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História The first son of Vergil - The Eyes of the World - Proposta de Dante - Memórias de Vergil - parte 1



Notas do Autor


Betado por: Bereu

Dante tem uma proposta para Nero e ao mesmo tempo, informações sobre a Ordem. Qual será essa proposta repentina de Dante? E que informações são essas?
Vergil, está em seu quarto, pensando no desaparecimento de Nero, desde sua última discussão com o garoto, nunca mais soube nada dele. Dentro de seus pensamentos e suas preocupações... Algumas revelações estão por vir!

Capítulo 12 - Proposta de Dante - Memórias de Vergil - parte 1


Fanfic / Fanfiction The first son of Vergil - The Eyes of the World - Proposta de Dante - Memórias de Vergil - parte 1

Era de manhã. O dia estava mais cinzento. Estava em um dos quartos da famosa Devil May Cry, – sociedade paranormal do Dante. Ele a chama assim, mas de fato,  não só trata de assuntos paranormais, como aniquila demônios, sendo chamado de Devil Hunter. Levantei da cama e quando olhei, ele estava na porta.

- E aí, garoto! – sorriu – Dormiu bem?

- Mais ou menos, mas dormi muito melhor que na outra noite. – ri de volta – Vai me dizer que informações você descobriu? – indaguei, olhando-o atentamente.

- Vamos! Conversaremos lá em baixo. – afirmou, se referindo ao piso de baixo.

- Deixa só me aprontar. - Dante saiu do quarto. Vesti minha roupa e fui ao banheiro fazer minha higiene. Depois, desci para o piso de baixo, onde o encontrei sentado com os pés sobre a mesa.

 - Bom, pode começar. – me sentando no sofá – Eu estou pronto para ouvir o que você tem para me dizer. – o olhei seriamente, o que o fez tirar os pés da mesa e me olhar de volta.

- Pelo que sei, tem traidores dentro da Ordem da Espada. – começou – Descobri que dentro dela, existe alguém realizando experiências com demônios. Demônios vivos, mortos, de todo o tipo. Ele usa essas experiências para algo bem grande, só não sei o quê.

- Ou seja, ele usa esses demônios para atacar Fortuna e outros lugares. – comentei, pensativo.

- Exato. Não sei ao certo qual o plano deles na verdade, mas sei que esses demônios vão causar muita merda. – seu olhar se centrou no meu  – Você é o único que pode descobrir qual o plano deles. Os inocentes que ali vivem, podem sair machucados se ninguém fizer nada, e como você já desconfia de algo… - apontou seu dedo para mim – Você é o único que pode salvar sua cidade.

- Entendi. Descobriu mais alguma coisa?

- Sim, ouvi uns comentários sobre um tal The Savior. – informou – Penso que eles querem ressuscitar algo grande. Talvez, aquelas experiências com demônios sejam para isso, ou apenas, para te distrair e eles começarem o plano sem que você note. Já ouviu falar de alguma coisa assim? – cruzou seus braços.

- Não… - fiquei pensativo – Espera! Lembrei-me de algo. – Sanctus, falava de um salvador, que iria ressuscitar e salvar a cidade. Sanctus era o padre, aquele homem que você matou. – baixei a cabeça, olhando-o em seguida – Ele falava de um salvador, dizendo que os poderes de Sparda tinham chegado até ele e que era a chave para reviver esse tal salvador. Será que é o The Savior?

- Talvez, pois senti uma energia muito negativa vinda desse velho. – se referindo a Sanctus – Por isso explodi seus miolos. – se levantou – Agora, nos resta descobrir o resto e descobrir quais são seus planos. Sinto que algo maléfico vem por aí.

- Certo! Obrigado pelas informações, ficarei atento a todos os passos dentro da Ordem. Eu descobrirei o que eles estão aprontando e aí faremos de tudo para impedir. – afirmei, confiante.

- Me espera aqui, tenho uma proposta para você. – se dirigiu a uma estante, tirando um  dossiê dela.

- O que é isso? – me levantei e me aproximei dele.

- Minha proposta é… – me mostrou um papel – Quer ser um membro da Devil May Cry e ser um Devil Hunter como eu? – indicou um local para assinar.

- Sério isso? – questionei, surpreso com a reação dele. Parei por uns minutos, olhava Dante e a folha que ele tinha me dado para assinar. Seria legal ser Devil Hunter. Ele, de fato, me ajudou muito e me poupou a vida, quando teve hipóteses de acabar comigo. E aliás, pelo que ouvi de sua boca, ele é irmão de meu pai, não posso negar isso, pois reparei no amuleto que usava em seu pescoço. Era igual a de meu pai, não tinha dúvidas, era seu irmão gêmeo - Aceito! – assino o papel – Isso irá me ajudar, não só a descobrir informações sobre a Ordem, como também descobrir mais verdades sobre mim. E claro, sobre a Ordem da Espada, sou um guerreiro dela.

- Não se preocupe. – me deu um número de telefone – Quando estiver por lá, manteremos contacto. Assim é que se fala, garoto! – me dando um tapa no ombro – Muito bem! Para começar, tenho uma missão para você. – se sentou de novo, me sentei à sua frente.

- Fala aí, estou pronto para meu primeiro trabalho. – centrei minha atenção em Dante – Mas, terá que me dar metade do pagamento, não trabalho de graça. – ergui minha mão, esperando alguma nota sair.

- Nossa, um garoto jovem pedindo dinheiro a seu patrão? – riu – Está bom, aqui está seu pagamento. – me deu um maço de notas – Nossa, e agora como comprarei as minhas pizzas e meus sundaes? - falou para ele mesmo, mas eu ouvi, mesmo que tenha sido bem baixinho.

- Eu ouvi essa. – dei uma enorme risada. - Descansa, velho. Depois dessa missão, vamos a uma pizzaria. O que acha? – puxei minha língua de fora.

- Gostei, assim é que gosto de meus trabalhadores. Se me der pizza, te dou todo o dinheiro que você quiser! –  seus olhos estavam brilhando, o que me fez rir.

- Você ama mesmo pizza, “né”? Sabia que pizza faz mal? – zombei – É muito gordurosa, deveria mudar seus hábitos alimentares. – tapei a boca, para não rir mais.

- Não posso viver sem minha pizza e meu sundae de morango! – fez uma expressão dramática – Eles são os meus preciosos! – se abraçando a uma caixa de pizza que tinha em cima da mesa, o que me fez soltar outra risada.

- Sério isso? – tirei a caixa dos braços dele  – “Uhm”, essa pizza é uma delícia! – comi a fatia que estava na caixa, fazendo uma expressão de satisfação, o que fez mostrar uma cara de ira.

- Minha pizza! – gritou. Seu grito foi tão alto que com certeza, toda a vizinhança ouviu. Eu apenas ria da figura de Dante, de fato, ele era uma comédia total. - A minha amada pizza, como ousa comer a minha doce pizza? - sua expressão mostrava puro drama e ao mesmo tempo, uma figura engraçada.

- Nossa, ia deixar seu amado sobrinho com fome? – faço olhos de gatinho esfomeado – Você é do mal mesmo! – cruzo os braços, fingindo estar chateado, com um pequeno sorriso nos lábios e um olho semi aberto.

- “Ah”, não fica assim com seu querido tio. Tá bom, fica com essa fatia de pizza. – cruzou seus braços, fazendo biquinho.

- Vamos ao que interessa? – perguntei, comendo a última fatia.

- Tem razão. – descruzou seus braços e me olhou atentamente – Reparei que, aqui perto, tem um edifício bem estranho. – começou – Ele nunca tinha estado aqui antes. Ele parece antigo, reparei numas luzes néon dizendo The Gates of Hell. – mostrou uma foto da casa.

- Ou seja, minha missão é investigar o que há nesse edifício. – peguei a foto e a olhei com atenção.

- Exato, eu ia com você, se não tivesse outro assunto para tratar. – se levantou, pegando seu casaco – Conto com você, garoto. – me tocou no ombro.

- Legal, pode contar comigo. – sorri – Não o irei desiludir.

Dante saiu, me deixando sozinho. Nem queria acreditar, não só sou um guerreiro nobre da Ordem da Espada, como sou um Devil Hunter, investigador de casos paranormais e demoníacos. Estava entusiasmado, de fato, ele tinha depositado toda sua confiança em mim. Ele era diferente de meu pai, mais divertido, me fazia rir.

Meu pai era mais sério, me machucou algumas vezes com suas mentiras…

Algumas?

Me machucou um monte de vezes. Não sei mais se devo sentir afeto por ele ou apenas ódio. Não consigo odiar meu pai, ele é meu pai! Me machucou muito, é verdade, mas ele, queria me proteger. Fico pensando… Como ele estará agora?

(…)

Estava em meu quarto. Olhava a foto, aquela que meu filho tinha encontrado no chão. Lágrimas rolavam por meu rosto. Nero tinha sumido, não sabia onde ele estava agora. Meu coração estava apertado, não sabia mais o que fazer. Me deitei na cama, fitando o teto, me sentia completamente perdido.

- Como meu garoto estará agora? – pensei – Onde ele estará? – fecho meus olhos, deixando minhas lágrimas rolarem por meu rosto – Tudo o que eu mais queria, era poupá-lo de tanto sofrimento. Em vez disso, apenas o fiz sofrer mais… - olho a foto novamente – Só me resta esperar por seu regresso. Sei que ele consegue se proteger sozinho, pois é um garoto forte. – concentro meu olhar na imagem dele – Se eu pudesse voltar no tempo,  tentaria fazer as coisas de outro modo. Nero, te prometo, eu te protegerei sempre, nem que para isso… - limpo minhas lágrimas – Tenha que dar minha vida.

Nero era especial para mim, não só era meu filho, mas como também, me fazia lembrar da minha falecida e amada mulher. Ele me trazia suas memórias, momentos bons… Até a tragédia que a tirou de mim.

Ela não era muito de demonstrar seus sentimentos, ela mesmo o dizia. Sempre me dizia que eu fui o único homem a fazê-la mostrar seus sentimentos uma vez na vida. Quando  engravidou de Nero, pude sentir que ela o amava desde o momento que se formava dentro dela. Quando um bebê se forma, consegue nos trazer orgulho, arrancar nosso amor e amá-lo fortemente. Um amor que não dá para explicar.

Ele é nosso primeiro e único filho. Muitas coisas aconteceram… E nos separaram… A vida é traiçoeira demais, nos dá algo especial, e tira esse algo de nós, como se arrancassem um pedaço de nós. Mas uma coisa é certa, perdi a pessoa que amo, uma perda insuportável e que me marcou muito…

Mas em meu coração, minha alma, minha mente, ela permanece viva, como se fosse imortal. Ela mora em mim, em meus pensamentos, em meu coração. Nunca a esquecerei por mais que tente.

Cometi muitos erros em minha vida. Talvez, esse seja o castigo… Castigo esse que me fez abrir os olhos e pensar no que realmente é importante. Machuquei demais meu irmão, só pensava em poder e me igualar ou ser mais forte que meu pai. Era um homem cruel, rude, gélido, egoísta, só pensava em mim, pensava em me diferenciar de Dante. Sempre vivi na escuridão, pensava em dominar o mundo, sem pensar nos humanos. Os achava criaturas idiotas.

Mas e essas lágrimas que estou chorando? Chorar é algo que os humanos fazem, e se eu sou um simples Nephilim. Por que estou chorando então? Chorar é uma dádiva dos humanos, uma dádiva, que mostra que eles estão sofrendo, que estão sentindo dor. Ou vice-versa. Existem as lágrimas de alegria… Posso dizer que já as derramei também.

Me lembro de todos os momentos que passei com ela. De como a conheci… Principalmente… De quando ela me falou que estava grávida.

(…)

Estava caminhando por uma estrada, numa noite bem escura. Adorava sentir a aragem da noite. Muitas coisas tinham acontecido, eu apenas as queria esquecer. Caminhava lentamente ao longo da estrada, até que um barulho me alertou. Vi uma luz vinda em minha direção e só senti algo cair em cima de mim.

- “Ai”, não acredito nisso! – ouvi uma voz feminina – Quebrei meu tornozelo. E o senhor? Você está bem? – tirou seu capacete, mostrando seus olhos azuis, seus cabelos eram longos – O que faz um homem solitário, caminhando nessa estrada tão perigosa?

- Estava apenas passeando por aqui. Você deveria ter mais cuidado! – a olhei – Quase me atropelou, quer dizer… - cocei minha cabeça – Você não só me atropelou como caiu em cima de mim.

- Peço imensa desculpa, senhor. Você é que deveria tomar atenção, andar por uma estrada dessa de noite é bastante perigoso! – ajudei a mulher a se levantar enquanto ela resmungava.

- O único perigo que vejo aqui é você. – ri.

- Veja lá se não me torno mais perigosa a quebrar seus dentes! – ela revirou sua cara, cruzando seus braços, e se agachando em seguida.

- Estou vendo que seu tornozelo está péssimo. – olho para o pé da moça – Venha, minha casa é aqui perto, lá te faço um curativo.

- E posso mesmo confiar em você? – me olhou só com um olho, fazendo biquinho.

- É pegar ou largar. Ou será que prefere andar aí coxeando com uma moto feita em pedaços? – aponto para a moto da mulher, que estava completamente quebrada.

- Tem razão, moço… - baixou a cabeça, olhando a sua moto – Vamos! Me ajuda a andar até lá, essa dor está insuportável.

A mulher parecia ser orgulhosa demais, mas isso era engraçado nela. Suas dúvidas me faziam rir um pouco, pareço ser assim tão maldoso? Ou se deve ao fato de eu já o ter sido e apenas ser um homem arrependido de todas as maldades que fiz?

A mulher se apoiou em mim. Ambos caminhamos lentamente até chegarmos a minha casa.  Entramos, lentamente, e depois de já está dentro da minha casa, ajudei a senhora a se sentar no sofá e ela permaneceu quieta.

- Fique aqui, vou buscar minha maleta de primeiros socorros. – ordenei, indo a meu quarto buscar a maleta.

Ela assentiu e ficou me esperando.

Subi apressadamente a escadaria até ao piso de cima, que me levava a um corredor próximo de meu quarto. Entrei nele e procurei a maleta, que estava guardada dentro de minha cômoda. Desci as escadas e ela me olhou.

- Estava demorando, isso está doendo muito. – comentou, com sua mão no tornozelo.

- Fique quieta. – ordenei, fazendo o curativo em seu pé – Pronto. Não se esforce por uns tempos, o seu tornozelo está inchado, leva pelo menos uma semana para ele voltar ao normal. – coloquei a maleta em cima da mesinha que estava no centro da sala.

Silêncio reinou por alguns minutos, uns longos minutos. Eu a olhava, mas quando ela me olhava, eu disfarçava que estava olhando para outro canto da casa. Afinal, que sentimento estava nascendo dentro de mim? Porque não tirava os olhos dessa mulher? Será que estava me apaixonando por ela? Será que isso é mesmo possível? Não, não pode ser! Apenas aconteceu um acidente, ela se machucou, a trouxe para minha casa, fiz um curativo em seu pé, acho que é só isso.

Pensando bem, onde a senhora vai dormir? Não pode andar por aí assim! Não acredito nisso, estou me preocupando demais com ela, como nunca me preocupei com ninguém. Será que eu estou ficando louco?

- Como você se chama? – ela indagou, fazendo-me sair dos meus pensamentos.

- Meu nome é Vergil. – respondi, fitando-a – E você, senhora desastrada? – sorri.

- Meu nome é Ângela. – respondeu – E não me chama assim! – revirou os olhos - O que você andava fazendo por aquela estrada nessas horas?

- Estava passeando, minha vida é tensa demais… - suspirei – Apenas estava apanhando uns ares, até esse acidente acontecer. – a olhava – O que você faz da vida?

- Bom, é meio vergonhoso falar isso… - ela fica corada – Eu sou uma garota de programa. Terminei meu trabalho e estava a caminho de casa. – ela me olhou – E você, o que faz? – Eu simplesmente corei com sua resposta. Garota de programa? Nossa, não imaginava que iria conhecer uma mulher assim. Tem coisas, que o destino quer mesmo que aconteçam, estou me apaixonando por uma garota de programa? Meu coração batia forte, sentia umas borboletas na barriga, seria isso, o amor nascendo em mim? Estaria apaixonado por essa linda mulher? - “Ei”, te fiz uma pergunta. O que você faz da vida? – voltou a perguntar, o que me fez voltar a atenção para ela.

- Bom, tenho um monte de trabalhos, sou médico e faço outras coisas. – respondi – Esse dinheiro servirá para muitas coisas, cuidar de mim mesmo e etc.

- Interessante… - ficou pensativa – Está ficando tarde, já tenho esse curativo, posso ir para minha casa?

- Acha mesmo? – olhei para ela se levantando, me levantando em seguida – Você acha que está em condições de andar com o seu pé assim? Sua moto está quebrada, como você vai para casa, a pé? – mostrei preocupação, o que deixou a mulher surpresa, mas seu orgulho falou mais alto.

- Não quero depender de você, você já me ajudou o suficiente. – virou de costa – Tenha uma boa noite senhor e agradeço sua hospitalidade.

- Tudo bem, não diga que eu não avisei. – deixei-a sair porta fora e me sentei no sofá.

Ela saiu e tudo ficou silencioso por segundos, até que ouvi um estrondo vindo de fora. Me levantei do sofá e fui a correr para averiguar o que havia acontecido. Me deparei com a mulher, caída no chão, com seu pé sagrando.

- Eu te avisei, você não quis ouvir. Eis o resultado de sua teimosia. – coloquei minhas mãos na cintura, observando a moça no chão.

- Me ajuda a levantar logo! – berrou, irritada, o que me fez soltar uma pequena risada – Tá rindo de quê? De minha desgraça? Vai me ajudar ou continuar a rir?

- Se acalma, fera! – zombei – Venha, te ajudo sim, vou ter de fazer outro curativo. – comentei, ajudando ela a se levantar, a apoiando em meu ombro – Deixe esse seu orgulho de lado e aceite minha ajuda duma vez.

A levei de volta para casa, a sentei no sofá novamente. Peguei na minha mala e fiz um novo curativo.

- Droga, isso está ardendo! – queixou.

- Normal, seu pé está ferido, você se cortou com esse pedaço de vidro aqui. Agora você terá de ficar em repouso por mais tempo, pode demorar um mês ou mais para melhorar. – mostrei um pedaço de vidro ensanguentado – Em vez de ser orgulhosa demais e acabar nisso, para de ser rude e aceita a ajuda de alguém que quer realmente te ajudar. – continuava fazendo o curativo, enquanto ela me olhava. Eu olhei de volta, e a vi revirando o rosto, mas dava para perceber que estava corada novamente. Será que ela está começando a sentir a mesma coisa que eu? Ou será apenas a vergonha a falar mais alto?  Estava tarde, me sentia exausto. - Pronto, agora fica quieta, e nem pense em sair pela porta de novo. – bocejei – Estou exausto!

- Onde vou dormir? Estou ficando com sono também. – indagou a mulher.

- Eu durmo aqui, você fica no meu quarto. – sugeri e ela  assentiu. Peguei-a cuidadosamente no colo e a levei até ao quarto. A deitei delicadamente na cama e lá a deixei. - Tenha uma boa noite, mulher explosiva.

- Eu só fico aqui porque tenho que descansar e melhorar de meu pé, veja se você não se aproveita de mim enquanto eu estiver dormindo! – avisou, com um olhar ameaçador que não me assustou nada.

- Nem estava pensando nisso. Eu sou um homem sério e não um estuprador. Vou dormir, estou exausto.

Saí do quarto e a deixei ali. Fui para o sofá e lá acabei por adormecer.

Esse sentimento estava nascendo em mim. Sentimento que os humanos chamam de amor. Meu coração batia forte, essa mulher não saia de minha cabeça. Sentia borboletas na barriga, me sentia nervoso ao seu lado. Eu era tímido quando conversava com ela.

Sim, esse sentimento é o amor nascendo dentro de mim. Nunca sentira isso antes, é a primeira vez. Um sentimento que nasce sem nós esperarmos e que nos faz sonhar, nos faz sentir noutro mundo.

Vários dias se passaram. Levava o café da manhã, almoço, lanche e jantar para a mulher ferida. Ela não conseguia andar direito e não podia esforçar o seu pé. Ás vezes, passava horas conversando com ela, eu e ela estávamos mais sociáveis, o que demonstrava que algo estava crescendo entre nós dois. Mas, o seu mau humor permanecia lá, mas eu não ligava mais para isso, não conseguia estar mais longe dela. Ela poderia parecer maldosa, mas tinha o seu lado doce e eu sinto que consegui despertar isso nela. Eu posso dizer que eu era muito gélido antigamente, rude e que falava que nunca iria me apaixonar. Mas o destino é traiçoeiro, e me mostrou que por mais que negasse, as coisas podem acontecer quando menos esperamos.

Tinha se passado um mês, o pé dela estava melhor. Ela já conseguia andar, mas ainda coxeava. Pude reparar ela coxeando até mim.

- Precisa de ajuda para algo? – sorriu – Você já cuidou de mim o suficiente, deve estar cansado demais. Eu te ajudo com o almoço dessa vez! – pegou numa cenoura, começando a cortar ela.

- Mas você ainda está coxeando! – olhei para ela, mostrando enorme preocupação – Vai se sentar, enquanto você estiver assim, não pode se esforçar…

- Nem venha com essa de novo! – interrompeu minha fala – Eu me sinto melhor, não quero me aproveitar de suas forças para cuidar de mim, como prova de minha gratidão, quero te ajudar com o almoço e não se fala mais nisso.

Apenas cedi, ela me ajudou a preparar tudo. Nos  sentamos à mesa para comer, ambos trocávamos olhares, mas mantínhamos o silêncio absoluto. Terminamos nossa refeição. Era hora de lavar a louça. Ambos nos levantamos, pegando nossos pratos, talheres e copos e levando para a pia. Parecia uma luta, de quem lavava as louças, ou ambos as lavávamos ou então quebrávamos tudo. Estávamos lado a lado lavando as coisas até que sem querer, nossas mãos se tocaram.

Ambos largamos o que estávamos fazendo e nos encaramos, nos olhando olhos nos olhos. Nossas mãos estavam coladas uma na outra, nossos corações batiam em ritmo acelerado., Fechei meus olhos. Pude sentir seus doces lábios tocarem nos meus, seria aquele, o famoso primeiro beijo? Ela me abraçou e eu correspondi o abraço. Nossos lábios continuavam se tocando, até que nos afastamos pela falta de ar que aquele beijo denso nos causara.

- O que está acontecendo? – ela corou – Que foi isso?

- Acho que foi a magia do amor falando mais alto… - corei, tocando seu rosto, a fazendo me olhar nos olhos – Eu a amo, você despertou esse sentimento em mim. Não sei explicar, seu orgulho, seu lado doce, sua teimosia, me fizeram sentir isso. Nunca senti isso por ninguém. Você é meu primeiro e único amor. Te amo! – dei um selinho em sua boca.

- Acho que sinto o mesmo por você. – me encarou – Você foi humilde comigo, sempre insistiu em me ajudar. Cuidou de mim quando eu estava ferida. Eu nunca fui uma mulher de expressar meus sentimentos. – ela estava corada, seus olhos brilhavam – Você despertou esse sentimento em mim, sempre fui uma mulher orgulhosa. Você conseguiu arrancar esse meu orgulho. Cuidou de mim, me tratou como uma princesa. Eu te amo, me apaixonei por você com o tempo. – Ambos nos sentamos no sofá, ali ficamos. - Você sempre morou sozinho? – questionou ela.

- Sim… - baixei minha cabeça – Meus pais faleceram, estou afastado de meu irmão. Eu cometi muitos erros, que levaram ele se afastar de mim e talvez me odiar.

- O que foi isso? – se levantou repentinamente, saindo para fora da casa e se deparando com algumas criaturas cintilantes.

- O que está acontecendo? – corri para fora de casa e fiquei incrédulo.

Um deles falou:

- Oh, sinto o poder das trevas! - a criatura encarou a mulher - Ora vejo que ainda existe seguidora da escuridão. Ou uma pobre alma que ousou fazer um pacto para obter poderes de uma bruxa?

- Só me faltava mais essa. – ela encarou a criatura – O que você quer, me encher o saco?

- Sua existência de sofrimento deve ser eliminada, somente assim sua alma será liberta das trevas! - preparou-se para atacar com inúmeros anjos - Há seres como você que nunca entenderiam. Ataquem!

Os anjos iam atacar a mulher, por impulso, me botei em sua frente, concentrando minha energia e dispersando ela, afastando-as.

- Ninguém toca nela! – fiquei na frente dela, o que a deixou surpresa – Vocês só a pegam por cima de meu cadáver. O que querem dela? Quem são vocês?

- Somos anjos, servimos a ordem do céu. Tal como essa bruxa que é ligada aos demônios. - informou rigidamente. - A Witch Hunt ainda não acabou!

- Umbra Witch? - fiquei pálido – Anjos e Umbra Witches estão em guerra?

- Sim. – afirmou ela olhando para mim – Anjos e nós, somos uma guerra natural.

- Não somente isso, vocês esconderam um dos Olhos do Mundo! Devemos matar qualquer que se opor a nós! – respondeu o anjo.

- Olhos do Mundo? – indaguei – Não estou entendendo nada.

- Olhos do Mundo, os olhos que observam a luz e a escuridão. – respondeu ela – Eles andam nos perseguindo por causa deles, se eles se unirem, Jubileus renascerá.

- E esse mundo sujo será eliminado. Essa é a verdadeira salvação! – exclamou.

- Sabe o que é a verdadeira salvação? – fitei a criatura, deixando-a furiosa – Vocês sumirem e deixarem esse mundo em paz!

- Criatura desimportante como você não entende, essa é a vontade divina! E quanto a vocês, serão os sacrifícios!

- Você pirou de vez? Acha mesmo que vamos ceder a isso? Ninguém manda em nós, somos livres de escolher o que queremos! – vociferei, deixando a criatura mais irritada.

- Deixa isso comigo, essa guerra é minha e dele. – a mulher se colocou na minha frente – Você não vê que nunca iremos entregar o que vocês querem?

- Sua completa falta de senso te levará a morte prematura, bruxa! – gritou o anjo, irado.

- Veremos isso!

Sorrindo arrogantemente, a bruxa segura sua roupa e a arranca sem hesitar. Sua nudez é coberta imediatamente por seus longos cabelos até formar sua roupa extremamente justa. Ao passo em que armas surgem em suas mãos e calcanhares, seu poderoso All 4 One. O porte de uma legítima Umbra Witch.

Ela desenhou o símbolo antigo Umbra e saltou elegantemente para dentro dele e indo diretamente para os anjos. Usou um deles para se impulsionar contra os demais enquanto as armas nos pés dispararam simultaneamente. Havia uma óbvia desvantagem numérica, porém lhe agradou. Seus movimentos eram graciosos e precisos, seus ataques violentos e certeiros. Ela chutava e atirava ao mesmo tempo e, por fim dançou sobre as luminosas criaturas que ainda tentaram atacá-la. Simplesmente eliminou um por um, então gritou: - OXEX RACLIR! - os cabelos se separaram do corpo feminino e formou pequenos turbilhões para cobrir a nudez da mulher. Atrás dela uma enorme cabeça de dragão apareceu, ele soltou um estridente rosnar e numa única bocada, pegou feroz o anjo e o mastigou a criatura contorceu-se numa falha tentava de liberdade e o demônio esmagou sua cabeça contra o chão e o devorou. Feito isso, ele novamente rugiu e desapareceu nos turbilhões de cabelo que voltaram a ser a roupa de combate da bruxa.

- Pode me explicar o que acabou de acontecer? – entrei para dentro da casa.

- Posso sim. Relaxa, eu vou te contar tudo. – entrou comigo, se sentando no sofá, e eu me sentei a seu lado. - É complicado, mas você precisa saber. – começou - Eu fazia parte de um antigo clã, Umbra Witch aliada aos demônios. Nós e os Lumen Sages, aliados ao anjos, mantínhamos o equilíbrio correto nesse mundo. E ele foi rompido... Quando a luz e as trevas se unirem trará calamidade a esse mundo... Então a guerra iniciou-se e tivemos a vitoria, porém influenciados pelos anjos e o ultimo Lumen Sage os humanos nos caçaram e debilitadas minhas irmãs foram mortas. E isso abriu caminho para eles virem atrás do Left Eye e sem saída a coloquei em animação suspensa. Eu e minha irmã Umbra somos aquelas que sobreviveram ao Witch Hunt a mais de quinhentos anos. E luto com anjos como parte da minha herança e meu contrato com os demônios, entende?

- Posso entender um pouco… - suspirei – Meu nome é Vergil Sparda, filho do famoso Dark Knight, que morreu ao fechar o Portal Infernal, que se situava na torre Temen-Ni-Gru, que ligava esse mundo ao mundo do Inferno. Sparda era um homem corajoso, lutador e muito poderoso. – expliquei – Mas ele se apaixonou por uma anja e isso era proibido. O caos se instalou e os demônios resolveram capturá-lo e acabar com sua vida. Ele teve dois filhos, eu e meu irmão gêmeo, Dante. Ele nos deixou como herança, partes da chave que consegue abrir e fechar o Portal Infernal. – apontei para meu amuleto – Parte do Perfect Amulet e essa espada, Yamato. Meu irmão, ganhou outra parte do amuleto e uma espada chamada Rebellion. Nossa mãe, Eva, tentou nos proteger, até que nosso lar foi atacado e Mundus, o rei demônio, arrancou seu coração drasticamente. Mundus era irmão de nosso pai, ele amava Eva, mas como ela não o amava, ele resolveu se vingar, matando-a e tentando capturar seus filhos. Bom, ambos tivemos destinos muito diferentes. Dante, pelo que sei, tem uma sociedade chamada Devil May Cry, que trata de casos paranormais e casos demoníacos, o chamam de Devil Hunter. Ele mata demônios, para se vingar de Mundus, por a morte de nossa mãe. Já eu, sempre o invejei… - baixei minha cabeça – Sempre procurei por poder, não me importava, que com isso, machucasse meu irmão. Minha sede por poder era grande, só pensava em me igualar a nosso pai e acabar com Mundus, e eu, me tornar o próximo rei demônio. Claro que isso nunca aconteceu, eu e Dante nos defrontamos várias vezes, mas ele sempre me venceu.

Ela me observou num misto de surpresa e entendimento. Ela tocou suavemente em minha mão, tentando me transmitir todo apoio.

- Acho que isso só prova que carregamos fardos muito pesados. - sussurrou compreensiva - Eu nunca realmente acreditei em destino ou coisas semelhantes, mas acho que depois que te conheci creio que isso mudou. Então significa que estávamos destinados a nos encontrar, não é? – sorriu.

Corei por uns momentos. Parecia que tinha algo entalado na garganta, querendo sair, mas não conseguia. O nervosismo estava tomando conta de mim. Estar ao lado dela, me fazia sentir realmente nervoso, sem saber o que falar ou expressar. Até que a olhei e falei:

- Acho que agora carregaremos nossos fardos juntos… - agarrei sua mão – Ambos passamos por muitas coisas. – suspirei – Se o destino nos permitiu nos encontrarmos, é porque ele sabia que iríamos compreender e nos apoiar um ao outro.

Quando demos por nós, nossos lábios estavam colados novamente. Era algo que já não podíamos evitar. O amor já reinava em nossos corações.

(…)

Depois de intensas revelações, ambos seguiram seus caminhos tortuosos juntos, não somente como parceiros em batalha, mas e também como um casal. Escolhendo fazer o próprio destino na luta contra os anjos e demônios, para manter o mundo longe do caos, e dessa forma, permanecer a ordem. O amor deles cada vez crescia mais. Esse amor os fez mudar de personalidade, os tornando mais doces. Com esse amor… Algo irá nascer. Eles agora são, uma família.

 


Notas Finais


Memórias de Vergil continuam rondando em sua mente, nos contará sobre a gravidez de sua amada e as guerras que surgiram depois do nascimento do bebê. Será que o casal conseguirá proteger seu amado filho?


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