História Stiles and the Herege - Ok, talvez eu seja azarado

A xícara de café e o livro em suas mãos eram a melhor companhia que ele tinha em semanas, como melhor companhia quero dizer a única, tirando as visitas periódicas de um certo lobo zumbi psicopata para o levar ao Deaton.

Vamos recapitular tudo o que tem acontecido na vida de Stiles Bennet, exato Bennet, Stilinski era o sobrenome que ele usava por conveniência. 

Stiles cresceu sem mãe, com um pai xerife que trabalha demais e pouco tinha tempo para cuidar do filho, não que Noah fosse um pai 100% ruim… Ó quem ele quer enganar? Noah após a morte de Cláudia havia  se embrenhado no mundo do alcoolismo, com o tempo melhorou, mas as cicatrizes daqueles tempos ainda estavam na alma do jovem, e além disso tinha a homofobia… o que era trágico e estranho já que o xerife vivia de pegas com o Parrish, como ele sabia? Não precisava ter audição sobrenatural para ouvir os dois gemendo como animais no cio a noite.

Mas isso não vem ao caso, lá estava o jovem Stiles entediado no último dia de suas férias, a chamada do rádio da polícia parecia bem interessante, qualquer coisa que fugisse da normalidade chata daquela cidade era excitante, mesmo que seja um assassinato e metade de um corpo na floresta.

"A curiosidade matou o gato", nunca fez tanto sentido, sua curiosidade mudou o rumo de sua vida e de outras pessoas, houveram mortes? Claro, mas a morte é inevitável, sempre chega. Se ele se importa? Não mais.

Lobisomens, caçadores, Kanimas, Darach e uma maldita raposa filha da puta, entraram como um furacão em sua vida.

Mas a males que vem para o bem, não que essa desgraça toda tenha sido divertida, nem um pouco, mas Stiles conseguiu achar a verdade sobre si e ver a verdadeira natureza daqueles que um dia teve a péssima ideia de chamar de amigos.

Se Scott o expulsou do bando após o episódio com o Nogitsune?

Foda-se ele e a alcatéia.

Ele não abaixaria a cabeça ou choraria desesperado implorando para voltar, nunca, jamais. Suave, porque ele já queria deixar aquele bando mesmo, não fariam falta.

Para a sua alegria ele ainda tinha seu padrinho Peter Hale, que até então também era desconhecido por si esse apadrinhamento. O lobo zumbi era um antigo amigo de Cláudia, Stiles nem sabia dessa amizade. Quando Peter lhe contou a verdade ele entendeu porque o Hale naquela noite no estacionamento lhe ofereceu a mordida.

Stiles era um Bennet, uma antiga linhagem de bruxas, ele precisava apenas de uma intervenção externa para ativar seu lado bruxo, não foi como queria, mas a possessão serviu de algo no final.

Era por isso que o psicopata em recuperação do Peter o levava para visitar Deaton, o Druida o ajudava a controlar e entender melhor seu lado bruxo, mesmo em vários momentos dizendo a Stiles para procurar uma Bennet, mas o castanho não queria meter sua família naquilo, afinal fazia muito tempo que ele não tinha contato com esse lado da família. 

Stiles não queria que nenhum membro da alcateia de Scott soubesse disto, Deaton e Peter eram de extrema confiança jamais contariam, mas ainda havia o cheiro de sua magia. Perguntou a Peter uma vez que cheiro era este, o lobo respondeu simplista, " E como uma viagem a infância, tem cheiro de comida de mãe,algodão doce, bolo de chocolate e terra molhada". Parecia confuso de entender este cheiro, mas Peter garantia que era bom.

Por esse motivo pediu a Deaton um amuleto para esconder sua natureza bruxa, essa informação era valiosa demais para um certo bando de cães molhados saberem.

Nem mesmo Derek sabia disto, o dado SourWolf pelo qual estava dedicando um pouco de seu tempo. Após a possessão o lobisomem se mostrou um pouco mais gentil consigo, diria até amoroso. Era diferente o que eles tinham, era caloroso. Sorriu ao se lembrar de Derek.

Decidiu ir vê-lo, talvez Derek espantasse um pouco daquele seu desânimo e o animasse, de outras formas se possível.

Pegou as chaves do jipe e sai rumo ao loft.

*****

Já tinha feito tanto aquele trajeto que a distância parecia menor a cada vez que o refazia. Batucava os dedos no volante ao ritmo frenético da música que escutava no rádio, ela era alegre assim como o estado de espírito do castanho naquele momento.

Sem preocupações com matilha, nem ninguém, era apenas Stiles indo ver Derek e aproveitar o momento dos dois. Talvez estivesse amando o SourWolf…..

Avistou o loft e prontamente estacionou o jipe em sua frente, Derek já deveria saber que ele estava ali, o barulho do motor do carro o denunciara. Desceu alegre do jipe, abriu a porta do loft, que por ironia sempre permanecia aberta, e lá estava Derek, todo lindo se exercitando no chão. O corpo sarado e todo suado era uma visão perfeita, na humilde opinião do castanho.

_ Hey SourWolf.

Stiles se aproxima de Derek que se desvia de si, o castanho estranhou, era Derek que sempre se aproximava e ultimamente não negava toques.

_ O que faz aqui Stiles?

O tom seco do outro o fez se lembrar de quando se conheceram, Derek sendo rude e um pé no saco.

_ Vim te ver, não é óbvio?

Tentou novamente se aproximar, mas foi barrado por Derek.

_ Vai embora, não tem nada para você aqui.

_ Como? Que história é essa Derek? Como nada? E as nossas declarações? A noite que passamos juntos?

O lobisomem gargalhou,  fato incrível vindo do Derek. Ele era Derek fechado Hale, ele nunca sorria.

_ Pensou mesmo que havia algo entre nós Stiles? Você não deveria ser tão ingênuo assim, você só foi uma vadiazinha que eu pegue e usei. Um buraco para aliviar a tensão.

 Então era isso que aquele lobo desgraçado via em si, um buraco para aliviar a tensão? Não, não isso não ficaria assim, ele havia se entregado para aquele maldito bastardo, ele iria pagar. A raiva crescia dentro de si, como uma onda que se transforma em um tsunami, mas aquele não era o momento para Derek sentir toda a sua fúria, ele iria pagar sim, do jeito mais doloroso que ele encontrasse. No momento se limitou a apenas fazer um "pequeno" aneurisma cerebral no lobo, Derek rapidamente caiu no chão com as mãos apoiando a cabeça, não demorou muito para ele  desmaiar.

Stiles saiu do loft decidido a se vingar.

*****

Fazia um pouco mais  de duas horas em que ele estava no porão de sua casa, folheando aquele bendito grimório de sua mãe em busca de um feitiço que trouxesse muita dor a Derek.

Agradecia internamente a Peter por ter revelado o esconderijo onde sua mãe escondia as suas "coisas" de bruxa.

Página por página não encontrava nada de seu interesse, talvez ele ainda não fosse tão bom assim em ler latim ou usar de sua magia, aquilo era mais complicado do que parecia.

Olhou pela minúscula janela daquele lugar, olhou em volta e fez uma nota mental para limpar aquele cômodo, só tinha poeira ali. Olhou o relógio de seu celular eram quase duas da manhã, ele deveria dormir e tentar achar o tal feitiço de manhã.

Pensou nisso, mas não, ele queria a dor de Derek agora, continuava folheando o livro. Em um momento de descuido ele deixou o livro cair e acabou por cortar a mão no estranho fecho na parte de frente do grimório. Stiles se amaldiçoou internamente por ter cortado a mão, mas vida que segue, ele precisava do feitiço.

Páginas e mais páginas, escritos estranhos e tudo mais, empacou em uma não tinha muitos dizeres, parecia um feitiço incompleto, tentou ler uma vez, mas a pouca claridade não ajudava muito, tentou novamente desta vez se aproximando da janela. As palavras eram um pouco confusas, por isso tentou uma terceira vez, o sangue em sua mão continuava pingando.

"Sangina Mearma, Ascendarum Cavea."

Uma estrela cadente acabava de cruzar o céu. 

Um clarão e tudo ficou confuso.

Stiles deixou o livro cair pelo susto tomado, tinha mais alguém com ele ali. Não pode pensar com clareza, pois rapidamente foi prensado na parede e sentiu uma forte dor em seu pescoço, alguém tomava seu sangue. Com um pequeno impulso conseguiu jogar seu "agressor" contra a parede, o mantendo preso com o auxílio de sua magia, se sentia um pouco fraco, mas isso não o impediu de nada.

Olhou para o invasor, jovem, deveria ser da sua idade, tinha veias negras ao redor dos olhos, sangue manchava a sua boca e o invasor tinha um estranho sorriso nos lábios.

Stiles se perguntava que merda ele havia feito?