Caos se encontrava sentado em seu trono.
Ele estava quieto, – um acontecimento bem incomum – sua postura mostrava que estava a esperar algo. Logo, o silêncio do salão foi quebrado e, não precisando nem olhar, sabia que um portal grotesco se abria ali ao seu lado.
Um portal de sangue.
— Por que me chamou?
— Preciso de você.
Sangue caminhou lentamente até ficar frente a frente a outra entidade, seu portal fechando-se atrás de si.
— Se for para saciar seus desejos novamente, eu juro qu-
— Não, vermelhinho. — Interrompeu Anfitrião, sua voz soando como se estivesse sorrindo. — Mas se você quiser...
— Não. — Rosnou. — Por que precisa de mim?
— Kian voltou. — Respondeu e podia-o imaginar revirando os olhos. — O que significa que os Marcados também e eles estão vindo para cá, preciso da sua... ajuda... para conseguir formar uma aliança com eles.
— E você vem pedir ajuda para mim? — Perguntou, cruzando seus braços.
— Você é o único que eu tolero vermelhinho! — Choramingou. — Eu odeio aquelas máscaras ridículas e a Morte é... ugh!
O Diabo se deixou descruzar os braços, baixando um pouco a guarda.
— O que eu ganho em troca?
O Anfitrião pulou sobre seu trono, ficando animado novamente.
— Bem, se tudo der certo eu irei usar os Marcados para acabar com aquelas Máscaras chatas do caralho, colocando um fim nessa merda de equilíbrio de uma vez. — Sua voz computadorizada soava vagamente maníaca como sempre. — Eu irei reinar finalmente e ninguém mais estará preso nessas correntes de bosta, incluindo você vermelhinho. — Caos finalmente se levanta, aproximando seu corpo o suficiente para quase tocar o corpo da outra entidade. — Isso não está bom?
Sangue se inclinou levemente para baixo, seu rosto a centímetros do que seria o rosto da outra entidade.
— Você acredita mesmo que vai funcionar?
— Vai se foder. — Sussurrou, suas mãos movendo-se para segurar o rosto pontiagudo e vermelho.
Caos puxou suavemente o rosto do Incontrolável em sua direção, seu cano da máscara batendo contra a boca cheia de dentes. Mesmo não podendo beijar de verdade, a outra entidade nunca pareceu se importar quando encostava seus rostos desse jeito, na verdade, parecia até gostar.
O Diabo moveu seus lábios como faria em qualquer outro beijo, – não que beijasse mais alguém – sua língua bifurcada se esgueirando para lamber o metal frio. O Inevitável, mesmo não tendo uma boca, soltava alguns sons de satisfação como se estivesse sentindo.
— Não era você que estava falando que não iria mais transar comigo a um segundo atrás? — Sussurrou Caos, sua voz ecoando meio falhada, como se realmente estivesse ofegante pelo beijo.
— Você é levemente mais atraente quando está calado.
— Mais? Você me acha atraente Diabo?
Sangue rosna contra o metal que estava beijando segundos atrás, seus dentes raspando levemente contra a superfície, suas garras movendo-se para segurar os quadris masculinos da outra entidade com força.
O Anfitrião soltou um som que corresponderia a um gemido baixo de um ser humano normal, seus braços alcançando os ombros da entidade vermelha com urgência.
— Diabo...
— Sim?
— Nós temos um pacto?
O Diabo resmungou, seus lábios descendo lentamente sobre a máscara de gás até alcançar o pescoço do Caos, mordiscando delicadamente.
— Pacto feito.
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