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História STUPID BOY | Noah Schnapp - 13


Escrita por: noahstann_

Capítulo 13 - 13



>> 𝗦 𝗢 𝗠 𝗠 𝗘 𝗥 | 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮𝘁𝘁𝗮𝗻𝗻𝗲𝘄 𝘆𝗼𝗿𝗸𝟭𝟭 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼𝟬𝟳:𝟱𝟲 𝗮.𝗺 


Assim que eu entro na escola vejo milhares de pessoas me encarando. Alterno meu olhar por todos os cantos, já começando a ficar tensa com tudo isso. Reparo que alguns garotos me olhavam de forma maliciosa, me deixando meramente desconfortável. Puxo minha saia para baixo numa tentativa de conter isso, porém até as garotas fitavam a mim de maneira estranha, rindo e até mesmo debochando com seus celulares em mão. 


Ando insegura até o meu armário, sempre olhando a minha volta enquanto todos acompanhavam os meus passos. Durante o trajeto, diversos meninos assobiavam ou faziam gestos obscenos pra mim, a qual eu tratei de ignorar todos.


Abro meu armário ainda olhando pros lados, pegando os matérias da primeira aula completamente confusa. O que está acontecendo? 


— Aí meu deus, Sommer! — Vi a Kendall chegar ao meu lado, parecendo aflita — É você mesma no vídeo? — A olho sem entender 


— Vídeo? — E juro que cheguei a pensar naquele vídeo onde Schnapp havia me gravado, mas ele apagou, eu mesma vi, só se... ele tiver gravado outro, o que eu acho muito difícil pois não me distraí em nenhum momento, muito pelo contrário, estava prestando atenção até demais nele para garantir que nenhum outro vídeo fosse filmado.


— Sim, um onde você aparece nua, está repercutindo pela escola inteira! — Sinto meu coração acelerar, isso não podia ser verdade... não podia. 


— O que? — Fico estática 


— Olha aqui — E ela me expõe o seu telefone, onde rodava um vídeo explícito meu, o mesmo vídeo que Noah gravou de mim, o mesmo que eu achava ter sido apagado, e o mesmo que agora rodava por toda escola. 


Ver isso me deixou sem reação alguma, meus olhos automaticamente marejaram de desespero e eu mais uma vez olhei ao meu redor, sentindo que agora tudo parecia pior. Os garotos que passavam me olhavam de cima abaixo no maior descaro, me fazendo a todo custo tentar cobrir minhas pernas. 


— Sommer... é você? — A Kendall me pergunta meio desconfiada, mas eu não consigo formular uma resposta devido ao choque.


— Eu... — Tento manter a calma respirando e inspirando o ar lentamente, mas ele parecia cada vez mais pesado a cada momento que eu fazia isso. 


Pisco várias vezes numa tentativa de tentar evitar qualquer lágrima, mas o meu interior estava praticamente desmoronado e eu não sabia o que fazer, pois observar todas essas pessoas assistindo o meu vídeo e me encarando tão enviesadamente, só me deixavam mais em pânico ainda, de tal forma que eu não consegui suportar e apenas saí correndo dali, isolando-me em um beco sem saída dos corredores.


Enfim sozinha, a primeira lágrima desce, e depois dessa, milhares de outras. Levo as mãos a cabeça e assim ando nervosa de um lado para o outro, repassando toda essa situação na minha cabeça enquanto pensava incessantemente no que ainda estava por vir, pois aquilo na entrada foi apenas o começo e sei que daqui para frente as coisas só irão piorar. 


Pego meu telefone num gesto desesperado e abro o Twitter, vendo que a primeira publicação que aparecia era o meu vídeo, já retuitado mais de cem  vezes. O desespero dentro de mim cresce a ponto do meu choro aumentar e eu desabar no chão, cobrindo o rosto com as mãos em completa vergonha. 


Noah postou o meu vídeo.


Eu passei por todas aquelas situações humilhantes, obedeci as suas ordens, assisti ele transar com duas prostitutas, me comprometi com pessoas que eram importantes pra mim e ainda fiquei com ele a fim de evitar que essa merda fosse publicada para no final, ele simplesmente cagar com tudo e postar esse vídeo sem mais nem menos. 


— Sommer! — E a voz que ressoa grosseira atrás de mim era justamente do garoto que eu mais odiava na face da terra. Noah estúpido Schnapp. 


Me viro e então o vejo se aproximar de mim. Limpo as lágrimas no meu rosto com certa indelicadeza devido a raiva, vendo que em sua feição ameaçava esboçar um maldito sorrisinho


— O que você quer? — Pergunto rude, o encarando mortalmente de braços cruzados, os quais foram descruzados pelo mesmo com brutalidade. Meus olhos ameaçam soltar mais lágrimas, mas eu não ia dar esse gostinho a Cameron de chorar na sua frente, já não bastava o que ele estava me fazendo passar. 


— Posso saber que porra tá fazendo aqui? Tem reunião no Grêmio


— E eu por acaso posso saber que merda é essa aqui? — estendo meu celular a sua frente, mostrando o vídeo publicado. 


— Ah, isso? É um video — Ele diz dando de ombros, se mostrando bem desinteressado, quando no fundo eu sabia que era tudo farsa e ele estava se divertindo horrores da minha situação — Peraí... acho que reconheço essa garota — e logo um sorriso cínico se estampou em seu rosto — Fodi com ela várias vezes... 


— Filho da puta! — Tento o bater mas suas mãos agarram meus pulsos. Eu estava fervendo de raiva e queria descontar ela em Schnapp da pior maneira possível — Eu te odeio! — Grito enfurecida e isso só o faz me segurar mais ainda, dessa vez com uma certa força nos meus braços, o que consequentemente me faz voltar a chorar — Me solta!


— Cala a boca! — Ele rebate em um tom alto e firme de voz, me assustando. Fico estática encarando seus olhos verdes, que conseguiam não demonstrar nem um por cento sequer de arrependimento ou compaixão. Vou parando de me debater na espera dele dizer alguma coisa 


— Engole o choro e vai pra sala do Grêmio agora! O problema não é meu se você não passa de uma vadia que não sabe obedecer. Eu avisei, novata... — ele pega em meu rosto com força, fazendo minhas bochechas doerem, se aproximando de tal forma que eu conseguia sentir sua respiração pesada e o leve raspar das nossas bocas, a qual eu tratei de reprimir pois nesse momento só sabia sentir nojo de Schnapp — Faço da sua vida um inferno, me entendeu? Um inferno! — e larga em seguida de maneira bruta, saindo dali. 


Mais lágrimas escapam e é impossível eu não me sentir terrível e completamente destruída. Respiro fundo várias vezes numa tentativa falha de tomar coragem para sair daquele beco isolado que eu estava, porém, era impossível, pois lá fora tinham milhares de pessoas que a todo instante me encaravam com ódio e malícia, mas... mais uma vez eu não tinha opções para sequer impedir tudo isso e fingir que nunca aconteceu, pois além de ser real, estava sim acontecendo. 


— Ok, você consegue, Sommer — Digo para mim mesma. 


Não penso muito, apenas saio e assim que volto aos corredores, já recebo milhões de outros gestos obscenos e xingamentos como "vadia" e "puta" na minha direção. 


Acabo me concentrando tanto em chegar logo na sala do Grêmio que não vejo quando esbarro numa pessoa que andava na direção oposta da minha, fazendo nossos corpos colidirem um no outro e seus materiais caírem no chão 


— Gaten? — Questiono chocada por ver que era ele a pessoa a qual eu esbarrara — Me desculpa, eu não te vi — Começo a arrumar suas coisas no chão, vendo que ele faz o mesmo, como se quisesse evitar aquele contato comigo o máximo de tempo possível, pois recolhe os inúmeros papéis sem dizer absolutamente nada, o que me deixa abalada. 


— E ai, vadia, tá fodendo com o nerd do Matarazzo também? — A Madison debocha ao passar pelo nosso lado, rindo com seu grupinho de amigas. Volto meu olhar pro chão, chegando até mesmo a parar de recolher as coisas as quais ele já havia recolhido tudo. 


— Não liga pra isso — Ouço a voz do Gaten e instantaneamente o encaro, levantando do chão junto consigo. Fico meio sem reação sobre o que responder, pois era impossível não ligar para todos esses xingamentos gratuitos — Eles são uns babacas, não devia se importar. 


— Mas eu me importo, Gaten, e muito, é a minha imagem que está sendo vazada pela escola — Tento soar o menos rude possível, mas o meu nível de frustração era tanto que novamente eu sinto vontade de chorar.


— Eu fiquei sabendo, mas não vi o vídeo, achei um tremendo desrespeito de quem quer que tenha-o postado 


— Foi o Noah... — Digo de repente, o deixando abalado — Foi ele, ele que me gravou e tenho certeza que postou também, mas... eu não entendo, eu o vi apagar o vídeo, eu vi, eu... — E então acabo chorando, não conseguindo suportar a dor que havia dentro de mim. Pisco várias vezes na intenção de fazer esse choro parar, pois sei que se caírem mais algumas lágrimas, não conseguirei impedi-las. 


— Calma — O Gaten me abraça, pegando-me de surpresa. O abraço de volta e fico assim por alguns segundos, até por fim conseguir manter o resto da minha calma intacta e me afastar — Olha... eu acho que te devo um pedido de desculpas por ter te expulsado do Jornal — Vejo que ele realmente parecia arrependido pois coçava a nuca meio sem jeito, alternando o olhar entre o chão algumas vezes, demonstrando insegurança — Eu agi por impulso e não quis escutar sua explicação, me deixei levar pela raiva... 


Agora era eu quem o abraçava, numa maneira de o confortar, e por mais que a minha expulsão do jornal tenha me deixado bastante abalada, Gaten teve seus motivos para isso. 


— Está tudo bem, eu só... gostaria de ter passado mais tempo — Murmuro baixinho — Você e a Lizzy são pessoas incríveis — Dou um mínimo sorriso, fazendo-o me encarar com uma serenidade intensa no olhar. 


— Bom, nós gostaríamos de tê-la novamente no... 


— Chupa meu pau, vadia! — Um garoto aleatório interrompe o Gaten de falar ao exclamar alto passando por nós, assim como a Madison fez, dessa vez fazendo gestos obscenos com a mão em suas partes íntimas, o que me enojou total. Ele saiu rindo com outros garotos a sua volta também, e eu novamente senti meu interior desmoronar 


— E você ainda acha que tem como eu não ligar para isso? — Questiono com a entonação da voz baixa devido a minha imensa vontade de chorar, já deixando escapar algumas lágrimas. Funguei o nariz e tratei de limpa-las rapidamente, deixando em evidência o meu abalo. 


— Temos que fazer alguma coisa, você não merece ficar passando por isso, Sommer. Uma garota tão especial como você não deveria ser chamada de algo tão baixo assim. 


— Não há nada que possamos fazer, Noah é o líder, só o Grêmio possui autoridade — Respondo e então acabo me deparando com o que acabei de dizer — Só o Grêmio possui autoridade... — fico perplexa, pensando em milhões de coisas ao mesmo tempo que olho pro Gaten de maneira chocada 


— O que quer dizer com isso?... 


— Acho que tem um jeito de dar a volta por cima dessa situação e botar o Noah contra parede — Comento agora mais confiante, porém com uma ponta de receio pois para a minha ideia dar certo, era necessário uma coisa — Mas... tem um porém 


— E qual é? 


— Precisa me colocar de volta no jornal


[...]


>> 𝗡 𝗢 𝗔 𝗛 | 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮𝘁𝘁𝗮𝗻𝗻𝗲𝘄 𝘆𝗼𝗿𝗸𝟭𝟭 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼𝟬𝟴:𝟯𝟱 𝗮.𝗺 


— Foi o que nós combinamos caso eu te desse o vídeo, Schnapp! — O Johnny comenta irritado e eu me controlo muito para não perder a minha paciência aqui — Só quero o que é meu por direito 


— Eu já avisei que só irá transar com ela quando eu permitir, Orlando, ela não é sua, porra! — Resmungo grosseiro, ainda pensando sobre o que eu faria agora. 


— É sim, eu paguei setenta mil dólares por isso em troca do vídeo, você concordou, agora não tem mais volta! 


Flashback on 


— Alô? Johnny? Ainda tem aquele vídeo que eu te enviei? — Pergunto e na mesma hora ouço uma risadinha sua.


— Tenho sim, acabei de bater uma punheta assistindo ele — E eu reviro os olhos


— Preciso que me reenvie! 


— Porquê? Apagou? 


— Não interessa, só me reenvie esse vídeo agora! — Ordeno de forma mais autoritária, mas mesmo assim ele nega, soltando uma risadinha cínica do outro lado da linha. 


— Quero algo em troca — Aperto o telefone com mais força contra as mãos, era só o que me faltava mesmo 


— Quanto você quer? 


— Não quero dinheiro, isso eu já tenho — Certamente não mais do que eu.


— E o que quer? — Fico tenso com o breve silêncio que se instala na ligação, pois isso só confirma o que eu já sabia que ele queria:


— A Sommer


— Não, Orlando! 


— Sabe o quanto eu quero transar com ela, e sabe também que se negociarmos direito, ambos saímos ganhando disso — Fico pensativo, avaliando se a ideia era uma boa jogada 


— O que tem em mente? 


— Vinte mil dólares por uma noite — Ele sugere, mas para alguém como aquela vadia esse valor estava muito baixo 


— Cem mil! — Digo e de cara escuto uma risada negativa sua 


— Cinquenta


— Noventa


— Setenta e não se fala mais nisso. Não vou pagar mais por uma vadia que só vou usar uma vez — E essa parece ser a sua jogada final. Avalio mentalmente a quantia, lembrando do que eu havia falando na festa há uns dias atrás sobre essa questão toda.


"Não se preocupem, se me pagarem bem, poderão ter o quanto quiserem dela, e o melhor disso? Ela não vai negar, por que tá comendo gostosinho na minha mão e não pode me desobedecer"


— Uma noite — Concordo por fim — E somente quando eu determinar! 


— Mas eu quero pra amanhã 


— Querer não é poder, Orlando, se contente que eu sequer aceitei essa negociação em troca do vídeo, a qual você já era pra ter enviado junto com a transferência do dinheiro! — Mando autoritário, escutando logo em seguida um toque das notificações. 


Vejo que se tratava justamente da transferência e do vídeo. O salvo e um sorriso arrogante cresce em meu rosto, pois agora aquela vadia da Lopez ia ver bem com quem ela estava mexendo. Volto meu telefone aos ouvidos já o escutando falar 


— Eu quero para esse final de semana então, entendido? — O Johnny tenta botar uma moral que seja sobre mim, algo que não dá nem um pouco certo, pois meu pai sempre diz que somos a hierarquia de nova york e qualquer outro que não seja do nosso patamar, é inferior.


— Só vai transar com ela quando eu determinar que puder. Acho bom não desafiar os limites da minha paciência! — O Ameaço, sentindo que ele se afeta pois fica calado — Ótimo — Concluo convencido, já tratando de desligar a ligação. 


Flashback off 


— Eu concordei mas não especifiquei em momento nenhum quando seria, então abaixa a bola antes que eu te quebre a cara — Respondo botando um fim nessa merda, pois eu já estava sem paciência — Vá embora daqui e não me pergunte mais sobre isso — E sem dizer mais nada, ele faz isso, sumindo por entre os corredores.


Porra de negociação, se o Johnny pensa que eu vou ceder a Sommer pra ele, ele tá muito enganado. Negociar ela não foi uma boa jogada, talvez uma ameaça rolasse melhor, caralho. Meu pai certamente desaprovaria isso, diria que agi por impulso e outras merdas, mas que se foda, sei resolver meus problemas sozinho. 


— Atenção alunos do Elite Way School, dirijam-se todos ao auditório por favor, o Grêmio dará um comunicado importante — Uma voz que eu não consigo identificar de quem seja ressoa nos interfones, me deixando confuso.


— Louis! — O chamo quando o vejo, pois já que ele era o vice líder, deve ter convocado isso. O mesmo olha pra mim e já vem até a minha direção, com um semblante tão confuso quanto o meu — Que porra tá acontecendo? — Questiono sério — Eu não convoquei reunião nenhuma 


— Muito menos eu — Ele respondeu depressa, o que me fez bufar e andar rapidamente até o auditório. 


Lá eu pude ver quase todo mundo já sentado à espera de que algum membro de posicionasse à frente do microfone, o que não aconteceu pois o palco estava vazio. Eu me encontrava parado no meio do corredor lateral, só observando com atenção quem estava por trás disso, vendo o restante do Grêmio chegar ao meu lado. 


— O que está acontecendo? — Millie questionou a mim desentendida, que apenas dei de ombros, já cruzando os braços, tendo um palpite em mente. 


A vadia da Lopez era a única que não estava aqui, sei disso por que já repassei meu olhar por todo o ambiente e não a encontrei. Aquela puta tá aprontando algo, eu sei que está, e isso só se confirma quando ela aparece de frente pro microfone 


— Bom dia alunos do Elite Way School — Ela começa num tom de voz super sarcástico, diferente de como estava a pouco tempo atrás, chorando igual uma cadela — Sei que todos vocês já devem ter visto o vídeo que está repercutindo por aí, o que é uma total falta de noção, ainda mais do responsável que postou isso! — Ela diz olhando diretamente pra mim, com um ódio sem fim nos olhos. A encaro, começando a ficar furioso do rumo que tudo isso estava tomando 


— Vocês sabem que só o Grêmio possui autoridade, e acho que esqueceram das pessoas que participam também, mas ok, eu posso relembra-los disso. Primeiro nós temos o nosso maravilhoso e grandioso filho da puta, Noah Schnapp — E nesse mesmo momento eu sinto meu sangue ferver de raiva. Que porra essa puta pensa que tá fazendo? — Vejamos... — Ela continua com um ar de superioridade enorme, me fazendo cerrar os punhos com força 


— Líder do Grêmio, popular, desejado por todas... será que é só isso? — Ela da uma risada amarga sem humor, voltando a me encarar com um descaro desdenhoso — Não. O pai dele, cujo é governador de Nova York, não passa de um mentiroso envolvido em esquemas de lavagem de dinheiro e corrupção para se sobressair da maioria, e o filho dele, a qual vocês tanto idolatram, segue os mesmos exemplos do querido papai. 


Caralho, eu juro que acabo com ela de todas as maneiras possíveis. 


— Sommer, já chega, desce daí! — Eu digo autoritário, tentando manter o máximo de postura possível para não me descontrolar com essa vadia na frente de todo mundo, que na altura da situação já estavam mais do que envolvidos nas merdas que ela dizia — Agora! — Ordeno ainda na parte de baixo do palco, me controlando muito para não tirá-la dali a força e fazer um escândalo no meio do auditório 


— Ah e lembram do Asher Angel? — Ela me ignora, voltando a falar com mais entusiasmo ainda, como se minha raiva a motivasse — O aluno que foi expulso injustamente do colégio por estuprar uma estudante do primeiro ano? Então, sinto em dizer mas o Grêmio armou tudo isso apenas por que o status social deles estava baixo demais. Asher nunca estuprou ninguém, ele era e sempre será inocente! 


— Agora isso foi longe demais — Escuto a Millie falar atrás de mim — Como essa garota soube de tudo isso? Porra, Noah, faz alguma coisa, ela tá acabando com a nossa reputação! 


— Louis! — O chamo, indicando que ele se aproximasse para que nós dois subíssemos ali e a tirássemos dali — Desminta tudo o que essa vadia está dizendo enquanto eu resolvo as coisas com ela.


— Olha só a merda que a sua obsessão por essa garota nos custou, Noah — A Millie diz irritada em referência ao eu tê-la sugerido como sexta membra do grupo no Grêmio, com o propósito de abafar os rumores que estavam surgindo na escola devido a possível volta do Asher Angel. 


Com um novo membro, a atenção desses assuntos seria abafada e o nosso status não cairia tanto, mas agora eu vejo a péssima escolha que tive, pois essa vadia só tá ferrando com a minha reputação expondo essas merdas. 


— Já disse que vou resolver isso, porra! — Respondo grosseiro, tratando de subir no auditório o mais rapidamente possível, andando a passos firmes até essa vadia — Vai se arrepender muito de ter feito isso, novata — Sussurro entredentes, pegando em seu braço e puxando o mesmo para fora dali com precisão, vendo o Louis se posicionar no local do suporte, começando a desmentir tudo o que essa puta tinha dito. 


— Me solta! — Ela exclama debatendo-se sobre mim, que por raiva, apenas aumentei ainda mais o meu toque sobre si — Está machucando 


— É pra machucar mesmo, porra. Você por acaso ficou louca, caralho? — Falo com o tom de voz alto, batendo suas costas contra uma parede próxima do pequeno local onde estávamos, uma espécie de backstage do auditório. 


— Qual é, Schnapp, não aguentou o troco? Você pode postar um vídeo explícito meu, gravado sem o meu consentimento, mas eu não posso expor suas mentiras? Sério? — Ela debocha com um sorrisinho irônico, e nisso eu pego em seu rosto fortemente, a encarando com um ódio mortal. 


— Escuta aqui, sua maldita vadia do caralho, você não sabe com quem tá mexendo, eu juro que faço da sua vida um completo inferno! — Ameaço, mas sinto que nesse ponto da situação ameaças não eram mais tão válidas quanto antes, pois agora a Sommer tinha ultrapassado um limite que eu não esperava ultrapassar. 


Solto seu rosto com brutalidade, andando de um lado para o outro nervoso, levando as mãos a cabeça sem saber direito o que fazer, pois agora que a merda já tinha sido feita, não haviam muitas outras maneiras de reverte-la. 


— QUE PORRA, SOMMER, QUE PORRA TEM DE ERRADO COM VOCÊ? — Grito furioso, vendo que ela começa a se assustar com o meu comportamento agressivo pois encolhe um pouco os ombros, e diante dessa cena patética de repressão, eu vejo que logo toda a sua confiança de minutos atrás foi embora, me fazendo gargalhar amargamente — OLHA SÓ, A VADIA TÁ COM MEDO AGORA? — Debocho cínico, me aproximando num passo bruto apenas para vê-la se encolher mais ainda — VOCÊ NÃO PASSA DE UMA CADELINHA FODIDA QUE CHUPA PAU, PORRA! 


— CALA A BOCA! —Ela revida na mesma hora, avançando com tudo pra cima de mim erguendo o braço para me bater, mas eu a seguro, impedindo-na de sequer encostar a mão em mim — ME SOLTA! — E nisso eu me sobreponho ainda mais sobre de si, dando mais ênfase ao meu corpo quase colado ao seu para demonstrar quem mandava nessa porra toda.


— Por que? Tá com medo? Quero ver você ter coragem pra falar tudo aquilo na minha cara agora — Respondo bruto, vendo que ela fica quieta — Anda, porra! — Exclamo alto e nisso seu rosto aproxima do meu, me encarando fixamente enquanto a seguro cada vez com mais precisão. 


— VOCÊ É UM GRANDE FILHO DA PUTA, CAMERON! — ela grita com raiva, me dando um empurrão com os dois braços e conseguindo se desvencilhar de mim — Você tá acabando com a minha vida, acabando! Desde que eu pisei nesse colégio que você me trata feito um pedaço de merda! Eu não aguento mais! Você apostou a minha virgindade com o Louis, me humilhou de várias formas diferentes, me botou no Grêmio mesmo sabendo que eu não queria, gravou um vídeo explícito meu e o postou! Me obrigou a ser "sua" e ainda por cima fez eu te assistir transar com duas prostitutas! Você literalmente destruiu a minha amizade com o Asher por ciúmes e agora ele acha que esse tempo todo eu estava contra ele, mas não, eu só queria o ajudar por que novamente você conseguiu ser filho da puta o suficiente para agredi-lo! 


E nisso ela respira fundo várias vezes de maneira ofegante, jogando as palavras com total raiva pra cima de mim, que apenas permaneci com a postura séria diante de todo esse surto. Se essa vadia acha que eu vou me afetar, ela tá muito enganada. Me aproximo dela devagar, olhando fixamente em seus olhos com os braços cruzados e um semblante relativamente calmo, parando a poucos centímetros de distância. 


— Isso é só o começo! — Respondo com todo o desdém possível pra cima dela, vendo que seus olhos chegam a marejar de raiva, mas pouco me importa isso, pois agora a vadia ia ver mesmo com quem ela mexeu. 


Saio do backstage e volto pro auditório, reparando que nesse momento a maioria das pessoas já saíam dali para voltar as suas respectivas atividades escolares. 


— E então? — Questiono apressado ao Louis sobre ele ter ou não conseguido desmentir as merdas que a Sommer falou. 


— Não se preocupem, está tudo sob controle, a Lopez não vai sair ganhando dessa! — Ele garante e eu afirmo com a cabeça, me direcionando para sair dali a fim de começar a pensar no que fazer com a Sommer


— Tem certeza que está tudo sob controle? — A Millie diz nos interrompendo, erguendo o telefone em nossa frente onde o jornal da escola, o Elite Way News, estava aberto. Nele estava escrito uma matéria completa sobre todas as coisas que a Sommer falou no auditório, desde as merdas sobre meu pai até o caso do Angel. 


— Mas que porra! — Digo praticamente correndo dali, indo em direção até o jornal pois eu sabia perfeitamente quem tinha feito essa merda. Gaten Matarazzo. 


De hoje esse filho da puta não passa. 


>> 𝗦 𝗢 𝗠 𝗠 𝗘 𝗥 | 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮𝘁𝘁𝗮𝗻𝗻𝗲𝘄 𝘆𝗼𝗿𝗸𝟭𝟭 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼𝟭𝟯:𝟬𝟮 𝗮.𝗺


— Estúpido — resmungo para mim mesma enquanto termino de guardar os meus materiais no armário para ir embora, relembrando mentalmente tudo o que tinha acontecido hoje. 


O meu vídeo ainda está circulando com bastante frequência pela escola, mas não tanto quanto antes quando eu cheguei e fui bombardeada de xingamentos e gestos obscenos a minha pessoa. 


Agora, depois que expus tudo aquilo no auditório a bola pareceu baixar, ainda mais com a matéria que o Gaten postou no jornal intitulada de: "a verdade por trás do Grêmio", sobre as mentiras e intrigas que rolavam entre os membros além de todas as coisas que eles já fizeram, explicando também o caso do Asher, querendo ao máximo defender o seu lado para que as pessoas entendessem por fim que ele não estuprou ninguém. 


Antes de sair, passo em frente ao departamento do jornal para me despedir do Gaten mas não o encontro lá, nem mesmo a Lizzy. Deduzo que ambos já tenham ido embora e volto meu caminho até a saída de trás, pois por aqui eu não teria que enfrentar a multidão que ficava na entrada. Ainda tinha um certo receio de todos os olhares e xingamentos. 


Não tão distante de onde eu estava, começo a escutar algumas vozes e risos que pareciam ser de várias pessoas, chamando minha atenção para aquilo. Atravesso a saída e chego aos fundos do estacionamento, deparando-me com um pequeno beco e nele, uma roda de garotos em volta de um caído no chão, um que eu reconheço ser o Gaten. 


Ele está com o rosto levemente ensanguentado e seu semblante é de puro medo. Instantaneamente eu me desespero, pois alguém o ergue pela gola da camisa e desfere outro soco nele, jogando seu corpo para outro garoto, outro garoto que eu também reconhecia muito bem.


Noah. 


— Acaba com esse filho da puta! — Ouço o Louis exclamar animado, ao seu lado estavam Johnny e Finn, que riam da situação a cada vez que Gaten levava um soco.


— Achou que ia nos expor nesse jornalzinho ridículo e ficar tudo bem, sem dentes? Esqueceu quem é que manda por acaso? — O Noah falou autoritário, dando-lhe mais um soco certeiro em seu nariz, que escorria sangue em ambas cavidades nasais. 


Meu coração acelera por estar vendo isso e simplesmente congelo no lugar, não conseguindo reagir direito a tudo aquilo. Estou assustada, meus olhos marejam ao vê-lo em prantos, pois a cada segundo que passava Gaten implorava para parar, mas isso só os faziam intensificar mais as agressões. 


— Olha só quem está ali — Meu transe é interrompido pela voz cínica do Noah, que me olha interessado, vindo até mim — Sommer Grace Lopez... veio assistir o seu amiguinho morrer? — Ele ri, e juro que sinto um ódio inexplicável dele. 


— Mas que merda, Noah, para com isso! — Exclamo alto, tentando ir até onde o Gaten estava para ajudá-lo, mas no que eu dou um passo à frente, Cameron me segura


— Onde pensa que vai, novata? Tirar seu amiguinho dali? Logo agora na melhor parte? — Ele deboche e eu me debato sobre si, querendo a todo custo sair, mas fracasso já que Noah é mais forte que eu e prende meus pulsos com tamanha força — Louis, segure a vadiazinha aqui, vou fazê-la se arrepender de ter armado tudo isso com o sem dentes. 


E nisso o Louis me segura com brutalidade, já me arrastando para mais perto da roda, onde consigo ver com mais clareza o estado do Gaten. 


Seu uniforme está meio desfeito, com alguns botões da camisa social arrebentados e seus olhos estão inchados, assim como o nariz está todo ensanguentado. Minha respiração pesa por vê-lo dessa forma e logo a vontade de chorar me atinge, principalmente pelo fato de que eu não podia fazer nada para tirá-lo dali ou parar os meninos. 


— Segurem esse otário! — O Noah ordena sério, me encarando a todo instante com uma feição maldosa. Vejo o Gaten negar desesperado e tentar se debater sobre o Finn, mas seu corpo parecia muito fraco para qualquer movimento brusco e ele acaba sendo apreendido pelo Wolfhard, que o pôs de joelhos no chão.


— Qual é, sem dentes? Acha que pode escrever uma matéria dizendo merdas sobre nós e sair ileso? — Ele diz começando a remover o zíper da calça, o que por um momento me deixa confusa, mas quando vejo seu membro exposto à frente do Gaten, eu arregalo os olhos, pois Noah simplesmente começou a mijar nele. 


— NOAH — Grito para que o mesmo pare, fazendo um certo esforço para sair dos braços do Louis, que só me agarraram mais ainda — PARA COM ISSO! — grito desesperada, chorando em seguida enquanto continuo na luta para me soltar do Louis — NOAH! — Mas ele me ignora e apenas ri, mirando sua urina em outras partes do corpo de Gaten.


— Filma a cara desse otário, Johnny, eu acho que ele vai vomitar — Schnapp debochou e então o garoto posicionou a câmera do seu telefone bem em frente ao Gaten, rindo dele como todos os outros meninos faziam ao redor — Espero que tenha aprendido a lição, sem dentes, da próxima vez que tentar dar uma de esperto junto com a Lopez, vou fazer bem pior — Noah resmungou após terminar, colocando seu membro de volta na calça. 


Assim que o Finn parou de segura-lo, Gaten caiu no chão tossindo incansavelmente e soltando alguns esparmos enquanto vomitava. Lágrimas ainda caem do meu rosto quando o Louis me solta, é inevitável que eu não chore sendo obrigada a ver tudo isso. Noah observa a cena com um deboche enorme, indo embora com os outros garotos no seu carro que acompanharam suas expressões e também debocharam de mim e de Gaten. 


— Até mais tarde, Lopez... — E a sua fala só me relembra o terrível jantar que terá hoje em sua casa. Cerro os punhos com força ao ver seu carro sair dali sem mais nem menos, deixando o Gaten jogado no canto totalmente vulnerável e machucado. Rapidamente corro em sua direção, já o pondo em meus braços. 


— Aí meu deus, Gaten... — Falo ainda em choque, com a voz trêmula de choro por ver o seu estado 


— Sommer? — Ele questiona com a voz embriagada, totalmente confuso e meio desmaiado, seus olhos nem mesmo conseguiam ficar abertos por inteiro. Também consigo ver resquícios de sangue em sua boca e supercílio, seu rosto todo estava quase desfigurado, e temia que ele precisasse ir para o hospital pela gravidade dos ferimentos — O que... — E vejo que Gaten tenta entender a situação, mas eu nego e o sobreponho ainda mais em meu colo, numa tentativa de fazê-lo erguer-se, o que vai ser bem complicado nesse momento, pois ao mesmo tempo que quero o ajudar, quero buscar por ajuda também. 


— Não, Gaten, não faça esforço, eu... — Perco a fala no meio da frase pois meus olhos começam a lacrimejar. Fungo o nariz e me recomponho, piscando diversas vezes para impedir isso. Não posso ficar chorando, preciso fazer alguma coisa. 


Para minha sorte, avistei Lizzy caminhando até nós com uma feição incrédula. 


— O QUE ACONTECEU? — ela pergunta desesperada, abaixando-se até nós e o ajudando também — QUEM FEZ ISSO? 


— O Noah — Respondo voltando a ficar com raiva — Ele o agrediu por que fizemos uma matéria expondo as verdades por trás do Grêmio no jornal — Vejo que seu semblante muda para um decepcionado. Lizzy não sabia que tínhamos feito isso, e certamente se soubesse, teria impedido para justamente não ocasionar problemas como esse. Sinto que de algum jeito traímos sua confiança e agora ela está decepcionada conosco — Isso foi só o começo, Lizzy, tenho certeza que o Noah agora sendo a autoridade quase supremacista da escola, vai fazer muito mais, talvez tirar vocês da liderança do jornal ou até mesmo acabar com o departamento, eu não sei, mas sei que o Grêmio é capaz de tudo para manter reputação! 


— Isso não é justo... — ela diz olhando para o Gaten, que já não tinha mais forças o suficiente para se manter consciente e desmaiara a nossa frente — Ele não tem culpa de nada 


— Sim, isso foi... 


— Culpa sua! — Ela me interrompe exclamando grosseira, com um olhar de raiva para mim, a qual fico sem entender o motivo. 


— Lizzy, eu...


— CHEGA, Sommer, chega! — Ela praticamente grita comigo, demonstrando um nível de raiva que eu não imaginava estar possuindo — Desde que o Gaten te conheceu que você só dificultou as coisas para ele, para nós! — ela da ênfase em eles os dois me encarando com os olhos lacrimejados de raiva — Eu estou cansada de vê-lo sofrer atoa, ainda mais por culpa sua. Caralho, você é do Grêmio e novamente não fez nada, NADA! Primeiro aquela vez na festa, depois aquela onde beijou o Noah bem na frente dele, e agora isso? Que merda você acha que tá fazendo? 


— Lizzy, eu juro que se pudesse ter feito algo, eu teria feito, mas... 


— Sem "mas", Sommer! — Ela me interrompe furiosa — Não tem explicação para o que você anda fazendo com ele, é lógico. Deixar o Gaten passar por todas essas humilhações e ainda o iludir com esse seu jeitinho doce não me engana, você é do Grêmio, vive na cola do Noah e até mesmo já transou com ele, eu vi o seu vídeo que postaram no Twitter, ou vai me dizer que por acaso a pessoa que te filmou não era ele? Pode conseguir enganar o Gaten mas a mim não, sei que só se aproximou dele para provocar o Schnapp e meter ciúmes nele, algo totalmente sem noção de se fazer, ainda mais com uma pessoa que gosta tanto de você, Sommer! 


E eu fico completamente sem reação. 


— Lizzy, eu nunca faria nada que pudesse prejudicar o Gaten, eu... 


— MAS VOCÊ FEZ! — Dessa vez ela grita, me deixando mais desconcertada ainda — Você por acaso não pensou nas consequências que essa matéria estúpida poderia ocasionar ao Gaten ou ao Jornal? — Abaixo o olhar, permanecendo em silêncio ao perceber que de fato, eu não tinha pensado nisso 


— Tá vendo... — Ela diz óbvia — Não pensou! — Começo a me sentir terrível com essa situação, mais do que eu já estava — Se você tivesse tido o mínimo de noção dos seus atos, Sommer, teria visto que fazer uma matéria expondo todas as coisas do Grêmio, o qual ironicamente você participa, não daria nada certo. Achou mesmo que eles não fossem fazer nada? Você sequer cogitou as consequências que eu e o Gaten poderíamos levar? Ou estava tão desesperada que só conseguiu pensar em si própria? 


Continuo sem reação alguma, Lizzy me pegou de surpresa e eu realmente não esperava que ela fosse achar tudo isso de mim. 


— Vá embora! — A garota exclama alto num tom firme de voz — Deixa que eu cuido do Gaten, você já fez estragos demais por hoje.


E isso é um basta pra mim, pois me levanto meio frustrada e saio dali, caminhando até a saída e por fim, indo para casa, onde teria que me arrumar para ir junto com minha mãe até a incrível residência dos Schnapp's.


[...]


>> 𝗡 𝗢 𝗔 𝗛 | 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮𝘁𝘁𝗮𝗻𝗻𝗲𝘄 𝘆𝗼𝗿𝗸𝟭𝟭 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼𝟭𝟵:𝟰𝟬 𝗽.𝗺 


— esse jantar é mesmo necessário? — pergunto tedioso ao meu pai, que estava sentado em uma poltrona segurando um copo de whisky, remexendo o líquido enquanto encarava a mim seriamente.


— As eleições estão chegando, Noah — Ele se levanta, dando um breve gole no whisky e o largando em cima do balcão — Tenho que estar preparado, afinal, eu sou o governador de Nova York! — Meu pai afirma ajeitando seu smoking, o qual eu fui obrigado a usar também. 


Encaro minhas vestes no reflexo da grande janela, ajeitando as mangas do Blazer preto e a blusa social branca levemente desabotoada. Ponho as duas mãos no bolso e encaro novamente o meu pai, que conversava alguma coisa com um de seus sócios enquanto diversos empregados passavam de um lado para o outro arrumando os preparativos para esse jantar estúpido. 


— O que elas tem haver com os negócios? — Questiono curioso. 


Meu pai nunca foi do tipo de se relacionar tão afundo com uma mulher, e confesso que toda essa aproximação repentina dele com a Alexia é estranho. O mesmo vira-se em minha direção e deixa um risinho sem humor escapar de seus lábios, voltando a pegar o copo de whisky que deixara em cima do balcão anteriormente, vindo até mim a passos lentos. 


— Fiquei sabendo que agrediu o filho dos Angel's... — Ele me ignora, fazendo outra pergunta em cima da minha, a qual eu fiquei estático — É verdade isso? — E antes que eu pudesse sequer responder, ele faz um gesto com a mão interrompendo-me de falar — Oh, não diga nada, de você eu já posso esperar qualquer coisa — Ele da passos ao meu redor, mantendo um duro contato visual comigo, que apenas continuei a olhar fixamente para frente — Imaginei que fosse ser inteligente o suficiente para saber que agressão era uma das piores escolhas que poderia ter tido. 


— Foi o que me pareceu mais conveniente na hora — Respondo entredentes enquanto a tensão entre eu e meu pai parece aumentar a cada volta que ele da por mim. 


— E sabe o que me parece conveniente agora? — Seu tom de voz é grosseiro, e quando me dou por encara-lo, vejo seu punho fechado bater contra minha face. Meu rosto vira-se no mesmo instante porém eu me mantenho firme no lugar, trincando o maxilar e respirando fundo diversas vezes com o fim de inibir qualquer dor que eu pudesse estar sentindo agora. Engulo um seco e entreabro a boca suspirando de forma pesada, encarando-o duramente mais uma vez. Vejo ele tomar outro gole de whisky, parando a minha frente após várias voltas dadas ao meu redor 


— Você precisa agir como um homem e não como um adolescente, precisa tomar atitudes cautelosas que não deixem rastros sobre o que realmente fez! Não me interessa se agrediu o filho dos Angel's, o que me interessa é saber por que ele voltou e quais são suas pretenções pisando em Manhattan novamente, mas ao invés de o perguntar, você preferiu o espancar! — Ele resmunga, dando as costas ao voltar a caminhar lentamente pela sala de estar, deixando seu copo de Whisky de volta a bancada. 


— Isso não irá mais acontecer — Digo firme, melhorando a postura diante de si quando seus olhos embatem nos meus novamente 


— Não, não irá — Meu pai responde brevemente com uma feição cínica — Afinal eu já descobri tudo o que tinha que descobrir indo até Nova Jersey ontem. Meus seguranças ficaram encarregados dia e noite de achar o paradeiro dos Angel's e confesso que foi mais difícil do que eu esperava, aqueles ratos de esgoto se esconderam bem, mas em um jogo de poder, vence quem tem mais habilidade... 


— O que aconteceu com eles? — Um silêncio paira o ar, meu pai me encara misterioso 


— Sabe, os subúrbios de Nova Jersey são cheios de criminosos. Um passo em falso e você pode acabar morto...


Ele começa dizendo pacificamente, voltando a pegar o copo vazio de whisky posto no balcão e o enchendo com mais bebida no bar que tínhamos ao lado da cozinha. Vejo o líquido abronzeado do Whisky cair lentamente sobre o copo de vidro do meu pai e ele se virar com uma feição indecifrável no rosto 


— Uma pena que os Angel's tenham dado vários passos em falso... 


>> 𝗦 𝗢 𝗠 𝗠 𝗘 𝗥 | 𝗺𝗮𝗻𝗵𝗮𝘁𝘁𝗮𝗻𝗻𝗲𝘄 𝘆𝗼𝗿𝗸𝟭𝟭 𝗱𝗲 𝘀𝗲𝘁𝗲𝗺𝗯𝗿𝗼𝟮𝟬:𝟯𝟳 𝗮.𝗺


— Temos mesmo que ir? — Pergunto pelo o que seja a milésima vez no dia para a minha mãe, que pela milésima vez respondeu que sim num tom mais entediado que o outro 


— Sim, Sommer, quantas vezes terei que responder? — Agora ela parecia irritada — Edgar nos convidou para um jantar, o mínimo que podemos fazer é aceitar o convite — E nisso eu reviro os olhos, a acompanhando até a saída do apartamento enquanto a mesma ajeitava seu vestido junto de seu cabelo — Como eu estou? — Ela pergunta em referência à sua aparência 


— Linda — Digo com sinceridade, pois minha mãe realmente era uma linda mulher de trinta e sete anos com um belo corpo escultural. Ela sorri em meio ao elogio e clica no botão do elevador, que abre no mesmo instante. Logo entramos nele e descemos rumo ao estacionamento — Posso colocar uma música? — Questiono quando já estamos dentro do carro. A vejo assentir e assim eu coloco "Unforgettable" do French Montana para tocar na mídia. 


Observo as ruas movimentas de Manhattan quando minha mãe começa a dirigir, admirando em como toda essa cidade era incrivelmente iluminada e bonita a noite. Em poucos minutos nós chegamos na fachada de um apartamento luxuoso, vulgo, casa de Schnapp. 


[...] 𝟮𝟬:𝟰𝟱


— Alexia, que prazer revê-la — A alta figura de Edgar comparece a porta — Essa deve ser a sua filha, Sommer, não é? — Ele questiona a mim já estendendo a mão, a que por educação eu aperto. 


— Ah, sim! — Minha mãe Sorri e o Edgar da espaço para nós passarmos. Entro mais uma vez na casa de Noah e logo encontro o mesmo sentado à beira de uma poltrona na sala de estar, já encarando-me com a típica seriedade se sempre, dessa vez mais intensa. 


— A senhorita é muito formidável — Edgar me elogia com um sorriso canteiro — Com certeza puxou a beleza da mãe — A mesma ri e eu apenas forço um sorriso. 


É sério que ela não percebe todo o cinismo e falsidade desse homem? Uma plena advogada de trinta e sete anos? Juro que estou ficando abismada. 


— Deve conhecer o meu filho, Noah — Edgar continuou a falar com seu típico tom de soberba 


— Sim, estudamos juntos — Respondo simplista com um mini desdém em minha entonação de voz, o encarando mortalmente, que retribuiu por se levantar e caminhar até nós. 


— É apenas o que fazemos juntos, Sommer, estudar? — Cameron disse cinicamente de maneira irônica e ao mesmo tempo, maliciosa. Solto uma risada amarga disfarçada de tosse, o olhando de relance furiosa — Eu me recordo bem de quando você veio fazer um trabalho da escola aqui — Noah continuou a falar num tom totalmente despreocupado — Está lembrada? 


— Claro... — Respondi entredentes com um sorriso forçado, a qual eu tentei fazer parecer natural 


— Oh, sim, eu lembro — Minha mãe comenta com um leve rubor de entusiasmo — vocês estavam descendo as escadas para a sala — Ela sorri, e nessa altura da situação, Edgar se encontrava de cara fechada. 


Olho de relance para Noah e percebo que um sorrisinho ameaçava crescer em seu rosto. Pisco várias vezes nervosa, está um silêncio meio inquietante aqui e quebrá-lo não me fará nada mal. 


— Acho que o jantar está servido — Digo quando vejo os empregados servirem os banquetes a mesa. 


Os olhares de todo mundo se opõem até a mesa de jantar alguns metros de nós e me sinto aliviada por essa conversa ridícula ter acabado. Edgar e minha mãe saem à frente e quando vou dar um passo, meu braço é parado por Noah com um leve apertão. 


— Se acha que vai sair impune pelo o que fez hoje, está muito enganada! — Ele sussurra as palavras em meu ouvido de forma grosseira, apertando, consecutivamente, as mãos em meu braço. 


Aquilo começou a doer, e logo eu me debati sobre si, virando-me num gesto rápido para sua frente. Noah não protestou, afinal, nossos pais estavam logo ali esperando pela gente, e uma cena aqui não soaria nada bem, mas reparo pela sua feição dura que está irritado. 


— Será mesmo? — O questiono cínica, vendo que ele me encarava desconfiado enquanto eu, mais confiante ainda. 


Dou as costas e me sento ao lado da minha mãe na mesa, onde os empregados serviam uma espécie de comida que eu nunca tinha visto 


— Gosta de caviar, Sommer? — Edgar me perguntou afetivo, e ao olhar pro que era posto em meu prato e quase fazer uma careta de nojo, eu ergo o rosto e forço o sorriso mais sincero que consigo. 


— Sim — Digo na maior tranquilidade, vendo que ele concorda e volta a comer seu caviar, assim como todos a minha volta. Logo em seguida, é servido água mineral em taças cristalinas, junto de mais frutos do mar. 


No centro da mesa possuía uma lagosta, a qual minha mãe comia um pequeno pedaço. Aos lados, canapés de salmão, peixe branco e algas. Do outro, legumes como aspargos, ervilhas, brócolis e cogumelos salteados em um molho de maionese temperada com gergelim. A nossa frente, é servido também um risoto de camarão gratinado. 


— E então, o senhor disse que às eleições estão próximas — Falo para o Edgar, que me olha bastante curioso, concordando com um simples gesto de cabeça. 


— Sim — Ele afirma, tomando um gole d'água — Eu e minha equipe estamos nos preparando para isso a muito tempo. 


— Irá se candidatar a governador novamente? O senhor já está no cargo a mais de quatro anos — E com isso ele nega, me deixando confusa. Vejo minha mãe trocar olhares com o mesmo, sorrindo de maneira reprimida enquanto cortava mais um pedaço de lagosta. 


— Não, querida, irei me candidatar a presidência! — E isso é como um baque pra mim, pois eu fico surpresa e sem reação do que dizer ao mesmo tempo, vendo que o Noah também esboçava um sorriso soberbo no rosto. Ele certamente já devia saber disso 


— As eleições começarão próximo mês, Joe Biden é um amigo próximo meu e me dará total apoio a este cargo, minha equipe está cuidando da mídia e Alexia... — Ele segura a mão dela — Vem sendo maravilhosa comigo nessa jornada — E a forma como ambos se encaram é suspeita para mim, pois ela está toda encantada, e ele, mesmo com um sorrisinho, ainda parece muito frio. 


— Wow... — Suspiro ainda surpresa — Realmente é uma grande notícia, já sabe com quem irá concorrer? Deve haver muita gente interessada neste cargo. 


— A presidência é só para quem pode, querida. Donald Trump tentará se eleger novamente mas o congresso não permitirá tamanha estupidez, eles precisam de alguém forte na presidência! 


— E quem seria esse alguém? 


— Alguém que a população adore, admire, e apoie. Alguém que em mais de quatro anos como governador de uma das cidades mais conhecidas do mundo, abaixou os índices de violência e criminalidade. Alguém que tenha poder democrático na palma da mão. Alguém como eu! 



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