1. Spirit Fanfics >
  2. Tudo Diferente (Soy Tu Dueña) >
  3. Alice.

História Tudo Diferente (Soy Tu Dueña) - Alice.


Escrita por: Tay_fanfiction

Notas do Autor


Oii gente... mais um capítulo pra vcs.
Boa leitura a todos.

Capítulo 12 - Alice.


Fanfic / Fanfiction Tudo Diferente (Soy Tu Dueña) - Alice.



Ivana não suportava mais aquela dor tão forte, era uma dor indescritível que exigia tanto do seu físico quanto do seu emocional, e aquilo estava se tornando um verdadeiro

 pesadelo. Nunca havia imaginado que a dor de um parto poderia ser tão dolorosa, claro que já tinha ouvido relatos de que um parto era muito dolorido, porém nada como sentir na própria pele.

Havia encontrado uma casa abandonada no meio da floresta, deu graças pois ali tinha uma cama com alguns lençóis. 

— Que coisa mais patética. — Fala olhando em volta com cara de nojo. — Uma mulher como eu que só viveu no luxo a vida toda, acabar dando a luz em um lugarzinho como este... 

Diz revirando os olhos se sentando na cama enquanto fazia um coque em seu cabelo que havia se soltado. 

Suas contrações estavam vindo de cinco a cinco minutos, o que indicava que sua filha iria nascer em instantes. 

...


Ivana se encontrava completamente exausta, seu rosto estava banhado pelo o suor junto com suas lágrimas, aquilo não estava sendo nada fácil e estava exigindo muito de seu psicológico que já se encontrava totalmente abalado. 

Nunca suportou hospitais, mas naquele momento daria tudo para estar em algum agora, dar a luz sozinha era um desafio enorme. 

Mas infelizmente não tinha outra escolha. 

Suas contrações estavam vindo de quarenta a quarenta segundos, já havia tentado várias posições mas todas foram sem sucesso, continuava caminhando pelo o quarto para ver se assim facilitava mais a dilatação. Fazia mais de duas horas que estava em trabalho de parto e a cada contração que sentia parecia que todos os seus ossos do corpo iriam sair junto com a bebê. 

Respirava fundo enquanto continuava caminhando devagar pelo o quarto. Ainda sentia as lágrimas descerem por sua face, sua maquiagem perfeita já não se encontrava mais ali, seu vestido branco se encontrava banhado a sangue, e nunca havia se sentido tão desamparada como agora. 

Sente que a próxima contração está perto, então seria agora ou nunca. 

Enxuga suas lágrimas com as mãos e respira fundo. 

Decide ficar de joelhos na beira da cama talvez essa posição seria mais fácil. 

Se apoia na cama e se prepara para receber a próxima contração. Afasta as pernas uma da outra e sente que todo aquele sofrimento estava próximo de acabar.

Derrepente sente uma dor totalmente forte fora do normal, atingindo as suas costas, indo para seu útero, e suas pernas, uma dor terrível e sem explicação alguma. 

Ela faz força no momento em que a dor a atinge, e parece que todos os seus ossos do corpo iriam se quebrar ao mesmo tempo.

— AAAH!! — Continua fazendo força, com a próxima dor que vem em seguida. 

Parecia impossível seu corpo em total cansaço aguentar tamanha dor. 

Ela continua empurrando com toda a força que ainda lhe restava em si, quando finalmente sente que sua bebê estava próxima a saída, abre mais as pernas ainda de joelhos e coloca as mãos no meio de suas pernas para pegá-la assim que nascer. 

— Vamos Ivana! Você consegue! Você precisa conseguir... — Diz bufando não suportando mais aquela situação e tentando emotivar a si mesma. 

Sente a próxima dor lhe atingir com tudo fazendo a mesma dar um grito alto fazendo eco naquele local, aquela dor era ainda mais forte do que as outras que havia sentido, ela se prepara para empurrar e assim faz! Empurra com uma força extrema que nem sabia que tinha em seu corpo.

— AAAH... — Grita com lágrimas em seus olhos, dando tudo de si a empurrando o máximo que consegue. 

E finalmente sente sua filha deslizar sobre as suas pernas, a pega rapidamente, sentindo seu corpo tão pequeno em suas mãos a sujando com seu sangue e logo seu choro agudo e delicado preenche todo aquele local.

Alice finalmete nasceu.

Ela aproxima sua bebê de seu corpo e vai com ela até a cama a enrolando em um dos lençóis que haviam ali, se senta na cama e se encosta na cabeceira da mesma aconchegando sua filha melhor em seus braços, que vai parando de chorar em instantes como se o calor e colo de sua mãe a acalmasse. 

Ivana observa sua filha em seus braços e sorri toda boba vendo cada traço seu refletido no rosto daquela menina. Era exatamente idêntica a ela quando era bebê. 

Pega na pequena mãozinha toda enrugadinha da sua bebê e sente um sentimento surreal tomar conta de si, nunca havia sentido tanto amor incondicional por alguém, muito menos por uma criança, era aquilo era tão novo, e ao mesmo tempo confuso. 

Alice aperta um dos dedos de sua mãe com sua mãozinha fofa, e Ivana não para de sorrir pra ela. 

— Você é tão linda filha... tão inocente, tão pequena, é muito parecida comigo... — Ivana fala toda boba chorando olhando para a sua filha que parecia uma boneca de tão perfeita, sua pele branca e macia, suas bochechas rosadas, cada detalhe de seu rostinho parecia que tinha sido desenhado por anjos.

Alice boceja e começa abrir seus olhos devagar, deixando os entreabertos a olhando cada detalhe do rosto de sua mãe. 

Ivana sorri abertamente quando percebe que os olhos de sua pequena são verdes iguais aos seus. 

— Pelo o visto você também invejou os olhos da mamãe... — Fala limpando com a ponta do lençol o rostinho de sua filha. 

Abaixa a manga de seu vestido junto com a alça de seu sutiã e ajeita sua filha melhor em seus braços. 

Ela sabia que tinha que amamentar sua filha recém nascida, nunca tinha feito isso na vida e nem sabia como fazer, mas iria tentar. 

Ela aproxima o bico do seu seio até a pequena boca de sua filha e rapidamente Alice o abocanha sugando o leite com uma uma certa força.

Aquilo doía até a alma, mas valia muito a pena, pois ver sua filha se alimentando com toda aquela delicadeza, não tinha preço. 

—Tudo valeu a pena! Todo o meu sofrimento para te trazer ao mundo... eu passaria tudo de novo por você meu amor. — Dizia sorrindo enquanto passava uma de suas mãos pelo os cabelos loiro escuro de sua filha. 

Ivana estava muito cansada, ter um parto era muito cansativo ainda mais sozinha sem ninguém ao seu lado, sentia seu corpo pedir para descansar, porém tinha que esperar sua bebê terminar de mamar. 

— Você foi a única coisa boa que saiu de mim... digamos que sua mãe não se simpatiza com a maioria das pessoas. — Fala olhando pro nada enquanto segura na pequena mãozinha da sua neném. — Eu irei me dedicar muito para ser uma boa mãe princesa, prometo! Enquanto eu viver nunca ninguém fará mal a você, e se alguém fizer... Eu o mato sem piedade nenhuma. — Diz com olhar sombrio olhando pro nada. — Mas fica tranquila que coisas horríveis assim não vão voltar a acontecer... e além do mas, eu e você vamos fugir juntas, vamos ir embora do país se for preciso, longe desse lugar horrível, seremos só nois duas. — Sorri e da um leve beijo na testa de sua bebê. 


Alice mama por alguns minutos e logo Ivana a coloca para arrotar. 

O que a deixa surpresa porque nunca imaginou que teria essas habilidades, mas é aquela frase, quando nasce um bebê, também nasce uma mãe. 

A coloca na cama ao seu lado, e olha a janela que havia ali e vê alguns raios de sol na mesma indicando que já estava amanhecendo. 

Deita ao lado de sua bebê e sente um cansaço enorme tomar conta de seu corpo a fazendo apagar por completo em um sono profundo. 

...


Na fazenda os caracóis, Valentina já havia sendo atendida por Felipe. 

Dona Isabel chorava enquanto estava sentada na cama de sua sobrinha ao seu lado.

— Como Ivana pode ser capaz de cometer tantas maldades... eu não entendo aonde que errei com minha filha? Como ela pode ser tão psicopata a esse nível? — Dona Isabel chora feito uma criança. 

— Calma tia... nós vamos sim ajudar a Ivana, vamos conseguir, eu tenho certeza! Não ouviu o que o delegado Toledo disse? Em vez de ela ir a uma prisão, pode ir a uma clínica psiquiátrica... e ela irá se recuperar logo eu tenho certeza. — Valentina diz calma, ainda fraca pelo o que ouve com ela. 

— Você é tão boa filha... Ivana quase matou você, e você ainda quer ajudá-la e perdoá-la. 

— Não vou negar, a Ivana me deu medo! Ela estava transformada, aquela não era a Ivana com quem eu cresci, com quem eu brincava de bonecas quando era criança, ela realmente está precisando de ajuda tia, eu achei que ela iria me matar. — Valentina fala com o olhar baixo.

Isabel nega não querendo acreditar que sua filha era uma assasina psicopata.

— Ivana matou a Benita... que era como uma irmã pra mim, ela nunca se deu bem com a Benita, mas eu nunca imaginaria que ela seria capaz de matá-la. — Isabel diz ainda não conformada com toda aquela situação. — E pior fez tudo aquilo estando grávida, corria o risco de prejudicar a minha neta com tantas emoções que ela sentiu enquanto fazia suas violências.

— Pois é... eu só quero que encontrem ela e a bebê em segurança, quero poder ajudá-la.

— Eu estou muito angustiada... sem saber nada sobre minha filha e nem a minha neta até agora. — Isabel diz triste enxugando as lágrimas. 

Valentina pega nas mãos de sua tia a dando apoio.

Já se passavam das onze da manhã e ainda não havia nenhuma notícia de sua prima, e aquilo lhe atormentava.

— DONA VALENTINA! — Maria da Luz do nada aparece entrando no quarto. — O delegado de São Pedro tá aí embaixo, e ele disse que tem notícias da dona Ivana. — Diz apressada.

Dona Isabel se levanta rápido.

— Aí meu Deus Valentina... eu preciso ir ver a minha filha. — Diz saindo rapidamente do quarto com uma ansiedade enorme de reencontrar a filha. 

— Maria da Luz me ajuda a chegar lá em baixo por favor, eu estou me sentindo muito fraca ainda. — Valentina fala se levantando ajeitando seu pijama. 

— Claro patroa. 


Dona Isabel chega ao andar de baixo aflita encontrando o delegado Toledo, junto ao delegado da cidade. 

— Vocês trouxeram notícias da minha filha não é? A encontraram? Como ela está? E a minha neta ja nasceu? Ela está bem? — Isabel faz um interrogatório em desespero. 

— Calma dona Isabel, as duas estão perfeitamente bem! Encontramos Ivana no meio da floresta numa cabana abandonada um pouco longe do cativeiro que ela mesma tinha levado a dona Valentina, chegamos lá ela estava dormindo com a sua filha ao seu lado, ela deu a luz sozinha e provavelmente estava tão cansada que nem percebeu quando chegamos lá. Sorte que entramos na mata para procurá-la e a encontramos. — O delegado de São Pedro diz sério. 

— Deus do céu... imagina o pavor que minha filha sentiu ao dar a luz sozinha e no meio do nada... que droga de mãe que eu sou? Que permiti tantas coisas ruins acontecer com ela... — Isabel chora e doutor Hernesto vai até a mesma consolá-la.

— Calma Isabel... isso não é culpa sua, Ivana estava desorientada o tempo todo, você não tem culpa nisso.— A abraça de lado.

Valentina descia as escadas devagar com a ajuda de Maria da Luz. 

— Bom... tivemos que levar sua neta ao hospital de Pedreira para receber todos os cuidados de que uma recém nascida precisa, José Miguel foi com ela, ele é o pai e o principal responsável por ela, já que Ivana não pode estar com ela neste momento, então ele não desgrudou nenhum segundo da filha desde que a encontrou. — Delegado diz normalmente. 

— E enquanto a Ivana... ela já foi atendida por um médico para ver se ouve danos no corpo dela por conta do parto, e está tudo bem com ela, ocorreu tudo bem, ela deu a luz a uma bebê saudável! Essas foram as palavras do médico. — O delegado Toledo fala. — Porém agora ela se encontra na delegacia de São Pedro no centro, logo vai ser examinada por um psiquiatra de extrema confiança e ele vai dizer quais são os problemas psicólogicos que Ivana tem, e se acaso ouver algum, ela será levada a uma clínica psiquiátrica com urgência. 

Isabel concorda angustiada com tudo aquilo, nunca imaginava que veria a filha internada em um hospital psiquiátrico.

— Viu só tia? Não tem porque se preocupar! Graças a Deus a Ivana e a bebê estão bem! — Valentina diz sorrindo pra tia enquanto estava apoiada no corre mãos da escada.

Isabel sorri assentindo.

— Eu posso ir vê-la? Quero muito ver minha filha... e a minha neta quando irá ser liberada do hospital? 

— Amanhã mesmo, só vai ficar essa noite lá, fazer todos os exames que uma recém nascida precisa fazer e logo será liberada, mas a senhora pode ir até lá hoje mesmo se quiser vê-la. 

— Está bem delegado! Fico muito agradecida por tudo. — Isabel diz dando um meio sorriso. — Doutor Hernesto pode me levar ate São Pedro e depois até o hospital de Pedreira para conhecer a minha neta? Não irei suportar esperar até amanhã. 

— Claro que sim Isabel! Será um prazer. 

Diz amigável. 

— Eu ficarei aqui tia, sabe eu ainda não estou disposta a ir tão longe...

— Claro que sim Valentina! Você precisa descansar, pode ficar tranquila. — Isabel fala para a sua sobrinha. — Maria da Luz poderia pegar minha bolsa lá em cima? 

Pergunta e ela assente subindo as escadas correndo. 

...



Não muito longe dali, Rodrigo estava em sua casa enquanto brigava com Filadélfo, ele havia contado a Rodrigo sobre Ivana ter ido em sua casa procurando por ele dias atrás. E também havia lhe falado que a polícia estava no rastro dele pois ele tinha sido cúmplice da Ivana na morte de Benita.

— Porque você não me disse isso antes infeliz? 

— Rodrigo você nem na cidade estava! Como queria que eu havisasse que a maluca da dona Ivana veio aqui me ameaçar? — Filadélfo diz aflito.

— O que ela queria? — Rodrigo pergunta dando uma tragada em seu cigarro. 

— Queria saber se ainda iria ajudar ela no plano com a dona, eu disse que não, e foi aí que ela decidiu fazer tudo sozinha. — Rodrigo o olha sem entender. — Ela sequestrou a dona Valentina, mantida em cativeiro por quatro dias...

Rodrigo nega. 

— Essa não toma jeito mesmo, eu sabia que ela queria manter a prima em cativeiro só não sabia que ela conseguiria agir sem minha ajuda. — Rodrigo diz pensativo. — Ela é pior do que eu imaginava. 

Filadélfo da de ombros. 

— Aa mas não para por aí, dizem que ela contratou um cara para ajudá-la com o sequestro e ele já foi preso em flagrante quando a polícia chegou no local, e hoje de manhã a encontraram em uma cabana abandonada lá na floresta ao da filha dela... tinha dado a luz sozinha no meio do nada. — Filadélfo conta tudo a Rodrigo que fica surpreso. 

— E como sabe de tudo isso? 

— As notícias correm muito rápido aqui em São Pedro, você sabe. — Diz olhando fixamente para Rodrigo. — Escuta Rodrigo... essa menina não é sua filha não é? 

Pergunta curioso o olhando. 

— Bom... Antes Ivana tinha as suas dúvidas, mas depois começou a garantir que era filha do mauricinho, mas eu ainda tenho minhas dúvidas, porque o que nunca faltou entre mim e a Ivana foi sexo! Ela sabe exatamente como seduzir um homem, me deixava louco, e ainda me deixa, as vezes nem sei se ainda estou apaixonado pela a dona, ou pela a priminha dela. Ivana tem algo que me atrai muito, não sei explicar exatamente o que é, mas me atrai! — Rodrigo fala pensativo fumando o cigarro em mãos. — Mas se essa menina for minha filha eu não me importo, nunca quis ter filhos com ninguém, e além do mas, ela fez de tudo para engravidar então o problema é dela. 

— Tá certo. — Filadélfo da de ombros. — E você ainda vai levar a dona pra longe daqui? 

Rodrigo sorri de lado.

— Sinceramente? Não sei! O que eu mais estou desejando no momento é conseguir acabar com José Miguel Montesinos. Agora que tenho muito dinheiro, quero o arruinar aos poucos. E vou conseguir! 

Diz sorrindo enquanto fuma. 


... 


Dona Isabel caminha lentamente ao corredor da delegacia até chegar em frente a cela aonde Ivana se encontrava. 

Olha para dentro da cela e vê sua filha vestindo um conjunto de moletom preto com seus cabelos lisos para o lado, com o capuz do moletom cobrindo sua cabeça deixando sua franja solta. Estava sem maquiagem, mas sua beleza natural era linda.

Estava sentada no chão abraçada a suas pernas enquanto olhava pro lado. 

Seu olhar era muito vazio e sem sentido algum. 

Um dos guardas abre a cela para dona Isabel entrar para conversar melhor com sua filha. Ela entra e logo ele a fecha, saindo dali.

Ivana levanta o olhar e revira os olhos ao ver que era a sua mãe. 

— Filha... como você está?

— Veio aqui pra que? Para me dar sermões? Como sempre fez? — Pergunta rispida.

Isabel nega.

— Claro que não filha... eu vim só te dizer que irei te ajudar, e iremos fazer o possível para te ver bem. 

Ivana levanta colocando suas mãos no bolso do moletom e se encostando na grade da cela. 

— A única coisa que me interessa é ver a minha filha! Eu não quero ver mais ninguém, eu só quero a Alice perto de mim! Só isso... — Seus olhos enchem de lágrimas ao se lembrar da sua bebê. — Tiraram ela de mim, aproveitaram um momento de vulnerabilidade e arrancaram ela de mim. 

Diz já chorando. E Isabel a olha com pena.

— Minha filha eu vou vê-la, pode ficar tranquila, irei cuidar perfeitamente dela, enquanto você não poder.

— MENTIRA! A única que pode cuidar dela perfeitamente sou eu! Ela precisa de mim...

Isabel abaixa a cabeça pois a filha tinha razão. 

— Ivana entenda que tudo o que estamos fazendo é para o seu bem! Você matou duas pessoas, e ainda tentou matar a Valentina, que é praticamente como a sua irmã, você precisa de ajuda querida.

— Eu. Já. Disse. Que. Não. Estou. Louca! — Fala pausadamente olhando pro nada com uma expressão nada boa.

— Não, não é isso meu amor... claro que você não está louca, mas as vezes nós precisamos de ajuda porque ninguém é perfeito nessa vida. — Isabel diz um pouco tensa.

Isabel sempre teve medo de sua filha, e nunca conseguiu enfrentá-la como deveria, com o gênio forte que Ivana sempre teve, realmente era difícil qualquer um querer enfrentá-la.

— Na clínica eu tenho certeza que você irá se sentir melhor... amanhã irá vir um psiquiatra te examinar, e por conta disso você não irá para a prisão, e sim para o hospital psiquiátrico e...

Ivana vai até ela e coloca uma de suas mãos tampando a boca de sua mãe com força, a fazendo se assustar e olhar apavorada para a filha. 

— Xiii... Cala a boca! Eu não quero mais escutar você falando disso! A única coisa que me interessa é sair daqui pegar a minha filha e voltar com ela pra capital. — Ivana diz a olhando séria com uma voz autoritária. — Ou... por acaso você está pensando em ficar com minha filha pra sempre enquanto me deixa trancada naquela clinica? — Pergunta com uma voz desconfiada. 

Isabel nega assustada e tira com calma a mão de sua que estava apertando sua boca. 

— Não! Claro que não meu amor... eu nunca tiraria ela de você! Eu a amo, e irei cuidar dela só por um pouco tempo, até você se recuperar. Eu prometo filha. 

Ivana ainda a olha desconfiada.

— Entenda querida... nunca irei fazer mal algum a Alice, ela é uma parte de você, e você é minha filha, então é como se eu fosse uma segunda mãe pra ela, me entende? — Diz pegando na mão da filha. — Agora me diz como ela é? Eu ainda não a conheci, tenho certeza que se parece com você não é mesmo? 

Isabel pergunta carinhosa colocando uma das mãos no rosto de sua filha a acariciando, tentando a distraí-la um pouco. 

Ivana sorri toda boba lembrando da bebê, fazendo desaparecer aquela sua outra personalidade perversa. 

— Ela é tão linda, doce, encantadora, se parece tanto comigo quando era bebê, tem os meus olhos... tão inocente, parece uma boneca de tão perfeita. — Fala sorrindo limpando as lágrimas que insistem em cair. 

Isabel sorri encantada ao perceber que sua única filha já era mãe. E a maternidade já tinha tomado conta de seu semblante, Ivana era outra quando falava da filha e aquilo era um bom sinal.

— Com certeza ela é muito linda mesmo, teve a quem puxar não é? — Sorri enquanto enxuga as lágrimas da filha. — E além de tudo, você foi muito corajosa meu amor, teve um parto normal e sozinha, é preciso ter muita garra. 

Ivana da um meio sorriso com o comentário da mãe. 

— Olha pra mim. — Isabel diz pegando com as duas mãos no rosto de sua filha. E Ivana a olha com seus olhos verdes lacrimejados. — Quero que saiba que eu sempre estarei aqui por você! Eu te amo, sou sua mãe! Nunca irei abandonar você querida. O amor de uma mãe por sua filha é incondicional é um amor que não sabemos explicar... e eu acho que agora você me entende não é mesmo? 

Ivana sem pensar duas vezes abraça sua mãe a fazendo se assustar um pouco com o ato da filha, ela retribui o abraço fechando os olhos apreciando aquele momento único. Fazia muito tempo que sua filha não a abraçava naquela maneira.

— Eu te entendo muito... eu também te amo mãe. — Diz desfazendo o abraço. — Sei que não sou de demonstrar sentimentos, mas sinto muito amor por você, embora nós duas sempre discutimos uma com a outra. — Da de ombros.

Isabel sorri emocionada para a filha. 

— Eu sempre irei estar aqui por você, pode contar comigo pra tudo. 

Isabel diz para a filha em gesto de apoiá-la, e Ivana concorda dando um sorriso fraco. 

Tudo o que Isabel queria era ver a filha bem cuidando da sua bebê, e ela espera que isso aconteça em breve. 

...



Finalmente Dona Isabel chega ao hospital de Pedreira após duas horas de viagem. 

Doutor Hernesto a acompanhava enquanto entrava no enorme hospital muito ansiosa para conhecer a sua neta. 

Após ter pedido informações na recepção e ter aguardado alguns minutos, ela finalmente é direcionada ao andar de cima aonde ficava o berçário. 

Como só podia entrar uma pessoa Doutor Hernesto decide esperá-la na recepção.

Ao chegar lá se depara com José Miguel sentado em uma das cadeiras pensativo olhando pro nada.

Ao ver Isabel ele se levanta e abre um sorriso.

— Dona Isabel como está? — Pergunta normalmente indo até ela.

— Estou bem, mas muito ansiosa para conhecer a minha neta. — Diz sorrindo animada.

A enfermeira que a acompanhava a leva até a frente do berçário aonde tinha a visão de alguns bebês através do vidro.

— Veja... é a mais linda de todas, a que está na sua frente a direita. — José Miguel fala apontando para a sua filha, que dorme tranquilamente enquanto os outros bebês não param de chorar. 

Isabel fica sem palavras ao ver sua neta dormindo tranquilamente com uma saída maternidade cor de rosa com alguns detalhes brancos, junto a uma manta inteira rosa que enrolava seu delicado corpo, seus cabelos eram um tom de loiro escuro com um pequeno lacinho rosa ao lado prendendo alguns fios.

— Eu vou pegar ela para a senhora ver. — A enfermeira fala simpática. 

Ela entra no berçário indo até o pequeno berço que Alice estava e a pega com cuidado em seu colo. 

Caminha com cuidado pra fora do berçário indo em direção de Isabel, que deixa sua bolsa em um dos bancos dali para pegar sua neta no colo pela a primeira vez.

A enfermeira entrega a pequena bebê a ela, que sorri ao sentir seu corpo todo delicado e mole em seus braços. 

— Ela é uma das bebês mais lindas que eu já vi, e olha que eu já vi muitas, parece uma verdadeira princesa. Sem contar que ela é muito boazinha, quase não chorou durante os exames.— A enfermeira diz toda boba olhando o rostinho lindo de Alice. — Irei me retirar, qualquer coisa é só chamar. — Diz saindo em seguida. 

Isabel não sabia dizer nada, apenas olhava boba para a bebê em seus braços. 

— Os médicos disseram que ela nasceu bem saudável, esta no peso ideal, não tem nenhum problema de saúde, e graças a Deus todos os seus órgãos se formaram bem, não tem nenhuma má formação em nada. — José Miguel diz sorrindo bobo para a filha enquanto pega em uma das maozinhas delicada da pequena. — Amanhã de manhã ela já pode ir para a casa.

— Simplesmente eu estou sem palavras, ela se parece muito com a Ivana quando nasceu, minha filha era assim, todas as enfermeiras a elogiavam e dizia que era uma das bebês mais lindas. 

Fala se sentando em um dos bancos com a bebê em seu colo. 

José Miguel se senta ao seu lado.

— Pois é, quando a vi pela a primeira vez fiquei encantado, nunca vou me perdoar por ter deixado Ivana sozinha naquele momento, apesar de todas as coisas ruins que ela já fez, eu sou o pai da filha dela e ela precisava muito de mim ao lado dela para dar a luz. — Diz enquanto olha sua filha dormir nos braços na avó. 

— Não se culpe por isso, o importante é que você e o delegado chegaram a tempo, você não parou um só segundo até encontrar a Ivana com a bebê, você foi incrível José Miguel. — Isabel fala sorrindo.

— E a Ivana? Como ela está? Já foi vista por um psiquiatra? — Pergunta preocupado. 

— Ela não está nada bem... sende saudades da filha, tá sendo tão difícil pra ela lidar com tudo isso, mas tenho fé que ela irá superar tudo isso. — Isabel diz confiante.

— Sim, ela é muito forte dona Isabel, você vai ver! 

— Gosta da minha filha não é? — Isabel o questiona. 

— Não vou negar, sua filha me fascina, é linda, e depois que ela engravidou e comecei a ficar mais perto dela, não consegui mais pensar na Valentina como eu pensava antes. Não sou mais apaixonado na sua sobrinha. — José Miguel diz sincero. — A única coisa que pode haver entre mim e Valentina é só uma amizade.

— Claro... Ivana não está bem agora, mas garanto que quando ela se recuperar poderá o corresponder. 

— Tomara! Irei visitá-la assim que chegar em São Pedro. Aah e eu estou com o carro dela, ela tinha o deixado na estrada antes de fugir para a mata, amanhã mesmo eu o levo para a fazenda. — José Miguel diz.

— Imagina, nem se preocupe com isso. 

Isabel sorri vendo Alice se remexer em seu colo se espreguiçando abrindo um bocejo, ela começa a abrir seus olhinhos devagar e encara a sua avó ainda meio sonolenta.

— Oi princesa, eu sou a sua vovó, e irei cuidar muito bem de você. — Acaricia o rostinho fofo de sua neta, sentindo aquela pele macia de bebê em suas mãos. — Eu te amo muito, e você será muito amada por todos lá na fazenda. 

Alice olha atenta para a sua avó com os seus olhos verdes curiosos. 

— O médico me disse que para uma recém nascida é necessário o leite materno, a única coisa saudável que ela pode ingerir. — José Miguel comenta. 

— Ivana poderia dar um jeito de extrair o leite para darmos a ela, sei que isso seria muito difícil para a minha filha mas talvez não tenha outra escolha. 

Isabel diz triste olhando para a sua neta que já adormeceu de novo.

— Ela é tão boazinha não é? Nem me estranhou nem nada.

— Sim, digamos que ela herdou o meu jeito calmo de levar a vida, porque já a mãe... não é? — José Miguel diz sorrindo, tirando risos de dona Isabel. 

— Realmente Ivana sempre teve um gênio bem forte, impossível de lidar. — Da de ombros, observando a bebê em seus braços que resmunga enquanto ainda dorme. — Mas tenho certeza que ela não cometera mais atrocidades como antes, ela receberá a ajuda que precisa. 

Isabel pega a mãozinha de Alice depositando um beijo na mesma. Enquanto admira aquele pequeno anjinho dormindo em seus braços.

Aquele com certeza era um dos momentos mais especiais de sua vida.

...


Ivana estava se sentindo mais do que sozinha naquela cela, se sentia vazia, com muita saudades muita falta de sua filha, sentia falta dela em seus braços, já que ela teve pouco tempo a filha em seus braços, sentia falta de quando ela se mexia em sua barriga, mesmo causando algumas dores nas costas as vezes. 

— Não sabe como eu daria tudo pra ter você de volta em meus braços... eu não preciso de nenhum psiquiatra! Só preciso de você filha. — Chora enquanto abraça seu próprio corpo sentada no chão. 

Ouve passos se aproximando da cela em que estava, e nem faz questão de olhar para ver quem é.

— Somente dez minutos senhora. — O guarda diz abrindo a cela.

Ivana levanta o olhar e se depara com dona Leonor parada enquanto a olhava séria.

Levanta do chão com uma cara nada boa.

— O que faz aqui? — Pergunta rispida.

Leonor a olha com deboche.

— Vim ver se a minha "norinha" está bem hospedada. — Fala olhando em sua volta.

Ivana revira os olhos e bufa.

— Não estou afim de ver velhas bruxas como você! Vai embora. — Ivana exige.

Leonor ri.

— Ivana... olha para a sua volta, está em uma cela! Não sente vergonha? Matou a pobre da sua babá, e ainda matou aquele velhote que foi seu amante, e ainda não contente com isso sequestrou a sua própria prima sangue do seu sangue e quase a matou. — Leonor diz a olhando. — Você perdeu a razão sobre tudo.

Leonor fala com um certo desprezo na voz. 

— Só vim aqui lhe dizer, que se depender de mim, você jamais verá a Alice de novo! Vou fazer de tudo para tirar a guarda dela da sua mãe e vou tê-la só pra mim, irei criá-la longe de você, não quero uma mãe assasina para a minha neta. — Leonor diz a olhando com um sorriso de lado. 

Ivana fica furiosa com as palavras de Leonor, e vai até ela sem pensar duas vezes lhe dando uma bofetada forte de virar seu rosto. 

Leonor a olha sem acreditar e levanta a mão para devolver o tapa, mas Ivana é mais rápido e segura seu braço com força.

— NUNCA MAIS OUSA EM DIZER UMA COISA DESSAS, OU TODOS VÃO SABER QUE SEU QUERIDO FILHO JOSÉ MIGUEL, É FILHO DE RODRIGO GAVILLÁN! — Ivana grita jogando as verdades na cara de Leonor que a olha sem acreditar no que ouviu.

— O que? Da onde tirou esse absurdo? 

Pergunta.

Ivana ri. 

— Eu ouvi atras da porta do escritório da sua casa quando você contou ao Rodrigo, que ele era o verdadeiro pai de José Miguel. 

Flashback On.


— COMO VOCÊ PODE NÃO TER ME CONTADO ISSO ANTES LEONOR? — Rodrigo grita com raiva.

Ivana ouve os gritos e caminha devagar até a porta do escritório, tomando cuidado para não cair já que era de madrugada, estava tudo escuro e a mesma já estava com sete meses de gravidez. 

— Mas essa é a verdade Rodrigo! José Miguel é seu filho. — Leonor diz aflita.

Ivana coloca a mão sobre a boca, chocada com o que acabou de ouvir. 

— Você nunca deveria ter escondido isso de mim! Naquela época eu tinha o direito de saber. — Diz com um tom de voz nada contente. — Saiba que eu nunca irei reconhecer esse mauricinho como o meu filho, e nunca irei deixar de querer prejudicá-lo, para mim ele não é nada! — Rodrigo diz sendo sincero.

— Rodrigo por favor... eu ainda te amo, eu sinto muita falta de você em minha cama, do sexo que fazíamos, eu sempre estarei disposta a ser sua novamente quantas vezes quiser. — Leonor fala com a voz chorosa. 

Ivana segura o riso. 

— Que velha mais safada... — Murmura sorrindo largo.

— Leonor isso nunca mais será possível! Eu nunca irei te amar de novo como antes. Você me trocou por um homem rico lembra? — Ele diz.

— Me entenda Rodrigo! Eu não poderia ficar com você, era um pobre peão que não tinha nada. — Leonor diz sincera.

— Você sempre pensou só no dinheiro! Eu sinto só desprezo por você agora.

Rodrigo fala se aproximando da porta. 

Ivana sai rapidamente, se escondendo atrás de uma das paredes que tinha ali. 

Rodrigo abre a porta e sai. 

Leonor chora no escritório sozinha, fazendo Ivana sorri e negar pra si mesma.

— Aí aí dona Leonor... um dos seus maiores segredos está em minhas mãos, e eu vou saber qual vai ser a hora certa de usá-lo contra você. — Diz pra si mesma sorrindo perversa. 

Flashback Of.


— VOCÊ NÃO PASSA DE UMA VADIA IVANA! — Dona Leonor tenta a acertar tapas nela, mas a mesma segura os dois braços dela.

— Pode me chamar de vadia a vontade! Sinceramente eu não acho isso uma ofensa. Mas digamos que quando a senhora era jovem como eu, também amava se esfregar nos homens não é? — Diz com deboche em sua voz. — Mas te dou razão Leonor... Rodrigo realmente é um homem fenomenal na cama, posso dizer que até um dos melhores que já tive, e o oral dele então... nem se fala. — Fala sorrindo satisfeita lembrando de suas noites com Rodrigo.

Leonor nega a olhando com nojo.

— Você é uma Maldita! — Fala com ódio e Ivana solta seus braços bruscamente.

— Se você pensar ou ousar em pegar a minha filha, e levá-la para longe de mim, ou fazer algo que dificulte meu contato com ela, eu acabo com você! Além de eu contar para todos quem você realmente foi no seu terrível passado, eu sou capaz de matar você sem piedade nenhuma. — Ivana diz a olhando no fundo dos olhos, como se conseguisse enxergar a alma de Leonor. — Comigo e com a Alice você não vai se meter... porque por ela eu sou capaz de TUDO.






Continuaa?? 




































Notas Finais


Oii amores, mais um capítulo finalizado.

E ai o que acharam??

Finalmente a Alice nasceu! E é uma bonequinha de tão linda.

O que acharam da Ivana sendo uma mãe super protetora? Quem diria né? Kkk

Comentem por favor 💜


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...