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História Sunshine Family - Papa.


Escrita por: mamarixhi

Notas do Autor


Olá genteeeeee! tudo bem com vocês? Espero que sim pois eu não posso dizer o mesmo. 😟 Estou um pouco doente esses dias, porém estou me cuidando.
O que trouxe pra vocês hoje, é mais um momento entre pai e filho, no entanto dessa vez, o Boruto ainda é um bebê de nove meses, e a tarefa do Naruto é cuidar dele enquanto a Hinata está em missão. Eu queria muito escrever um momento assim, e aqui estamos nós! Houve partes que me baseei em um filme, e outras que me inspirei em fanarts. Espero que gostem, boa leitura. 💕 (Desculpem alguns erros.)
enjoy!

Capítulo 4 - Papa.


Fanfic / Fanfiction Sunshine Family - Papa.

 

 

Capítulo 04:

Papa.

 

Fazia frio. O vento soprava forte e as folhas avermelhadas caiam sobre todo o chão da aldeia, deixando diversas árvores totalmente secas. Por conta do vento gelado, A residência Uzumaki mantinha portas, e janelas fechadas.

Dentro da casa, o silêncio foi quebrado por um choro alto de bebê. Hinata lavava a louça quando foi surpreendida pelo som que vinha do andar de cima.

Naruto que se encontrava na sala lendo um pequeno livro, também se surpreendeu. Olhou para esposa que esboçou um singelo sorriso.

— Naruto-kun, pode ir pega-lo? Acho que ele não vai dormir de novo.

A resposta do loiro foi um sorriso. Ele pôs o livro na mesinha de centro e levantou indo em direção as escadas. Chegou no andar de cima e seguiu o som do choro até adentrar em um quarto que tinha a porta já aberta. As paredes do quarto eram de um tom azul clarinho, e em uma das paredes havía um sol com nuvens brancas pintados a mão.

O Uzumaki mirou seus olhos no berço decorado. Avistou alguns fios dourados aparecendo por cima do berço, e pequenas mãos gordinhas segurando as barras.

Naruto se aproximou e fitou aquela criaturinha que chorava entre soluços. As bochechinhas rosadas e levemente molhadas pelo choro eram inevitável ser notadas.

— Ei, Boruto... você dormiu muito pouco. Ainda está com sono?

O pequeno bebê que até o momento estava em pé no berço se apoiando nas barras, tentou esticar o bracinhos para que o pai o pegasse mas caiu sentado. O susto do solavanco, o fez chorar ainda mais.

Naruto aproximou as mãos e Boruto esticou novamente os bracinhos. O agarrou ajeitando em seu colo, e com o ato o choro do menino se cessou. O pequenino segurou forte na camisa do pai, tendo seu corpo sendo segurado pelo mesmo.

O homem desceu com o filho no colo. Fazia pequenas caricias nas costas dele já que tinha sua mão depositada ali.

Naruto andou até sua esposa. A morena secou as mãos no avental o tirando em seguida. O Uzumaki entregou Boruto a ela, e assim que estava nos braços da mãe o pequeno não perdeu tempo para que começasse a puxar sua blusa.

— Ah, então era isso não é? Estava com fome. — Disse Hinata sorrindo.

A mulher andou até o sofá e sentou-se. Boruto não parava de puxar a blusa da mãe, até que Hinata o ajeitou em seu colo e pôs um de seus seios para fora da blusa vendo o pequeno abocanhar faminto.

Sim. Mesmo Boruto já tendo nove meses e meio de idade, Hinata ainda o amamentava. Além do menino não largar tão fácil, ela sabia que leite materno fazia bem e o deixava saudável.

Sentia um amor tremendo pelo seu pequeno, uma sensação de paz e proteção sobre ele tomava conta da morena sempre que o amamentava. Enquanto Boruto mamava, fechava e abria os olhinhos devagar. Hinata por sua vez acariciava a cabeça do menino o deixando relaxado.

Naruto via aquilo tudo, maravilhado. A forma indescritível que Hinata cuidava e ninava  o pequeno, era única para ele. Ele a via cuidar de Boruto todos os dias, com coisas mínimas. Como conseguia fazer tudo isso numa facilidade absurda? ele se indagava. A resposta, não importava no momento, pois observar a cena de sua esposa amamentando o fruto do amor de ambos, era o que valia.
 

 

❀  ❀  ❀
 

 

Dias depois.

Era o perído da tarde e tudo estava tranquilo.

Na sala, Naruto estava sentado no chão enquanto fazia o relatório da ultima missão feita, apoiando o papel na mesa de centro. Boruto se encontrava dentro de um cercadinho ao lado do pai. O pequeno brincava com chocalhos e uma bola de borracha.
Naruto sorriu ao observar o filho.

Voltou sua atenção para o relatório, mas antes que começasse novamente foi surpreendido pelo som alarmante que ecoou na sala. O telefone.

O loiro levantou-se e olhou para Boruto temendo um choro do garoto pelo seu ato. Nenhum sinal de lágrimas. O menino estava bastante entretido com os brinquedos barulhentos.

Naruto foi até o aparelho depositado numa pequena mesa próxima a parede, e o atendeu.

— Alô...! Yo Kakashi-sensei! — Ficou em silêncio ouvindo o que Hokage dizia na outra linha. — Hinata? Sim ela está... Ok, vou chama-la. — Tirou o telefone da orelha e o colocou fora do gancho sobre a mesinha. — Hinata! Telefone pra você, é o Kakashi-sensei.

O loiro viu a jovem vir da cozinha enquanto enxugava as mãos no avental branco com babados nas pontas. Tão delicado como ela.

Hinata pegou o telefone enquanto o loiro voltou para o chão ao lado de Boruto.

— Yo Kakashi-sensei... Estou bem, obrigada! E o senhor...? — A pausa que ex-Hyuuga fez foi mais longa. O que fez Naruto a fitar. — Ah, claro. Vou agora mesmo... Tudo bem, até logo.

Naruto levantou-se.

— Hina, o que houve?

— Kakashi-sensei me convocou em seu escritório. Vou lá agora mesmo. — Sorriu tirando o avental. — Você cuida do Boruto pra mim?

— Claro, amor. Você vai demorar?

— Não sei... — Suspirou. — Isso depende do porque Kakashi-sensei me chamou. Bom, vou trocar de roupa.  — Deu um beijinho rápido e estalado no rosto do marido e fora em direção da escada.

O loiro sorriu. Amava quando Hinata lhe dava aqueles pequenos beijos estalados em seu rosto, ele sentia um formigamento gostoso em sua bochecha, e com isso, as vezes se sentia um adolescente apaixonado.

 

(...)

 

Hinata trajou suas roupas de missão, pronta para sair pela porta da frente, a jovem parou quando ouviu um "psiu" de seu marido. Ela o olhou e viu o mesmo apontar para Boruto com a ponta do nariz. Ela entendeu o recado. Se Hinata saísse pela frente, Boruto com certeza veria e o choro estrondonso reinaria. Tendo assim, a porta dos fundos como opção.
 

 

❀   ❀   ❀
 

 

A tarde fora passando. Hinata não demorou, foi o tempo suficiente para Boruto dormir depois do lanchinho que Naruto tinha lhe dado.

Como o pequeno já sabia comer alimentos como biscoitos, sozinho, o loiro não se preocupou em lhe dar na boca. Tinha dormido no cercadinho sem ninguém o embalar. "As vezes o cansaço falava mais alto", era como Naruto costumava dizer sempre que o filho capotava de sono.

— Tadaima!

O som da voz doce de Hinata preencheu a casa. Ela adentrou tirando as botas, indo a porta de correr em seguida. Abriu, e seus olhos percorreram por todo local. Viu que Nem o marido e nem seu filho estavam lá. Alegou que Boruto estivesse dormido e que Naruto o pegou, o levando paro berço em seguida.

Subiu as escadas deslizando a mão pelo corrimão.

Ao entrar no quarto, encontrou Naruto secando os cabelos com uma toalha. Ganhou um sorriso do loiro que jogou a toalha dentro do sexto de roupa suja, ali presente.

— O que o Kakashi-sensei queria, Hinata? — Perguntou curioso, sentando-se na cama.
 

Antes que respondesse, a morena retirou a cinta grossa que envolvia sua barriga e cintura, colocando sobre a penteadeira não muito luxuosa, simples, porém delicada. Assim como ela.

— Missão! O antigo time oito foi convocado para um escolta.

— Hum... legal! — ele exclamou um pouco animado. — Quando vai ser, e quantas horas do dia vai durar? — Naruto perguntava aquilo com certeza nas palavras, o que fez a azulada emitir um riso nasal.

— Iremos na sexta-feira. E ficaremos dois dias fora. — Respondeu doce e despreocupada.

Ao ouvir a frase confirmada da mulher, Naruto levantou da cama num pulo. Arregalou o olhos e sentiu o desespero o morder por dentro. Ela ficaria dois fora. Dois dias. Mas e Boruto?

— C-Co-Como assim dois dias, Hinata? — Sua voz saíra com nervosismo. — E o Boruto?

— Como e o Boruto? Ele vai ficar com você. Não é óbvio...? — A palavras da morena eram exaladas de pura tranquilidade. Riu internamente ao ver o marido nervoso.

— Não posso fica com o Boruto! Não sei cuidar dele!

— Claro que sabe, Naruto-kun... Você já ficou sozinho com ele, algumas vezes. — Virou para o espelho prendendo o cabelo em um coque.

— É mas, só quando você ia ao clã Hyuuga, ou fazer compras. Dois dias é tortura, Hinata!

Hinata riu levemente. Não podia se conter ao ver o nervosismo do loiro com coisa tão pequena.

— Você fala como se ficar com o Boruto, fosse um lutar numa guerra! — Exclamou a frase brincalhona. Foi até um pequeno armário que havia no quarto de ambos, e tomou em mãos uma toalha branca, indo em direção ao banheiro. O loiro apenas a seguiu.

— E não é?

— Naruto-kun!

— Querida, por favor! Peça pro Kakashi-sensei mandar outra pessoa!

Hinata franziu as sobrancelhas, parando na frente do loiro de braços cruzados. Séria. Naruto engoliu em seco ao encarar a face da esposa. Ela podia ser assustadora quando brava.

— Já disse que não é só porque nos casamos, e me tornei mãe, que deixei de ser uma shinobi. — A voz dela tinha seriedade, mas a doçura natural permanecia. O loiro fez uma expressão semelhante a uma criança ao levar bronca.

— Me desculpe. — murmurou com o bico formado nos lábios.

O semblante de Hinata voltou a seu habitual.

— Sinto muito, Naruto-kun. Mas mesmo que eu quisesse renunciar a essa missão, não posso. — Se aproximou mais do marido. Tocou o rosto dele com ambas mãos, o fazendo a fitar. — O senhor feudal que vamos escoltar, é um conhecido do time oito. Escoltamos ele à alguns anos e, além de gostar do nosso serviço, confiaram muito na gente. Ou seja, eles não querem ninguém que não seja nós três!

Aos poucos, Naruto ia desamarrando a face emburrada. Segurou os pulsos de Hinata delicadamente e sorriu. Na cabeça da azulada, o marido havia lhe compreendido. Todavia, não exatamente.

— Tá! Então, deixamos Boruto com o seu e pai e sua a irmã! — Hinata tirou as mãos das bochechas do Uzumaki. O fitou puxando o ar. Ele não desisitia.— Ou então, podemos cha-

— Naruto-kun! — O cortou.— Não vamos deixar o Boruto com qualquer outra pessoa, sendo que o  pai dele está aqui. É desnecessário.

— Mesmo tendo firmeza nas palavras, a expressão serena e a voz melodiosa não deixava de existir.

Naruto suspirou.

Ondas de nervosismo batiam dentro dele. Sim, ele havia cuidado de Boruto sozinho muitas vezes, porém como o mesmo disse, foi apenas quando Hinata dava saídas rápidas que no máximo, duravam uma tarde. Tinha medo de não saber como cuidar do filho, ou da casa.

Afinal, seria a primeira vez em que sua esposa saísse em missão sem ele desde que havia ficado grávida. Seria a primeira vez que ele, ficaria com Boruto sozinho, durante dois dias.

Mais um suspiro.

Hinata sorriu levemente. Achou que o loiro tivesse compreendido desta vez. Se afastou, indo pendurar a toalha no gancho que se instalava perto do box.

Ela sentia o clima pesar.

Não. Naruto não havia compreendido, totalmente.

— O que foi, Naruto-kun? — Ela perguntou cruzando os braços em frente ao marido.

— Hina... — Puxou o ar. E a Uzumaki apenas concentrou sua atenção. — Tenho medo de não ser um bom pai e... não saber cuidar dele direito, enquanto você estiver fora. Tenho medo dele me odiar e-

— Para. — Hinata calou-lhe a boca depositando os dedos gélidos sobre os lábios dele. — Ele nunca te odiaria, meu amor. Cuidar dele não será uma tarefa difícil. — Deslizou as mãos deixando-as nas bochechas, meio coradas, do loiro. — Boruto te adora, e isso é evidente. Se sabe dar amor, carinho e atenção para ele sem fazer esforço algum... Saberá cuidar dele devidamente.

O sorriso radiante e singelo mais uma vez aparecera. Naruto piscou algumas vezes, e sorriu junto a ela.

Uma parte do seu interiror se tranquilizou. Hinata era capaz de aquecer seu coração com apenas um sorriso, quem dirá com palavras.
A resposta do loiro, foi um beijo. Um calmo e demorado selinho foi realizado entre os dois.

— Vamos aproveitar que o Boruto está dormindo e... vamos tomar banho? — Naruto a propôs. O sorriso havia vestígios de malícia. Hinata corou levemente.

— M-Mas... Você não acabou de tomar banho?

— Se for com você... eu não me importo de tomar de novo.

O tom rosado no rosto de Hinata logo se pôs presente. Mas o riso envergonhado em aprovação ao pedido do marido foi inevitável. Não podia negar a ele, nem a si mesma. Tomar banho juntos, era um momento íntimo que ambos realizavam sempre que podiam. Não apenas para prazer sexual — que na maioria das vezes era o que acontecia — mas sim também, para relaxarem juntos, e curtirem o toque e a presença um do outro.

 

❀  ❀  ❀

 

Os dias passaram e a sexta-feira chegou. As horas beiravam as oito da manhã. Hinata já trajava suas roupas habituais de missão. Carregava uma mochila não muito grande nas costas, certamente com o que seria necessário para uma missão de dois dias.

Sentada no batente do genkan, ela terminava de encaixar seu calçado subindo o zíper até o joelho. E em pé ao seu lado, estava Naruto, segurando Boruto nos braços. O pequeno tinha uma chupeta branca encaixada na boca e uma das mãozinhas a segurava. Era adorável o jeito como Naruto sempre segurava o filho. Enquanto um dos braços repousava o menino sentado, o outro levava a mão em baixo do braço do pequeno segurando seu corpinho.

O loiro mais velho observava Hinata terminar de se ajeitar e franzia o cenho pensando na possibilidade de olhares maliciosos caírem sobre a esposa durante a missão. Afinal além de naturalmente bela, Hinata tinha um corpo esbelto, e a suas roupas —  short pouco curto e blusa colada, deixando os braços desnudos —  deixavam suas curvas ainda mais visíveis.

O ciúme por sua mulher, sempre despertava dentro dele. Porém optou em não dizer nada a respeito. Não queria irritar a morena logo cedo. Ele sabia muito bem que ela não achava nada legal suas crises de ciúmes.

Hinata levantou e abriu a porta da casa. Na frente do portão Kiba e Shino já a esperavam. Antes de sair, a perolada falava tudo que Naruto tinha que fazer e não fazer durante seus dias sozinhos com Boruto. Um pouco confuso o loiro tentava prestar atenção nas palavras de Hinata. Eram coisas simples para qualquer um, entretanto para o Uzumaki mais parecia um bicho de sete cabeças.

— Então Naruto-kun, eu deixei escrita a rotina diaria do Boruto colada na geladeira. — Hinata disse mais uma das responsabilidades que Naruto teria. O Uzumaki a seguia atento ao que a esposa falava. — Só faça madeira pra ele duas vezes por dia, que é quando acordar pela manhã e antes de dormir a noite. Na hora do banho não deixa a água entrar no ouvidinho pra ele não ficar irritado. Ah, e não deixe ele na frente da TV por muito tempo! Isso faz mal. — Ela gesticulava falando tudo com extrema paciência. Naruto sentia uma gota de suor descendo pela sua testa. — Qualquer coisa ligue para a Sakura, Naruto-kun. Ou então fale coma  nossa vizinha aqui da rua, ela tem três filhos...

— Amor! — Naruto a chamou de repente, e a mulher o fitou esperando algo sério. — Eu vou ter que amassar banana pra ele?

Hinata não pode deixar soltar um pequeno riso. Então era sua nova preocupação...

— Ai querido, você vai ficar bem. — Alisou delicadamente o rosto do marido. — Agora deixa eu me despedir. — Ela disse, tirando

Boruto dos braços de Naruto e aconchegando-o nos seus. Tocou a mão na cabecinha do filho afagando os fios dourados. O menino agarrou o pescoço da mãe e deitou a cabeça no ombro da mesma. Hinata sentia-se um tanto indisposta a ir para a missão naquele momento.

Era a primeira vez que ficava tão longe do filho por tanto tempo. O apego que ela tinha com ele poderia ser capaz de fazê-la chorar de saudade do seu pequeno. — A mamãe ama muito você... — Naruto fez um bico. Estaria com inveja seu filho? Hinata notou e entregou Boruto ao marido, dando-lhe um selinho depois. — A mamãe ama você também!

— Hinata! Vamos logo! — De frente da casa, Kiba gritou chamando por Hinata, que virou a cabeça para ele ao ouvir seu nome.

— Já vou! — Voltou sua atenção á Naruto. — Bom querido, estou indo. Eu entro em contato assim que puder. Tchau.

A azulada foi se afastando. Andando tranquilamente até o portão sem olhar pra trás.

— Amor, leva ele! Amor... leva ele...— Ele não disse muito alto, o que resultou sua frase não chegar aos ouvidos da esposa. Era como se ele entrasse em desespero de repente.

Antes de partir, Hinata virou e deu um pequeno tchau com a mão. Boruto, que até então permanecia quieto no colo do pai, entrou em prantos após alguns segundos, quando percebeu que sua mãe tinha saído. Esticava os bracinhos em direção ao portão. Chorou tão descontroladamente que a chupeta que estava em sua boca foi jogada para longe.

Naruto se viu nervoso naquela situação.

— Não, Boruto, não chore... — O menino parecia não dar bola para as palavrada do pai. —  Infelizmente, só iremos ver a sua mãe daqui a dois dias agora. — Boruto se contorcia nos braços do pai, enquanto continuava com o choro alto esticando os braços pequenos. O loiro abaixou para pegar chupeta que o filho havia jogado e entrou. —  Parece que vamos ser só eu e você, filhão.

 

(...)

 

Naruto puxou o ar antes de soltar uma longa suspirada. Observava o filho adormecido no sofá da sala. O menino havia chorado muito desde que Hinata saíra. O loiro tentou de tudo. Deu os brinquedos que Boruto mais gostava de brincar, o ofereceu algo para degustar. Fez palhaçadas como sempre brincava para arrancar risos do pequeno. O Uzumaki até tentou acalma-lo no colo como Hinata fazia —  e funcionava —  no entanto, com ele não deu muito certo. Nada fazia o choro do menino se cessar. A não ser, se o cansaço o falasse mais alto.

Chorou tanto que acabou dormindo.

— O que vou fazer? E se for assim, até a Hinata voltar? —  Naruto perguntava-se.

Ele estava tão inseguro. Teria que ter uma responsabilidade tremenda. Além de tomar conta da casa, cuidar de Boruto o amedrontava. Sua esposa mal tinha saído e já tinha enfrentado a primeira crise de choro do filho por sentir falta da mãe.

Olhou em volta e a casa estava arrumada. Hinata tinha deixado tudo em seu devido lugar para que Naruto não se preocupasse.
Sentou-se no chão, e constou em observar o filho dormir. Por um instante, moveu seus olhos para o relógio de parede que havia em uma das paredes da sala e ao se dar conta dá hora que era, alarmou-se.

— Cara, isso não pode ser! — Levantou impulsivo. Já eram dez da manhã. E o motivo para Naruto ficar tão surpreso, era que Hinata sempre dizia, que não era bom deixar Boruto dormir pela manhã, ou ele não dormiria bem a noite, em outras palavras, eles não dormiriam muito bem a noite.

Coçou a cabeça se perguntando o que poderia fazer. Pensou em acorda-lo, mas imaginou que Boruto choraria mais ainda. O menino sempre fazia isso quando o acordavam contra sua vontade. Tão pequeno e cheio de manias. O loiro pensava.

 

(...)

 

Como não podia sair, Naruto optou por ficar no jardim. Cultivando suas amadas flores e plantas. Ele nunca esquecia o costume de exercer seu hobby. Existia muitas mudas e plantinhas crescida em seus devidos vasos. Muitas flores de todos os tipo, principalmente lírios brancos e girassóis. E o mais engraçado, ambas flores eram plantadas, ou colocadas sempre juntas. O loiro dizia que representavam ele e Hinata.

As olhou, riu internamente lembrando da esposa. A perolada gostava de aprecia-lo cuidar das plantas. E na maioria das vezes o ajudava. Naruto estava concentrado. Por um momento esqueceu que Boruto estava dormindo no sofá da sala.

Ouviu um som de coisas caindo. Não sabia muito bem identificar o que era. Ao lembrar do filho correu o mais rápido que pode. Temia extremamente ter acontecido alguma coisa com o pequeno.

Chegando na sala, Naruto deixou sua boca ser aberta e os olhos se arregalarem.

Se deparou com Boruto em pé se apoiando na mesinha de centro, o menino já estava apto a ficar de pé firmemente segurando à algo, além de se locomover muito bem apoiando-se nos móveis.

Mas o que surpreendeu Naruto foi o que havia ido ao chão. Tubos de linhas, novelos de lã e agulhas estavam espalhados pelo tapete, junto com a pequena cesta que guardava os objetos.

Os materiais que Hinata usava para tricotar. E mais, o materiais que ela não gostava muito que mexessem sem seu consentimento. As agulhas podiam machucar, as linhas embolar, e os trabalhos já tricotados se desfazer.

— Boruto! Olha o que você fez! — Correu em direção do filho. O pegou no colo, colocando sentado no sofá novamente. O menino olhava para o pai, com um semblante curioso. — Kami-sama... Se a Hinata descobre isso, ela vai ficar muito brava. — Dizia enquanto recolhia toda a bagunça. Colocou tudo em seu lugar, e voltou sua atenção para Boruto. — Filho, não pode mexer alí! É perigoso, você poderia se machucar e... —Suspirou. — Ai, o que estou querendo dizer? Você é um bebê. Não sabe de nada. A culpa foi minha por ter te deixado sozinho e não ter te levado pro seu quarto. Bom... vamos almoçar. — Levantou o pegando no colo.

 

(...)

 

Hora do almoço. Ou melhor dizendo, passando da hora do almoço. Naruto esqueceu-se do horário enquanto trabalha nas flores do jardim. As horas foram passando e ele mal havia notado.O relógio marcava meio dia e quinze.

Deixando Boruto na cadeirinha, Naruto estava livre para ler a  lista da rotina do filho que sua esposa deixara. Depois de ler, foi até a geladeira e na ultima grade avistou potinhos com papinhas pronta. Hinata havia deixado tudo pronto, de fato. Ele só precisaria esquentar e colocar em um dos pratos infantis do filho. E assim o fez.

Colocou um babador no loirinho, que batia as palmas das mãos no suporte da cadeirinha.

— Muito bem, Boruto... abra a boca. — Direcionou a colher a boca do filho. Boruto apenas abriu e saboreou a comida. Naruto tinha que admitir, que até comida de bebê se tornava deliciosa quando Hinata fazia.

Após quatro colheradas, Boruto começou a virar a cara e fazer bico. Ele não queria mais? Parecia tão faminto. O loiro indagava-se internamente.

— Vamos filho, só mais um pouquinho!

— Hum. — O menino emitia virando a cara para ambos lados. Seu rosto inteiro estava sujo.

— Você tem que comer pra ficar forte, Boruto. Vamos lá, olha o aviãozinho... — Naruto imitou o som, direcionando a colher. Segurava o prato embaixo do talher para que a comida não caísse e sujasse o chão ou qualquer superfície.

Tentou empurrar a todo custo a comida, mas o que recebeu foi um banho de papinha. Boruto bateu a mão com toda força contra o prato, e toda comida foi parar em Naruto. Lhe sujando por completo.

— Boruto... por que você fez isso... Com a sua mãe você não faz nada disso não é, moleque? — O pequeno bateu as mãozinhas, uma na outra, soltando risos divertidos. Naruto suspirou e esboçou um sorriso frouxo. Definitivamente aqueles dois dias não iram ser nada fácil.

 

 

❀  ❀  ❀

 

 

Tentava a todo custo fazer Boruto tirar a soneca da tarde. Todavia, estava sendo impossível. O menino não tinha sono, afinal depois de ter dormido quase a manhã inteira, como teria?

Naruto tinha coisas para fazer. Como encontrar Kakashi, ajudar  a resolver assuntos da vila com o mesmo, no fim das contas ele era um jounin. Sem contar da confiança precisa que o Hokage possuía sobre ele.

Não havia jeito, Naruto teria que sair e levar Boruto junto. Pelo menos assim, ambos davam um passeio. O loiro pensou de tal forma.
 

(...)

 

A tarde foi longa.  Naruto não conseguiu ter uma conversa decente com Kakashi e Shikamaru, tudo por conta de Boruto. O menino não lhe dava sossego.

A pouca idade que o pequeno possuía, não o impossibilitava de ser um tanto mais esperto e ativo que os bebês da sua idade. Hora ou outra, se debatia nos braços do pai, para que o mesmo o descesse ao chão. Naruto ainda lhe concedeu essa vontade, porém, não foi uma boa ideia. Boruto queria mexer em tudo que via. Como na sala do Hokage existam alguns armários totalmente baixos, o menino não demorou para ir engatinhando até eles, e tentar abrir. Ou puxar os pergaminhos que estavam ao seu alcance, Naruto se via perdido. Como seu filho podia ser tão inquieto e ágil se nem um ano tniha ainda? Não havia respostas.  Todos que passavam a conhecer o loirinho, ficavam fascinados com o desenvolvimento precoce que o mesmo tinha.

Além disso, no caminho de ida e vinda, muitas pessoas cumprimentavam Naruto e brincavam com Boruto.

Algumas ainda davam as mãos para que o menino fosse para o colo, todavia, era em vão. Boruto era um bebê com leve mau humor, quando se tratava disso. Principalmente quando estava no colo dos pais. Ele não iria para qualquer um. Davam os braços de forma carinhosa,  falavam com voz afinada — no intuito de convencer o menino — mas nada adiantava. Boruto continuava virando a cara, e empurrando os braços de quem quer que lhe tentasse pegar no colo. Os únicos que conseguiam pegar dos braços dos pais facilmente, era Iruka, Hanabi e Hiashi. O pequeno tinha um apego maior com eles.

Por fim, chegaram em casa.

Naruto sentiu falta da recepção calorosa da esposa ao entrar em casa e dizer: "Tadaima". Segurava Boruto com um braço, enquanto o outro carregava sacolas cheia de rámen istantâneos. Afinal, a comida que Hinata deixou pronta não duraria até ela retornar.

— Você me cansou, Boruto. — Colocou a sacola sobre o balcão da cozinha. — Você está ficando mais sapeca que o normal. — Suspirou. O menino o olhou, virando a cabecinha para o lado, como se não tivesse entendendo o que o pai queria dizer. — Queria saber como a sua mãe consegue fazer quase tudo, e até mesmo arrumar a casa com você no colo.

Realmente. Naruto ficava boquiaberto em certas vezes. Hinata tinha o dom e força de fazer muitas coisas com Boruto encaixado em sua cintura. O menino era segurado por um braço enquanto o outro estava sendo ágil cuidando das atividades.

O estômago de Naruto roncou. Ele pensou em colocar Boruto na cadeirinha pra preparar o rámen, e a mamadeira do filho. No entanto, quando o Uzumaki foi direcionando o pequeno ao móvel, sentiu um cheirinho desagradável. Fez careta. Sim, ele já sabia o que estava havendo.

— Ai não, Boruto... — Suspirou. Fez uma carinha de nojo com o cheiro. — Eu temia que esse momento chegasse.

Naruto segurou o filho com as duas mãos, esticando os braços para que o menino ficasse longe de seu corpo. Boruto balançava as perninhas, rindo com o tal ato do pai.

Subiu as escadas e entrou no quarto do menino, o colocando deitado no trocador. Como o pequeno Uzumaki usava calça e blusa de manga cumprida, ficou fácil de Naruto tirar sem dificuldades. Ele fitou o filho apenas de fralda — e suja — balançando as perninhas gorduchas no ar, enquanto batia palminhas. Qualquer um se derreteria ao ver aquela cena.

— Não deve ser tão difícil. Já vi a Hinata fazer isso várias vezes, e ela demora menos de cinco minutos. — Pensava em voz alta ao mesmo tempo que coçava a nuca. — Ah, qual é? Já enfrentei coisas piores. Isso vai ser moleza pra mim, não?!

— Eu diria que não. — Kurama se pronunciou dentro de Naruto. Como sempre o provocando.

— Cala a boca! Ninguém te perguntou nada! —Suspirou mais uma vez. Precisava agilizar, pois seu filho estava começando a fazer caretas de choro. — Vamos lá! Eu consigo trocar uma fralda.

Era o que ele tinha em mente, porém, minutos depois...

 

(...)

 

— Eu não sei trocar uma fralda! — Choramingou olhando para embalagem de fralda em  mãos. — Já limpei ele... mas e agora como se coloca isso? — Olhou para o filho e o pequeno soltou um risinho, mostrando os dois únicos dentinhos nascidos na gengiva inferior. — Não tem graça seu pestinha! Você fez xixi no seu próprio pai! — Mais um riso leve. Naruto novamente suspirou pesado. Não sabia o que fazer.

Olhou em volta do quarto e tentou pensar em algo. Logo, a frase de Hinata ecoou em sua mente.

"Qualquer coisa, ligue para a Sakura, Naruto-kun..."

— É isso... Sakura-chan!

 

❀  ❀  ❀

 

— É melhor ser importante para atrapalhar a paz da minha casa, Naruto. —Falou Sakura intrigada. Fez uma pausa ouvindo o que o Uzumaki dizia do outro lado da linha.  — Ah, não! Esta falando sério...? Tá! Tá bom! Não precisa se desesperar, estou indo aí te ajudar.
Sasuke, que encontrava-se sentado no sofá com Sarada nos braços, em frente a rosada. Olhava a mulher curioso. O que Naruto estava aprontando? Ele se perguntava.

Sakura desligou, e suspirou pesado logo depois, devolvendo o telefone ao gancho novamente.

— O que o Naruto queria? — Perguntou o Uchiha interessado.

— Bom, vamos á casa dele.

— Agora? Mas o que aconteceu? — Perguntou Sasuke, espantando-se. Desgrudou as costas do sofá esperando uma resposta da esposa.

— Agora mesmo. — A rosada confirmou enquanto vestia seu casaco, que antes de ser pego por ela, repousava sobre o braço do sofá.

— Parece que ele está tendo problemas, pra trocar a fralda do filho. — O riso foi inevitável. Sasuke ficou incrédulo. Naruto estaria mesmo, os chamando para isso?

— Eu não posso acreditar. Ele vai mesmo nos fazer ir até lá, pra isso? — Sakura afirmou com a cabeça, rindo. — Por que não pede pra mulher dele ajudar?

Sakura ficou séria com rapidez no momento.

— Quer parar de falar o  que não sabe...? Hinata está em missão. — Explicava  ajeitando o casaco. — O Naruto está sozinho com o Boruto. E nós vamos ajuda-lo.  — Olhou para o marido sofregamente. — Não vamos?!

— Ah, Sakura eu tenho escolha? — perguntou enfastiado. Sakura cruzou os braços, sua face se mostrava séria. — Não, tudo bem. Eu quero sim. Ah, vamos lá agora! Estou contando os segundos pra ir ajudar o Naruto trocar uma fralda. — Ironizou fazendo a esposa revirar os olhos.

— Deixa de ser rabugento, e vamos logo?! Naruto é nosso amigo. Tenho certeza que ele nos ajudaria em situação como essa.

O Uchiha levantou resmungando. Sakura sorriu e correu para enrolar a pequena Sarada que parecia aconchegada no colo do pai. Como ainda tinha cinco meses de idade, sentava sozinha com dificuldade, então quem quer que lhe pegasse no colo teria que segura-la nas costas.

Sasuke era acessível apenas de um braço, portanto segurava a filha passando o braço por todo corpo da bebê, — de forma transversal — tendo assim, as costa da pequena apoiadas em seu peito.

O moreno continuou de cara amarrada. Agasalhados, foram até a casa de Naruto.

 

❀  ❀  ❀

 

Boruto se manteve quieto até Sakura acabar. O pequeno olhava para ela curioso. Após lacrar o pacote descartável na cintura do menino, a rosada aproveitou para  admira-lo por alguns segundos. Ela via a barriga gordinha subindo e descendo devagar, pela respiração calma. A pele delicada era uma mistura perfeita dos tons diferentes que Naruto e Hinata tinham. Não era nem alva demais nem bronzeada demais, seu tom se assemelhava com um dourado claro. O mais claro que podia imaginar.

Não aguentou, e fez uma leve coceguinha na barriga do menino, que riu divertido mostrando os dois únicos dentinhos.

— Viu?! Não é tão difícil assim. — Sakura falou tranquila para Naruto. O loiro tinha passado todo o processo ao lado da rosada. Observando como a fralda era tirada, encaixada, fechada. — Boruto está limpinho de novo!

— Valeu, Sakura-chan. Eu acredito que-

— Escuta aqui! — o interrompeu de sopetão. — Não é só porque a Hinata pediu que contasse comigo, que vou ter que vir aqui a cada surto de que você der!

— N-Nani?! Eu não iria dizer isso!

— Mas pensou. Conheço você, Naruto.

— Olha aqui, eu não iria chamar ninguém! Mas fiquei sem saber o que fazer depois que o Boruto fez xixi em mim pela terceira vez. — Disse alarmado. Sasuke segurou o riso, ainda segurando Sarada. — Do que está rindo? Não tem graça. — Naruto retrucou.

— Da sua afobação por uma coisa tão mínima. — O Uchiha respondeu tranquilamente.

— Do que está falando, Sasuke-kun? Você ficaria quase na mesma situação com Sarada.

Agora, foi a vez de Naruto rir, enquanto colocava Boruto em seu colo novamente. O moreno voltou ao seu semblante sério. Se olhasse bem, daria para ver os riscos corados no rosto másculo e sério.

— Vamos embora? Sarada está cansada. — O constrangimento apontou, e Sasuke não perdeu tempo para mudar de assunto. Sakura viu que a pequena já cochilava no colo do pai e achou melhor adiantar sua ida de volta pra casa.

— Bom, Naruto... Já vamos.

— Entendi. Obrigado de novo Sakura-chan.

— Não á de que. — Colocou a mão no ombro do amigo. — E... boa sorte até a Hinata voltar. — sorriu irônica. O Uzumaki reprimiu-se com as sobrancelhas franzidas.

— Não precisa me lembrar disso. — Ambos riram. Naruto foi levou o casal até a porta e chegando lá, antes de saírem, os três se surpreenderam com o ato do pequeno Boruto. Ele esticou os bracinhos em direção de Sarada. O risinho fino e gostoso de ouvir, preencheu os ouvidos dos três adultos alí presentes.

Sakura derreteu-se com a  fofura do loirinho.

— Lindo da tia! — Tocou as bochechas rosadas do menino, carinhosamente.

— Viu Sasuke? Quando eu digo que eles irão ser amigos, você me acha o errado.

O moreno nada disse. Apertou mais a filha contra sí. O ciúmes paterno, ao que se pode perceber, era algo que Sasuke não sabia controlar.

Por fim, Sakura se despediu de Naruto e do filho. Deixando ambos ali, observando o casal sair pelo portão de sua casa até sumirem na esquina da rua.

 

❀  ❀  ❀

 

Depois do jantar, Naruto lavou a louça e tentou deixar a cozinha em ordem, — não ficou exatamente como Hinata deixava, no entanto, deu seu jeito. Fez tudo que tinha que fazer com, é claro, Boruto o tempo todo na cadeirinha onde ele pudesse o vigiar. Mas vigiar, com prudência.

O menino brincava com um chocalho, — que na ponta, tinha formato de uma cabeça de sapinho — batia o brinquedo com toda força sobre o suporte da cadeirinha, dizendo coisas incompressíveis. E o pior, o pequeno não estava nem um pouco afim de ficar parado. Se mexia e balançava as perninhas. Tentava levantar mas era impedido pelo cinto que prendia sua cintura ao móvel. Mesmo com a proteção, era possível acontecer algo. Boruto era um bebê agitado, daqueles que não se deve tirar os olhos. Com o pequeno Uzumaki, todo cuidado era pouco.

Naruto terminou suas tarefas, e decidiu tomar um banho com o filho, para enfim dormirem.

Encheu a banheira, e deixou a água em uma temperatura ideal para o pequeno. Despiu-se e logo despiu Boruto.

A banheira não era tão grande, mas ainda sim era funda para Baruto. Nesse caso, Naruto segurava o filho com um dos braços enquanto dava se banhava e banhava o loirinho.

— Espera um pouco! — Disse a sí mesmo. — A Hinata comentou que eu teria que usar curativos quando fosse tomar banho com o Boruto. Mas por que? — Se perguntava com o indicador grudado no queixo. Ele se indagou várias vezes. Tentou fazer um esforço para lembra o motivo de sua esposa ter lhe dito tal coisa. Mas foi inútil. Nada vinha a sua cabeça. Seguiu em dar banho em seu filho sem preocupações.

O momento estava tranquilo. Na medida que Naruto lava-se e lava Boruto, o menino brincava com um patinho de borracha, porém foi só um movimento involuntário seu acontecer, que ele encontrou logo outra diversão. Bateu sem querer o braço na água e achou aquilo engraçado.

Divertido. Logo veio uma série de batidas na água. Batia os bracinhos com toda força que tinha sem pudor algum.

A água espirrava para todo lado. Naruto tentou para-lo, todavia, o menino continuava com sua brincadeira de criança.

— Para com isso, Boruto! Não tem graça, menino! — Os risos contagiantes de Boruto não paravam. Quando mais Naruto o repreendia, mais ele não lhes dava os ouvidos. Até que o loiro maior virou o filho de frente para si.  Por um instante, o menino parou com sua "guerra" de água. Naruto suspirou aliviado. — Até que enfim. Você me precisa me obedecer menino.

— Da... da... — As sílabas incomuns saltaram da boca do bebê. Naruto fitou o filho sem compreender.

O menino esticava os bracinhos e olhava em direção ao seu peito. Ele ainda não havia entendido. Então, aproximou o filho para mais perto.

— Huh? O que você quer Boruto? — Teve a resposta quando viu pequeno abrir a boca olhando para seu mamilo.  Mas antes que o mesmo pudesse abocanhar, Naruto logo o afastou assustado.

— Dada! — Mais uma vez, Boruto gritou. Ainda esticava os braços minúsculos tentando alcançar o pai a todo custo.

— Não, Boruto! O papai não tem "dada", e sim a mamãe! — Explicou ainda nervoso pela situação que se encontrava. "dada" na verdade, era o que Boruto costumava falar sempre que queria o peito da mãe.

— Dada! Dada!

— Já disse que só a mamãe tem o "dada", filho! E ela não está aqui! Não insista. — Tentava a todo jeito explicar para o filho. Mas só recebia borrifos de água exercidos dos bracinhos de Boruto que novamente, insistiam em bater contra água. O loiro menor estava começando a se irritar.

Naruto acho melhor sair da banheira, porém quando aproximou de novo, o filho de si, sentiu uma ardência momentânea em seu mamilo. Boruto tinha cravado os dois dentinhos, resultando um quase, grito do loiro.

Agora ele sabia.

Agora, ele entendia perfeitamente do porque e onde, Hinata lhe avisou para usar curativos.

— Chega! Acabou o banho por hoje! —Disse levantando-se da banheira ainda sentindo umas pontas de dor. — Sua mãe irá ter um troço de tanto que vai rir da minha cara, quando eu contar.

 

 

❀  ❀  ❀

 

 

Depois do ocorrido no banho, e de ter vestido um macacão quentinho no filho; horas mais tarde, — quase a meia noite, especificamente — o futuro Hokage lutava contra seu sono, e contra a insônia de Boruto.

Deitado na cama do casal, tendo o filho ao lado, ele suspirava pesado, se perguntando o que faria. O pequeno Uzumaki brincava com uma bola de borracha animadamente. Parecia não haver nenhum vestígio de sono e cansaço no pequeno corpo. Mas é claro, depois de ter dormido quase a manhã inteira, insônia com certeza seria o resultado.

Com uma mão na testa demonstrando impaciência, Naruto observada o filho jogar a pequena bola até o final cama indo pegar rapidamente, engatinhando. logo em seguida. Boruto mordia o brinquedo e, hora ou outra chacoalhava, enquanto de sua boca saia palavras incompreensíveis.

— Filho, vamos dormir. — Pediu. Tentava segurar o pequeno com uma das mãos, mas  Boruto estava bastante agitado. E como se encontrava um tanto impaciente e sonolento, não obtia sucesso. Por um instante, mirou seus olhos para a mamadeira vazia, em cima do criado-mudo. Sorriu forçado. Sentiu-se orgulhoso de si mesmo ao lembra que fizera o mingau perfeitamente como Hinata ensinou. — Você já tomou seu leite da noite, então está na hora de descansar.

O menino parecia não dar a mínima para as palavras do pai. Insistia em se diverti com o brinquedo em mãos. Naruto olhava o filho com sono. Fitou aqueles fios dourados que já,, possuía pequenas pontas — lembrando um formato de estrela — e um curto fio saltando do topo da cabeça, como um caule de maçã. Ele sorriu, e afogou as mãos nos cabelos do menino.

— O que eu faço? Sua mãe vai ficar brava se souber que passou da hora de dormir, Boruto. — Foi total ignorado. Naruto suspirou pesado, precisava fazê-lo dormir. Afinal, além de estar cansado, o menino também tinha passado da hora de dormir. Iria bagunçar toda a sua rotina. Ele acordaria mais tarde, e novamente passaria do horário adequado para dormi na noite seguinte.

Naruto pôs as mãos no rosto, e após tira-las, fechou os olhos. Parecia ter se rendido á insônia repentina do filho.  Manteve-se naquela posição, até sentir a bola que Boruto brincava, bater com força contra sua face. O loiro quase gritou com a ardência estalada na sua pele.

— Chega, Boruto! Não tem mais bola! — Disse perdendo o resto de paciência que tinha. Tomou a bola de borracha das mãos de Boruto, a jogando para debaixo da cama. O menino sem esperar segundos sequer, pôs-se a chorar escandalosamente. A mão de Naruto mais uma vez, foi a testa com força.

Agora, seu desafio eram dois. Fazer Boruto parar de chorar, e conseguir fazê-lo dormir. Tudo estava desandando. Imaginou que cuidar do filho seria um tanto difícil, mas não que gerasse tamanho estresse, tampouca impaciência.

Como aquele serzinho poderia dar esse trabalho todo? apenas para dormir? As perguntas rondavam sua cabeça. Se perguntava como Hinata conseguia deixar Boruto calmo, apenas conversando com sua voz paciente e doce. Era um dom abençoado, nascido com ela.
Naruto tentou de tudo. Chacoalhou Boruto nos braços, de todas as formas — pondo o menino em diversas posições — optou em colocar o filho no berço e força-lo a dormir, andou pela casa dando leve tapinhas nas costas do menino para que pudesse acalma-lo. Todavia, nada disso adiantava. O choro de Boruto não parava. Hora ou outra, diminuía o nível dos soluços, e até parava por dois segundos. Porém,  volta aos gritos quando Naruto mal esperava.

O rosto do menino tinha uma tonalidade diferente da sua normal. Estava vermelho. As bochechas encharcadas pelas lágrimas que não se cessavam. Até sua vozinha potente, já tinha perdido a força e por isso, o som do choro era mais baixo.

Naruto por sua vez, já estava cansado. Sua olheiras já começara a ganhar vida embaixo de seus olhos que, involuntariamente encontravam-se avermelhados pelo sono. Sem saber o que fazer, olhou para o telefone e logo encontrou sua luz no fim do túnel. Ou quase. Ele não sabia se daria certo. No entanto como não via saída, prosseguiu.

Com um dos braços — já que o outro estava ocupado segurando Boruto que, ainda insistia em chorar — tirou o telefone do gancho e discou números rápidos, provavelmente tinha decorado o contato.

— Shikamaru?

Naruto...? — Perguntou com a voz sonolenta e sussurrante.— Tá' maluco?! O que quer me ligando a essa hora?

— Preciso de ajuda...! Espera! Por que está sussurrando?

— Talvez porque já seja quase meia-noite?! Temari e Shikadai provavelmente estão dormindo.

E o que está fazendo acordado? — Perguntou com um tom malicioso. Naruto não o via, mas pode imaginar Shikamaru revirou os olhos.

 —  Quer ir direto ao ponto, seu idiota...?

— Preciso da sua ajuda, Shikamaru! Eu não- — Naruto foi interrompido pelo amigo, que começou a falar assim que percebeu o choro de bebê no fundo.

— Já sei... Boruto está dando trabalho?!

— Shikamaru, o que eu faço? Já tem quase uma hora e meia que tento fazer esse menino dormir! Mas ele não quer! — O Uzumaki exclamou frustrado. Ouviu Shikamaru bufar do outra lado da linha.

—  Na verdade, ele quer sim. Só está lutando contra o sono pra se manter acordado e continuar brincando. Os bebês tendem a fazer isso.

— Como você sabe?

—  Ah... — Suspirou. — Que saco... Esqueceu que também tenho um filho bebê?

 

Naruto se pegou rindo internamente. Estava tão cansado com a situação em que se encontrava, que ele realmente tinha esquecido de tal fato.

— Bom... você pode me ajudar? Acredito que esteja ouvindo os berros dele. — Suspirou, balançando o filho que, tinha a cabeça deitada em seu ombro. Todavia, ainda chorando. — Eu quero dormir, Shikamaru!

— Olha, Naruto... você tem que pensar no Boruto também. Ele também sente sono para dormir. Mas não quer, por algum motivo. — O Nara explicou calmamente.

— Tá mas... como vou saber o que ele quer? — Naruto perguntava impaciente. Sua voz veio carregada de frustração.

Hum... ele não está com fome?

— Não. Não está. Ele tomou uma mamadeira inteirinha. E não é fralda suja, eu já deixei ele limpinho.

Então deixe-me ver... — Se manteve em silêncio por alguns segundos. — Pelo que a Temari comentou, o Boruto ainda mama, certo?!

— Sim... A Hinata o amamenta até hoje. As vezes ela até o amamente antes dele dormir. — Disse tranquilamente.

Você é um saco...! Não é óbvio, Naruto?! — Shikamaru ouviu o amigo emitir um "huh" e prosseguiu. — Ele está sentindo falta da mãe. E provavelmente do leite. Não porque está com fome, mas sim porque é algo que o deixa calmo, e também mais próximo dela.

Naruto puxou o ar e expirou lentamente. O que faria? Hinata não estava ali para acalmar Boruto. E ela não viria naquela noite, do nada. Teria que arranjar um modo de resolver sozinho. Mas como? Eram perguntas que não se limitavam dentro da sua cabeça confusa.

— Ótimo! O que vou fazer agora? Hinata não vai aparecer aqui com a força do meu pensamento.

Faça o seguinte, pegue algo da Hinata e dê para o Boruto segurar.

— Tipo o que?

—  Não sei. Uma roupa.. algo que tenha o cheiro dela. Pode acalma-lo. Funcionou comigo, quando a Temari precisou ir a Suna por um dia.

— Tá' bem... irei tentar. É a minha única opção.  Valeu Shikamaru. Boa noite.

—  Disponha... Boa noite e, boa sorte. — O moreno debochou enquanto bocejava. Naruto revirou os olhos colocando o telefone novamente ao gancho.

 

(...)

 

O menino ainda chorava. Naruto que ainda o tinha nos braços, olhava em cada canto do quarto, procurando algum pertence favorável de Hinata, que Boruto pudesse segurar. Não tinha em mente que daria certo a tal ideia de Shikamaru, mas ele já não sabia mais o que fazer para acalmar o filho, precisava tentar.

O loiro foi até o armário — no qual o casal dividia — e abriu a parte que pertencia a esposa. Observou tudo alí dentro e não achou nada adequado. Parou para pensar no que Boruto gostava em Hinata, e lembrou que o menino adorava segurar os cabelos da mãe quando a mesma o carregava. Mas o que se assemelharia aos cabelos da esposa? Ele não fazia ideia.

Suspirou.

Involuntariamente, as orbes azuis desviaram-se para a cabeceira da cama, e lá, Naruto avistou um fino casaco longo que Hinata usava sobre o pijama. Foi aí, que recordou-se de que a sua amada, sempre colocava o filho para dormir usando a  peça. O Uzumaki sorriu.

Foi até o casaco e tomou em mãos. O envolveu em Boruto e aconchegou-lhe nos braços. Sentou-se na cama encostando as costa na cabeceira.  O menino ainda chorando, deixou-se levar pelos movimentos do pai. E com o balançar dos braços de Naruto, seu choro foi cessando lentamente.

O homem viu a mãozinha agarrar o pano que lhe aquecia, assim como viu com deleite, o filho esfregando o rostinho corado no casaco da mãe, sentindo o cheiro dela.

Naruto pode perceber com mais clareza, o quão seu filho era apegado a Hinata. A tamanha falta que ela fazia. Não apenas para Boruto, mas também para ele.  A falta da presença de Hinata na casa, era tão gritante, ele precisava dela. Sua esposa era sua metade. Era seu complemento.

Entretanto, por um mínimo instante, sentiu-se um pouco frustrado. Precisou fazer todo este campeonato para que o filho enfim dormisse, enquanto sua esposa apenas o segurava no colo, o embalava com uma melodiosa e pronto! Boruto adormecia. Pediu aos deuses internamente, um dia ter esse dom abençoado que Hinata possuía.

 

 

❀  ❀ ❀

 

 

O cansaço tinha os vencido com vigor, e pelo motivo, pai e filho dormiram um pouco há mais que normal. Ambos dormiram juntos na cama de casal.

A luz fraca daquele sol de outono penetrava pelos vidros da janela, deixando o quarto quase que iluminado por completo. No entanto, não foi isso que fez Naruto despertar. Acordou contra sua vontade mas se manteve intacto. Não mexeu um músculo.  Algo pesado abafava sua respiração, e quando se deu conta percebeu o que acontecia. Boruto dormia despojado, com a cintura para baixo, em cima de sua face. Como um bebê tinha conseguido se mover tanto até chegar a tal posição? Agora  compreendia o porque de Hinata acolchoar tanto o berço do filho, Boruto se mexia muito enquanto dormia, ele podia se bater nas barras e machucar-se.

Tirou o menino de cima de si com destreza e cuidado para não acorda-lo. Levantou o corpo da cama ficando sentado, suspirou e em seguida espreguiçou-se erguendo os braços.

— Que batalha foi essa para fazer você dormir ein, Boruto?! — Perguntou em voz alta observado o filho dormir até o momento.

Boruto foi despertando lentamente. Abriu os olhinhos cor de mar e os piscou devagar. Naruto sorriu, fitando atentamente a serenidade no rosto do filho. Ele tinha traços sutis. Os olhos eram ainda mais azuis que os seus, mas o formato e o jeito de olhar eram totalmente parecidos com os de Hinata. Sem contar que o rosto redondo e o nariz pequeno, também foram herdados da ex-Hyuuga.

Riu internamente. Boruto era uma mistura perfeita dos dois.

O menino começou a se mexer até levantar sozinho e se manter sentado. Esfregava os olhinhos do jeito que sabia. Naruto continuou o observando sem nada a dizer, apena apreciava seu pequeno agir sozinho.

Boruto estendeu os braços resmungando coisas que o pai não compreendia. O loiro mais velho, não esperou nada para que pudesse o pega no colo. Porém, ao realizar o ato sentiu um cheiro desagradável adentra suas narinas.

— Mas já, Boruto?! — Suspirou e logo em seguida forçou um riso. — Vamos lá... Vamos para mais uma batalha.

 

(...)

 

Após trocar Boruto, Naruto fez sua higiene matial seguidos de um banho e café da manhã. Fez tudo com, é claro, seu filho grudado em seu braço. O pequeno se recusava a ficar no cercadinho ou na cadeirinha, qual ele realizava as refeições. A cada vez que Naruto tentava fazer o menino ficar em uma dessas opções, o choro escandaloso vinha à tona. O loiro ainda se perguntava como Hinata as vezes, fazia diversas coisas Boruto no braço. Era difícil. Mas ele estava disposto a tentar, e progredir. Por sua esposa. Pelo filho.

Assim como Hinata lhe disse, ele deu uma mamadeira cheia para Boruto tomar logo de manhã. Isso ele sabia fazer bem — depois da morena ter o ensinado inúmeras vezes.

O dia fora passando e as coisas se tornando um pouco mais difíceis. Como Naruto não podia sair — pois teria que levar Boruto consigo, e isso não resultaria uma boa ideia. — o loiro tratou de terminar relatórios que Kakashi havia lhe pedido. Todavia, estava sendo mais complicado do que imaginaria. Não pelo relatório ser algo difícil de fazer, mas pelo choro de seu filho estar lhe desconcentrando. Aparentemente, o menino estava aos prantos pelo fato de Naruto não poder dar-lhes atenção no momento.

Impaciente, o futuro Hokage decidiu deixar os pergaminhos de lado e dar atenção ao seu pequeno. Além de sentir dores de cabeça pelos berros do menino, ele não aguentava o ver chorar. O rostinho banhado de lágrimas o partia o coração.

No almoço, Boruto atreveu-se a repetir a mesma bagunça do dia anterior. Mais uma vez, sujou tudo que estava ao seu alcance coma comida, inclusive o própriio pai, batendo as mãos no prato. Dando um tamanho trabalho na hora de come, deixando Naruto uma pilha de nervos. O loiro respirava fundo com intuito de se acalmar. Ele faria de tudo para cuidar do filho, sem precisar gritar ou jogar tudo pro alto.

 

 

❀ ❀ ❀
 

 

Beirando as três da tarde, pai e filho brincavam na sala com simples brinquedos de bebê. Naruto fazia caretas e palhaçadas tirando risadas altas de Boruto.

O telefone da casa tocou. O loiro sem perder tempo pegou o filho nos braços rapidamente e foi ao aparelho.

— Alô?

Oi, Naruto-kun!

 A voz doce e melodiosa fora emitida do outro lado da linha. Naruto automaticamente frisou o rosto de Hinata em sua mente, reconhecendo a voz. Sorriu animado.

— Hinata! Ah, que saudade de ouvir sua voz... Você está bem?

Sim, querido... estou bem! E como vão os meus tesouros? — Perguntou docemente. Havia saudade em suas palavras.

— Estamos bem! Tá' tudo sob controle... — Não, não estava. Naruto engoliu em seco. Viu que Boruto tentava pega o telofone a todo custo. — Mas espera aí, amor... tem alguém querendo falar com você.

Segurou o aparelho contra a orelha do filho, e o menino agarrou rapidamente com as pequenas mãos.

—  Oi, meu amor... Como está o meu bebêzinho? — A voz de Hinata tinha sido mudada para um tom mais agudo. Ela sempre fazia isso quando conversava com o filho. — Que saudade de você, eu queria te encher de beijos, filho!

Boruto por sua vez, reconheceu de imediato a voz da mãe. E com isso, os risos e a palavras e sons incompreensíveis do menino, foram inevitáveis. Do outro lado da linha Hinata sorria com olhos marejados ao ouvir seu pequeno. Nunca passou mais de algumas horas longe dele, estava sendo difícil lidar com a saudade.

Naruto trouxe novamente o telefone para si.

— E eu? Não sente falta? — Perguntou convencido. A morena riu.

—  Claro que sinto seu, bobo!

— E como está indo a missão?

Tranquila. Como eu disse, eles confiam na escolta do time oito. — Riu. — Nós voltaremos amanhã. — Disse animada. Naruto, ouviu uma voz chamar por Hinata no fundo, parecia ser Kiba. —  Naruto-kun, eu preciso desligar. Estarei de volta amanhã, pela manhã. Tchau. Amo vocês.

Naruto não conseguiu nem se despedir, pois a esposa já havia desligado. O que gerou um suspiro frustrado do mesmo.

— Boruto, sua mãe parecia com pressa ela nem esperou eu dar tchau.

— Mama.

— É, Boruto a sua mãe. Ela não- — Cortou a si mesmo quando se deu conta do que havia acontecido. Seu filho falou. — Boruto, você... você disse mamãe?

— Mama...

— Oh! Kami-sama! Você falou! Filho, você disse mamãe! — Ele exclamou animado. A alegria de ouvir o filho dizendo suas primeiras palavras era impossível de conter. — Hinata vai ficar tão feliz quando ouvi-lo. — Sentou-se no chão e pôs Boruto entre sua pernas, de frente para si. — E você consegue dizer pai? Ou papai?

— Ma... ma! — O pequeno disse dessa vez com dificuldade.

— Ah, vamos filho! Fala papai! Pa-pai! — Incentivava Boruto a lhe chamar, no entanto, o menino parecia não querer tentar. Mama.  Era só que saía da sua boca.

— Mama! Mama!

— Sim, eu sei que prefere a sua mãe. — Naruto suspirou. O sorriso que estava esboçado em seus lábios, foi sumindo aos poucos. — Mas ela não está aqui...— Fitava o filho com o olhar distante. Sentia tanta falta de Hinata. E sentia-se frustrado por não estar conseguindo preencher o vazio da saudade que o filho sentia da mãe. Será que Boruto não queria estar com ele?

— Mama... — A voz de Boruto já saíra embargada. Naruto viu os olhos do pequeno ficarem marejados e face de choro se formar. Sem delongas, o as lágrimas do menino vieram em cheio.

Era evidente e óbvio. Boruto sentia falta da mãe. E a força desse sentimento o fez chama-la.

Naruto suspirou pesado com a situação que se encontrava. Pegou o filho no colo e o levou para o quarto do mesmo. Tentou manter a calma e com o menino no braços, o embalava sutilmente. Entre lágrimas e soluços junto ao som do choro alto, o pequeno foi se acalmando, até que por fim, adormeceu.

O loiro colocou o filho no berço com cuidado para não acordado e em seguida, dirigiu-se para o andar de baixo.

 

(...)

 

— MAS O QUÊ???? — Natuto gritou. E o motivo da afobação, foi por ter se deparado no estado em que a cozinha e o todo resto da sala se encontrava.

A pia amontoada de louças sujas, panos de pratos embolados em cima do balcão, toalha de mesa com manchas de comida. A sala tinha objetos e enfeites fora do lugar e havia roupas e brinquedos espalhados pela casa. Como assim? Como em pouco tempo em que Hinata esteve fora a casa já estava nessa completa bagunça?

Raciocinou e percebeu. Passou tanto tempo preocupado por cuidar de Boruto que esqueceu de cuidar da casa. Era uma tarefa sua também.

— Ah não, cara! Hinata vai ficar uma fera. Eu preciso arrumar isso tudo. — Disse enquanto observava a desorganização. — Tenho que aproveitar agora que o Boruto está dormindo. — Suspirou. — Mas... será que vou terminar isso tudo em uma tarde?

O tempo era curto e a bagunça era muita. Naruto não parava de se perguntar se conseguiria terminar tudo antes de Boruto acordar. Com certeza, o menino não o deixaria terminar se acordasse. Iria querer colo e atenção, e se não o fizesse, choro e mais choro ecoariam pela casa. O menino não era de chorar o tempo inteiro, todavia, a falta de Hinata e principalmente do leite o deixavam cada vez mais manhoso.

Primeiro, colocou de volta tudo em seu devido lugar. Organizou tudo como estava antes, deixando a louça por último.
E enquanto lavava, o loiro tinha em mente a imagem de Boruto chamando por Hinata. Ele estava feliz, claramente. Entretanto no fundo, sentia-se um pouco entristecido. Não pelo fato de seu filho ter chamado pela e mãe e não por ele, mas sim porque o pequeno sentia falta da mãe, e ele não sabia como preencher esse vazio do filho.

Lembrou dos momentos em que Hinata brincava com Boruto. Muitas vezes o loiro pegava a cena de sua esposa fazendo cócegas e beijando a barriga do filho ao mesmo tempo que o pequeno soltava risos descontrolados. O menino parecia gostar mais de Hinata. Será que era por ser mãe?

Naruto suspirou. Ele queria estar mais com o filho. Cuidar mais dele. Passar mais tempo com ele. Não sabia como fazer. Nem como começar.

Sentia se culpado. Mas ele realmente deveria? Afinal, ele havia crescido sem seus pais. Iruka era a única figura paterna que ele tinha, Jiraya veio logo depois. No entanto, mesmo assim ele não sabia como lidar, não sabia como interagir. Fazia seu possível para ser o melhor pai do mundo, todavia, ele sentiu-se insuficiente. Era o que seu filho precisa?

 

(...)

 

Horas depois Naruto já estava quase dando fim naquela arrumação toda. Ele fez até o que não precisava, deixando tudo bem arrumado e limpo para que Hinata chegasse no dia seguinte, e ficasse feliz.

Saindo da cozinha, o Uzumaki se apoiou em um dos braços do sofá, passando a mão pela testa e suspirando. Observando o trabalho finalizado com sucesso. Não estava do jeito que sua esposa deixava quando dava uma faxina geral, mas ele havia se esforçado. Tinha certeza que Hinata nunca ficaria brava ou chateada por motivos tão insignificantes.

O homem estando cansado, decidiu tomar um banho. Antes de descer olhou para o relógio na parede e viu as horas beirando à seis da tarde. Lembrou de que Boruto ainda dormia, e estranhou. O menino nunca dormia mais que duas horas durante a tarde, ele sempre acordava.
Com pressa, Naruto correu até o quarto do filho e o viu deitado totalmente imóvel. A barriga descia e subia no ritmo da respiração. Mas o que o Uzumaki achou mais estranho ainda, foi que a respiração do menino estava muito acelerada, mais do que o habitual. Uma preocupação pesada invadiu seu interior. Se aproximou do berço, e foi aí que ele se desesperou.

Boruto já estava acordado, respirava ofegante e tinha a face vermelha e suada. Quando Naruto o tocou viu que o menino estava quente. Muito quente. O pequeno estava com febre, e pelo que o loiro sentiu ao tatear o menino, estava bastante alta.

Pegou o filho no colo com cuidado, mas ainda extremamente preocupado. Boruto estava molinho e com os olhos quebrados, o brilho das pequenas safiras azuis não eram mais as mesmas.

Se desesperou. Seu coração doeu ao se deparar com seu pequeno doente. E mais uma vez um sentimento de culpa o tomou por dentro. A primeira vez que Hinata o deixava sozinho com Boruto por mais de uma tarde e o menino já adoeceu. Sentiu os olhos umedecerem e logo aconchegou o filho encolhido nos braços.

— Talvez eu não seja um bom pai e nem saiba cuidar de você. Me desculpe, Boruto. — Ele disse. Apertando o pequeno loirinho contra si. Ele choramingava e respirava pesado enquanto esfregava o rostinho no peito do pai.

 

 

❀  ❀  ❀

 

Naruto não esperou para ligar Sakura, que ficou preocupada quando o loiro explicou o porque de tê-la chamado. A rosada apressou-se em ir até a residência Uzumaki deixando Sarada com Sasuke.

Ao chegar, examinou Boruto e deu seus devidos cuidados.

— Ele não tem nada grave não é, Sakura-chan?! — Perguntou Naruto, nervoso e preocupado com o mal estar do filho.

— Pela quinta vez, Naruto... não. Ele está bem. — Afirmou Sakura, acariciando os cabelos loiros do bebê que cochilava serenamente.

— O que Boruto teve foi apenas uma febre emocional. Mas com o antitérmico ele vai melhorar. Não se preocupe.

— Febre emocional?

— Sim. É a primeira vez que Boruto fica mais de uma tarde longe da Hinata.

Naruto fitou o filho quase adormecendo no berço e suspirou fundo. Em sua cabeça fora confirmado que Boruto precisava da mãe, e que só ela podia fazê-lo bem de verdade. Ele não era mesmo um bom pai?

— Sakura-chan... — A rosada o olhou curiosa. — Eu sou um péssimo pai. Primeira vez que a Hinata me deixa tomando conta dele por mais tempo, e ele fica doente.

— Não diga isso, Naruto. — O loiro que mantinha seus olhos fixados em Boruto os desviou para a amiga que agora, estava em sua frente.

— Não foi sua culpa. É normal que bebês sintam falta da mãe ao ponto de terem febre. Ainda mais quando são apegados.

— Verdade? — Sakura assentiu.

— Você é um bom pai sim. Boruto te adora, e isso é totalmente visível. Não se culpe por nada. — Ele sorriu para à amiga que contribuiu. Agradeceu pelas palavras de Sakura que parcialmente, o fizeram ver tudo aquilo por outro lado. Um lado bom.

Naruto levou a rosada até a porta, e ela despediu-se indo para sua residência. Após isso, o loiro voltou ao quarto do filho e fitou por um segundos o pequeno dormir. As bochechinhas ainda estavam vermelhas devido a febre, que estava baixando depois dos cuidados de Sakura.

Soltou um suspiro pesado. Decidiu tomar um banho antes que Boruto acordasse. Ele não queria que o filho chorasse mais, já basta a febre e a possível dor de cabeça que o loirinho teve.

Enquanto a água corria pelo seu corpo, Naruto não tirava da sua mente tudo que havia acontecido depois que sua esposa saira em missão. Nada, foi como ele esperava e para completar, Boruto tem uma febre alta. Pensou em ligar para Hinata e avisar mas percebeu que não era uma boa ideia. Pois a morena ao saber, ficaria desesperada e preocupada para voltar.

Depois do banho, o Uzumaki vestiu uma roupa confortável. Estava na hora de Boruto tomar banho também, e ele precisava acorda-lo. Dando leves balanços no corpinho envolvido em uma manta, Naruto chamava pelo filho quase sussurrando, não tardou para que o mesmo abrisse os olhinhos brilhantes e se virasse para o pai. Naruto tocou a testa do menino, e viu que não estava mais quente, a febre havia passado.

— Oi filhão... Está melhor? — Naruto o fitou sorrindo por uns segundos, e o menino bateu palminhas liberando um riso baixo. O Uzumaki sorriu aliviado com o ato alegre do filho. — Estou vendo que sim. Está bem melhor. Agora, vamos tomar banho?

Boruto esticou os bracinhos e Naruto o pegou com cuidado.

No banheiro, ele colocou a banheira de plástico de Boruto sobre o chão, e encheu numa quantidade ideal de água morna. Sentou no chão e despiu o menino, o colocando na água em seguida. O banho foi tranquilo.

Enquanto Boruto brincava com um patinho de borracha, Naruto o lavava cauteloso. Passou a mão molhada pelos cabelos dourados que agora, tinha suas pontinhas desarmada. Não durou muito, afinal o pequeno havia tido uma febre em menos de uma hora, então Naruto o tirou da água.

O enrolou numa toalha, onde tinha um capuz com orelhinhas de gato, adorável. Riu relembrando que aquele fora mais um presente dado por Hanabi. Chegava a ser engraçado o nível de como a Hyuuga mimava o sobrinho.

 

(...)

 

Já havia dado a janta de Boruto, que por sinal foi um mamadeira quentinha e apetitosa. Naruto definitivamente, se saía bem em fazer leite para o filho, podia até se comparar aos que Hinata fazia, ou quem sabe até melhor. O menino tomara inteira sem deixar um respingo.

Agora, quase onze da noite, ambos estavam na cama de casal. Naruto parcialmente deitado de lado apoiando a cabeça no braço dobrado. Brincava com Boruto que ria descontrolado quando o pai lhe fazia cócegas.

Brincaram por um bom tempo, até Boruto bocejar e esfregar os olhinhos.
 

— Olha, parece que alguém já está com sono.

— Huh... huh... — O pequeno soltava sons incomuns, apontando para a chupeta em que Naruto segurava. Entendendo o que o filho queria, sem hesitar, entregou o objeto para Boruto, que agarrou extasiado.

O menino se aproximou de Naruto devagar. Começou a tatear o rosto do pai arrancando risos do mesmo. O sorriso o Uzumaki abriu demonstrava o quanto era feliz por ter aquela criaturinha em sua vida. Na vida dele e de Hinata.

Se lembrou do sentimento de felicidade gigantesco, que o inundou por inteiro quando Boruto nasceu.  Mais ainda quando Hinata lhe deu a notícia de que estava grávida. Eles já eram felizes, e  a chegada do pequeno loiro só serviu para deixar a vida de ambos mais perfeita.
Boruto sentado totalmente próximo do pai que se mantinha deitado, bateu palminhas como no banho. Naruto involuntariamente, sentiu os olhos umedecerem. Foi inusitado.

— Eu amo tanto você, meu filho. — Acariciou os cabelos do pequenino — Você e sua mãe são os melhores presentes que já ganhei na vida. — Boruto piscava os olhinhos azuis e cheios de ternura, fitando o pai. Parecia atento nas palavras do mais velho. — Eu sei que não sou tão bom quanto sua mãe. Que não sou capaz de cuidar de você como ela, mas... apesar disso, sou feliz por ter você, Boruto. Obrigado por me deixar ser seu pai... você me perdoa?

Boruto ergueu os pequenos braços e Naruto não entendeu. Aproximou-se mais, e sentiu um abraço pequeno e aconchegante envolver seu pescoço.

Surpreso. Muito surpreso, foi assim que Naruto se encontrava. Boruto o abraçou, foi algo raro para Naruto pois o menino nunca exercia esse tipo de ato com ele, com Hinata sim.

O pequeno Uzumaki apertada cada vez mais o pescoço do pai. Naruto apenas encarou aquilo, como um "sim" para sua pergunta.
Deitou de barriga para cima e Boruto subiu em cima de sí, o menino se remexeu até encontra uma posissão confortável. Naruto repousou sua mão delicadamente sobre as costas do filho, que deitou de bruços sobre seu peito. O mais velho acariciava ameno as costas do menino. Um momento único.

O sono começou embalar não só Boruto, como Naruto também. Juntos, aconchegados um no outro, pai e filho adormeceram no quarto que era iluminado apenas por um abajur.

 

 

❀  ❀  ❀

 

 

Não precisou tocar a campainha, já que tinha a chave, Hinata apenas girou a maçaneta entrando finalmente em sua casa. Sentou no genkan suspirando e retirando suas botas as deixando em um pequeno armário onde o casal guardava os calçados.

— Tadaima! — Falou, com o tom levemente auto. Estranhou seu marido e seu filho não apareceram para recebe-la.

Subiu as escadas indo em direção ao quarto, sorriu surpresa ao se deparar com a cena. Naruto e Boruto dormindo serenamente. A morena aproximou-se um pouco mais, para poder olhar com mais detalhe a ocorrência tão cheia de amor. Ela sentiu-se tão cheia de luz, por ter duas preciosidades em sua vida. Ela se segurou para as lágrimas não caírem.

Achou a cena de ambos dormindo juntos tão linda e fofa, que se quer teve coragem de acorda-los para dizer que finalmente tinha voltado. Com isso, resolveu tomar um banho preparar  o café da manhã para seu marido e filho. — Já que ainda era bem cedo. Abriu o armário e pegou sua roupa desejada, em total silêncio e se direcionou ao banheiro.

 

(...)

 

Naruto se remexeu na cama, ou pelo menos tentou. O peso em seu peito o impossibilitava de ter a liberdade de levantar. Abriu os olhos, dando de cara com uma cabeleira loira quase em seu pescoço, lembrou da noite anterior em que havia deitado com Boruto e ambos adormeceram juntos. Sorriu, levando uma das mãos à costas do filho.
O pequeno remexeu-se também e esticou os bracinhos curtos, espreguiçando-se. Naruto o tirou de cima de seu peito, o colocando sentado na cama fitando o ato fofo que era Boruto coçando os olhinhos com as mãos gorduchas fechadas.

— Bom dia, filhão! O que você- — Naruto começou, mas parou repentino quando sentira um aroma saboroso passar por suas narinas. — O que é isso? Esse cheiro de pãozinho de canela... não pode ser...

 

(...)

 

— Hinata!

A ex-Hyuuga olhou para direção da escada assustada e viu Naruto descer as escadas sorrateiro com Boruto no colo, ela riu divertida com a cena. Imaginou que essa seria a reação do marido ao perceber que ela estaria em casa.

— Tadaima. — Ela disse, sorrindo serena. Aquele sorriso fazia os olhos de Hinata virarem dois risquinhos em seu rosto. Naruto correu abraçando fortemente a espora que contribuiu rindo. Mais parecia que o loiro não a via à anos.

— Hina... — Disse quase choramingando. — Quando chegou?

— Á quase uma hora e meia. Mas estavam tão bonitinhos dormindo, que não tive coragem de acorda-los.

— Sentimos muito a sua falta. — Naruto abriu um tamanho sorriso a abraçando de novo. Desgrudaram-se e Boruto que ainda não tinha sido atendido pela mãe, esticava os bracinhos em direção a Hinata pedindo que ela a pegasse.

— Mama! — O menino falou entusiasmado. Hinata juntou as mãos em abaixo do queixo, não contendo a alegria de ouvir Boruto a chamar. Eram suas primeiras palavras, tamanha fora a emoção que sentiu.

— Querido, você disse suas primeiras palavras! — A morena disse animada, tomando Boruto dos braços dos pais. O menino não perdeu tempo para se agarrar ao seu pescoço e enfiar as mãozinhas nos fios azuis.

— Mama! Mama!

— Sim, a mamãe está aqui! — O respondeu sorrindo, com olhos marejados. — Senti tanto a sua falta meu pequenininho.

— Boruto sentiu muita a sua falta, Hina. — Naruto comentou. Hinata que tinha os olhos fechados pela emoção os abriu para fita-lo. — Depois que ele chamou por você, não parou mais.

— Eu imagino. Nossa, estou tão feliz! — Depositou um beijo estalado no rosto do filho, que gargalhou com o ato carinhoso. — E então? Como foi esses dias sem mim? — Perguntou divertida, balançando Boruto lentamente.

Naruto coçou a nunca, deixando escapar um sorriso forçado. Pensou em contar exatamente tudo que havia acontecido na ausência de

Hinata, no entanto,  decidiu contar aos poucos. Havia coisas que provavelmente deixaria sua esposa brava, como: deixar Boruto vendo TV por quase uma hora, e ainda perto demais. Então, constatou em dizer apenas os melhores momentos.

— Correu t-tudo bem. — Disse travando a voz. Sentiu o suor frio descer em sua testa. — Nos demos muito bem e nos divertimos. Não é mesmo, filho?

— O que acha filho? Se divertiu com o papai?

Boruto olhava para Hinata como se realmente tivesse entendido a pergunta. O pequeno virou a cabeça, direcionando os olhinhos brilhantes para Naruto que aparentava ansioso com a situação. O loirinho ficou em silêncio por alguns segundos encarando o pai, até que veio a surpresa.

— Pa...pa..

Boruto chamara pelo pai, esboçando um sorriso que o menino nunca havia dado. Hinata sorriu inundada de felicidade.

— Boruto... — Naruto falou emocionado. Seu filho lhe chamou pela primeira vez.

A vozinha fina o chamando, fez com que os olhos de Naruto pesarem e as safiras se encharcassem com lágrimas cristalinas. O pequeno Uzumaki deu os braços para Naruto que não hesitou um só segundo para pega-lo de volta. Beijou a testa do filho, rindo em seguida. Com o peito cheio de emoção, cheio de amor e luz por ter Boruto como seu filho.

Naquele momento, Naruto começou a lembrar que antes do pequeno nascer, perguntaram para ele, como seria o filho dos meus sonhos. Pensou que pudesse ser, talvez uma miniatura de dele, alguém com os mesmos interesses que os seus, alguém que quisesse escutar tudo o que ele teria a dizer, que quisesse aprender coisas que só ele pudesse ensinar. Entretanto, percebeu que nunca precisei sonhar um filho. Naruto tinha algo muito melhor: Boruto! Do jeito que apenas ele podia ser.

Boruto chegou em sua vida mudando todo seu mundo para melhor. Depois de ouvir seu pequeno dizer um "papa", Naruto se sentia um pai realizado, feliz e cheio de esperanças. Ele tinha muitos sonhos para seu filho. Para ambos. Para ele, Hinata e Boruto, sua família, e uma das coisas que Naruto mais queria, era ver seu filho crescer forte, feliz e saudável.

Ali, diante da esposa do filho, ele jurou, que enquanto tiver vida e forças vou iria protegê-lo e lutar pela sua felicidade, isso ele podia prometer. Assim como prometeu amar Boruto até ao final de seus dias, incondicionalmente. Até mesmo depois do fim.

 


Notas Finais


Eu realmente me dediquei muito nesse capítulo, e espero que tenha gostado.
Gente, estou planejando uma (talvez) longfic NH e pode ser que eu demore de postar ones aqui. MAS CALMA! Não irei abandonar Sunshine Family, até porque tenho capítulos planejados.

É isso. Até o próximo!!!
Nine. 💕


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