Emma terminava de se vestir olhando seu reflexo no espelho, alinhou seus fios loiros perfeitamente e as ondulações recaíam por suas costas. Olhava o vestido delineando todas suas curvas e exibindo os volumes dos seios, pensou se estava bom ao calçar os saltos altos vermelhos. Borrifou seu perfume olhando seu rosto sem nenhuma maquiagem, sentou na cadeira estofada começando a passar um leve batom rosado, apenas para um corzinha, pensou. Alcançou a bolsa e o buquê de tulipas brancas.
- Nossa! – Branca exclamou surpresa. – Eu que fiz! – Animou-se indo ao encontro da loira.
- Mãe, não precisava mesmo me lembra isso. – Rolou os olhos. – Acha que está bom?
- Emma, eu jurava que iria te ver sair com uma regata qualquer e uma calça do dia. – Falou sincera e riram. – Está linda, minha princesa!
- Ah, fala sério! – Emma bufou. – Ao menos uma baita princesa, okay?
- Claro, minha baita princesa. – David se aproximou rindo com elas. – Deixamos tudo no esquema, é só dizer o momento.
- Obrigada, por toda a ajuda que me deram. – Sorriu carinhosa. – Obrigada também, mãe. Por ter entendido e visto quem realmente é a Regina. – Abraçou a mãe.
- Estava cega de raiva ainda, mas eu sei como ela é boa. – Arrumou o buquê. – Agora vai lá, vão descobrir a felicidade que merecem ter. Juntas!
- Amo vocês! – Abraçou a cada um e correu para chegar ao carro, arrumou o buquê ao seu lado e deu partida. – Atende... atende!
- Oi, mãe! – Henry sussurrou na chamada.
- Ei, filho. – Olhou pelo retrovisor. – Já estou chegando, pode começar as coisas sem ela ver.
- Sim, entendido.
Emma riu com o jeito do garoto, acelerou um pouco mais e viu Belle caminhando com Gold de mão dada e um sorriso doce no rosto. Respirou aliviada ao ver como estava indo as coisas na cidade, não tardou em chegar na mansão.
- Porque infernos estou nervosa. – Falou sozinha e caminhou devagar parando na varanda, respirou algumas vezes e esperou o ponteiro cravar em oitos horas para tocar a campainha da casa. – Calma, calma... – Sussurrava para si.
- Boa noite, xerife Swan. – Regina cumprimentou a loira sorrindo docemente.
- Boa noite, minha prefeita Mills. – Os sorrisos ampliaram. – São para você. – Revelou o lindo buquê. O olhar de surpresa e espantou não passou despercebido.
- Flores! – Regina sussurrou ao acolher o buquê em seus braços. – São lindas, meu amor.
- Perto de você perdem a beleza, a sua ganha em disparada. – Emma brincou.
- Entre, irei coloca-las em um vaso. – Regina deu passagem e notou em como Emma estava arrumada. – Quem é você? – Brincou fingindo seriedade e acendeu uma bola de fogo na mão.
- O que? – Emma se assustou. – Amor, sou eu! – Esticou as mãos para frente.
- Vestido e salto? Maquiagem? Cabelos penteados?
- Falando assim até eu me assusto comigo. – Emma a fez rir e viu o fogo sumir. – Que boba, você me assustou para valer.
- Está ainda mais linda. – Regina sorriu tímida e seguiu para a cozinha, pegou um vaso colocando água e conjurou um feitiço sobre o arranjo. – Para que dure mais tempo.
- Majestade! – Emma fez uma reverência estendendo a mão. – Podemos ir?
- De certo que sim. – Regina aceitou a mão e seguiram até a porta.
- Antes, tem outra coisa. – Emma fez aparecer uma venda e o bracelete que a impossibilita de usar magia.
- Emma...
- Calma. – Sorriu. – É uma surpresa, por tanto não pode ver onde iremos jantar. E eu sei que vai usar sua magia para descobrir. Por isso o bracelete, mas juro que assim que chegarmos no lugar eu tiro ele de você. – Emma esperou. – Confia em mim?
- De olhos fechados e sem poderes. – Regina respondeu estendendo o pulso. – Henry nem mandou uma mensagem, seus pais alugam mesmo ele.
- Nem imagina o quanto. – Emma vendou a morena e viu o filho aparecer no topo da escada junto com Ruby. – Vamos, minha rainha. – Abriu a porta devagar e criou uma espécie de escudo para proteger a morena. – Degraus. – Avisou segurando a mulher pela cintura, abriu a porta do carro e a ajudou sentar bem devagar.
- Já sei que se eu ficar cega você sabe me guiar. – Brincou.
- Espero que isso nunca aconteça, se eu já tropeço sozinha e imagina com você? – Riram.
Deu partida dali entrando em algumas ruas para dar tempo de arrumarem a surpresa, manteve uma conversa sobre como foi o dia delas, Emma ouvia atentamente Regina dizendo o quanto Robin foi ignorante. O som de mensagem do seu celular chamou sua atenção, viu o okay do filho e retornou para a mansão Mills.
- Chegamos! – Emma animou-se. – Espero que goste daqui, é tranquilo.
- Espero que seja limpo, isso sim. – A loira riu alto. – Posso tirar?
- Não! – Emma roubou um selinho dela. – Mil ideias agora. – Provocou e a morena mordeu o lábio em resposta.
Swan fez o caminho com o mesmo cuidado, viu Zelena sair com Ruby e Henry pela lateral, acenaram para ela que acenou de volta.
- Quem é? – Regina perguntou baixo.
- Um conhecido. – Respondeu. – Degrau. – Avisou. – Nem acredito que chegamos sem que eu deixasse você cair de cara. – Riu.
- Eu que não acredito. – Regina inalou o cheiro do lugar e sorriu abertamente. – Aqui tem o mesmo cheiro lá de casa, então é um lugar limpo.
- Só a tua casa é limpa?
- Nem vou te responder. – Emma gargalhou. – Devem estar olhando para minha cara!
- Que nada! – Emma removeu a venda. – Prontinho!
Regina cobriu a boca ao ver onde estava, as luzes apagadas e o caminho era feito com velas decorativas. Emma estendeu o braço e seguiram assim até a sala de jantar, o jantar estava servido e as pétalas vermelhas e branca cobria o chão, as velas espalhadas davam o ar romântico que Emma queria promover.
- Minha rainha. – Puxou a cadeira para ela. – Pensei muito para encontrar um lugar limpo.
- Que surpresa linda! – Regina olhava sua volta. – Como eu não vi nada disso?
- Segredinho. – Piscou travessa. – Antes de tudo quero de mostrar algo. – Pegou uma flor do vaso pequeno sobre a mesa e a lançou em direção ao rosto da morena, a flor foi incinerada antes de se aproximar.
- Como? – Olhou o bracelete em seu braço.
- Conjurei um feitiço de proteção, acha mesmo que te deixaria exposta ao perigo? – Emma segurou a mão dela. – Você é meu neném.
- Neném é? – Regina sorriu emocionada.
- É! – Emma usou magia para apresentar a entrada da refeição.
- Me diz que não foi você que fez. – Brincou e a loira riu negando. – Ótimo!
- Que horror! – Emma comeu uma garfada do Ceviche olhando a morena fazer o mesmo. – Eu fiz o prato principal mesmo. – Ganhou a atenção. – Nem vem, ficou muito gostoso.
- Tenho que criar alguma magia que proteja meu estômago? – Riram. – Seus olhos foi o que mais chamou minha atenção. – Falou baixo.
- Você inteira chamou minha atenção, igual aquelas placas iluminadas. – Riram mais. – Porém suas caras e bocas me deixava doida, e o seu jeito de olhar me quebrava sempre. Ainda mais quando a gente se espetava.
- Eu quase gritei quando aquela ponte despencou e você caiu, confesso que fiquei três segundos em desespero. – Se olharam sorrindo. – Foi estranho o sentimento de tristeza que me tomou foi diferente, agora entendo o motivo.
- Me arrependo amargamente de ter lhe dado aquele tapa no cemitério. – Regina riu alto prendendo a atenção da loira. – É sério, amor.
- Mas eu também te dei, então levei o que dei primeiro. – Acariciou a mão da loira. – Só em pensar que brigamos por algo idiota, além de eu ter feito aquilo com Graham por capricho.
- É passado. – Emma a olhou. – Se nos prendermos a ele, não viveremos bem o nosso presente. Agora é isso o que importa, pois tudo o que fez lá atrás você já se redimiu e muito.
- Acha isso mesmo? – Emma fez que sim sorrindo.
O jantar seguiu em boa conversa para ambas, Emma sempre conseguindo arrancar risadas da rainha com suas dúvidas e pensamentos infantis as vezes. A sobremesa foi uma brincadeira pessoal da parte de Swan, torta de maçã com um toque especial.
- Antes de comer, me deixa avisar. – Sorriu sapeca. – Está enfeitiçada, saberá o que vai te acontecer somente se comer. – Emma levantou o queixo em sinal de desafio.
- Vale só uma pergunta com a resposta verdadeira? – Perguntou olhando a fatia em seu prato.
- Não vai te matar. – Emma falou para tranquiliza-la.
- Eu sei que não. Eu quero saber se ficarei com dor de barriga? – Riram.
- Juro que não vai ter dor de barriga. – Emma olhou a morena levar o garfo até a boca.
- Nada mal. – Falou após engolir. – E aí... estou de que cor?
- Não é isso, não perderia meu tempo com algo bobo. – Emma se levantou estendendo a mão para ela segurar. – Dança comigo? – Perguntou quando o som preencheu o lugar.
- Adoraria. – Regina aceitou seguindo para outro cômodo, sua sala principal. – Todos os lugares estão assim?
- Assim como? – Emma perguntou enlaçando a prefeita pela cintura.
- Com velas dando esse ar aconchegante e romântico. – Notou um embrulho em seu sofá.
- Percebo que viu algo. – Emma a girou devagar e a morena apertou os olhos. – Opa, está começando.
- O que fez? – Regina sussurrou assustada.
- Calma, minha linda. – Emma a beijou devagar. – Relaxa e olha para mim.
- Meus olhos estão estranhos, parecem abertos demais. – Emma fez que sim. – Fala! – Exigiu.
- Seus olhos estão como sempre, mas por alguns minutos você vai conseguir ver como eu te vejo, preciso de mostrar isso. – Emma a levou para perto do espelho. – Fica calma e aprecia todas as suas caras e bocas.
Tocou a têmpora da rainha, um filme passava lentamente em sua frente e ria emocionada das coisas que estava vendo. Cada momento que estavam juntas, as alfinetadas e brigas, conquistas e batalhas, os primeiros sorrisos doces e sinceros, a primeira vez que Emma secou suas lágrimas e o primeiro abraço.
Emma tirou seu dedo e foi abraçada, Regina chorava emocionada por toda aquela demonstração de carinho. Foi puxada carinhosamente para o meio da sala, Emma pegou o embrulho retirando de lá uma caixinha de couro branco. Ajoelhou-se na frente dela pegando a mão e sorrindo.
- Me conhece, sabe o desastre que sou com as palavras. – Fez que sim. – Porém tem tantas coisas lindas na minha cabeça para te dizer, que eu não sei se conseguiria ser capaz de mencioná-las em voz alta. Talvez a palavra mais bonita que saia da minha boca seja o teu nome, minha Regina. – Emma abriu a caixa revelando os anéis. – Eu não sei como consegui planejar tudo isso, tão pouco como estou conseguindo ser bem romântica. É que meu lado ogro acaba ganhando da princesa e eu prefiro minhas botas a esses saltos, como consegue?
- Sou uma rainha, saltos fazem parte de mim. – Brincou.
- Pois eu quero fazer parte de você, assim como seus saltos e tudo o que ama. Eu quero ser parte de você, para sempre estar ao seu lado e ser teu abrigo em dias conturbados. Quero ser tua amiga e confidente, quero ser aquele amor que não pensará duas vezes em se sacrificar em seu lugar, porque acima de qualquer outra coisa... Regina, acima de qualquer coisa eu quero sua realização, quero sua felicidade e ouvir suas risadas mais vezes, quero te cuidar, te amar e ser para você tudo o que desejar ter em alguém. – Emma sorriu. – Eu quero ser feliz, mas eu quero ser feliz com você e nosso menino. A nossa família peculiar, mas é toda nossa.
- Somente nossa! – Regina sussurrou.
- É... – Emma sorriu. – Minha preciosa Regina, me daria a honra de tê-la como esposa? Aceita se casar comigo? – Emma sentiu suas mãos tremerem de nervoso.
- Sim, sim, sim... muitas vezes sim! – Regina chorava e sorria sem saber o que fazer. Emma ficou de pé e colocou o anel no dedo da prefeita. – Então é isso... – Uma luz azul forte atingiu em cheio o corpo da morena, nada que lhe causasse danos.
- Regina? – Emma segurou o rosto dela e a olhou. – Meu amor?
- Estou bem. – Riu alto. – Me sinto com quinze anos outra vez, tão leve e ... é isso o que se sente quando se está muito feliz? Vontade de gritar e pular?
- Sim. – Emma a abraçou olhando em sua volta. – Você está bem mesmo? Que merda foi essa?
- Não sei, mas eu estou bem mesmo. – Olhou o anel em seu dedo. – É lindo.
- Acha que te daria algo feio? – Emma a girou. – Minha menina linda, tão minha!
- Toda sua, meu amor. Somente sua! – Regina a beijou devagar, curtindo a textura dos lábios finos e macios.
- É a segunda vez que me chama assim. – Emma sorriu apaixonada.
- Demorei muito então, meu a-m-o-r – Falou pausadamente e riram. – Quero colocar seu anel em você, miss Swan.
- Aqui, futura senhora Swan. – Se olharam. – Casa comigo amanhã?
- Ficou doida? – Regina riu de nervoso e beijou o anel no dedo de Emma. – Como vamos preparar tudo em algumas horas?
- Semana que vem? – Encolheu os ombros.
- Quinze dias. – Regina ganhou um sorriso aberto da loira. – Minha loira.
Começaram a dançar a música lenta que as embalavam naquele momento, Emma sendo um pouco mais alta viu a morena repousar a cabeça em seu peito, removeu o bracelete do pulso dela o enviando para um lugar seguro.
- Acredita que eu esqueci que estava com ele? – Se olharam. – Onde encontrou esse feitiço?
- Eu o criei a alguns dias, iria deixa-lo para proteger você e nosso menino se tudo fosse do outro jeito. – Explicou. – Ele não tem prazo, é indeterminado e só eu posso tirá-lo. Por tanto eu nunca irei tirar, Henry também já está assim.
- Uma magia dessa proporção é valiosa demais, precisaria de muita força. – Regina foi girada devagar e suas costas estava colada em Emma. – Como fez?
- Sabe meu amor, eu tenho uma excelente professora. Um arraso de mulher, mas não precisa ter ciúme. – Regina a olhou séria. – Que foi? Não posso dizer que sinto tesão em minha professora gostosa?
- Está com alguma professora de magia além de mim? – Regina estava ficando incomodada.
- Não sua bobinha, é você! – Beijou o pescoço perfumado. – Me disse que eu tenho que saber controlar as duas forças, magia boa sempre se fortalece. Usei toda ela naquele dia que eu fingi estar com pressão baixa e não trabalhei, estava me escondendo lá na caverna para não fazer nenhuma besteira com a força das trevas.
- Deveria ter me falado, sua louca! – Sussurrou. – Ficou em perigo, sabia?
- Por isso fui para um lugar que só você conhece, onde está protegido com o seu sangue e o meu. – Emma repousou a mão no baixo ventre da morena. – Essas vozes pegam pesado as vezes, né?
- O que diziam dessa vez? – Regina movia o corpo lentamente com a loira e sorriu. – Você é uma ogra que sabe dançar lento.
- Diziam coisas obscenas. – Emma respondeu a girando outra vez. – Nem adianta perguntar...
- Certo! – Regina tocou a testa de Emma para captar esse momento. – Nossa, que safada esse teu lado dark. – Brincou.
- Não só o lado dark, acho que quando mistura tudo fica bem pior. – Ficou vermelha pela confissão. – Não sou nenhuma garotinha trabalhada na pureza, porém não sou uma puta.
- Então já se relacionou com mulher? – Regina viu a loira negar.
- Beijei uma amiga uma vez, mas foi para livrar ela de uma cara chato. – Deu de ombros.
Emma retirou o salto e ainda ficou mais alta que a prefeita, riu disso sozinha e alcançou o celular ligando a câmera. Tiraram algumas fotos e sentaram no sofá.
- Pensei que iria perguntar se eu já estive com alguma mulher. – Regina admirava seu anel.
- Esqueceu que vi sua vida? – Emma retirou as sandálias da morena. – Uma massagem para relaxar esses pezinhos. – Piscou.
- Quando diz que viu minha vida, o que exatamente estava procurando? – Regina olhava a loira concentrada no que fazia em seus pés. – Afinal você não iria até meu passado por nada.
- Fui com duas intenções, a primeira foi impedir minha mãe de abrir a boca. – Regina riu. – E a segunda tentativa era de não permitir que fosse tocada por Leopold. – Emma respirou com pesar e evitou olhar para Regina. – Acabei tento que ver tudo o que passou para aceitar não voltar ao passado e querer mudar algo.
- Como seria se calasse sua mãe? – Perguntou.
- Você fugiu com Daniel e se casou em outra cidade, ele trabalhava como cuidador de cavalos e pouco conseguia para se alimentarem. – Emma negou.
- Continua. – Ordenou.
- Você teve três filhos, um foi vendido por ele escondido de você quando nasceu. Ele te disse que havia nascido sem vida, assim ele conseguiu pagar uma dívida. Outro realmente morreu, era da idade de Henry e ficou muito doente, não teve como cuidar dele por falta de dinheiro. – Ela olhou o teto. – Daniel te abandonou com um filho, passou a se prostituir para arcar com as despesas da casa. – Emma se levantou indo para a cozinha a passos largos.
- Emma... – Regina a chamou baixinho ao vê-la chorar encolhida. – Ah, Emma! – Abraçou a loira para consola-la.
- Machucaram tanto você, meu amor. – Emma soluçou.
- Tudo bem. – Regina sussurrou. – E se impedisse Leopold, aconteceria o que?
- Eu iria colocar algo na bebida dele, assim você fugiria dali. – Emma a olhou. – Mas os homens dele te encontraram, você ficou aprisionada em seu quarto e ele te torturava todas as noites que tinha com você. – Emma apertou os olhos. – Ele mandou matar seu pai como castigo e jogou a cabeça dele aos seus pés, depois marcou sua pele como faz-se com o gado. Ele virava algo muito ruim, sabe?
- Acabou, meu amor. – Regina se levantou. – Não fica com isso na cabeça, eu não vivi essas coisas. Me deixe apagar essas besteiras?
- Não. – Emma negou. – Assim eu consigo entender as coisas melhor. – Emma limpou os olhos.
- Tudo bem. – Regina entregou um copo de água para ela. – Não vamos estragar nossa noite com essas coisas, certo?
- Certíssima. – Emma a suspendeu nos braços de surpresa. – Tenho que pegar o turno da noite, mas ainda temos um tempo. – Swan carregou a prefeita até chegar na sala, sentou com ela em seu colo. – Você gostou?
- Pensa que existe algo que possa ter me desagradado? – Alisou os fios loiros.
- É que eu nunca fiz nada assim. – Emma explicou. – Convenhamos que você não é uma pessoa difícil de agradar, mas é um pouquinho enjoadinha com algumas coisas. Por isso estou perguntando se gostou.
- Gostei de tudo, cada detalhe que pensou e principalmente pela surpresa de ser aqui.
- Tem outra surpresa, mas essa você só vai ver depois. – Swan selou os lábios com os da prefeita, ambas notaram como era perfeito o encaixe delas. – Regina... – Emma sussurrou nos lábios carmesim.
- Diga! – Não pararam o beijo e nem queriam.
Emma preferiu deixar para outro momento e mergulhar na intensidade daquele beijo, apreciava o sabor do vinho que estava na boca quente da rainha, chupou a língua dela em busca de mais.
Regina não só envolvia, mas estava totalmente envolvida naquele momento delas. Sua mão emaranhada nos fios dourados com algumas mechas mais brancas, sentia seu corpo arrepiar com as mãos de Emma percorrendo seu corpo por cima do vestido azul.
Aos poucos foram diminuindo a intensidade, até que juntaram as testas enquanto buscavam controlar a respiração.
- Nossa! – Emma sussurrou rindo baixinho.
- Que? – Regina a olhou sorrindo.
- Minha menina... você é realmente um perigo. – Swan provocou a famosa risada da mulher, admirou um pouco mais aquele som. – Acabo de me apaixonar ainda mais por você.
- Boba. – Regina deitou a cabeça no ombro dela. – Estou me sentindo estranha, mas é um estranho bom. – Emma deitou no sofá com a morena sobre ela. – Jamais pensei em me sentir assim mais uma vez, achei que isso havia morrido dentro de mim.
- Talvez esteja recuperando aquela Regina esperançosa, sorridente e destemida. – Emma alisava as costas da prefeita.
- É, realmente me sinto com quinze anos. – Se olharam. – Obrigada por isso, meu amor.
- Obrigada por me permitir viver isso com você, minha rainha. – Tocaram os lábios devagar e sorriram. – Como quer que seja o nosso casamento? – Perguntou de forma animada.
- Simples, somente com a família. – Regina viu seus dedos sendo entrelaçados. – E você?
- Grandioso! – Emma a pegou de surpresa. – Bem luxuoso mesmo, sabe?
- Está de brincadeira, né? – Regina a olhou espantada e viu Emma negar. – Mas você não gosta de festas, nem coisas assim chamativas.
- Pensa comigo. – Se olharam. – Querendo ou não, sou uma princesa maravilhosa. – Regina rolou os olhos antes de rir alto. – E ainda por cima sou filha do príncipe encantado e a Branca de neve, eles são o clássico. Sou o fruto do amor verdadeiro e salvadora, além de ser linda.
- Como é convencida, isso sim. – Regina riu negando.
- Espera que eu não terminei. – Levantou o indicador imitando Rumple e a rainha gargalhou altamente. – Penso que casamento é algo único, e vou me casar com uma rainha... Cara, eu vou me casar com a rainha da porra toda, entende? Eu quero mesmo esfregar na cara de todo mundo que eu estou com a mulher mais magnífica desse mundo, do outro mundo e de todos os mundos que possam existir. – Regina a beijou emocionada. – Sem contar que eu quero tanto te ver com um belo vestido branco, tão branco quanto a ... neve? – Riram.
- Um belo vestido, é? – Regina sorriu embarcando no sonho de Emma.
- Sim, aqueles bem armados e evidenciando essa sua cinturinha, além dos seus seios que me roubam o juízo que não tenho mais.
- Eu não sou uma virgem imaculada para usar um vestido desses e ter um casamento assim.
- Ó senhora dona dos meus sonhos, peço que humildemente mande seus súditos e o resto da nobreza se foderem. – Emma fez uma voz teatral arrancando mais risadas da morena. – Você é a minha menina, nos amamos. – Sorriu carinhosa. – Vamos nos casar como merecemos e queremos, o que me diz?
- Que nosso casamento será o melhor de todos. – Regina sorriu mostrando todos os dentes.
- Isso! – Emma a apertou mais. – Agora me dá um beijo bem gostoso, tenho que ir para o trabalho.
- Certo.
Regina levou sua noiva até a porta, despediram-se com um beijo apaixonado. Trancou-se em sua mansão sorrindo de forma boba e olhou tudo em sua volta outra vez, desligou o som e subiu os degraus da escada para ir descansar, fechou todas a janelas usando seu poder.
Ao abrir a porta do quarto surpreendeu-se com o que viu, um verdadeiro jardim foi posto ali dentro. Regina sorria adentrando mais no lugar, olhava cada espécie de flores e as cores vivas, inalava o perfume que preenchia o ambiente. Sobre a cama uma única tulipa branca ao lado de uma caixa grande, abriu com cuidado para ver o que tinha ali.
- Ah, Emma! – Suspirou apaixonada vendo três corações e um bilhete.
“São os nossos e do nosso filho, réplicas do que carregamos nele”.
Regina viu a foto que Henry mostrou no outro dia, guardou com cuidado o presente e foi se aprontar para uma noite de sono muito diferente das outras.
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