ChoCho mastigava incessantemente, colocando batatinhas na boca sem parar de forma frenética. Os olhos de cor âmbar, acompanhando cada mínimo detalhe do duelo silencioso que acontecia na mesa ao lado. Como se assistisse ao vivo a uma batalha mortal.
– Talvez seja melhor eu ir até lá...
Sumire comentou aflitiva, abanando as mãos na frente do corpo, um tanto preocupada com a amiga.
– Nem ouse interrompê-los, representante! Quero ver a Uchiha acabar com a raça dele.
A ruiva segurou a amiga pelo braço evitando que ela se levantasse da cadeira e tentasse intervir. Desejando que o circo pegasse fogo.
Exatamente como nos tempos dos romanos, no antigo coliseu.
– A Akimichi tem razão Sumi... deixa que esses dois se resolvam sozinhos. Boruto é bem grandinho e sabe se virar.
Sentado ao lado da arroxeada, Kawaki passou o braço pela cintura dela, trazendo-a mais para perto de si.
Desde a noite de sábado, quando saíram para jantar e foram ao cinema, após a partida de basquete. Sumire e o Uzumaki mais velho vinham ensaiando um início de relacionamento mais íntimo. Quase como um namoro.
Muito embora a timidez e o jeitinho reservado da garota ainda fossem empecilhos para que Kawaki conseguisse conquistar de vez a confiança dela. Mesmo tendo a presenteado com um exemplar de seu livro favorito.
– Acho que agora o Boruto se danou... olha lá! Olha lá! A Sarada descruzou os braços – apontou Inojin divertindo-se com a situação do loiro que aparentava estar suando frio na frente de uma Uchiha de semblante fechado.
– O que eles tão dizendo? Não consigo escutar com esse falatório todo do refeitório. – reclamou ChoCho, cutucando Mitsuki e se debruçou na mesa a fim de conseguir escutar o que Sarada e Boruto conversavam de forma reservada. – Vai Mit... me diz. Preciso saber da fofoca por inteiro.
E dando de ombros de maneira despreocupada, o albino respondeu, recostando-se na cadeira.
– Não faço ideia... também não consigo ouvir. Eles parecem sussurrar ou apenas conversar através do olhar. Sem a necessidade do uso de palavras.
– Boruto tá nervoso... isso é nítido. Certeza de que ele vai arregar. Aposto dez conto que Sarada leva essa!
Wasabi pontuou de forma competitiva, lançando um olhar de gato na direção do jovem casal.
– Pois eu dobro a aposta! E coloco vintão no meu mano Boruto.
Iwabe falou em um tom provocativo, propositalmente com a intenção de irritar a Izuno.
– E vocês não tem nada melhor pra fazer durante o intervalo do que ficar feito uns urubus prestando atenção na conversa dos outros? Mas Que saco...
Shikadai se pronunciou assim que se aproximou e notou a roda de amigos a postos como uma plateia atenta ao momento íntimo do Uzumaki e da Uchiha. Semelhante a verdadeiros espectadores de um espetáculo teatral.
– NÃOOO...
Foi exatamente essa a resposta em conjunto dos adolescentes, ávidos por querer saber mais sobre a vida amorosa dos colegas.
E alheios aos olhares e cochichos que atraíam, Boruto e Sarada protagonizavam mais uma mini discussão entre si. Como tantas outras que já ocorreram desde quando se conheceram.
A diferença era que, haviam cruzado uma linha perigosa e invisível. E desta vez não discutiam apenas como amigos ou colegas de escola.
Era algo mais profundo. Algo que mexia direto com as questões do coração.
Imóvel. Sem mover um músculo sequer. Sarada o fitava como se quisesse analisar cada mínima emoção do loiro antes de poder agir certeira.
A expressão impassível, quase tediosa e os olhos ônix mais frios que duas pedras de gelo da Uchiha, causavam verdadeiros calafrios em Boruto, que por sua vez não se importava em apresentar reações completamente opostas.
O Uzumaki tinha as bochechas avermelhadas, as pupilas dilatadas, o coração batendo mais rápido que uma bateria de escola de samba e o estômago queimando. Culminando numa verdadeira revolução interna prestes a explodir diante do silêncio mortal que Sarada lhe entregava.
Propositalmente, é claro. Tudo minimamente calculado por ela para desestabilizá-lo.
Táticas de neutralizar o inimigo apenas com o poder do olhar. Assim como aprendeu com Itachi.
– Vo-você vai continuar me tratando assim?
Ele insistiu pela terceira vez. A voz repleta de hesitação e nervosismo, esticando o braço na intenção de buscar pela mão dela, sem sucesso.
– Eu já te pedi desculpas, linda...
– Pelo o que exatamente? O atraso ou a parte em que você estava abraçando outra garota intimamente na minha frente.
Sarada respondeu gélida. Tão gélida e indiferente que Boruto engoliu em seco, abrindo os primeiros botões da camisa social do uniforme, como se isso fosse ajudá-lo a digerir aquelas palavras e respirar melhor.
– Porra Sarada! Eu já te expliquei um milhão de vezes que eu não abracei ninguém! foi... foi... a Hikari que... se enrolou na toalha que eu tava levando pra VOCÊ ... quando vi o escroto do Code te agarrando! – o Uzumaki levou ambas as mãos até os cabelos, esfregando-os com força e odiando-se por parecer tão vulnerável na frente daquela garota que mais parecia uma fortaleza ambulante.
Sarada fazia isso com ele. Sem qualquer esforço, simplesmente por habitar no mesmo ambiente. Ela o desmontava, deixando-o frágil a ponto de desabar no chão, feito gelatina.
– Code não me agarrou. – a morena replicou simplista, quase sem mover os lábios.
A tensão entre eles palpável no ar.
– Ahh então você vai defender aquele otário?
Boruto se levantou com tudo da cadeira, apoiando as mãos na mesa e inclinando o corpo para frente, na direção da Uchiha, pegando-a de surpresa.
– Diferente da sua amiguinha... que não sabe respeitar o próximo... Code apenas me envolveu com uma toalha na intenção de me ajudar. – ela ergueu o corpo, imitando o gesto do Uzumaki, ficando com o rosto a centímetros do dele.
Perto. Tão perto que a respiração rápida e ofegante de Boruto castigava a pele de suas bochechas, fazendo cada bendito pelinho de seu corpo se eriçar.
Totalmente cativa pelos olhos azuis revoltos dele, feito dois redemoinhos em ação. Ela mordeu sobre os dentes, a fim de recuperar o autocontrole quase perdido.
– Sarada... não me obrigue...
Boruto alertou. A voz saindo feito um sussurro, enquanto os lábios eram umedecidos com a língua.
– Te obrigar? A fazer o...
E Sarada mal teve tempo de concluir, quando o Uzumaki, seguindo os instintos mais primitivos, levou uma das mãos até a nuca dela, a puxando e a calando com um beijo voraz na boca.
Sem dar qualquer tipo de chance da morena resistir.
Completamente entregue a ele, o coração pulando feito um maluco dentro do peito. A Uchiha jamais resistiria. Enroscando os dedos nos fios loiros do garoto e vendo milhões de estrelas de olhos fechados quando sentiu o gostinho da boca de Boruto invadir a sua.
– Minha... garota! – ele murmurou sorrindo nos lábios dela. Satisfeito. Pouco ligando para os olhares e cochichos que recebiam de alguns dos estudantes presentes no refeitório.
Sarada era dele. E ele era somente dela. E era isso o que realmente importava para Boruto.
Uma questão de pertencimento. Pertencer a Sarada Uchiha.
Mordendo de propósito a parte inferior da boca do Uzumaki, a morena respondeu, encenando ainda estar brava. Negando-se a dar o braço a torcer.
– Mas é uma pena que não sou a única né... – disse ela, exibindo um sorrisinho cínico. O olhar estampando o ciúmes que ela tanto se esforçava em esconder.
– Que? Caramba Sarada! Depois de tudo o que eu fiz por você... você ainda tem dúvidas sobre ser a única pra mim? O que mais quer que eu faça? – Boruto bufou. – Que eu grite na frente de todo mundo desse colégio? Pois eu grito... não tô nem aí.
Ele colocou as duas mãos, uma de cada lado da boca, e então gritou a plenos pulmões. Para a surpresa da Uchiha, que sentiu seu rosto pegar fogo, com a atenção atraída.
– SARADA UCHIHA É A MINHA GAROTA E EU SOU APAIXO...
– Bo-Boruto... cala a boca!
Envergonhada, imediatamente ela levou a própria mão até os lábios do loiro, tapando-os e impedindo que ele continuasse com aquela loucura descabida.
– Melhor a gente continuar essa conversa mais tarde... e em outro lugar. – Sarada murmurou perto do ouvido dele, fazendo-o se arrepiar por inteiro, antes de tirar a mão da boca dele.
– Ahh é, bravinha? E a gente vai terminar de conversar quando? Ou melhor, onde? Na sua casa? Pode ser? – roçando a pontinha do nariz pelo rosto dela numa espécie de carinho, enquanto falava todo manhoso, Boruto sugeriu torcendo para que ela aceitasse a proposta.
– Até pode ser! Se você prometer se comportar e me ajudar a terminar de pintar as paredes que faltam. – ela respondeu simplista, insinuando uma indiferença que não possuía.
– Pra ficar sozinho eu aceito fazer qualquer coisa linda...
Boruto replicou. Deixando a mesa do refeitório ao lado da Uchiha assim que o sinal tocou. Seguindo com ela em direção à sala de aula.
As mãos unidas e os dedos entrelaçados. Uma coisa natural para o Uzumaki, que conduzia sua garota, todo cuidadoso.
E uma novidade de deixar o coração quentinho para Uchiha, que assumia para si mesma gostar de ser conduzida.
(...)
Depois de uma tarde repleta de pinceladas de tintas, beijos roubados, trocas de carinhos e muitas provocações. Boruto desabou no sofá da sala completamente exausto. Após terem descido para a sala de estar, por conta do cheiro forte do cômodo recém pintado.
– Nossa... deu trabalho, mas meio que ficou bom né? Somos uma boa dupla, trabalhando juntos. – ele comentou, fazendo menção ao resultado final das paredes do quarto da morena.
– Óbvio! Comigo dando ordens e você obedecendo...Claro que seríamos uma boa dupla.
Sarada deu de ombros, terminando de limpar as mãos sujas em um paninho e se aproximando do garoto deitado.
– Ahh eu sempre soube que você gosta de ficar no comando. Será que é assim com tudo? Até quando.. – ele parou de falar, exibindo um sorrisinho maroto. – Humm... adoraria experimentar você mandando em mim...em outras situações mais quentes.
Boruto emendou cheio de malícia, puxando-a de repente, fazendo com que o corpo da Uchiha caísse sobre o seu.
Os olhos azuis acesos resplandecendo desejo e paixão. E ao contrário do que ele cogitou que aconteceria, Sarada não se moveu em fuga desta vez.
Muito pelo contrário, ela abriu um sorriso que exalava lascívia.
– Por que você não tenta a sorte então? – a Uchiha o instigou.
Era o sinal verde que Boruto tanto almejava.
Ahh e como ele esperou e sonhou com isso.
Talvez mais do que gostaria de admitir para si próprio.
Com afobação, ele inverteu a posição em que se encontravam, prendendo as duas mãos de Sarada, acima da cabeça dela.
– Você gosta de mandar em mim, não é bravinha? Mas agora sou eu quem vai dominar você.
Boruto falou. A voz mais rouquinha do que o habitual e a respiração descompensada. Parecendo se esforçar para se concentrar.
E ela mordeu os próprios lábios contendo a expectativa. Os olhos ônix fechados em um misto de vergonha e medo de expor as próprias emoções mais íntimas.
– Sa-ra-da... – o loiro a chamou com verdadeira adoração na entonação de cada sílaba proferida. Levando uma das mãos delicadamente até a face feminina, acariciando uma das bochechas com o polegar. – Abra os olhos pra mim. E isso não é um pedido linda... – disse ele, autoritariamente sexy.
Sem saber exatamente o porquê, a Uchiha o obedeceu sem titubear. Fixando seu olhar nas safiras azuladas de Boruto que a devoravam ao mesmo tempo que a olhavam com devoção.
– Boruto... – o nome dele escapando pelos lábios dela feito súplica. Denunciando a reciprocidade do desejo.
Após plantar um beijo desprovido de intenções e cheio de doçura na testa dela. O loiro escorregou os lábios pela lateral do rosto da garota, deixando uma trilha de selinhos molhados até chegar na boca de Sarada onde Boruto invadiu com a língua sem qualquer aviso prévio. Iniciando um beijo quente e intenso.
Uma prévia do que estava por vir.
A tensão sexual pairando sobre eles.
– Eu quero demais isso... – ele ofegou. – Mas preciso que você me diga que quer também, Sarada.
Ela queria? Sabia o que estava fazendo? Estava pronta? Céus.
Se fosse parar para racionalizar cada pergunta, perderia momentos preciosos junto do garoto por quem estava apaixonada.
Os pensamentos da Uchiha estavam todos tão nublados que ela definitivamente escolheu ser guiada pelas novas sensações que o Uzumaki lhe proporcionava.
– Eu... quero.
Sarada respondeu por um fio de voz. Notando as expressões de Boruto se intensificarem. Os lábios se comprimindo e olhos azuis escurecendo, lembrando um céu limpo de noite clara. Lindo.
Sem dizer mais nada, o loiro avançou sobre ela feito um felino faminto, pronto para devorar a sua caça. A boca rapidamente descendo pela lateral do pescoço dela, aproveitando-se do ombro desnudo, para plantar uma porção de beijos, mordidas e chupões feitos com intenção genuína de marcar possessivamente.
Afinal Sarada era dele. Somente dele.
Sentindo que podia ir mais além. As mãos quentes do Uzumaki viajaram até as coxas da Uchiha, à mostra em um short curto, dando um leve apertão, adorando sentir a pele leitosa daquela região e ouvi-la gemer seu nome bem baixinho, toda contida.
Porra!
Sarada gemeu tão fofo e ao mesmo tempo tão incrivelmente sexy, que Boruto faria qualquer coisa para escutá-la gemer daquele jeitinho de novo e de novo.
Parando tudo o que estava fazendo por alguns segundos, apenas para contemplá-la debaixo de si. O loiro arqueou uma sobrancelha, sorrindo danado. O ego inflado e o volume no meio das pernas rígido, ao notar o quanto a Uchiha estava entregue a ele.
E ele era o responsável pela bagunça gostosa que Sarada havia se tornado.
Os lábios levemente inchados por conta da voracidade dos beijos trocados. A pele alva cheia de marquinhas avermelhadas. A respirando ofegante sendo realizada com a boca entre aberta e os cabelos negros curtinhos, esparramados pelo sofá.
– Linda...você é toda linda. – Boruto murmurou. Os azuis queimando e o coração disparado gritando o nome de Sarada em cada batida.
Curiosa. Não querendo ficar para trás. Um tanto sem jeito e acanhada, a Uchiha levou as mãos meio trêmulas direto para dentro da camiseta dele. Tocando-o no abdômen e arfando ao sentir com a ponta dos dedos cada gominho musculoso da barriga de Boruto até chegar na marca em V que apontava para a virilha do garoto.
Adorando a iniciativa dela, o Uzumaki permaneceu estático, suprimindo seus desejos mais insanos de agarrá-la e permitindo que a Uchiha o explorasse à vontade.
– Gostou? – Boruto perguntou. – Sabe que sou todinho seu né... – e emendou antes de unir novamente as bocas em um beijo tórrido, denunciando o quanto ele estava sedento em fazer aquilo.
Os toques de mãos mútuos eram afoitos, como se ambos tivessem a urgência em conhecer cada vez mais um do outro. As línguas se enroscavam e se digladiavam pelo poder. As pernas se entrelaçavam em busca de mais contato físico. E os gemidos tímidos eram quase sincronizados.
Sarada nunca pensou que seria possível seu corpo produzir tantas sensações prazerosas ao mesmo tempo, apenas com toques e beijos, quando a porta da residência Uchiha foi aberta de supetão, por duas pessoas que conversavam entretidas, não percebendo a presença dos dois adolescentes na sala de estar.
– Nãoooo! Mentira que a Temari não te contou isso?
Ino exclamou eufórica. O tom de voz estridente ecoando pela casa e fazendo com que Boruto e Sarada quase caíssem no chão, tamanho foi o susto que levaram. Erguendo as cabecinhas por de trás do sofá, simultaneamente numa cena hilária.
– Mã-mãe?
– Olá! – Boruto acenou, percebendo o constrangimento da morena.
– Você não tinha plantão hoje? Eu... eu... Bom, Boruto e eu ... a gente tava terminando de pintar as paredes do meu quarto.
Sarada tratou logo de explicar, ao mesmo tempo em que ajeitava com as mãos as suas roupas. Enquanto o loiro ao seu lado arrumava os cabelos com os dedos.
Exibindo um sorrisinho repleto de malícia, entendendo muito bem o que estava acontecendo em sua casa, antes de sua chegada. A Haruno escolheu perguntar de um jeito ameaçador diretamente para o Uzumaki, divertindo-se com o nervosismo dele.
– Sei... E você usou a porta para entrar desta vez na minha casa, mocinho? Ou a janela da varanda do quarto da minha filha?
– EU? A porta. Claro que foi a porta, senhora Uchiha.
Boruto apressou-se em responder, portanto-se como um cavalheiro. Achando a mãe de Sarada mais assustadora que a sua própria, quando brava.
– Eiii "Testa de Marquise"! Porque você não me contou que a sua filha está namorando com o filho da Hinata? Por que sou sempre a última a saber das fofocas?
Ino resmungou com a mão no peito encenando um falso drama.
– Boruto não é meu namorado.
Sarada respondeu rápido, sem pestanejar. Talvez mais rápido do que gostaria e Boruto bufou contrariado, não gostando da resposta que ouviu.
– Ahh não são namorados? Mas eu pensei que depois daquele beijo na partida de basquete vocês...
– A gente não conversou sobre isso... ainda, mãe!
A Uchiha cortou a mais velha. Odiando como a sua "vida amorosa" de repente havia virado pauta da conversa, enquanto o loiro ria achando graça do assunto.
– E de qualquer forma... Boruto já está de saída.– Sarada emendou, puxando o Uzumaki pelas mãos e praticamente o arrastando em direção à porta.
– Estou?
– Está...
– Tchau tia Ino.... tchau senhora Uchiha! – ele gritou antes da morena fechar a porta atrás dos dois, já do lado de fora da residência.
– Adorei conhecer a minha sogrinha... – Boruto emendou, sorrindo maroto.
– Seu abusado! Minha mãe não é a "sua sogrinha" – Sarada rebateu, cruzando os braços na frente do corpo, espremendo os olhos.
– Se eu sou o seu namorado, sua mãe é a minha sogrinha sim! – ele replicou de maneira afrontosa.
– Já disse que não conversamos sobre isso...
– Estamos conversando agora ué...
Boruto deu de ombros, antes de complementar o raciocínio.
– Qualé linda... Eu gosto pra caramba de você. Te beijei depois de ganhar o jogo, te dei uma bola de basquete, te dei uma estrela, gritei no meio do refeitório pra todo mundo ouvir que você é a minha garota. O que mais tá faltando? – ele perguntou após enumerar nos dedos todos os seus feitos. – Quer que eu me ajoelhe e te peça em namoro igual antigamente? Porque eu não me importo de fazer isso por você...
Concluiu o loiro, fazendo menção em realmente ficar ajoelhado, quando a Uchiha o impediu, sentindo um forte olhar estranho sobre si.
Provavelmente algum vizinho fuxiqueiro.
– NÃO! Não precisa disso Bolt... só me promete uma coisa me encarando direto nos olhos.
– Qualquer coisa amor...eu prometo o que você quiser! – Boruto respondeu afobado, segurando em ambas as mãos dela.
– Nunca! Nunca conte uma mentira ou me esconda algo. Não quebre a minha confiança em você, Boruto.
Sarada exigiu, os olhos ônix fixos nos azuis dele. Analisando-o minuciosamente.
Boruto engoliu em seco e seu coração errou uma batida.
– Eu prometo te, Sarada!
Ele limitou-se em respondeu. As íris trêmulas e inseguras. E as mãos de repente frias e suadas.
– Boruto? Tem alguma coisa que você precisa me contar?
Percebendo a mudança súbita de comportamento loiro, Sarada indagou esboçando uma aparente calma, não querendo pressioná-lo. Embora por dentro ela estivesse a ponto de explodir de nervoso diante das reações dúbias do Uzumaki.
E ciente de que não adiantaria esconder por muito mais tempo. Boruto suspirou longamente.
– Bravinha... A gente pode conversar lá em casa? Minha mãe saiu com a Hima e o Kawaki ia estudar com a representante. Vamos ter privacidade...
– Tá! Só vou avisar a minha mãe e pegar o meu celular. Já volto.
Sarada avisou, antes de entrar em casa correndo, extremamente ansiosa. O medo do teor da conversa embrulhando seu estômago.
Com as mãos nos bolsos da calça de moletom preta, chutando uma pedrinha no chão, Boruto mal percebeu ele se aproximar.
– Oee idiota!
– Ahh é você? Oi
O loiro tirou uma das mãos do bolso e acenou para a figura que se mantinha relativamente distante, aproveitando-se da sombra de uma grande árvore.
– Cuidado com o que for contar. Ela é mais esperta do que você! Muito mais.
– Eu não ia falar nada disso... eu só ia contar sobre os ...
– Shiuu! Sarada tá voltando... já sabe! Tô de olho em vocês.
A figura sumiu tão rápido quanto apareceu e Boruto respirou fundo, tentando se restabelecer.
– Vamos? – a Uchiha passou pela porta e sorriu, incapaz de perceber o que tinha acabado de acontecer do lado de fora na sua ausência.
– Vamos, linda...
Boruto entrelaçou seus dedos nos da mão de Sarada e começou a descer a rua em direção a sua própria residência. Olhando de soslaio por cima do ombro, vez ou outra, para checar se o seu "amigo oculto" havia ido mesmo embora.
Continua...
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