Basicamente, ir até kynesgrove me encontrar com a mulher no qual possuía seu ego tão inflado e fazê-la lutar lado a lado comigo não foi tão terrível. O que veio a seguir foi pior…
Após matar o dragão, sugar a sua alma e ver sua cara de espanto, só complementou o que ela disse a seguir e eu jurava que essa mulher era louca. Estava absorta em meus pensamentos, no qual era: Ser “convidada” a embaixada thalmor e descobrir os propósitos dos elfos em skyrim, já que a desconfiança de Delphine seria que os ataques fossem parte dos Thalmors. Delphine não sabia ao certo quando seria a festa que iriam proporcionar, então, me disse para descansar que ela me mandaria uma carta avisando sobre o assunto.
Lembrei-me que necessitava ir a Whiterun comprar algumas poções, afiar a lâmina da arma, comprar uma armadura nova e se possível descansar. Levantando e seguindo até a Windhelm, pedi para o sujeito da carroça levar-me a Whiterun. O tempo inclusive passou rápido conforme eu observava a paisagem que Skyrim me proporciona.
“Ah, aquelas portas, graças aos oitos divinos!!”
Cheguei depois de quase um dia viajando e já havia escurecido. Tratei de procurar The Bannered Mare para descansar, porém, algo me lembrou de procurar os famosos “Irmãos de escudo”, então eu me dirigir à casa toda decorada e misteriosa que ficava de frente ao santuário de Kynareth. A casa possuía um telhado quebrado, mas, em pequenas quantidades distribuídas pelo local. A parede muito bem arquitetada mostrava que não era um lugar feito há pouco tempo. O Arco que habitava na frente do estabelecimento, era decorado em madeira com desenhos e esculturas de algum animal, também não pude deixar de notar os dragões esculpidos que se localizavam no mesmo teto da casa.
Por dentro a casa era ainda mais bonita, porém, o grupo de pessoas olhando algo me fez perder a vontade de encarar a casa. Era uma briga, onde uma mulher humana ganhou deixando um elfo-negro jogado ao chão reclamando de dor. Skjor um homem alto de armadura polida e reluzente, disse-me para conversar com Kodlak, após eu perguntar como fazia para “entrar” nos Companions. Eu estava nervosa, não havia nenhum conhecido naquele lugar, nem mesmos os que me abordaram na entrada de Whiterun quando cheguei aqui pela primeira vez. Tudo em Skyrim era novo demais ‘pra mim.
Fui até o lado esquerdo e desci os pequenos degraus que me levaram a outra porta, fazendo-me abrir e admirar um enorme corredor esbelto que possuía aquela casa. Segui o rumo até a última porta – Que estava aberta – do corredor e ao chegar vi dois homens sentados à mesa conversando.
Um era homem mais jovem, cabelos negros até o pescoço, era curto. Olhos prateados igual a um diamante, pintura de guerra nos olhos e uma barba rala. (O rosto em protesto por me ver ali era evidente). Ele e o outro ao seu lado possuíam a mesma armadura – semelhante à de Skjor -, ao desviar meus olhos para o outro homem pude notar que este era muito mais velho, cabelos acinzentados pela idade, olhos perolados também, barba gigante e uma tintura de guerra vermelha em seu rosto. Percebi que o desenho de guerra, era exatamente igual ao meu.
- Uma estranha adentra o nosso Hall – Disse o mais velho.
- Eu…hm, Bem. Fui convidada para este clã por uns de seus colegas, creio eu.. – Limpando minha garganta, tratei de dizer tais palavras na qual o velho fez questão de arquear suas sobrancelhas.
- Hm. Venha, deixe-me olhar para você. Hm, sim, talvez. Vejo força de espírito.
Ao término de sua fala, o moreno ao seu lado tratou de dialogar, ignorando-me com todas as suas forças.
- Mestre, você não está pensando realmente em aceitá-la, hm?!
- Não sou mestre de ninguém Vilkas. Pelo que tenho visto, existem muitas camas em Jorrvaskr que estão vazias esperando por pessoas com corações queimando em honra.
- Perdão, mas, talvez esta não seja à hora. Eu nunca ouvi nada sobre esta… desconhecida.
- Algumas vezes a fama vem até você. E algumas vezes, homens e mulheres vêm até nós para nos trazer a fama. Não faz diferença. – Respirou fundo. – O que faz diferença, é o coração.
- E seus braços. – Provocou Vilkas
- Certamente, como você age em uma batalha, garota?
- Sinceramente… Eu tenho muita coisa a aprender.
- Este é o espírito. Vilkas, aqui, vamos começar logo com isto.
Vilkas levantou da cadeira amadeirada e tratou de seguir rumo ao corredor, certamente eu não sabia o que eu tinha de fazer. Kodlak olhou-me e lançou um sorriso calmo e apontou com a cabeça para onde Vilkas estava andando calmamente. Tratei de retribuir o sorriso e corri para alcança-lo, quando chegamos ao hall superior abrimos as portas que dariam ao jardim deles. Lá ele empunhou a espada e disse:
- O velho homem me disse para dar uma olhada em você, então trataremos isso logo. Apenas algumas demonstrações e então poderei julgar sua forma. Não se preocupe, eu posso agüentar.
Concordei com um leve aceno levando minhas mãos a espada. Ninguém ousou a dar o primeiro passo, apenas estudávamos e então o moreno levou a sua espada de uma mão em minha direção. Tratei de defender e concluí que tinha feito o certo, aproveitando sua súbita inclinação eu o ataquei, porém, o golpe foi bloqueado por seu escudo, novamente tive de recuar e defender seus ataques, mas então – mesmo ele defendendo com o escudo – dei o meu melhor golpe fazendo-o se defender com o escudo e cair sentado ao chão.
- Você fez certo, mas por enquanto você ainda é um filhotinho de lobo para nós, sangue-novo. Então, você faz o que lhe dizemos, por exemplo, aqui está minha espada, leve até Eorlund para que seja afiada. Tenha cuidado, provavelmente, vale mais do que você. – Disse levantando-se do chão e arrumando sua armadura.
Fiquei ali parada o observando lançar um sorriso sarcástico e voltar para dentro da “casa”. Com minha Two-handed já nas costas, tratei de segurar a espada de Vilkas.
“Poderia estragar esta espada e jogá-la aos pedaços no lixo, mas, certamente esta arma deve ter mais honra do que você, Vilkas.”
Entreguei a espada de Vilkas para Eorlund e ganhei o escudo de Aela. (virei provavelmente uma garota de entregas e não fiquei sabendo?!). Voltei onde estava Kodlak e perguntei sobre onde estaria Aela, já que ela não se encontrava no Hall superior, ele disse-me então para ver o quarto dela.
Ao chegar perto do quarto, escutei uma conversa baixa e notei a porta fechada.
“- Precisamos ser mais discretos.”
“- Não estamos fazendo nada de errado”
“- Mas o velho não gosta que façamos isso.”
E então, um silêncio estabeleceu-se ali. Abri a porta notando A Ela e Skjor juntos e um pouco próximos.
- Ah.. hm – eu parecia ter perdido a fala, já que ambos me olhavam igual cobras. - Estou com seu escudo, Aela.
- Hm – Seu rosto se suavizou. - Eu estive esperando por ele, espere, eu me lembro de você. Então, quer dizer que o velhote viu algo em seu coração.
- A conhece? Eu a vi treinando com Vilkas no jardim.
- Sim, soube que fez Vilkas cair de bunda no chão – Ela ironicamente disse.
- Não deixe saber que você disse isso dele.
Ela virou-se para mim e então me perguntou: Acha que podia lidar com Vilkas em uma verdadeira luta?
- Não quero me gabar... – Sorri
- Ah, uma mulher que deixa suas atitudes falarem por ela, sabia que tinha gostado de você. Bem, me deixe pedir a Farkas para que lhe mostre seu quarto.
- FARKAS!! – Skjor gritou
Logo após do homem gritar em minha orelha, uma voz na porta fez-me arrepiar. Estava de costas para porta, então só pude escutar sua voz masculina. Ao virar-me, encaro o homem de baixo a cima.
- Me chamaram?
- Mas é claro, seu tolo. Mostre ao Sangue-novo onde os outros dormem.
- Sangue-Novo? Oh.. eu me lembro de você. Venha, siga-me. – Ele olhou-me e depois virou começando a andar, segui-o ao lado do mesmo sem vontade nenhuma de puxar algum assunto, porém, ele iniciou outra conversa. – É bom ter um rosto novo nesta casa, aqui chega a ser chato às vezes. – Ele virou seu rosto para me encarar, e pegou-me o observando. – Espero muito que fiquemos com você, esta pode ser uma vida muito rude para um Companion. Hm, você fica com uma destas camas – disse apontando para um quarto gigante com várias camas. – Fique aqui quando se sentir cansada.
- Tudo bem, obrigada por me mostrar. – sorri timidamente.
- Boa sorte – disse se virando e andando para o corredor, porém o mesmo parou e voltou a olhar pra trás, certamente me olhando nos olhos. – Aliás, Bem vinda aos Companions. – Sorriu e então voltou a andar.
Certamente que Farkas chamou-me muito a atenção, seus cabelos eram negros assim como os de Vilkas mas em específico o cabelo de Farkas era até o ombro, alisado e um pouco volumoso. Seus olhos eram prateados iguais pérolas de diamantes refinados, seu brilho era único. Sua pele era branca, não tanto quanto a minha, estatura alta, porte bonito que destacava com sua armadura Steel profissional, sua tintura de guerra se localizava na região dos olhos, em volta deles para ser especifica. A questão era que Vilkas e Farkas eram irmãos gêmeos, apenas o corte de cabelo e a voz os diferenciavam.
Quando parei de pensar em sua aparência, me vi sozinha no corredor e tratei de alcançar Farkas e pedir por uma missão. Uma das minhas primeiras missões em Jorrvaskr era dar uma lição em pessoas indisciplinadas, tais como: Mikael. Basicamente, Mikael mais conhecido como bardo de Whiterun era um conquistador barato, que assediava mulheres incluindo damas comprometidas. Eu tentei ser o máximo possível para aconselhá-lo de que estava perturbando as pessoas, porém, sua destreza de falar besteiras me fez simplesmente perder a paciência, assim nos levando a ter uma briga digna de golpes e socos.
Algumas horas depois...
Assim que voltei e avisei a Farkas que o trabalho havia sido feito, ele disse-me que Skjor estava procurando por mim e que ele mesmo não sabia sobre o que se tratava, pediu-me que eu o visitasse amanhã, e que fosse rápida ao ver o que Skjor queria comigo. Talvez fosse alguma missão, porém ele não tinha muita certeza. Descansei e deixei para procurá-lo no outro dia.
- Ah, aí está você.
- Queria me ver?
- Sim, seu tempo, parece-me que está vindo.
- O que quer dizer com isso?
- Um indivíduo veio até nós a algum tempo antes de você chegar, dizendo que sabia onde achar um fragmento de Wuuthrad. – Suspirou pesado – Ele parecia um inútil para nós, porém, se demonstrou muito interessante e leal. E agora a honra dos Companions nos mandou investigar isso.
- E o que isso tem haver comigo?
- Esta é uma tarefa simples, mas o tempo é certo para que esse seja o seu treinamento. Prove-se com honra e será um verdadeiro Companion. – Skjor observou-me e então com um sorriso sarcástico disse-me – Farkas será seu irmão de escudo nesta aventura, filhotinho de lobo. Ah, tente não morrer e não nos desapontar, sim?!
Algo me fazia tremer, ansiedade talvez?! Ou as palavras de Skjor haviam-me pego de tal forma que me desmanchou por dentro? “Tente não morrer e não nos desapontar”, jamais tinha escutado isso de alguém, seria preocupação comigo ou preocupação com o título dos Companions?
Presa em pensamentos negativos observei uma sombra se aproximar e assim que levantei o rosto, encontrei aqueles olhos diamantes que por algum motivo, não eram normais. Seu rosto não demonstrava expressão nenhuma, então para que não houvesse problemas agi naturalmente sem deixar que tais pensamentos obscuros voltassem a minha mente.
- Espero que tenha se preparado – Comentou em um tom normal, pelo menos Farkas era o único que não me ridicularizava, ele e Kodlak para ser sincera.
- Então será meu Irmão-de-escudo? – Brinquei
- Sim, e veremos se irá me impressionar hoje. – Devolveu no mesmo tom. Era bom saber que ele falava isso brincando, eu espero.
Dustman’s Cairn
Após uma longa viagem – a pé – com Farkas, chegamos ao nosso destino. Aquelas portas negras com detalhes dragônicos, faziam pensar que havia o pior ali. Skyrim possuía diversas tumbas e dungeons do gênero, não era para ficar tão impressionada, mas, talvez fosse meu destino me dando algum sinal.
Ao entrarmos, o pequeno corredor mostrava uma mesa de pedra no centro abandonada, entretanto, havia bandidos aqui, sabíamos disso. As armaduras de pêlos estavam espalhadas pelo chão. Cadáveres no chão conforme passamos por corredores, alguns levantaram se suas tumbas e vieram nos atacar. Farkas matava uns enquanto eu matava o resto, estávamos dividindo para que não houvesse briga depois. Eu me sentia muito mais confortável com alguém ao meu lado. Ao andarmos com nossas armas empunhadas, notamos ao centro de uma “sala” que portas de ferros com grades travavam nossa passagem, teríamos que procurar a maneira de sair e isso seria muito tedioso.
Farkas parou para ver dois "tronos" por assim dizer, que eram cadeiras com detalhes em ferro. Já eu fui procurar em uma parte onde estava aberta, dito e feito, achei a alavanca com algumas poções de vida ao lado.
- Farkas, achei! – Gritei. Levando minhas mãos até a alavanca e a puxei.
A sala onde eu estava que era pequena fechou-se e me vi trancada com enormes barras de ferro, porém, aonde queríamos passar abriu.
- hmm hmm – Farkas cochichou – Olhe o que fez, não se preocupe, sente-se que eu vou achar um jeito de tirá-la daí.
Logo uma movimentação nos fez olhar para o portão que acabou de abrir, trazendo consigo seis ou sete homens.
- O que foi isso? – Farkas perguntou-se
- É hora de morrer, cachorro. – Disse uma mulher.
- Sabíamos que viriam aqui. – Complementou o outro ao seu lado. – Erro seu, Companion.
- Quem é ela? – Perguntou outra mulher.
- Não importa, se ela veste a armadura deles, ela morre também. – Um homem de moicano começou a rir após sua fala. Eles eram loucos, afinal qual a dívida deles com os Companions?
Farkas estava quase encostado na grade, ele recuou um pouco enquanto os demais o encurralaram dos lados e na frente. Tanto Farkas quanto os inimigos, empunhavam espadas e olhavam com um ar lúdico e misterioso. Estar atrás das grades me fez perguntar se eu estava mais protegida ali, ou mais fodida.
- Matar você fará uma ótima história.
- Só que nenhum de vocês estará vivo para contá-la. – Farkas comentou em um tom assustador, baixo e que trazia medo para qualquer um.
Neste momento, Farkas começou a inclinar para frente e ficar de joelhos, eu estranhei, entretanto, sua pele começou a mudar, suas mãos começaram a ficar como patas e então, um lobo gigante estava se transformando bem na minha frente. Os outros ficaram pasmos e suas expressões seriam engraçadas se eu não estivesse com tanto medo. Farkas ou aquele "monstro" tratou de defender as espadas que eram arremessadas em sua direção e então, suas mãos afiadas cortam e estraçalham as faces daqueles que um dia eram chamados de homens.
As mulheres soltaram suas espadas e tentaram escapar, visto que seus amigos foram destroçados em segundos. O rugido infernal daquele animal fez-me ficar com medo, tamanho medo que me joguei no chão e comecei a chorar silenciosamente.
Mesmo com todo medo, meus olhos recusaram de fechar-se, e assim o lobo pulou em uma das mulheres e começou a devorá-la, causando uma cena digna de terror. O sangue escorria entre seus pelos faciais e o olhar daquele animal sobre a outra menina que caiu no chão foi amedrontador. As garras voaram no peito da humana causando cortes fundos e trazendo sangues para aquele local.
Ainda o olhando vi que depois que o monstro (Que até alguns minutos atrás era meu companheiro Farkas), repousou suas orbes vermelhas sobre mim, e aquele olhar de fúria e vontade de caçar me trouxe novos arrepios por todo o corpo. Ele conferiu se não havia mais nenhuma vida a não ser a minha e então correu para a saída.
“Prefiro ficar abandonada aqui do que falar com ele”
E assim, com uma sorte imensa, depois de uns minutos, as grades de levantam e meu medo aumentou. Tudo bem que enfrentar dragões era horrível, porém, algo no meu coração dizia que não precisava ter medo, então as lutas contra os seres místicos me causavam ansiedade e euforia. Nada que um monstro pudesse fazer a mesma coisa, eu não estava acreditando que Farkas era um monstro, eu nunca havia imaginado algo deste tipo.
Farkas retornou já em sua forma humana, sua expressão era confusa e alguns fios de cabelo se jogavam em cima da sua testa. Certamente não parecia ser o mesmo Farkas que se tornou uma besta em minha frente, era como se agora ele fosse um mero humano frágil.
- Eu espero não tê-la assustado.
Eu provavelmente fiz uma expressão muito estranha em forma de deboche, pois, ele desviou seu olhar do meu e deixou de se inclinar para a minha direção.
-O.. que.. foi.. isso? – Pausadamente, falei palavra por palavra em um tom assustado e raivoso.
- É uma benção dada a algum de nós. Podemos virar bestas selvagens por uma fração de tempo.
- Vocês irão me transformar em um lobisomem?
- Oh não, não. Apenas o Círculo possui o sangue-de-besta. Prove sua honra para ser Companion. – Sorriu ainda triste. – “Olhos na presa e não ao horizonte”. Aliás, devemos ir, há muitos draugr para se preocupar.
- Desculpe, mas acho que terá que ser mais convincente para me fazer sair daqui.
- Não há muito o que dizer, eu preferiria não ter que usar isso perto de você já que sua cabeça agora terá mais perguntas do que respostas.
- Mas fez.
- Eu tinha outra chance?! Por favor, podemos sair daqui primeiro?!
Dito isto, Farkas saiu na frente como se nada houvesse acontecido. Aquilo me deixou apavorada, será que eles tinham controle sobre a besta?
No fim, mais salas, mais bandidos, ratos, mortos-vivos, tudo para chegarmos a última sala. Gigante com várias tumbas em pé, que levavam até o centro na qual tinha outra deitada. Parecia ser importantes, e atrás da tumba: Uma grande parede com palavras do poder e a mesa com os pedaços que precisávamos.
Era um lugar muito escondido, pela maneira que eu e Farkas tivemos que andar subir e descer escadas. Entrar em portas, entrar por portões e sair em buracos com mais corredores. Mas era lindo, ao chegar perto das palavras, elas começaram a queimar na parede, ficar azuladas e então, Farkas se aproximou vendo as palavras voarem para perto do meu corpo.
Fire, Fire Breath.
- Você não é o único aqui que sabe impressionar. – Respondi após Farkas olhar-me e me questionar, dizendo: “Dragonborn?”
Peguei os fragmentos, coloquei na minha bolsa pequena.
Mais Algumas horas Depois..
Chegamos ao anoitecer em Whiterun. Farkas me disse para segui-lo e levou-me para o –Jardim, mais conhecido como parte de trás de Jorrvaskr– e lá estava: Aela na direita, Skjor a sua esquerda e no Centro Kodlak, a direta de Kodlak, Farkas se posicionou ali e Vilkas a minha esquerda. Todos de frente para o novo sangue que ali jorrava.
– Irmão e irmãs do círculo. Hoje recebemos uma nova alma em nossa sombra mortal. – Kodlak dizia alegremente. – Esta garota sofreu, desafiou e mostrou seu valor. Quem irá dizer por ela?
– Sou testemunho da coragem da alma entre nós. – Farkas comentou logo que Kodlak começou as perguntas.
– Seguraria seu escudo por ela?
– Eu ficaria de costas e o mundo nunca mais nos ultrapassaria.
– Levantaria sua espada na honra dela?
– A espada estaria pronta para provar o sangue de seus inimigos.
– E você levantaria uma caneca em honra da garota?
– Eu guiaria a música em triunfo enquanto nosso salão se deleitava em suas histórias.
– Então o julgamento deste Círculo está completo. O seu coração bate com fúria e coragem que uniram os Companheiros desde os dias dos verões verdes distantes. – Kodlak olhou-me – Deixe-o bater com os nossos, para que as montanhas possam ecoar e nossos inimigos possam tremer no chamado.
– Que assim seja. – Disse Vilkas
Todos se retiraram menos Kodlak, ele aproximou-se um pouco logo chamando minha atenção.
– Então garota, é uma de nós agora. Confio que nunca irá nos desapontar. – E sorriu
-Certo, Kodlak, posso perguntar uma coisa?
- Claro.
- Os Companheiros são realmente lobisomens?
- Vejo que você tem permitido conhecer alguns segredos antes do seu horário designado. Sim, é verdade. Nem todo Companion, não, apenas membros do Círculo compartilham o sangue da besta. Alguns levam para isso mais do que outros
- E o que pensa sobre isso?
- Bem, eu envelheço. Minha mente se volta para o horizonte, para Sovngarde. Eu me preocupo que Shor não chamará um guerreiro animal como ele chama um verdadeiro guerreiro nórdico. Vivendo como bestas, atraí nossas almas mais perto do senhor daedrico, Hircine. Alguns podem preferir a eternidade em seus campos de caça, mas eu anseio a irmandade de Sovngarde.
- Nunca tentou se curar? Ou achar uma outra maneira?
- Sim, mas não é fácil. Mas, você não precisa compartilhar as preocupações de um velho guerreiro. Este dia é de se alegrar de sua bravura e falar com Eorlund para ganhar uma arma melhor do que ... seja o que lá for isso. – Sorriu novamente levando sua mão ao topo da minha cabeça fazendo um breve carinho.
Kodlak me lembrava um pai no qual nunca pode ser. Eu sentia seu respeito e lealdade pelos outros, essa estranha habilidade que sempre tive de confiar somente nos justos. Porém, Skyrim me mostrava que a realidade era outra. Procurar meus pais nas horas vagas era extremamente difícil, ninguém nunca sabia, nunca tinha visto e muito menos sabia que existiam. Isso me deixava triste e fazia-me desistir aos poucos, também me vinha a preocupação de como Handrall estaria lidando com meu desaparecimento. Aquilo me atormentava, Farkas, Vilkas, Aela e Skjor me atormentavam. Dragões me atormentavam e eu sabia que isso ainda iria piorar.
“Ah, essa sensação de perca novamente, o que está havendo comigo?” – Pensei em voz alta. Sentada sozinha nas escadas da parte de trás de Jorrvaskr.
- Hey garota, o que houve? – Perguntou um homem novo.
- Hm, me desculpe, mas, quem seria você?
- Sou Njord, tecnicamente eu era o último que havia entrado para o Clã dos Companions. Já estou aqui a um certo tempo, assim como os demais que não fazem parte do círculo, como Njada, Ria, Torvar e Vignar Greymane. E qual o seu nome, minha cara?
- Yura, prazer. – Demos a mão em um gesto de comprimento e ao invés dele apenas sacudir minha mão, ele a levou até os lábios e beijou a pele rosada.
- O prazer é todo meu. – Sorriu.
Njord tinha seus cabelos ruivos que vinham até ao meio de suas costas, comprido e liso. Sua pele branca um pouco queimada pelo sol constante, porte grande, musculoso e com sua armadura Steel iniciante. Seus olhos eram verdes iguais a natureza, barba mediana e um rosto totalmente desenhado. Seu maxilar um pouco delineado, porém, nada extravagante. As maçãs do rosto um pouco saltadas dando um rosto limpo e juvenil para um homem, lábios nem tão finos e nem tão carnudos, perfeitos. Não iria mentir, ele era bonito, mas, junto do ar bonito, uma atmosfera misteriosa rondava sobre ele.
Continuávamos naquela posição, um olhando para o outro nos olhos e ele com minha mão perto de sua boca até que ouvimos um limpar de garganta e viramos para observar quem era, ou melhor, quem eram. Vilkas e Farkas estavam um do lado do outro, nos observando com caras nada satisfatórias. Eu puxei meu braço com delicadeza e me recompus junto de Njord.
- Queria falar com você sangue-novo, mas já vimos que está ocupada com o novato nem tão novato. – Vilkas disse em um tom calmo, estranho e sombrio.
- Ele só veio educadamente me dar as boas vindas, ao contrário de certos homens.– Disse olhando para baixo com um tom suave.
- Os irmãozinhos sempre enchendo meu saco, tsc – Desta vez Njord dialogou.
Vilkas me dava nos nervos, era sarcástico e irônico. Diferente do seu irmão. Como que Farkas disse que Vilkas puxou a inteligência de Ysgramor se ele era um completo idiota?!
-x-x-x-x-x-
Acabei por dormir em Jorrvaskr mesmo, já que era a única casa que eu tinha no momento. Aela me deu uma missão livre no dia seguinte, assim que nos alimentamos no salão principal, foi dito que a missão seria para matar uma Hagraven. (E não demorou muito já que era perto de Whiterun).
- Olá minha dama. – Njord disse aleatório ao ver-me
- Ola, Njord.
- Muitas missões?
- Nah, só uma Hagraven e você?
- Tenho uma vida fora daqui, passo mais tempo lá fora, aventurando-me. – Sorriu brevemente. – Diga-me, por acaso aqueles dois ali – Apontou. - Não param de me olhar feio não?!
- Quem? – Me virei e na mesa onde todos comiam animadamente e conversavam: Vilkas e Farkas não tiravam os olhos de nós. – Não ligue, Vilkas adora me irritar.
- Hm, cheguei há quase um ano antes que você e eles não faziam isso comigo. Agora fazem.
- Devem estar com medo que eu roube você deles.
- Argh, que nojo. Digamos que estou protegendo alguém e não estou disposto a perder.
- Ahm? Eu.. não entendi. - Mas era tarde, ele já havia se afastado e eu fiquei tentando entender quem era a pessoa "protegida". Aela nunca daria bola para alguém se não fosse Skjor, provavelmente seria Ria, uma das mais bonitas aqui, porque Njada era alguém... ignorante demais. Não que eu a odeie, longe disso.
- Caçando o Njord, Yura?- Aela riu ao me assustar repentinamente.
- N-não, claro que não. Só estou confusa e afinal dei um jeito na Hagraven que pediu.
- Sei.. Bom, fico feliz, está se saindo muito bem, Skjor quer vê-la. Ele mandou avisar.
- Hm, tudo bem? Sabe o que ele quer comigo?
- Melhor você falar com ele. Olá Skjor.
Virei-me e vi Aela sair rapidamente, logo eu e o guerreiro fomos para a parede onde ninguém nos ouviria.
- Ah aí está você. Eu tenho algo planejado, diferente desta vez. Mas, ninguém pode nos ouvir, encontre-me embaixo da forja as 8h da noite.
- Em baixo da Forja?
- Sim, onde Eorlund trabalha, há uma porta secreta lá. Vejo-te lá.
-x-x-x-x-
- Está preparada?
- Sim, para qualquer treino que for.
- Não é um teste, sangue-novo. É um presente, entre.
Ao entrar senti Skjor fechando a porta feita de pedra. Lá dentro... um lobisomem. Na frente de um altar pequeno com uma espécie de curvatura feita em pedra.
- Teremos que fazer isto em segredo, pois Kodlak está tentando achar um jeito de curar essa maldição no qual ele denomina. Ele acha que estamos amaldiçoados, mas estamos abençoados. Como que um poder tão magnífico como este pode ser chamado de maldição? – Comentou Skjor, vendo que eu não o responderia, ele perguntou mais uma coisa: - Está preparada para receber uma o espírito de uma besta selvagem, garota?
- Não.. eu não estou preparada para isso.
- Como não?! Está mais do que preparada. Quantos treinos e dias passou para que pudesse se chamar de guerreira?
- Skjor eu não estou preparada, eu não nasci com isso, não devo ter.
- Muito bem. – Skjor tirou uma adaga de sua cintura e foi ao lado do lobisomem, disse-me ele que era Aela. Ele pegou sua mão e a trouxe para o centro do altar, passou a lâmina na palma da mão do animal, e o líquido vermelho e viscoso começou a descer. Enquanto caia, começa a encher o pequeno altar de sangue.
Em um movimento rápido, senti meu estômago doer, um soco forte no estômago que me fez querer gritar. Suas mãos seguraram meu rosto, especialmente minha boca. O lobisomem por sua vez levou sua mão em formato de concha e despejou o sangue em minha boca enquanto me recusa a engolir.
Por um momento meus sentidos estavam em alerta, meu Fus não saia e aquela sensação de estar engolindo só piorava. Skjor tinha muita força e eu parecia um boneco comparado a ele.
Aquele cheiro era horrível, quando comecei a ingeri-lo o gosto ferroso desceu em forma de fogo. Levei duas mãos para tirá-lo de mim e conforme fui tomando, minha visão foi escurecendo, trazendo-me para a escuridão, para o silêncio completo.
Meu corpo ardia, uma dor como se fosse fogo queimando minha pele, pedindo-me para ser livre. Meu coração começou a bater rápido, ele pedia-me para correr, pedia-me para gritar. A dor era insuportável, corria todo meu corpo fazendo delirar, o inferno parecia mais aceitável do que essa dor. E conforme a dor aumentava – se é que era possível - em um instante, tudo sumiu. E a vontade de ser livre agora era enorme.
Vi-me abrindo os olhos e simplesmente corri, corri para a parte de trás de Jorrvaskr e me vi subindo a forja de Eorlund, ao subir, podia ver quase a cidade toda, então algo na minha garganta queimou, me fazendo rugir, alto, sombriamente e sadicamente. Eu me sentia única, mais forte.
Pelos deuses, eu não era assim, o que havia acontecido comigo?
"Ajude-me"
Eu queria gritar por ajuda, e eu fiz. Uivei, uivei tanto que a tontura repentina fez-se presente. Minha cabeça doeu, comecei a ficar com tontura. E Simplesmente: escuro novamente.
x-x-x-x
- Sua transformação, não foi uma das mais fáceis. Mas, você continua viva, então, meus parabéns. - Sorriu cinicamente. – Você é instável, pior que Farkas, você não possui controle sobre si mesma, então é melhor não se transformar até compreender o que pode ser feito, hm?! – Suspirou - Temos uma celebração planejada para você. Há um bando de caçadores de lobisomens aqui em Gallows Rock. Os Mãos-De-Prata, que já deve ter conhecido. Vamos que Skjor já foi à frente.
- Você… vocês o que fizeram comigo? EU NUNCA ACEITEI ISSO.
- E agora não há hora para gritar, não adianta meu bem. Já está feito.
- Sem a minha permissão!
- Isso é uma dádiva, guerreiros de sangue devem se tornar a nova bênção para que o mundo volte a reconhecer os Companions como deveriam ser conhecidos. - Aela me encarou vendo que nenhuma palavra sairia da minha boca. - Não há cura, aprenda a conviver consigo mesma. Afinal, não colocamos um demônio em você, só chamamos para a luz o que já estava aí.
Fomos então ao destino, e começamos a matar alguns homens e mulheres Silver-Hands. O mesmo sentimento que tive quando fui consagrada parte do Círculo voltou, a sensação de perda, ela estava me rondando como se fosse um tigre caçando sua presa. Um, dois, três, quarto e assim sucessivamente, foram às pessoas morrendo. Até que então, não achamos Skjor em lugar algum. Ela me mostrou um lobisomem morto e torturado, supostamente era isso a discórdia que eles possuíam um com o outro.
Prosseguirmos e então o desespero bateu em Aela por ver Skjor no chão. Matamos o líder depois de termos sofrido bastante, eles eram fortes e isso me levou a pensar que eu morreria ali mesmo se não fosse por Aela acertar uma flecha na cabeça do líder.
- Esses bastardos, conseguiram achar um modo de matar Skjor.. – Ela dizia enquanto sentava ao lado do corpo, apoiando a cabeça do mesmo em suas pernas. As lágrimas de Aela desciam sem piedade e era notável como ela estava vulnerável naquele momento. Eu tinha medo de perder alguém, e sabia como era devastadora. – Skjor era um dos mais fortes, porém, o número de Silver-Hands era demais. Suma daqui vou tentar achar uma informação nos corpos deles. Você e eu temos trabalho a se fazer.
Por um momento, toda minha raiva estava lá, minha garganta queimando em vontade de jogar frases negativas em Aela. Skjor tinha o que mereceu, condenou uma vida por outra e eu era o sacrifício dele, toda culpa e toda injustiça seria depositado em uma única pessoa: Eu
Chegando lá minha expressão não era uma das melhores e com os passos pesados e chamativos, não deixavam de atrair os olhares dos demais. Njord assim que me viu com pouca armadura e o corpo cheio de sangue, veio-me perguntar:
- Hey, o que houve?!
- Skjor.. – Não consegui terminar de falar, aquilo era culpa minha, ele morreu por minha culpa.
Saí correndo com lagrimas nos olhos, todos me olhavam de forma estranha, talvez pela curiosidade de saber o que havia acontecido. Eu não sabia o que fazer, não sabia pra onde ir, tudo o que eu sabia era que uma pessoa havia morrido por minha culpa, por culpa do lobo que me tornei, pelo monstro que virei.
Correndo até o Hall inferior, corri até Kodlak, aliás, ele deveria saber disso. Notei que Farkas e Vilkas estavam falando com ele, e do nada eu entrei. Sem importar-me o peguei de surpresa, o abracei e deixei tudo de ruim sair em lágrimas. Sua reação foi automaticamente me abraçar, mesmo um tanto surpreso. Não me importei com Farkas, muito menos com Vilkas.
-Sangue-Novo, o que houve?! Aliás porque todo esse sangue?
- Me desculpa, me desculpa...
- Yura?! – Ouvi a voz de Farkas, até me assustei ao escutar Vilkas me chamar depois.
- O que aconteceu?! – Vilkas perguntou.
- Skjor... eu.. me desculpa foi culpa minha..
- Yura, sente-se. – Kodlak me fez sentar em uma das cadeiras amadeiradas de sua sala, e assim agachou-se na minha frente e os irmãos ficaram ao seu lado. Os olhares eram de medo e surpresa. – Me conte, tudo o que aconteceu.
- Eu fui convidada por Skjor para ir até a parte secreta do círculo. Lá, ele perguntou-me se eu gostaria de virar um lobisomem. – Percebi os três trocaram olhares. – Eu não aceitei, eu não podia aceitar, mas Skjor me forçou a tomar ele e Aela me forçaram contra a minha vontade. - Aos poucos eu sentia o clima ficar ainda mais negro. - Eu.. eu acordei em uma floresta, Aela me levou até um campo de Mãos-De-Prata para celebrar mais uma reinvindicação e lá descobrimos que Skjor estava morto. - Minha cabeça possuía muitos pensamentos negativos, fazendo-me abaixar o rosto por não poder encarar nenhum deles. – Foi minha culpa, me desculpa...
- Isto é ... ele não deveria ter feito isso e muito menos ido sozinho. Obrigado por me dizer. Um dia em que nossas almas devem chorar, e os nossos corações responderão. Vá. Sofra de qualquer maneira que você conheça. Porém, não se culpe, apenas limpe seu coração das mágoas. - Kodlak terminou sua frase, e logo saiu da sala.
- Garota, você deve saber lidar com essas coisas.
- Vilkas, ele era seu irmão basicamente, eu não posso lidar com isso sendo culpa minha.
- A vida não é um mar de rosas, Yura.
- Se ao menos.. eu soube-se lidar com o que eu tenho dentro de mim. Esse lobo, eu... é normal sentir coisas diferentes?
- Como assim?! – Farkas intrometeu-se
- Eu sentia o cheiro de todos daqui, quando abri a porta no hall superior. Sinto coisas que não sentia antes.
- Isso é normal, quando se torna um lobo, você... ganha as habilidades de um lobo, incluindo: Sentir cheiros diversos. Quando a pessoa sente medo de você, ela demonstra um cheiro, quando ela está feliz, outro. – Comentou Farkas
- Morangos, Dragon’s Tongue e Deathbell. Isso é você Yura. – Vilkas sorriu dizendo.
- Ahn?! - Sentindo minhas lágrimas descerem, eu levantava a cabeça para olhá-los.
- É o cheiro pra nós lobos, todos sabem que esse cheiro é seu. Quando está aqui em Jorrvaskr sentimos isso.
- Ah.. eu..
- Não precisa ficar com vergonha, é normal. E quanto a nós, tente descobrir. – Farkas divertia-se com minha cara. Parecia que ambos confiando esquecer a trágica perda recente e aquilo me deixava levemente confortável.
Com o rosto ainda molhado das lágrimas, levantei o rosto olhando para Vilkas que estava por perto, concentrei-me em descobrir um cheiro.
- Cheiro amadeirado, como aquelas árvores que ficam na chuva no meio de uma floresta. Aquele cheiro de natureza, limpo e que qualquer pessoa consegue gostar, folhas secas com uma leve lembrança de Nightshade. – disse enquanto encarava o chão, então observei os gêmeos.
- Este é Farkas, agora sabe conhecê-lo caso não o veja. – Vilkas comentou. – Agora ignore esses cheiros e capte os outros.
- Cheiro que encontra quando se está perto de lagos, como se fosse… Terra úmida e fragrância de ar puro. Ervas doces e frutas cítricas.
- Agora sim, este é o Vilkas, haha. – Farkas riu. – Se sentir esses cheiros, nos reconhecerá de longe. Cada lobisomem reconhece o outro, por isso é bom entender dos cheiros um dos outros. Fora que quando se é lobisomem, podemos ouvir as batidas do coração de outra pessoa. Como no caso, quando você chegou aqui agora pouco, você estava assustada.
- Pelos deuses, se eu fizesse algo, vocês saberiam.
- Exato.
- Eu não sei como agir. Tudo isso não foi algo que eu pedi para ter. É como se fosse um furto, um roubo do meu próprio eu.
- Nós sabíamos que Aela e Skjor planejavam incluir mais pessoas no círculo contra a vontade de Kodlak. Mas não que seriam os novatos.
- Se sabiam por que não os impediram?
- Porque esse tipo de comportamento nunca havia aparecido antes. Não sabíamos que poderiam ser perigosos a esse ponto.
- Mas há uma cura. Eu e Vilkas estamos estudando a anos e com a ajuda de Kodlak, sinto que estamos quase preparados. Só não se aborreça Yura, sabemos como pode ser difícil tudo isso, mas protegermos você até lá para que nada ocorra fora do planejado.
E foi assim que tentei ignorar tudo que eu sentia, aliás, eu sentia os batimentos cardíacos dos gêmeos e estavam batendo muito rápido comparado aos outros que estavam na sala. Talvez, estivessem se deixando entristecer, tocados pela mágoa. Todos pareciam evitar o assunto, tratavam como um contratempo, mas agora eles não podiam mentir para mim, eu sabia que estavam todos internamente frágeis.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.