1. Spirit Fanfics >
  2. Tinha que ser logo você? #Borusara (Reedição) >
  3. A M A R

História Tinha que ser logo você? #Borusara (Reedição) - A M A R


Escrita por: Uzumaki-Di

Notas do Autor


Oiiee
Voltei com o sol nesse domingo :)

Espero que gostem do cap feito com carinho.
Boa leitura, divos!

Capítulo 13 - A M A R


Fanfic / Fanfiction Tinha que ser logo você? #Borusara (Reedição) - A M A R

Diferente do que estava habituada, a resistência Uzumaki tinha um aroma especial. Sarada logo notou, assim que entrou. 

O imóvel em si, em muito se assemelhava ao que ela morava. Talvez porque a maioria daquela rua tinha o mesmo padrão arquitetônico, a morena concluiu assertiva.

Todavia, aquela casa possuía algo peculiar. Algo que não havia na residência da Uchiha. 

A casa de Boruto emanava vida.

Repleta de  itens inspiravam memórias, fotos de família espalhadas em porta retratos e um cheirinho gostoso que exalava da uma porção de flores dispostas em vasos. 

O ambiente era tão acolhedor, que Sarada suspirou, com vontade de ficar ali, mais um pouquinho. Imaginando como deveria ser bom viver assim, em um lugar cheio de gente. Com barulho, conversas e risadas. O tempo todo. 

Diferente do silêncio com que estava habituada. 

– Bem vinda, ao meu lar, namorada! "Minha casa sempre será sua casa" 

Boruto falou sorridente, retirando Sarada do transe em que a garota se encontrava e emendando logo em seguida. – Vem, vamos subir para o meu quarto. 

E puxando a morena pelas mãos, o Uzumaki a conduziu pelo interior da residência, como se fizessem um tour turístico. Falando sem parar, enquanto indicava o que era cada cômodo do lugar.  

Ao contrário do que Sarada pensou, o quarto de Boruto era extremamente limpo, organizado e perfumado.

Fora isso, era um lugar típico de garoto adolescente. 

As paredes brancas, decoradas com alguns pôsteres de banda de rock e uma mini cesta de basquete. 

Em cima de uma escrivaninha, um notebook, alguns livros e material de desenho. O que a fez inevitavelmente, sorrir de canto e olhar de soslaio para Boruto, que parecia aguardar ansioso o veredicto final. 

Do lado oposto, uma cama de solteiro encostada na parede devidamente arrumada, coberta por um edredom preto e lotada de almofadas em formatos de estrelas, planetas, e cometas, fazendo jus à paixão do menino pela astronomia. E como não haveria de faltar, debaixo da televisão, um videogame de última geração. 

– E então? – disse o loiro, cheio de expectativa, ao se jogar na cama e fitá-la diretamente nos olhos. 

– E então o que? – ela arqueou uma das sobrancelhas, fingindo desconhecer sobre o quê o Uzumaki falava. De propósito, é claro. Apenas com o intuito de provocá-lo e se divertir com o biquinho fofo que se formou nos lábios rosados dele. 

– Meu canto... o meu quarto! O que achou? Gostou?  

Boruto insistiu de maneira afoita, fazendo sinal com o dedo indicador para que Sarada se aproximasse dele. O que sem hesitar, ela fez sem perceber. Como se seus pés se movessem por conta própria, atraídos pelo magnetismo do garoto. 

– Bonito, arrumado e cheiroso. Bem diferente de você. – a Uchiha escolheu responder, de forma jocosa. 

– Ahh sua danada teimosa! Admita logo que gostou! Do mesmo jeito que você gosta de mim. 

Sorrindo todo travesso, Boruto a puxou com força por uma das mãos, derrubando-a na cama ao seu lado. 

– Tá... Tá bom! Eu gostei. Realmente é a sua cara. 

Sarada respondeu, revirando os olhos. – Inclusive essas almofadas fofinhas de corpos celestes. 

– Quer dizer então, que você me acha bonito, arrumado, cheiroso e fofinho?– ele alargou o sorriso debochado, levantando levemente uma das sobrancelhas. – Ahh eu sabia, Sarada! Sabia que você sempre teve uma quedinha por mim... 

Boruto a beijou na ponta do nariz. 

– Larga de ser convencido, garoto! Foi você quem sempre fez de tudo para chamar a minha atenção... Até bolada me deu, só pra forçar a gente a se conhecer. – ela brincou. 

– Culpado! – o loiro levantou as mãos para cima em sinal de rendição. – Eu admito meus crimes, bravinha. Sou culpado por te amar demais... 

"A M A R"

"AMAR DEMAIS" 

– Quê? 

Sarada arregalou os olhos cor de ônix, respirando fundo a fim de acalmar o coração que batia todo desgovernado. 

Haviam admitido um para o outro que possuíam sentimentos românticos. Que se gostavam mutuamente. Porém amar? Amor. Aquilo já era outro nível. 

Não podia ser verdade? Ou podia? Ela o amava também? Sua mãe vivia mãe dizendo que os Uchiha, quando se apaixonam verdadeiramente por alguém, amam intensamente essa pessoa. Seguindo essa lógica então, ela amava Boruto?

Céus! Sarada nunca havia amado ninguém antes. Como poderia saber se amava o loiro idiota?

Seria Boruto Uzumaki o seu primeiro amor? 

Um milhão de perguntas e pensamentos intrusivos começaram a martelar na mente da Uchiha,  fazendo-a questionar os próprios sentimentos. E talvez até a própria sanidade mental. 

Percebendo a besteira que havia feito. Boruto sentiu o rosto pegar fogo. As bochechas quentes, tão quentes, que pareciam brasa incandescentes. 

– Quer dizer gostar... eu quis dizer gostar demais ... de você. 

Ele tentou corrigir o incorrigível, ficando em silêncio na sequência. 

Ciente de que o estrago já havia sido feito. E não restava muito o que fazer a não ser apreciar a companhia de Sarada, que o observava com cautela. Como se analisasse cada expressão dele, antes de dar o próximo passo. 

"Ahhh gostar! Óbvio que não seria AMAR, Sarada! Sua emocionada" 

Ela suspirou, espremendo os olhos com força. Andava muito emocionada. Emocionada demais por conta de Boruto. 

E como se possuísse a capacidade de ler os pensamentos conflituosos da morena, o Uzumaki chegou mais pertinho, aninhando o corpo dela, junto ao seu. Depositando então, um beijo doce na testa da garota. 

– Eii linda! Tá tudo bem? Eu... me desculpa! Se... se...  

Boruto comprimiu os lábios, indeciso em como prosseguir. Temendo na verdade, ser rejeitado. Depois daquela confissão um tanto desastrosa. 

Sabendo que estava agindo exageradamente na defensiva, com a sua mania de racionalizar demais. A tensão construindo um muro envolta de seu coração. Sarada decidiu mudar de estratégia, pulando de assunto. 

– Bolt! Foi mal... Relaxa! Tá tudo bem sim. E então... você reparou que a tia Ino comentou de um jeito como se as nossas mães fossem amigas íntimas? – a morena soltou a suspeita que atormentava a sua mente desde quando havia saído de sua casa. 

– Konoha é um ovo! Eu não acho estranho a minha mãe já conhecer a minha sogrinha. As duas são amigas da mãe do Inojin, logo o estranho seria se não se conhecessem, do jeito que a tia Ino é faladeira. 

Boruto respondeu, desdenhoso, ao mesmo tempo em que algo dentro do peito o incomodava, sobre aquilo. Sobre o "amigo oculto". Sobre uma porção de coisas não ditas. 

– É talvez...seja isso.  

A Uchiha suspirou pensativa, escolhendo ignorar o fato do garoto ter chamado sua mãe de "sogrinha", enquanto retirava alguns fios loiros que insistiam em cobrir os olhos azuis dele. 

E assim, deitados lado a lado, por um breve momento silencioso, Boruto e Sarada permaneceram dialogando apenas com o olhar. 

Ambos os corações acelerados em sincronia. Aflitos e ansiosos. Por motivos opostos. Enquanto as respirações se mesclavam em comunhão, por conta da proximidade em que se encontravam. 

– Sarada... 

Até que o nome dela foi proferido de forma carregada. 

– A gente precisa conversar. – Boruto falou, sentindo o peso das palavras cortarem o ar. 

"A gente precisa conversar" 

O tipo de frase que ninguém gosta de ouvir. Geralmente por preceder uma notícia ruim. 

Endireitando-se na cama, sentando com as costas escoradas na parede, pela primeira vez, Sarada o evitou encarar, fugindo do seu olhar. 

Os lábios tremelicando de leve, denunciavam o quanto estava nervosa e se esforçavando em disfarçar. 

– Certo. Vamos conversar então.– ela respondeu. Sem emoção aparente. Embora por dentro cada célula de seu organismo estivesse a ponto de explodir. 

E atrevidamente, como tinha o costume de fazer. Sem perceber o quanto a Uchiha estava agoniada. Boruto se ajeitou, deitando com a cabeça no colo dela e levando insistentemente as orbes azuladas até os ônix da garota, em um pedido silencioso por cafuné. 

Bufando resignada, Sarada fingiu uma falsa irritação, antes de embrenhar os dedos pelas madeixas loiras do Uzumaki, acariciando os fios e arrancando um suspiro de satisfação dele. 

– Na verdade faz tempo que eu tô pra te contar isso... mas fiquei meio sem jeito... – Boruto titubeou. – Aí como me atrasei hoje... – ele mordeu o canto do lábio inferior aflito. – Achei que você tinha o direito de saber... e eu também não consigo mais esconder. Meio que preciso te falar... preciso que você saiba, Sarada. Pra caso aconteça alguma coisa... 

Preocupada com a mudança na fisionomia do loiro, que havia perdido o habitual sorriso e assumido uma expressão agoniada. O coração de Sarada se apertou intuitivamente. Como se fosse capaz de prever a seriedade do assunto.

– Bolt! Mas se era algo tão importante assim... e que estava te incomodando, você já deveria ter me falado. Antes de qualquer coisa, somos melhores amigos, não somos? E você...

Porém antes que a Uchiha conseguisse prosseguir, o celular dela apitou roubando-lhe a atenção e fazendo Boruto bufar. 

Parecendo pressentir, ela respirou fundo, antes de buscar pelo aparelho no bolso do shorts jeans. 

[Desconhecido] 18:33 Estou de olho em você! Se afaste do Uzumaki Ou eu farei ele pagar pelos seus erros, garota burra! 

A Uchiha engoliu em seco ao ler palavra por palavra daquela mensagem ameaçadora, guardando logo em seguida o celular, com receio de que Boruto percebesse as reações que ela tentou esconder. 

– Quem era? – ele perguntou estranhando a mudança repentina dela. Mesmo com o esforço da garota em sustentar um rosto inexpressivo.

– Ahh era... era a ChoCho. 

Sarada desconversou, preferindo mentir descaradamente e exibir um falso sorriso, na esperança de que Boruto acreditasse em sua encenação digna de novela. Não desejando preocupá-lo, mais do que ele já parecia estar. 

– Me fala o que você ia dizer. – ela o encorajou a continuar com a narrativa anterior. Tirando o foco de si mesma. Não era a primeira vez que recebia esse tipo de mensagem e pelo visto não seria a última. 

– Ahh tá... beleza, Sara... 

E então, Boruto a chamou, exatamente como Itachi costumava fazer, deixando a garota estarrecida, pela coincidência na escolha do apelido. 

Os olhos azuis vazios, cansados, parecendo receosos e um pouco marejados. Ao passo que o coração dela batia exageradamente disparado. 

"Mas o que diabos estava acontecendo?" 

Ela pensou em perguntar grosseiramente, mas escolheu dizer de forma mais amena, ao notar uma lágrima solitária escorrendo pela bochecha do loiro. 

– Boruto... você tá me assustando droga. Que foi?

Talvez tenha sido a emoção sentida, ou talvez apenas uma reação impulsiva do Uzumaki. Fato era que Sarada quase engasgou com a própria saliva assim que Boruto se virou e a abraçou, enterrando o rosto em sua barriga. 

Estática. Sem mover um único músculo sequer, ela não soube o que fazer por alguns segundos. Até que, agindo instintivamente, retribuiu o abraço na mesma intensidade. Envolvendo o corpo dele com os braços, como se quisesse protegê-lo de toda a maldade existente no mundo. Com vontade de expurgar aquela tristeza do coração do loiro, para que Boruto voltasse a exibir o sorrisinho maroto que era a sua marca registrada. 

– Bolt... Me conta o que foi! Eu tô aqui pra você e sempre vou estar. 

Ela tentou soar o mais compreensiva que conseguiu ao mesmo tempo que acariciava os fios loiros dele. 

Boruto ergueu levemente o rosto e encontrou os olhos cor de ônix de Sarada fixos nos dele. Escuros, desprovidos de qualquer cor. Porém eram uma escuridão tão acolhedora que o loiro não via problema em se perder por lá. Os olhos dela definitivamente eram o seu lar. 

– Deita aqui do meu lado... como a gente tava antes? Juntinhos? – o pedido sendo feito quase como uma súplica pelos lábios do Uzumaki. 

E sem pensar duas vezes, Sarada o obedeceu como tinha o hábito de fazer. Cedendo aos caprichos de Boruto sem hesitar, deitando-se na cama e ficando lado a lado com ele. 

Como estavam anteriormente. 

As pernas se entrelaçam e os narizes roçando um no outro, como se trocassem carícias. 

– Pronto... agora me fala o que tanto está te afligindo, amor. 

Sarada pediu, em um tom de exigência. Somente percebendo a última palavrinha dita, quando Boruto arregalou os olhos azuis sorrindo espantado. As bochechas vermelhinhas. 

– Amor... você me chamou de amor.– ele balbuciou, todo bobo. Nunca ninguém havia o chamado assim. Nunca Boruto cogitou que Sarada o chamaria assim. 

– Não! E-eu não chamei não. 

Com o rosto vermelho, pegando fogo, Sarada resolveu negar o inegável, espremendo os olhos com força, morrendo de vergonha. 

– Tá bom... Tá bom, Sara vou fingir que foi fruto da minha imaginação, então. Pode voltar a olhar pra mim. 

E não desejando constrangê-la, Boruto falou, ao mesmo tempo que deixou um selinho dos lábios dela.

– Sara... Sara! Já é a segunda vez que você me chama assim também. – ela pontuou. 

– E isso é ruim por acaso? Agora que a gente é namorados, achei que eu podia te chamar de um jeitinho mais íntimo... 

Boruto tentou se justificar, dando de ombros. Para ele esse tipo de coisa fluía com naturalidade, a intimidade. 

– Não... não é ruim. – a Uchiha suspirou saudosa, antes de prosseguir. – É que "Sara" era o jeito carinhoso como o meu tio Itachi, gostava de se referir a mim.  Ele dizia que só quem me amava de verdade tinha o direito de pronunciar o meu nome dessa forma. E somente ele... só ele, me chamava assim e mais ninguém. 

Sarada contou. A voz embargada, lotada de emoções. 

– Sabe, Itachi era como um pai pra mim. Por vezes estando presente quando o meu verdadeiro não estava. 

Ela emendou, um pouco amargurada. A ausência de Sasuke sempre havia sido um tópico delicado de lidar. 

– Ohh linda! Vem cá... – Boruto a abraçou, beijando o topo da cabeça dela, todo amoroso. – Tenho certeza de que onde quer que o seu tio esteja, Itachi sempre estará de olho em você. Tá... talvez seria bom que ele não estivesse olhando para exatamente agora né, comigo te agarrando...  – ele riu da própria piada sem graça. 

– Sim, eu sei. Sinto tanta a falta dele que, antes de dormir, às vezes peço para que ele venha me visitar em sonho. Porém no dia seguinte nunca consigo me lembrar de nada. 

Sarada confidenciou desanimada. 

– Sonhos! Putz... Era justamente sobre isso que eu queria falar com você. – Boruto se ajeitou na cama, suspirando longo. – Queria te contar sobre um sonho recorrente que depois que eu te conheci comecei a ter com muito mais frequência. 

Ele disse sério, passando os dedos pelo contorno da face dela e Sarada apenas o encorajou a prosseguir, incentivando-o através do olhar. 

– Não me lembro direito como tudo começa...mas sempre estou com uma garota morena de cabelos curtinhos. A gente tá rindo e eu pareço feliz. Eu beijo a menina e digo que a amo, mas que preciso ir embora por algum motivo. Aí do nada eu tô andando de longboard por uma longa avenida a noite, até que sinto algumas presenças estranhas, bem sinistras me cercando. E de repente tudo fica escuro e a última coisa que eu me lembro é de luzes vermelhas piscantes e barulho de sirene. Aí quando acordo tô sempre suado, apavorado, com uma sensação angustiante dentro do peito, quase sufocante. É uma merda. Uma merda mesmo! E hoje quando me atrasei para a sua prova classificatória de natação foi porque eu mal tinha conseguido dormir e acordei todo atrasado por causa desse maldito sonho.

Boruto finalizou o seu relato, torcendo para que a Uchiha não o julgasse um lunático. 

– Deus! Bolt... Isso nem pode ser chamado de sonho! Tá mais pra pesadelo. – Sarada o puxou para mais perto, diminuindo qualquer distância que ainda poderia haver entre os dois, praticamente colando os seus corpos. – Não é normal sonhar recorrente com a mesma coisa. Parece até um sinal do além ou alerta premunitório. Você já contou sobre isso pra alguém? 

Ela perguntou genuinamente preocupada. Comparando o relato do namorado com uma história sobrenatural fictícia que estava lendo sobre espíritos, sonhos e intuição. 

– Eu conversava muito com o Neji. E ele dizia que talvez fosse só algo da minha cabeça, ou que poderia ser um aviso para eu tomar cuidado ao andar de long pela rua. –  Boruto brincou com o intuito de descontrair, antes de prosseguir.  – O curioso é que depois que eu te conheci, tive a absoluta certeza. A garota dos meus sonhos é você, Sarada, exatamente você. E o mais maluco é que eu tenho esses sonhos desde moleque, mesmo antes de te conhecer. Incrível, né? Tá feliz em saber que eu sonho com você, amor? – ele sorriu amarelo. 

– Feliz? Como poderia, seu idiota!  Eu tô é assustada, Boruto! Porque agora sei que estou no meio desse seu pesadelo bizarro. 

Sarada esbravejou irritada, de repente lembrando-se das mensagens ameaçadoras que vinha recebendo desde sábado após a partida de basquete. 

– Eii relaxa, amorzinho é só um sonho. Nada vai acontecer. Eu te protejo. – Boruto respondeu como se falasse o óbvio. E quando ia continuar, escutou a mãe o interpelar do andar de baixo. 

– Borutooo? Você já chegou, querido? 

Hinata perguntou em um tom alto de voz, perto dos primeiros degraus da escada. 

– Tô aqui mãe! No quarto... com a Sarada. – e o loiro respondeu falando mais alto ainda, fazendo a morena expressar uma careta ao ter o nome proferido. 

– Com a Sarada? A sua namorada tá aí maninho? Obaaa quero conhecer.

Himawari se manifestou com euforia, também do andar inferior, fazendo menção em subir correndo, quando a Hyuga interveio, segurando-a pelo braço.

– Ahh ótimo meu bem. Convide-a para o jantar então. Vou aprontar a mesa com mais um lugar. 

Informou a matriarca e a Uchiha estremeceu. Com vontade de se afundar naquelas almofadas fofinhas em formato de estrela existentes na cama do loiro.

– A sua mãe Boruto...ela quer me conhecer! 

Sarada resmungou bem baixinho, quase inaudível, de maneira preocupada. 

Céus! Ela iria conhecer a mãe do namorado. A mãe de Boruto Uzumaki. 

– Ahh bravinha... agora chegou a sua vez de conhecer a sua sogrinha! – Boruto falou em tom brincalhão, adorando ver o quanto ela estava aflita. – Que foi? Sarada Uchiha tá com medinho? – ele a provocou, sorrindo presunçoso. 

– Não é isso, idiota! É só que... que... E se a sua família não gostar de mim? Eu nem tô vestida apropriadamente pra jantar e também não trouxe nada e ... 

E diante das frases pronunciadas de um jeitinho todo nervoso pelos lábios da Uchiha, sem saber o que fazer, Boruto a beijou. 

Um beijo apaixonado, sôfrego. Como se aquele enroscar de línguas afoitas, desejosas mutuamente, fosse capaz de aplacar os anseios que a morena sentia. 

– Eu gosto de você pra caramba, Sarada... – ele murmurou, os lábios incapazes de descolar dos dela, viciado em seu gosto. – E tenho certeza que toda a minha família também vai te amar. 

A M A R 

E de novo aquela palavra . A bendita palavra que mexia com cada partezinha do corpo de Sarada e principalmente com o coração descompensado, deixando-a  emocionada. 

Emocionada demais. Emocionada por Boruto Uzumaki 

(...) 

Movendo os pezinhos com agilidade enquanto ajudava a mãe aprontar a mesa de refeições, Himawari não continha a ansiedade. 

– Agora já posso subir pra chamar eles? – perguntou com as mãos na frente do corpo. Doida para correr até o quarto do irmão. 

– Espera mais alguns minutos, meu bem. Daqui a pouquinho Boruto e Sarada já devem descer. 

Hinata sorriu gentil diante da postura em expectativa da filha mais nova.

E realmente não demorou para que o loiro aparecesse na sala de jantar acompanhando a Uchiha, toda acanhada. 

– Boa Noite, senhora Uzumaki. 

Sarada curvou o corpo numa reverência respeitosa, achando a mãe do namorado uma das mulheres mais bonitas que já tinha visto. 

– Ohh por favor. Não há necessidade desse tipo de formalidades, minha querida. Não quando eu te carreguei no colo desde pequenina. – deixou escapar naturalmente a Hyuga sem notar a confusão formada no semblante da menina. 

– Co-como assim? – a Uchiha perguntou retórica. Ligando os pontos mentalmente, com agilidade. 

"Nossa! Como havia sido tão tapada! Se sua mãe já conhecia Ino Yamanaka obviamente também já conhecia Hinata Hyuga" 

Ela concluiu com o coração acelerado e os pensamentos nublados.

– Peraí, mãe! Você tá dizendo que conheceu a minha Sarada bebê? A minha Sarada? – Boruto juntou as sobrancelhas, vincando a testa, numa expressão reflexiva. – Então... então... quer dizer que eu também já conhecia ela, desde pequeno? 

E Sarada não evitou de revirar os olhos diante da obviedade daquela conclusão. 

– Sim, querido. Vocês dois não se desgrudavam quando pequenininhos. Viviam brincando juntos e brigando também, geralmente disputando o mesmo brinquedo. – Hinata contou sem conter uma risada gostosa repleta de saudosismo. – Hima, pegue por favor, aquele porta retrato azul que fica ao lado do vaso com girassois no escritório do seu pai. 

Mais que depressa, a menor saiu correndo pela casa, afoita por obedecer a mãe e ver o desenrolar daquela conversa, como se assistisse a uma série de romance da Disney. Ao passo que o casalsinho de adolescentes se entreolhava de soslaio, ainda pouco confortável com a nova descoberta. 

– Eu não lembro dela...Não lembro de nada disso. 

Foi Boruto quem quebrou o silêncio. A voz recheada de pesar. Entrelaçando seus dedos aos de Sarada, desejando muito poder se lembrar. 

– Seria difícil que recordasse mesmo, meu amor. Os Uchiha se mudaram de Konoha para Nova York quando vocês ainda eram bem novinhos. Sasuke-kun assumiu a direção da filial no ocidente da Uziha, enquanto seu pai ficou responsável pelo oriente. Um acordo entre os dois sócios. – Hinata explicou simplista, não querendo entrar em detalhes sobre o negócio dos mais velhos. 

– A senhora tá dizendo que... que o pai do Boruto é o sócio do meu pai? – ela perguntou e a Hyuga assentiu com um aceno silencioso de cabeça. 

E Sarada de repente se lembrou. Bem vagamente de um senhor, loiro de olhos azuis. 

Claro. Agora tudo fazia sentido. 

A sensação. Aquela sensação tão boa e gostosinha que sempre teve perto de Boruto. De acolhimento. De pertencimento. De saudade. 

Tinha realmente que ser o loiro idiota. Tinha que ser Boruto. Era para ser ele. Estava mesmo escrito nas estrelas. 

Sarada arfou, piscando algumas vezes, ainda incrédula com tudo aquilo. 

Não sabia muito sobre a empresa do pai. Sasuke passava meses viajando. E ela, talvez por birra, talvez por puro desinteresse, sempre se recusou a perguntar qualquer coisa sobre o trabalho dele. 

– Aqui ó!! Olha mamãe! 

Hima voltou com o porta retrato em mãos. Os olhinhos azuis brilhando diante da feliz coincidência. A namorada nova de seu irmão, era na verdade uma velha amiga de infância. 

E Boruto e Sarada trocaram olhares cúmplices. Ambos de bochechinhas coradas e coração disparado ao vislumbrarem as imagens de um loirinho e uma moreninha juntos. 

Sempre juntos. 

Como eram agora. Como sempre haveriam de ser, se os Uchiha não houvessem partido de Konoha. 

Sarada respirou fundo, mais de uma vez. O celular vibrando no bolso, a fazendo de repente retornar para a realidade, ciente de que naquela noite, ela teria muito sobre o que pensar. 

Continua...


Notas Finais


Quem leu a primeira versão da história vai entender a importância dos assuntos narrados nesse cap...
Hihihi

Beijinhos e até o próximo com bastante emoção!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...