stan e Kenny discutindo sobre alguma teoria maluca que eles tinham criado lendo as anotações de Kyle e as comparando com o que estava escrito nos manuais cheios de notas feitas pelo Dr. Adams, antigo dono do planetário, sobre como aquela máquina podia ser usada para lavagem cerebral. – Ei! Kyle! Dá uma olhada nisso aqui! – o ruivo se levantou, arrumando seu chapéu na cabeça e caminhou até lá, se espreguiçando. – Pelo que você disse aqui os fios tem que ser conectados numa ordem especifica pra que as cores se combinem de um jeito que mexa com a cabeça das pessoas, certo? É isso que embaralha o cérebro?

            Kyle concordou lentamente acompanhando a reflexão dos amigos. Kenny virou o manual para Kyle mostrando algumas anotações de outras tentativas que o doutor devia ter tentado antes de ter sucesso. – Quer dizer que cada combinação pode criar uma nova utilização pra máquina. Pensamos em tentar as combinações até acharmos a certa... Quando vimos isso. – Kenny apontou para uma nota que dizia “ondas nos fios”. – E os cientistas alteraram isso aqui, certo? Quer dizer que eles colocaram algo aqui que criou...

- Ondas nos fios... – Kyle disse conforme seus olhos começaram a brilhar. Claro que sem suas anotações, Stan e Kenny não teriam chegado longe, mas sem eles, ele também não teria chegado àquela conclusão. Ele sorriu para seus amigos antes de abrir a máquina novamente, voltando os fios para suas posições iniciais e pensando o que poderia ser colocado ali para criar as tais ondas, precisava ser um objetivo com o tamanho e grossura correta. Stan e Kenny olhavam por cima do ombro de Kyle que estava pensativo, ele olhou em volta e viu um pedaço do chapéu de mago de Cartman que saia da mala, o que fez uma ideia surgir em sua cabeça. – É isso!

            Os outros dois trocaram um olhar e deram de ombros enquanto Kyle corria e se agachava perto da mala até encontrar o graveto perfeito que eles conheciam como a vara da verdade. Ele a ergueu no alto como se aquilo tivesse algum poder divino e então Stan e Kenny curvaram as cabeças. – A vara da verdade? Você... Sabe que isso ai não é mágico de verdade, né? – Kenny perguntou rindo antes de Kyle voltar a máquina e colocá-la por baixo de todos os fios causando uma elevação em todos eles. Algumas faíscas saíram dali e então ele sorriu, cruzando os braços orgulhoso antes de voltar-se para Stan e Kenny que estavam bem impressionados. – Então ta...

- A gente devia testar... – Stan disse um pouco nervoso antes de Kyle apanhar a máquina e apontá-la para uma pedra. Ele respirou fundo antes de ligá-la e esperar que desse certo. Os lasers cruzaram a pedra que tremeu por um segundo, mas então nada aconteceu, fazendo com que os ombros de Kyle caíssem desapontados. Como é que não tinha funcionado? Parecia tão promissor! Foi quando Stan estralou os dedos. – A chuva! A máquina tava funcionando bem até a chuva começar e o raio acontecer!

            Kyle desligou a máquina, esperançoso outra vez. Se Stan estava correto, eles só precisavam de uma carga elétrica intensa para ativar as ondas e então seriam mandados de volta para casa. Isso os deixava com apenas um problema. – Vamos achar o Cartman e dar o fora daqui!

 

            Cartman andava pelos corredores da escola recebendo alguns olhares curiosos já que ninguém nunca o tinha visto antes. Ele molhou os lábios nervosamente antes colocar as mãos no bolso e ir até o armário de Heidi, que ele sabia de cor o local, e a encontrou arrumando algo lá dentro, como ela fazia de costume quando chegava. Ela parecia alegre e, por Deus, tão bonita... Ela usava seu casaco verde e a flor de tricô na cabeça que sua vó tinha feito, além da saia e das meias compridas que deixavam suas pernas tão sexy e... Ele balançou a cabeça, despertando. Precisava focar.

            Lentamente, ele se aproximou, fingindo-se de despretensioso, esperando o momento certo para que ela fechasse o armário e se virasse para topar com ele e, exatamente como ele queria, aconteceu. Heidi acabou derrubando sua agenda no chão e ele rapidamente se abaixou para apanhá-la. – Ai! Eu sinto muito!

- Não, eu é que peço desculpas... – ele se levantou, entregando a agendinha cor de rosa para ela e abrindo seu sorriso mais charmoso, fazendo Heidi piscar. – É o meu primeiro dia... Acho que estou um pouco perdido...

            Ele olhou em volta do corredor, mexendo o pescoço sutilmente para que o cheiro se desprendesse dele e chegasse as narinas da garota. Quando aconteceu, Heidi instantaneamente sentiu suas pernas tremendo um pouco fazendo com que ela se agarrasse firmemente à agenda, além de que ela não pode evitar que sua boca se curvasse lentamente em um sorriso. Porém, logo em seguida, ela o encarou confusa. – Espera ai... Você não é o garoto estranho que vimos no ponto de ônibus ontem? Eric... Eric alguma coisa...

- Cartman. Eric Cartman. – ele disse revelando uma mão para que ela apertasse. – Aquela não foi a melhor impressão, certo? Que tal a gente começar outra vez? – ele também tinha passado o maldito perfume nos pulsos e antes de cumprimentá-lo, ele percebeu que Heidi corou um pouco, sorrindo para ele. – Você podia me ajudar a me localizar e...

- Heidi! – a voz de Kyle soou logo atrás fazendo com que o olho de Cartman tremesse com a quebra de expectativa. E talvez porque ele ainda estava irritado com os acontecimentos da noite passada. Ele soltou a mão de Heidi e os dois viraram-se para o judeu que se aproximava. Ele puxou a garota para um abraço. – Desculpe o atraso... Tive que ajudar o Ike com um negócio e... Oi? – ele disse de repente notando a presença de Cartman e curvando a cabeça quando lembrou-se dele. – Você de novo? Aposentou o visual de mago?

- Eric é novo na escola, Kyle. Ele estava me pedindo para mostrar algum lugar pra ele. – Heidi sorriu olhando para cima para encarar o rosto do namorado, que deu de ombros.

- Ah... Onde você queria ir? – Cartman o fuzilava silenciosamente antes de suspirar fundo e virar-se.

- Eu dou o meu jeito. Obrigado.

            E então ele se afastou, já pensando em novas formas de se aproximar de Heidi sem que fosse atrapalhado pelo estúpido do Kyle de outra dimensão. Ele, por sua vez, olhou para a namorada ainda claramente confuso. – Esse cara é muito estranho...

- É... Mas nossa como ele cheira bem! – ela disse fazendo com que Kyle olhasse para ela inquieto com aquele comentário e um leve ciúmes batesse em seu peito, conforme ela continuava olhando na direção do gordo.

 

            Cartman passou o resto do dia na escola tentando encontrar a oportunidade perfeita para encantar Heidi com seus charmes irresistíveis e que geralmente eram infalíveis quando usados contra ela, mas ela nunca parecia estar completamente sozinha, o que estava começando a tirá-lo do sério, especialmente porque pelo menos metade do tempo, Kyle estava encostando nela.

            Nesse meio tempo, ele recebeu algumas mensagens de Kenny dizendo que eles tinham descoberto a solução e que estavam indo para o laboratório abandonado do Mephesto, juntamente perguntando onde caralhos ele estava. Ele rolou os olhos guardando o celular no bolso. Com certeza os panacas não iriam embora sem ele, e ele não iria sem acabar com aquela palhaçada de Kyle e Heidi juntos. – Ei, você é o garoto novo, né? – alguém sentado na mesa ao lado sussurrou e ele virou-se percebendo que era Butters. – Kyle comentou que o maluco vestido de feiticeiro lá do ponto de ônibus começou a estudar aqui. É um prazer, forasteiro! – e então o garoto mostrou sua mão para um cumprimento.

- Uh... Claro, um prazer... – Cartman chacoalhou sua mão enquanto ele continuou falando conforme o último período parecia terminar. Todos se levantaram, e Heidi sorriu chegando em Kyle, o que fez toda a atenção de Cartman cair ali.

- Amor... Eu estava pensando... E se hoje, nós... – ela começou, mas então seus amigos se afastaram nervosos, enquanto ele coçou a nuca, deixando ela desconfiada. – Algum problema?

- É que... Hoje tem um jogo importante dos Broncos, Heids... O pessoal vai assistir lá na casa do Stan. – ele respondeu segurando as mãos dela, esperando que ela entendesse. O que Kyle tinha esquecido era que ele tinha marcado de estudar para a prova de história que eles tinham no fim da semana e ela apenas ia sugerir que eles fossem até a biblioteca, mas aparentemente, ele não se lembrava dos planos com ela. – Você... Não vai ficar chateada, né? Podemos ficar juntos amanhã à tarde...

            Ela murchou um pouco, mas sorriu fingindo não se importar. – Ah... Não... Tudo bem, eu entendo. Parece um jogo importante.

- E é! Obrigado por entender. – o judeu respondeu se inclinando e beijando a bochecha dela. – Você é a melhor, baby! – e então ele se afastou seguindo Stan e Kenny que esperavam por ele na porta da sala, os três saíram rindo animados com seus planos naquele dia. Heidi soltou o ar de seus pulmões, sentindo-se um pouco para baixo antes de pegar o resto de suas coisas e seguir sozinha para a biblioteca. SOZINHA!

            Cartman se levantou, esquecendo-se completamente de que Butters daquela dimensão falava com ele. – Ei, aonde você vai?

- À biblioteca! – ele respondeu sobressaltado, mas então Butters pegou sua jaqueta college, o que ainda era estranho, já que o seu Butters não tinha uma daquelas, e se levantou.

- Você sabe onde fica a biblioteca? – ele parecia confuso e então Cartman parou onde estava, fechando os olhos aflito por um segundo, lembrando que ele estava bancando o aluno novo e, portanto, não conhecia bem a escola.

- Não... Mas... Você pode me mostrar onde fica, certo? – Butters abriu um largo sorriso ao ouvi-lo dizer aquilo e então Cartman sorriu falsamente. Nisso os dois Butters eram idênticos: os dois eram irritantemente gentis.

 

            Depois de terem deixado a máquina no laboratório do Mephesto, Stan, Kyle e Kenny, que puxava a maleta com as roupas que eles tinham roubado, andavam pela cidade vestidos apenas com metade de suas fantasias do Halloween, afinal eles iam deixar suas coisas na porta das casas para que suas respectivas versões recuperassem tudo, iam buscar Cartman onde quer que ele estivesse e então voltariam para o laboratório, colocariam o resto das fantasias e voltariam para casa.

Quando chegaram ao seu bairro, se esconderam na lateral da casa de Stan quando avistaram seus três eus daquela realidade rindo e jogando conversa fora enquanto entravam dentro de casa. Os garotos tiravam os casacos revelando camisetas dos Broncos por baixo, o que significava que era dia de jogo importante. Era estranho ver aquela cena que já tinha acontecido tantas vezes em suas vidas sem a presença de Cartman.

Quando eles entraram, Kenny sorrateiramente deixou a maleta na porta da frente e voltou para onde seus amigos estavam. – Certo, vamos buscar o bundão. – ele e Stan começaram a se mover, mas pararam quando notaram que Kyle não os seguia. – Kyle? – os dois se entreolharam e então voltaram seus passos vendo o judeu apoiado na janela aberta e vendo o que acontecia lá dentro.

            Suas versões sentaram no sofá, colocando no jogo, quando o Sr. Marsh que tinha chegado do trabalho há alguns minutos também, apareceu com cervejas. – Acham que ganhamos? – ele perguntou sentando-se no braço do sofá.

- Ah, é claro! A temporada tá incrível! – Stan respondeu com um sorriso apanhando uma bebida para si e dando um belo gole.

- Uh... Filho, eu ia te perguntar ontem e acabei esquecendo... – Stan e seus amigos olharam para o homem curiosos. – Por que estavam fantasiados ontem? – Kyle da janela engoliu a seco apreensivo. Eles iriam achar estranho... Iam querer investigar e se os pegassem tudo ia por água abaixo. Mas de repente, os garotos dentro da sala começaram a rir.

- Nós? De fantasia? Ta maluco pai?

- Uh... Não? Eu vi vocês e um garoto gordo vestidos como se estivessem brincando de Game Of Thrones ontem no centro comunitário... Ou eram vocês ou alguma versão de algum outro universo louco... – Randy pareceu um pouco ofendido pelos garotos não estarem comprando a dele, mas então Stan sorriu ironicamente antes de bater sua garrafa na do pai.

- Acho que você anda bebendo muito disso, coroa.

- É, Sr. Marsh... Universos paralelos haha... – Kyle do sofá disse, deixando os que espiavam pela janela ainda mais confusos, porque eles já tinham vivido muita loucura em suas curtas vidas. Qualquer fagulha de dúvida que acendessem em suas cabeças já era motivo para eles pensarem que algo estava para acontecer. – Mesmo se fosse possível... Jamais aconteceria aqui. Nada nunca acontece em South Park... – Randy pensou por um segundo, olhando para sua cerveja e então dando de ombros antes de todos terem sua atenção atraída para a TV com o inicio do jogo.

            Da janela, Kyle lentamente se virou e sentou na grana abaixo de onde estava espiando antes. Stan e Kenny fizeram o mesmo sentindo uma melancolia inexplicável no momento. – Nós... Não reagimos a nada...

- Nada nunca acontece em South Park... É exatamente o oposto do que eu digo! – Kyle disse desacreditado do que tinha acabado de ver.

            Kenny olhou em volta vendo uma simples cidadezinha nas montanhas à sua frente. Um pequeno local com poucos habitantes, sem nada de especial, nada que o diferisse de outras cidadezinhas americanas... South Park parecia tão comum... – Está tão quieto... Não é? – ele disse fazendo com que seus amigos observassem também. Nada de alienígenas, viagens à imaginação, aventuras natalinas ou de Halloween... Apenas uma vida pacata e sem graça. – Sabe Kyle... Nós o xingamos o tempo todo, reconhecemos que ele é um tremendo babaca... – Stan e Kyle olharam para Kenny enquanto ele falava. – Mas uma realidade sem o Cartman... Me parece tão...

- Sem graça... – Stan o completou e Kenny concordou. Kyle olhou para os dois, pensativo. Diferentemente de seus amigos, ele jamais admitiria que sua vida seria completamente diferente sem Eric Cartman, embora lá no fundo ele soubesse que era verdade. Ele suspirou fundo se levantando e oferecendo suas mãos para seus amigos.

- Então que tal encontrarmos ele de uma vez pra voltarmos pra casa, hein?

 

            Cartman continuou seguindo Butters pelos corredores, mesmo que ele já soubesse a localização exata da biblioteca dentro da escola. O garoto continuava falando sobre coisas que ele simplesmente não estava prestando atenção, lhe apontando o que era cada sala e dizendo o quanto ele ia curtir aquele lugar, o que era definitivamente um engano. De vez em quando, Butters se virava para cumprimentar alguém que passava, o que deixou Cartman inquieto embora ele tivesse escolhido ficar calado para chegar até Heidi mais rápido. – Prontinho! A biblioteca fica ali!

            Cartman sorriu largamente apressando-se naquela direção. – Valeu Butters!

- Uh... De nada? – ele disse curvando a cabeça confuso assistindo-o se afastar. – Ele me chamou de Butters?

            Quando entrou na biblioteca, encontrou Heidi sentada em uma das mesas lendo um livro de história, provavelmente o que continha a matéria de alguma prova, com uma expressão tristonha no rosto. Ele arrumou o cabelo e respirou fundo. Hora de entrar em ação.

- Que foi que houve? Você parece tão pra baixo... – ele disse recostando-se sobre uma coluna atrás dela, fazendo com que ela rapidamente virasse quando o ouviu. – Por que está aqui sozinha?

- E-Eric...? Oh... – ela abaixou a cabeça suavemente, colocando uma mecha dos cabelos atrás da orelha delicadamente, fazendo Cartman morder o lábio inconscientemente. – Meu namorado... Meio que esqueceu que tínhamos planos e... Eu precisava estudar pra essa prova...

- Que fora, huh? – ele disse a cortando, fazendo com que ela se encolhesse timidamente, mas então ele puxou uma cadeira e sentou-se ao lado dela, o cheiro maravilhoso ainda exalava dele. – Se eu fosse o seu namorado jamais faria uma coisa dessas... Alias... – ele apanhou a mão dela na sua e abriu seu sorriso charmoso. – Eu faria qualquer coisa pra ter planos com você... Heidi, certo?

            Heidi corou intensamente antes de soltar um risinho, virando a cabeça para esconder seu rosto conforme ela consentia. Cartman abriu um meio sorriso. Não ia ser difícil, ele sabia como deixá-la maluquinha, afinal, quase quatro anos ininterruptos juntos deveriam servir para alguma coisa. Ele se reclinou mais um pouco quando ela virou a cabeça novamente, mas então perguntou. – Como encontrou a biblioteca? – ele piscou antes de se afastar um pouco.

- Uh... Butters me mostrou o caminho. Então, como eu estava dizendo...

- Quem é Butters? – Heidi perguntou curiosa enquanto Cartman a encarou confuso.

- Loiro, olhos azuis... Estava no ponto de ônibus com você e os outros?

            Conforme ele o descrevia, Heidi de repente sorriu, balançando a cabeça positivamente. – Ah! Você quer dizer o Leo! Ele é muito legal, não é? – Cartman não pareceu entender aquilo inicialmente e claramente seu rosto mostrava isso.

- E-Ele é? – Heidi riu concordando.

- É sim, ele é muito gentil. Todo mundo gosta dele por aqui.

            O garoto pensou por um segundo. Butters era popular porque simplesmente tinha a capacidade de ser legal com as pessoas e ele nem sequer era conhecido pelo apelido que Cartman tinha dado quando os dois eram cria... Oh! Claro, ele não existia naquela realidade, consequentemente nunca tinha dado o apelido para Butters, nem zoado com a cara dele na frente de todos. Fazia sentido. – Entendi... Ainda acho que Butters é um nome melhor pra ele. Vocês deviam adotar.

            Heidi riu fazendo com que ele sorrisse novamente para ela, simplesmente não podendo se conter, quando seu celular de repente tremeu repetidamente. Mensagens de seus três amigos, inclusive de Kyle, apareciam na tela perguntando onde diabos ele estava. Ele pensou por um minuto antes de responder “Na escola. Só preciso terminar de resolver uma coisa. Me encontrem nos portões em uma hora”. Assim que ele enviou a mensagem, a voz de Heidi chamou sua atenção novamente. – Você é um cara engraçado...

            Ele piscou virando-se para ela, precisando desesperadamente continuar a conversa. – É, me falam isso sempre... – ele deu de ombros antes de perceber o livro de história aberto na mesa. – Uh... Ei! Eu tive uma ideia! Eu poderia estudar com você, ver o que vocês tão aprendendo, já que... Também vou ter que fazer a prova, certo? – ao escutar aquilo, os lábios de Heidi formaram o sorriso mais lindo que ele já tinha visto, como se ela estivesse agradecida que ele não ia deixá-la passar a tarde sozinha.

 

            Cerca de 40 minutos depois e Heidi ria deliciada do que Cartman contava para ela. Ele falava de algumas aventuras que tinha tido em sua suposta cidade natal, obviamente trocando os nomes de seus amigos para que ela não achasse estranho. – Sem chance! Isso nunca aconteceu! – ela dizia cobrindo sua boca com a mão enquanto ele dava de ombros debochado como se a desafiasse a acreditar ou não. Ela lentamente parou de rir sentindo que seu coração batia mais forte, embora ela soubesse que não devia. – Essa sua cidade parece incrível...

- Uh... É... – ele desviou o olhar lembrando-se que logo deveria encontrar seus amigos para voltar para sua realidade. – Incrível... – Heidi reparou a tristeza na voz dele e quase que por instinto, apanhou sua mão, fazendo com que ele a fitasse outra vez.

- Deve ser difícil ser o novo aluno da escola... Eu sentiria saudades de casa se tivesse amigos como os seus... – Cartman piscou pensando naquilo, especialmente porque ele ainda estava chateado com todo o lance que Kyle tinha dito, mas aquilo o fez refletir. – Você... Pensa em voltar pra lá um dia...?

            Cartman ficou sem resposta por um segundo quando seu celular tremeu outra vez. Outra mensagem de Kenny dizendo para ele se apressar, o que o fez rolar os olhos e enfiar o aparelho de volta no bolso. Heidi abriu a boca prestes a perguntar, mas ele respondeu antes que ela pudesse. – É a minha irmã... Disse que eu tenho que ir...

- Oh... – ela abaixou a cabeça enquanto Cartman se levantava meio frustrado por não ter tido sucesso em seu plano de conquistá-la, mas de repente, ela se levantou também e tocou no braço dele. – Eu te acompanho até a saída! Quero dizer... Pra você não se perder... – ele a estudou por um momento antes de consentir e permitir que ela andasse ao seu lado até a outra extremidade da escola.

            Quando eles cruzaram o campo, Cartman reparou que a banda da escola estava ensaiando logo ali, e pelos poucos acordes que eles tocavam, o garoto reparou que estavam prestes a tocar a música “Can’t Take My Eyes Off You” dos Four Seasons. Heidi continuava a andar tranquilamente, mas Cartman percebeu que aquela era sua chance. Ele parou de repente fazendo ela se virar sem entender. – Uh... Tudo bem? – ele olhou para a banda e então para ela outra vez antes de correr até as arquibancadas e puxar o microfone do professor fazendo com que todos o encarassem.

            Heidi piscou perplexa, assim como a banda que o observava. Foi quando Cartman olhou para todos e balançou a cabeça positivamente para que eles continuassem e então a banda trocou olhares antes de alguém dar de ombros e voltar a tocar, fazendo com que todos fizessem o mesmo. Cartman bateu no microfone para se certificar de que ele funcionava e então começou a cantar a música olhando para Heidi lá embaixo, que em dois versos já tinha derrubado suas coisas.

            Cartman sorriu antes de dar uma rebolada quando o refrão estava para chegar e a banda o preparava, e então ele abriu a boca para cantar enquanto descia na direção dela, todos sorrindo agora. – ♫I love you baby! And if it’s quite alright, i need you baby! To warm my lonely nights, i love you baby! Trust in me when i say.... Oh pretty baby! Don’t bring me down i pray, oh pretty baby! Now that i’ve found you stay, and let me love you, baby! Let me love you...♫ – quando terminou de cantar essa estrofe, Cartman tinha uma mão nas costas de Heidi a puxando para perto enquanto seus olhos brilhavam.

            Ele sorriu olhando para ela, mas então seus olhos se dispersaram quando ele viu Kenny, o seu Kenny, pulando e chamando sua atenção do outro lado do campo para que ele viesse logo. Heidi ergueu uma sobrancelha virando a cabeça lentamente, mas para que ela não visse nada, ele a puxou e deu um beijo nela, o que inicialmente a deixou assustada, mas então lentamente ela cedeu, fechando os olhos e tocando o rosto dele. Quando eles se afastaram, Heidi piscou quase como se estivesse encantada. – Você...

- Eu preciso ir... – ele disse sorrindo. – A minha irmã...

- Só vai... – ela disse suspirando como se estivesse nas nuvens antes de soltá-lo. Cartman sorriu comemorando com um pulo e uma mão no ar enquanto corria na direção que tinha visto Kenny chamá-lo. – Wow... – ela disse sentindo que ia derreter a qualquer minuto.

            Quando ele encontrou o amigo, quase pulou para abraçá-lo, mas parou quando viu que Kyle e Stan estavam lá também. Ele deu um passo para trás e desviou o olhar ainda irritado. – Que se tava fazendo? – o judeu perguntou e Cartman simplesmente deu de ombros, antes dele andar até o gordo e parar na frente dele. – Sabe... Devia impressioná-la assim quando voltarmos. – Kyle abriu um meio sorriso fazendo com que Cartman erguesse uma sobrancelha, mas então soltasse um riso de leve. – Vamos, bundão.

- Logo atrás de você, judeu idiota. – e então eles começaram a correr de volta ao laboratório do Mephesto, não sem antes Stan mencionar algo que ele tinha notado desde que Cartman fez a curva para encontrá-los.

- Onde conseguiu essas roupas?

 

            Dentro do laboratório, os garotos remontaram-se nas fantasias, afinal de contas, havia uma chance deles serem mandados de volta à festa de Halloween e eles não poderiam aparecer lá sem as roupas se queriam vencer o concurso. Caso contrário, eles só precisariam ir para casa se trocar. Kyle colocou a máquina próximo à Condutora de Energia 2000, o mesmo que ele e Cartman haviam planejado usar para destrocar de corpo meses atrás, e conectou as duas. – Certo... Prontos? – os outros três concordaram ficando em suas posições e então Kyle respirou fundo, torcendo silenciosamente para que funcionasse, ligando a máquina de luzes em seguida, correndo para se juntar ao grupo.

            A máquina começou a tremer e a soltar faíscas. Kyle mordeu o lábio, fechando um de seus olhos preocupado por um momento, antes de Cartman se inclinar e sussurrar. – Se nós morrermos, se ta fudido na minha mão... – e então os lasers foram disparados na direção deles.

 

            Não muito longe dali, a Heidi daquela realidade caminhava pelas ruas em direção a casa de Stan onde seu namorado, Kyle, provavelmente estava vendo o jogo dos Broncos ainda, ou discutindo o resultado. Ela bateu na porta com uma expressão sonhadora no rosto ainda e esperou. O judeu abriu a porta e sorriu ao vê-la. – Oi querida!

- Oi... – ela respondeu, antes de arfar decidida. – Kyle, estou terminando com você. – os ombros do garoto caíram surpresos e seus olhos se arregalaram com aquilo.

- O-O quê?! Mas por quê?! – ele perguntou chocado sem entender o que tinha feito. Ela simplesmente deu de ombros ainda sorrindo e apanhou a mão dele.

- Eu... Só quero um tempo pra pensar. Está bem? – ela disse se inclinando e beijando a bochecha dele, antes de se afastar acenando. – Tchau... – e então ela seguiu em direção a sua casa deixando-o boquiaberto na porta da casa de Stan.

            Quando alcançou seu bairro e parou na frente da porta de casa, recebeu uma mensagem de um pequeno vídeo que alguém da banda tinha gravado de Cartman dançando pela arquibancada e cantando para ela, algo que a fez sorrir e corar novamente, embora por algum motivo, principalmente depois daquele beijo, ela soubesse que não o veria em breve. As coisas que ele havia lhe contado... Era como se ele fosse um sonho distante que não pertencia àquele mundo. Ela suspirou, apoiando suas costas contra a porta da frente enquanto o observava na tela do celular, antes de abrir a boca para começar a cantar um trecho da mesma canção que ele tinha impregnado em seu cérebro.

- ♫ Oh pretty baby! Don’t bring me down i pray, oh pretty baby! Now that i’ve found you stay, and let me love you, baby! Let me love you...♫

            Enquanto escorregavam novamente pelo túnel multicolorido que era a ponte criada pela máquina entre as duas realidades, Cartman olhou para trás ouvindo a voz de Heidi ecoando pela sua cabeça, o que fez com que ele piscasse inquieto antes de voltar a mirar à frente onde seus amigos caiam e gritavam novamente, e então ele sorriu sabendo que logo poderia abraçar a sua Heidi outra vez. Ele respirou aliviado segurando-se ao cajado que fazia parte da sua fantasia e fechou os olhos.

 

            Quando os abriu outra vez, eles estavam de volta ao palco, exatamente no momento em que tinham desaparecido. Os jovens da cidade estavam fantasiados e curtindo a festa dentro do centro comunitário. Os quatro se entreolharam prestes a berrar de alegria por ter dado certo, mas quando Stan levantou os braços, seu rosto ficou verde e ele correu dali para vomitar no lixo mais próximo. – Outra vez, Stan? – Kenny perguntou chacoalhando a cabeça antes de Kyle perceber que a chuva ainda caía lá fora. Seus olhos se arregalaram e ele correu em direção a máquina, usando o taco de golfe de sua fantasia para desligá-la.

            Do palco, Cartman o observava suspirando tranquilo por ter acabado com aquilo, antes dele virar o rosto percebendo que alguém o olhava. Cartman consentiu suavemente como se quisesse dizer “Conseguiu, seu nerd” e então Kyle se ergueu fazendo o mesmo gesto com a cabeça antes de Lily aparecer e chamá-lo fazendo com que ele se afastasse para encontrar a namorada. Cartman olhou em volta do salão procurando por Heidi, viu Butters e Nelly dançando juntos, Clyde chegando próximo a Bebe pela vigésima vez dizendo “Oi Enfermeira” igual aos Animaniacs por causa da fantasia dela de enfermeira sexy e macabra, e então a encontrou perto de Esther, que estava vestida como o gato de Cheshire de “Alice no País das Maravilhas” e Red e Kevin que estavam vestidos como Han e Leia de “Star Wars”, conforme a música “Kill The Lights” da Alex Newell começou a tocar.

            A fantasia dela ainda era horrenda, mas ele não parecia se importar mais. Mesmo sem a luz do planetário, o ambiente ainda estava bem iluminado e cheio de cores, ele olhou para o lado e Kenny já tinha desaparecido para comer alguma coisa, o que o incentivou, uma vez que estava sozinho, a ir até ela. Ele se aproximava com um sorriso no rosto e quando ela o notou, cruzou os braços virando-se de costas para ele. – O que você quer? Vai dizer que eu to parecendo o capeta outra vez, Er...

            Ele apanhou a mão dela e a jogou em seus braços a segurando com uma mão em suas costas, abrindo seu sorriso charmoso antes de se inclinar e suavemente tocar seus lábios nos dela a deixando chocada. – Talvez seja verdade... Ainda sim eu não consigo tirar meus olhos de você. – Heidi piscou tentando conter a vontade que estava sentindo de soltar um daqueles gritinhos agudos de alegria. Ele a ergueu oferecendo uma mão para que eles pudessem dançar, já que era o que todos estavam fazendo e Heidi a segurou.

- Pensei que estivesse com medo de mim...

- Depois de tudo o que eu vi hoje... Essa sua roupa não me assusta mais. – ele deu de ombros olhando no fundo dos olhos dela, antes dela sorrir exatamente como sua versão tinha sorrido para ele na biblioteca e então os dois começaram a dançar juntos, curtindo a festa junto com todos os seus amigos e com aquela música animada.

            E aquela foi a primeira de muitas. A playlist daquela festa estava incrível, melhor até do que a do ano passado. Cartman e seus amigos estavam tão ocupados se divertindo que nem viram o Sr. Black voltar e montar seus instrumentos no palco, na verdade, eles só perceberam quando foram anunciados como a apresentação surpresa da festa. Eles se acharam no meio da multidão e então correram novamente até o palco onde Token estava os esperando. O gordo foi até o microfone. – E ai galera! Quem ta pronto pra agitar essa festa ainda mais? – todos gritaram alegres. – Hoje temos uma participação especial no palco com a gente, o Sr. Token Black, senhoras e senhores. E nós queremos ver todos vocês... Descendo até lá embaixo...

            Todos aplaudiram á medida que Cartman se afastava do microfone principal e se posicionava atrás de seu teclado. Seus amigos aguardavam até que ele estivesse pronto, quando ele deu o sinal de que estava. Kenny suspirou e começou a bater na bateria, Stan entrou com a guitarra e então Cartman entrou com seus simuladores de trompete e o teclado, juntamente com Kyle no baixo tocando a música “Get Down On It” do Kool And The Gang. Eles faziam todo o backing vocal da música enquanto Token cantava a parte principal e foi simplesmente incrível!

Eles nunca tinham feito uma apresentação onde a energia do público tinha os atingido daquela maneira... Era como se a força da música fizesse com que todos flutuassem, quase como mágica. A máquina de luz do planetário ainda estava desligada, mas eles sabiam que não precisavam do que o Sr. Black tinha chamado de “tecnologia de ponta” para criarem um momento daqueles. Kyle riu vendo seus amigos dançando e cantando no palco com ele e naquele momento, ele se sentiu próximo do que definiria como paraíso.

Tudo o que precisava era de Stan, Kenny e, é claro, Cartman.


Notas Finais


Obrigada novamente e espero que tenha curtido! E fiquem ligados para a continuação dessa história!
Me contem nos comentários o que vocês curtiram, odiaram, quais referências pegaram e é nozes!!
O AU pertence exclusivamente a mim (Maitê Malvasi) e minha amiga (Mariana Vasconcelos), não compartilhem sem dar os créditos hein?
E caso queira acompanhar todo o projeto na integra, segue aqui, lá no insta @southparkhighau e no Tumblr www.friendlyfaceseverywhere-sp.tumblr.com


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