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História Those Who Bring Chaos - Uma cartola preta viaja pelo espaço


Escrita por: The_BlackRabbit__

Notas do Autor


Não, eu não desisti de escrever a história. E não, não vou deixar de escrever, por mais que demore pra postar! Eu disse que iria terminar essa budega e é o que eu vou fazer! Sorry a demora, mas como sempre, no time, bro. Mas tô fazendo o possível, eu juro. Acho que não tenho muito mais o que comentar, esse capítulo tá bem simples, mas em breve... porradaria, sangue, e tortura virão ahueheuhu.

Capítulo 12 - Uma cartola preta viaja pelo espaço


Fanfic / Fanfiction Those Who Bring Chaos - Uma cartola preta viaja pelo espaço

Charlotte dirigiu-se até a sala particular de seu chefe, era hora de mais uma missão. Fazia anos que trabalhava nas indústrias Boxmore, apreciava seu serviço, e via-se contente em obedecer ao Lorde Boxman, apesar da  tão conhecida falta de senso dele.

A vampira abriu as grandes portas para atender mais um pedido, possivelmente outra missão relacionada ao arqui-inimigo de seu mestre, que se tratava de um pequeno projeto de herói, um garotinho conhecido como K.O. que trabalhava com seus amigos no intitulado “Gar's”, uma loja de conveniências e suprimentos para heróis sobre a responsabilidade do herói local, na praça Lakewood Plaza Turbo.

— Oi, chefinho! — anunciou animada — estou ansiosa para mais um dia! O que o senhor deseja para hoje? — questionou. 

Na cadeira giratória em frente à suas janelas, onde podia ter uma ampla visão do território de seu inimigo, o baixinho já estava claramente irritado em plena manhã.

— Charlotte! — virou o olhar rapidamente para encará-la — finalmente chegou! Perfeito! Poderemos executar o plano genial que tive para separar aqueles moleques de uma vez por todas! 

De pequena estatura e um pouco acima do peso ideal, o chefe de Charlotte é um vilão de baixo nível, um irritadiço homenzinho que faz de tudo para destruir a amizade de K.O com sua turma, pelo simples motivo de odiar a amizade entre eles. Ele possui uma placa de metal na metade da cabeça, onde um olho robótico vermelho pode ser notado, com cabelos verdes saindo da outra metade, outra peculiaridade é sua mão direita, que se trata de uma pata de galinha, ele veste um jaleco branco de laboratório e calças e botas pretas.

O escritório era amplo e com cores frias em tons de roxo, rosa e vermelho,  todas contrastando-se entre si. A mesa do Lorde mantinha-se no canto central, com papéis e documentos sobre. O chefe podia ser um desmiolado, mas quando se tratava de elaborar dispositivos de maquinário e destruição ele sabia o que fazia, tanto que um de seus principais era a própria mesa, a qual muitas vezes ele utilizava para deslocar-se pelos céus já que a mesma possuía jatos instalados nas laterais, aleatoriamente.

— Pode deixar, senhor! Tenho certeza que vamos conseguir dessa vez!

A de cabelos roxos não entendia o motivo de tal indignação por parte de seu superior em relação ao menino, certo, ele era um herói, e todos os heróis devem ser exterminados, mas gastar tantos recursos tentando se livrar de uma criança lhe parecia perda de tempo. 

— Muito bem, precisamos correr! O Professor Venomous estará aqui em alguns instantes e tudo precisa estar perfeito para que eu apresente meus novos projetos robóticos à ele! — afirmou o estranho vilão, contraindo-se de empolgação em sua cadeira. 

A moça sorriu em apoio, gostava quando Boxman se dedicava à outras coisas além de tentar destruir aquela pracinha barata, se conseguissem um patrocínio de um vilão superior como o Professor, poderia ser que focassem em diferentes caminhos agora.

Ela sentiu o celular vibrar no bolso traseiro da saia lápis, puxou o eletrônico com a ponta dos dedos para ver do que se tratava. Uma mensagem de Jodie.

“Hey, Charlotte! O Black Hat me mandou em uma missão para sair de nossa galáxia hoje! Você gostaria de se juntar à nós? Sei o quanto adora viajar pelo espaço, iremos partir meio-dia, caso queira, me confirme.”

A amiga abriu um sorriso em expectativa, ela abriu a conversa para digitar sua confirmação. “Estarei à caminho assim que puder”. Enviou e voltou a atenção ao chefe.

— Ok, mestre, vamos discutir sobre o plano para terminarmos logo com isso e focarmos na vinda do Professor, gostaria que eu aproveitasse e preparesse meus bolinhos especiais? — perguntou, oferecendo ajuda.

— Sim! Ah… Seus bolinhos… — os olhos de Boxman brilharam em expectativa.

— Então farei tudo o mais rápido possível! Vamos ao plano…

— Ah, sim! Você se lembra do fundo emergencial para investir na expansão da empresa? — disse Boxman. 

— Sim! — seria um milagre? O chefe realmente estaria movendo seu foco para outra coisa? 

— Eu usei tudo para comprar equipamentos e destruir a praça! 

A de cabelos roxos não conseguiu conter sua espontânea feição de indignação, mais gastos! Era só o que faltava! 

— Senhor, como assim?! — perguntou, já chorando internamente — você sabe sobre a queda nas vendas! É surpresa que ainda não tenhamos entrado em falência, e agora faz isso? 

— Mas, Charlotte! Eu tenho certeza que funcionará desta vez! — ele abandonou a posição em sua cadeira para dirigir-se até ela — você só precisa ver minha nova criação e vai deixar de se preocupar! 

— Lorde Boxman, eu tenho feito o impossível para manter o nosso ganho com a indústria, você não acha que deveria passar mais tempo projetando novos robôs do mal ao invés de espionar aquelas crianças o dia inteiro? — comentou, visivelmente transtornada.

— Eu não "espiono"! — refutou ofendido — esses pirralhos ficam o dia todo com aqueles sorrisos idiotas no rosto! Você tem que confessar que-

Boxman foi interrompido pela chegada de um de seus robôs principais, Renê, um simples robô vermelho, alto, magro, com botas mecânicas cinzas e núcleos amarelados sobre o tórax e dorso das mãos, enquanto seu mono-olho mantém-se atento à toda movimentação e uma placa transparente protege o cérebro em exposição. 

— Oi, pai! — sendo uma criação de Boxman, seus servos têm o costume de chamá-lo dessa forma, além de também serem realmente tratados como filhos do vilão — e aí, Charlotte! — não deixou de cumprimentá-la — pai, só vim avisar que-

Agora o Lorde que havia o interrompido. 

— Renê! Não vê que eu e a Charlotte estamos em uma reunião importante?! O que você quer? — esbravejou, com o rosto corando em fúria. 

— Bom se o senhor me permi-

— Deve ser algo de extrema importância para você quebrar nossa discussão! — continuou. 

— Então, eu queria-

— É inadmissível que faça algo assim! 

— Mas, pai! Eu queria avisar que-

— Sabe que não gosto que apareçam do nada! 

— Eu só-

— Nunca em toda a minha vida eu-

Ding-dong. 

— A campainha? Quem será agora? — perguntou Boxman, à si mesmo. 

— Era o que eu estava tentando dizer, pai! O Professor Venomous conseguiu adiantar seus compromissos e chegar mais cedo! 

Aquela afirmação fez seu chão cair, ele manteve o olhar vazio e distante por alguns segundos tentando a digerir.

— O… Professor… C-chegou? … O PROFESSOR VENOMOUS CHEGOU?! MAS JÁ?! PRECISAMOS CORRER!

— Grr, mas que ótimo! — ironizou Charlotte, estapeando a própria testa em chateação.

À partir daquele momento, foi só correria. Boxman tratou de agilizar e pôr seu melhor traje formal, um paletó azul. Shannon — mais uma das servas robôs — e Renê faziam o melhor que podiam para organizar a mesa onde o pequeno ser maligno teria uma refeição com seu convidado. Charlotte foi até a entrada para recepcionar Venomous e sua fiel ajudante, Fink.

Dando pequenas batidas na sua própria roupa para retirar quaisquer resquícios de poeira ou cabelos e parecer apresentável, a vampira posicionou a mão direita sobre a maçaneta para abrir as portas e encarar quem estava por trás. 

Como sempre, o Professor apresentava-se com elegância. Sua pele cor de lavanda destacava-se por debaixo do conjunto de jaqueta azul, camisa branca de botões com uma gravata por cima, calças pretas e botas também brancas. Seus cabelos arroxeados davam um ar de descontração ao look, assim como os pequenos fios de sua barba por fazer. 

— Bom dia, Professor Venomous. É maravilhoso recebê-lo novamente, por favor, entre. — a moça deu passagem para o homem à sua frente. 

— Charlotte… — ele a cumprimentou com um aceno de cabeça. 

Mesmo estando longe, era possível ouvir o pandemônio sendo formado na sala de jantar, resultado da pressa em ajustar a decoração e os aperitivos. 

— Cheguei em má hora? — questionou Venomous, com desdém. 

— Ah, não! É só… O Renê e a Shannon discutindo mais uma vez! Ha! — ela suava frio — irmão robôs malignos… Sabe como é! — exibiu um sorriso amarelado. 

— Sei… — disse o cliente, arqueando as sobrancelhas. 

— M-mas, por favor! Me deixe pendurar o seu casaco-

Charlotte aproximou-se com cautela e estava prestes a encostar no tecido da jaqueta de Venomous quando foi impedida por Fink, a ratinha escudeira e seguidora de seu mestre. 

— FORA! — com um chute preciso, a pequena bateu nas mãos ameaçadoras daquela mulher estranha antes que tocassem na preciosa e bem passada peça de roupa de seu querido chefe — A ÚNICA AUTORIZADA A COLHER AS ROUPAS DO CHEFE SOU EU! — gritou, enraivecida. 

De baixíssima estatura, sequer alcançando os joelhos do Professor, Fink possui pêlos e cabelos ondulados de cor verde água, usando um vestidinho e botas acinzentadas juntamente com um par de luvas rosa choque. 

— OW! — a vampira levou um susto com a atitude daquele aparentemente "inocente" animal — ok, então… 

— Fink! É rude chutar as pessoas dessa forma! — repreendeu Venomous — perdoe-nos, Fink é extremamente protetora, ainda mais quando se trata de outros vilões… 

— Certo… — estranhou Charlotte — por que não entram e aguardam na sala de espera? Lorde Boxman chega em um instante… 

Ambos adentraram o recinto e seguiram em frente. Charlotte checou o horário atual com seu celular, ainda tinha cerca de quinze minutos para se dirigir até o castelo de Jodie e chegar com uma hora de antecedência, algo importante quando se trata de viagens como essas, e, caso se apressasse, conseguiria chegar à tempo. 

Será que o chefe consegue fazer isso sem mim? — pensou — melhor checar como estão as coisas antes de ir… — concluiu. 

Enquanto os clientes aguardavam sentados no sofá da recepção, a serva atravessou os corredores da fábrica até chegar nos aposentos de Boxman, onde ele ajeitava seus cabelos, deixando seu nervosismo transparecer. 

— V-vamos, Box! Vai dar tudo certo! Respire! A empresa depende disso, precisamos de apoio financeiro! — falava consigo mesmo em frente ao espelho. 

— Chefe? — a mulher chega por trás, seu reflexo não aparece no espelho. 

— Aah! C-Charlotte! — ele vira para a observar — que susto você me deu! Como vai o Professor? — as mãos do superior contraiam-se em ansiedade. 

— Esperando você apenas, com aquela cara de sempre… 

— Hum, "aquela cara de sempre"... — ele desvia o olhar para a direita, sentindo um rubor nas bochechas. 

— Bom, hoje eu gostaria de sair em uma missão à parte, e talvez eu… Demore um tempo para voltar, isso caso você me permita… Acha que consegue lidar com a situação sozinho? Eu posso ficar, se preferir. 

Fazia um tempo que ela não vislumbrava a imensidão do multiverso, raramente precisava sair em tarefas assim, nesse ponto, julgava Jodie sortuda. Espairecer e lidar com inimigos sérios seria algo muito bom para si, mas ela abriria mão de tais coisas para ficar ao lado do líder. 

— SERIA ÓTIMO SE VOCÊ FICAS-

Lorde Boxman nota o sorriso sincero no rosto de sua ajudante. A única ajudante de carne e osso que não o decepcionava, depois de tantas parcerias fracassadas. Apesar de estar sempre presente e à postos para o que ele precisasse, ele conseguia ver que a mesma andava não muito estimulada para seguir com seus planos de ataque ao Plaza nos últimos dias, e ela se esforçava bastante para manter os números estáveis na companhia, passando madrugadas à finco. Quem sabe esta missão fosse uma coisa boa para ela. 

— Quer saber? Pode ir, acho que vamos ficar bem… — ele abriu um sorriso, deixando o canino superior direito aparecer. 

— Sério? — os olhos da subordinada encheram-se de brilho — muito obrigada, senhor! 

Sem hesitação, ela correu para abraçar Boxman em agradecimento, o apertando contra si e o fazendo corar. 

— Qualquer coisa me mande mensagem, e boa sorte com o Professor! — ela sorriu mais ainda. 

— Pode deixar, obrigado, Charlotte! — o baixinho acenou, despedindo-se da moça, voltando a atenção para o espelho logo mais.

Passando pelos corredores em direção à saída, a vampira pôde presenciar a confusão instaurando-se na cozinha com os preparativos de última hora. Renê encomendava uma dúzia de pizzas enquanto sua irmã corria desesperada de um lado para o outro com algum tipo de tentativa de guloseima pegando fogo em suas mãos.

— … Eles vão ficar bem…  — comenta Charlotte, finalmente conseguindo sair e cuidando em apressar-se para chegar à tempo.


Jodie’s Castle - 10:53 a.m.

 

— Ok, então… Deixa eu ver se entendi… — começou Johnny — você está dizendo que nós vamos voar pelo espaço sideral para outra galáxia em uma nave em formato de cartola? — soou ainda mais estranho depois de ter afirmado a frase — se alguém algum dia me dissesse que eu faria isso, eu pediria o contato do traficante da pessoa.

— CALADO, GNOMO! — Rev deu um tapa por trás da cabeça do amigo — ISSO VAI SER DEMAIS! O QUE SE LEVA EM UMA MISSÃO NO ESPAÇO?! — perguntou, eufórico.

— Bom…  — Jodie riu — somente coisas essenciais que já estão dentro da nave: água, lanches, armas brancas e armas de fogo, mapas das galáxias próximas, fita adesiva… E outros objetos…

— E cadê a sua amiga? Ela vem ou não? Não quero seu chefe gritando no nosso ouvido sobre estarmos atrasados! — disse Johnny.

— Ela disse que chegaria o mais rápido possível, vamos esperar um pouco mais antes de qualquer coisa.

— Você poderia informar sobre o que exatamente vamos fazer nessa missão?  — questionou Syn, trazendo uma caixa cheia de explosivos para guardar junto com outros equipamentos.

— Ah, claro! Vamos em busca de mais um membro da equipe Asas de Prata. — respondeu a capitã. 

— "Asas de Prata"? Ah! Você fala daquele time de anjos? 

— Esses mesmo! Dr. Flug me deu a precisa localização de um deles, precisamos o capturar e conseguir mais informações sobre a quem servem, aquele tal de Jaden não foi lá muito útil em relação a isso, precisamos baixar os casos de sucesso entre os heróis. 

— "Capturar"? Você vai torturar ele, não é? — o guitarrista arqueou a sobrancelha, encarando sua superior com um semblante curioso. 

A forma como ele fazia isso a instigava, mas ela preferiu manter esse pensamento desligado por enquanto, focar na tarefa e realizá-la com êxito era o mais importante. 

— Wonr, vocês meninos já me conhecem tão bem! Mas é óbvio que vou torturá-lo! Sintam-se lisonjeados, vão poder presenciar minhas técnicas de improviso! 

— "Improviso"? — perguntou Zacky. 

— Não temos tempo para trazer o herói até minha sala de tortura! Vou ter que usar o que tiver à disposição. 

Com poucos minutos faltando para bater as onze horas, a amiga vampira finalmente sai de um carro preto que a deixou em frente aos portões de ferro do castelo para ir correndo em direção à Jodie. 

Ao longe, sua voz ecoou. 

Desculpem a demora! — ela avançava arfando subindo o morro que dava até o castelo. 

— Bem na hora! Começo difícil de dia? — questionou a azulada. 

— Ah! Nem me fale! Meu chefe estava com um cliente importante hoje, um possível investidor… Mas enfim! Não vejo a hora de irmos! Vamos passar quanto tempo fora? — continuou Charlotte. 

— O tempo necessário para concluirmos a missão, e é bom conseguirmos, Black Hat anda muito estressado esses dias, não estou a fim de mexer mais com ele. 

— Certo! Não consegui pegar muitas coisas para a viagem, mas trouxe algumas armas e lanchinhos caso precise! — Charlotte não via a hora de começar. 

— Ótimo! Que tal irmos até a Black Hat Organization pegar nossa nave? Melhor não enrolarmos mais! — concluiu Jodie. 

— Vamos indo então! — acrescentou Rev — cara! Estou muito ansioso! 

Com algumas caixas de equipamentos e os utensílios necessários para cumprir a missão já postos dentro da limousine, o grupo distribiu-se dentro do veículo, com grande expectativa na experiência que estava por vir. 


Black Hat's Domain - 11:38 a.m. 

 

Black Hat bebericava sua habitual xícara de café, enquanto acompanhava em uma planilha impressa, perfeitamente organizada por Flug, os lucros atuais da empresa. A seta vermelha que indicava os números nos gráficos, chegava à casa dos bilhões como era de costume, apesar de ter uma pequena queda, quase na ponta, nada extraordinário que afetasse os negócios, porém, aquela quebra no ritmo era de fato uma incomodação.

— Tsc! Heróis estúpidos! — comentou Black Hat, consigo mesmo, percebendo o impacto que os tais "Asas de Prata" faziam em sua tão estimada e sempre crescente linha de ganhos.

Uma leve batida na porta rompe a sua paz, e leva a direção do olhar do vilão até a entrada do escritório. 

Ele direciona a mão direita no bolso de seu sobretudo, para sacar o relógio de bolso e olhar as horas. 

— Finalmente, Jodie! Já estava me perguntando se você chegaria ainda hoje — ironizou revirando os olhos, sem encarar sua subordinada que entrava com cautela à sala particular. 

— Mil perdões pela demora, chefinho — ela ainda estava cerca de vinte minutos adiantada do combinado — estamos prontos para seguir viagem, a nave está nos conformes? — questionou. 

— Sim, o Doutor inspecionou e fez algumas atualizações — Black Hat enfim a encara, com seu semblante tedioso, observando sua serva.

— Falando em “Doutor”, o senhor o permitiu descansar finalmente? — perguntou Jodie, de maneira delicada para não o incomodar.

— Não é da sua conta. — retrucou, impassível.

A de cabelos azuis desviou o olhar, encarando suas botas e levemente constrangida pela resposta.

— Desculpe, mestre… Eu apenas fico preocupada, o Flug me parece mais sobrecarregado que o normal.

— Ele está apenas fazendo o que é pago para fazer, e você deveria fazer o mesmo! Está esperando o quê para ir no subterrâneo buscar a nave e sair da minha frente? Não tenho tempo para desperdiçar! — a entidade das trevas voltou sua atenção para seus papéis, fazendo anotações em um pergaminho amarelado com sua caneta tinteiro.

— É pra já, senhor! Voltarei o mais breve possível! — Jodie dirigiu-se à saída do escritório, dando uma última olhada em seu superior, o admirando com serenidade, para em seguida fechar as portas por detrás de si.

Se juntando novamente ao grupo formado, todos atravessaram os corredores da mansão com um ar de descontração, rindo e conversando, na ansiedade do que iriam presenciar. O caminho os levou até a garagem subterrânea, um local extenso, com armários e prateleiras que guardavam ferramentas para a manutenção e modificação das máquinas, onde outros dispositivos de locomoção personalizados e projetados pelo cientista da companhia mantinham-se guardados, esperando por um momento apropriado de uso. 

A nave que utilizariam se tratava de um gigante dirigível em formato de cartola preta, com o importante detalhe decorativo da fita cor de vinho e o símbolo da companhia no centro. Jatos mantinham-se na base, e duas asas pretas de metal fixavam-se nas laterais. 

Dr. Flug cuidava dos últimos ajustes, apenas para garantir que tudo estava em seu devido lugar, com uma prancheta ele confirmava a estabilidade dos novos updates feitos, virando-se para Jodie e seus companheiros ao chegarem.

— Oi, Flug! Permissão para entrar? — perguntou Jodie.

— Permissão concedida! — ele afirmou — está tudo certo, o motor foi trocado, a lataria polida, os mísseis agora possuem atualização nuclear… Perfeitamente ajustado.

— Mísseis nucleares?! — os olhos de Rev brilharam em ânimo — Jodie, você tem que me deixar testar isso!

— Hum… — a imagem da galáxia inteira explodindo sobre o comando de seu ajudante lhe veio à mente — não sei se é uma boa ideia…

— Bom, usem o que precisarem, tem inúmeras novas armas de combate instaladas, mas imagino que não será necessário, me mandem relatórios enquanto prosseguem, estarei acompanhando o trajeto de vocês remotamente. — o Doutor entregou a chave da nave nas mãos de Jodie.

— Certo, Flug! Muito obrigada, você é incrível! — a colega fazia questão de elogiar os esforços do pesquisador. 

Cof cof — ele limpou a garganta em constrangimento — v-valeu, Jodie… Eu… Vou… Ir… Subir… Laboratório! — Flug foi se afastando desajeitado, batendo em algumas peças conforme andava — B-boa viagem!

A azulada pressionou o botão de ligar do controle, o dispositivo emitiu um som de funcionamento e uma pequena escada desdobrou-se até encostar no chão, a passagem foi liberada para que adentrassem.

— WOOOW! ME SINTO EM UM FILME! — falou o baterista.

— Ah, eu me senti assim desde que o illuminati apareceu… — comentou Johnny.

Com as caixas de equipamentos e mochilas com materiais nas costas, subiram em fila chegando no espaço interior. 

Por dentro, o local era aconchegante, era dividido em quartos, havia a sala de descanso, um banheiro, alguns quartos com beliches, a cozinha e a sala de comando. Todos de tamanho reduzido para que tudo coubesse. As caixas com equipamentos foram deixadas em um canto, enquanto o grupo olhava ao redor com curiosidade. As janelas principais permitiam uma visão panorâmica, não podendo serem notadas do lado de fora, os poucos móveis que haviam eram fixados no piso.

Na sala de comando, um painel exibia informações do destino e do alvo a ser encontrado, com adicionais da temperatura do ambiente, horário e a rota que seria seguida. Abaixo, o painel de controle mostrava os inúmeros botões, alguns piscavam incessantemente, enquanto o volante aguardava a partida em frente à cadeira principal. 

— Isso tudo é muito foda! — Rev aproximou-se do painel — posso apertar isso? — ele espionava um botão grande e vermelho do canto esquerdo.

— Não! — repreendeu Jodie — olha… — suspirou — por que vocês não se acomodam enquanto a Charlotte dá partida aqui? Ela entende mais de naves do que eu, não sei o quanto vamos demorar, então escolham seus quartos e eu vou dando uma olhada no plano de captura. 

— Argh! Como você é estraga-prazeres! — reclamou o mais alto, sendo expulso da cabine principal pela líder.

— Pode deixar, Jodie! Yeay! Fazia tanto tempo que eu não pegava em um volante desses! — a de cabelos roxos sentou-se na confortável cadeira de direção, para girar a chave de ignição, levantar as pequenas alavancas de configurações internas, e fechar a porta de metal.

Com um leve solavanco, o dispositivo levitou, ondas antigravitacionais eram emitidas pelos jatos da parte inferior, afastando-se aos poucos da terra. Um passagem foi aberta ainda dentro do subterrâneo, um túnel estreito que levava até a saída, Charlotte impusionou o volante para seguir pelo caminho exposto, enquanto os rapazes observavam em excitação as paredes correndo na direção oposta da nave. No fim, o túnel seguia para cima, como assim fez o dirigível.

Do lado de fora, o chão onde uma casa próxima à empresa mantinha-se se abriu, de onde a nave emergiu, sobrevoando os céus, em uma velocidade cada vez mais alta.

Os prédios abaixo iam ficando menores, os cidadãos se tornavam minúsculos, a distância aumentava até que as ruas de Hatsville não podiam mais serem avistadas. O dispositivo adentrou as nuvens negras que mantinham-se na ilha, atraídas pelas energia vinda de Black Hat. 

Na tela, uma pequena aba com o rosto de Flug surgiu, a maneira que seria usada para manterem contato conforme se seguia a missão.

Transmissão em excelente modo! Em breve irão atravessar a exosfera, e deixar o planeta, não se esqueçam de acionar a gravidade interior e manter a pressão estável! — adicionou Flug.

— He, já cuidei disso… — disse a vampira.

Ótimo! Estarei disponível vinte e quatro horas, qualquer coisa, mandem um alerta. — ele desligou a chamada. 

Os rapazes apoiavam as mãos na janela transparente, vislumbrando a paisagem sob seus pés, em maior velocidade, a nave atravessava os céus, com os barulhos dos jatos à todo vapor. O céu vermelho foi tornando-se arroxeado, misturando-se em um azul escuro, e ficando negro ao finalmente atingir a imensidão vasta do espaço, com suas estrelas brilhantes à anos-luz de distância. 

O planeta de onde partiram era avermelhado, com algumas manchas negras, poucos possuíam aquela visão, já que era difícil deixar o território do mestre. As nuvens escuras mantinham-se ao redor, impedindo uma boa parte da iluminação entrar.

— Caralho! Estamos realmente no espaço! — Rev não sabia em qual direção olhar, atônito com o acontecimento.

— Nunca achei que viveria para ver algo assim… — acrescentou Matt.

— Existem três luas ao redor? Não tinha percebido! — disse Zacky.

Jodie os observava de longe, era satisfatório que aparentemente já haviam se acostumado com as novas vidas, as coisas pareciam mais simples nesse momento. 

Na sala de controle, os olhos verde esmeralda de Charlotte refletiam a imensidão daquele amplo infinito, como ela sentia falta de tal sensação, viajar pelo vazio para cumprir missões e principalmente esmagar heróis! Era para isso que vivia.

A rota foi exibida na tela à sua frente, eles seguiam a trilha feita, rumo ao portal de saída da galáxia. 

— Muito bem, seus preguiçosos! Vamos discutir o plano! — iniciou Jodie, pronta para focar em seu propósito.


Notas Finais


hehe


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