— Está tudo errado!
Yoongi reclamou pela a milésima vez desde que saímos da casa de Jimin — há mais ou menos dez minutos. Ele provavelmente deve ter nascido com a habilidade de reclamar a cada segundo sem ninguém ter feito nada para isso acontecer.
— Caralho, esse bicho não para de resmungar, meu Deus. — O próximo foi Hoseok.
— O que está errado, Yoongi? — parei de caminhar, virando para o mais velho que vinha atrás de nós e que não calava a boca por um segundo sequer.
— Essas fantasias — manteve-se emburrado. Se ele tentou fazer uma cara de raiva, falhou miseravelmente, pois ficou a coisa mais fofa. Parecia até uma criança. Como posso levar ele a sério assim? — Quem foi o idiota que decidiu com qual personagem cada um iria ficar?
Todos apontamos para Taehyung, que por sua vez, apenas notou pouco tempo depois por estar distraído vendo as crianças indo pegar doces. Okay, isso pareceu meio doentio. Mas calma, ele só estava observando-as, porque, provavelmente, queria estar no lugar delas — pegando e enchendo o rabo de doces ao invés de ficar grudado com a gente o resto da noite.
— O que foi? Aconteceu algo? — encarou-nos confuso por não saber de qual assunto estávamos conversando.
— Só podia ser o retardado mesmo — bufou Yoongi.
— Hey, o que eu fiz agora?
— Por que caralhos você me colocou como a Velma? — O mais velho cruzou os braços enquanto aguardava pela a resposta.
Taehyung soltou um “ah” baixinho assim que entendeu o assunto.
— “Por quê?” Você por acaso queria ser o Fred? — sorriu de um jeito provocativo.
Yoongi assentiu imediatamente.
— Mas o Fred é o Alpha da turma.
— Então, perfeito para mim, sim? — estufou o peito todo convencido de si.
Coitado. Alguém avisa para o meu pobre amigo que está bem longe dele ser um, ainda mais sempre ficando todo baitola quando está a sós com o Hoseok.
Pelo menos, foi o que o mesmo me disse.
— Mas, hyung… Como pôde dizer isso?
— Você é um baitola, por isso não é o Fred — digo.
— Não era bem assim que eu ia falar. — Jimin beliscou o meu braço disfarçadamente para que ninguém veja, e ainda por cima, me deu mais um quando soltei um gritinho afinado. — Olha, qual o problema com a Velma? Ela é a mais inteligente da Turma.
Yoongi o olhou tedioso.
Ai, ai. Jimin sempre tentando colocar a gente para cima.
— O Fred também é. — O mesmo olhou Hoseok com raiva. — Por isso não entendi o porquê do Hoseok ficar com ele.
— Você me chamou de burro? — Hobi o encarou indignado, abrindo a boca em um perfeito "O" enquanto colocava a sua mão sobre o peito. Dramático como sempre.
— Viu? Tão burro que nem percebeu que eu o chamei de burro — proferiu enquanto jogava a franjinha da peruca para o lado.
Igual o Justin Biba fazia, sabe?
Uma perfeita dama eu diria.
— Bom, ele tinha que ser alguém.
— Nossa, então eu fiquei com esse personagem só porque não tinha mais ninguém?
— Sim — dizemos todos em uníssono.
E novamente, Hoseok fez a sua cara apoquentada. Bom, e quem liga? É a verdade. Ele que lute.
— Yoongi, você fica bem de peruca. — Jimin voltou para o assunto de antes. Ele acha mesmo que isso vai fazer o Yoongi, esse… Esse bicho carrancudo, compreender? Ai, ai, alguém avisa logo que não.
— Sim, fica gostosinha.
Pisquei para o hyung que só não pulou em cima de mim porque Taehyung o segurou.
[...]
Após quase meia hora de uma briga sem muito sentido, todos começaram a bater nas portas nas casas enfeitadas para coletar os seus doces. Taehyung era o mais animado, como eu já havia dito antes. Mas eu nunca pensei que ele passaria do ponto e começaria a empurrar todas as crianças que estavam em sua frente apenas para conseguir pegar mais balas do que todas elas. E antes que os adultos xingassem por ele ter pego quase tudo e não deixar para mais ninguém, saiu correndo igual a um doente e ia para mais uma casa repetir o seu plano malígno.
Foi uma cena linda de ver um cara vestido como o Salsicha correndo e brigando com todas as outras crianças.
Já o Hoseok, este que estava trajado como Fred, era paparicado por várias garotas vestidas de anjinhos e outras de diabinhas — muito original, não é mesmo?!
Mal sabiam elas que a fruta que ele gostava era a mesma que a delas.
E por ter todas aquelas moçoilas em volta de si, ele praticamente não pegou doces, mas, sim, todas deram os seus para ele. Hoseok estava faceiro, sentado em um banco de rei — não me pergunte o porquê de aquilo estar no meio do pátio de uma casa qualquer —, sendo mimado por todas as garotas em sua volta.
Uau, elas gostam tanto do Fred assim?
Hey, agora eu também quero ser o Fred!
E como sempre, a Velma, quero dizer, o Yoongi, estava emburrado — assim em todos os momentos de sua vida. Mas agora pelo menos tinha um motivo, ou melhor, dois, para isso. O primeiro, é porque o seu peguete estava rodeado de mulheres; e em segundo, as crianças queriam tirar foto com ele ou ficavam tentando mexer na sua peruca.
Bom, agora que eu falei de todos os meus amigos, vocês devem estar se perguntando: onde estava eu e a Daphne barra Jimin?
Hehe, como eu posso dizer o que estava rolando nesse momento…?
— Quando eu disse que tinha visto um volume entre as suas pernas, não quis dizer que eu teria de ajudar com isso.
Daphne cruzou os braços e me olhou de cima a baixo. Nossa, como o meu namorado gostava de me maltratar.
— Mas, Jimin, eu estou no cio! — esperneio.
Okay, você deve estar achando tudo isso muito estranho. Mas, bom, vou tentar resumir aqui:
Estava eu e Jimin andando pelas as ruas e algumas vezes indo nas casas para pegar doces, quando o mesmo parou de repente e ficou me olhando todo desconfiado.
— O que aconteceu, Jimin? — falei confuso.
— Para quem você está olhando? — ficou em minha frente e ergueu uma das sobrancelhas.
— Oi?
— Para quem você estava olhando, caralho? — alterou a voz.
Gente, quando esse nanico fica bravo vira o próprio capeta em pessoa.
— Não estava olhando para ninguém, não, homi.
— Então por que desse volume aí?
E lá estava eu com o meu guerreiro acordado que não pretendia dormir tão cedo. Mesmo com a fantasia um pouco grossa de Scooby, ela ficava bem aparente.
— Droga!
— E aí, como isso ficou assim?
Olhei para Jimin com uma cara maliciosa.
— Provavelmente foi porque você está com essas suas coxas lindas a mostra, e com essa saia curtinha — pisquei e o vejo revirar os olhos.
E logo depois disso, levei Jimin para um beco qualquer, onde estava um pouco escuro. E era ali que a festa ia acontecer.
Agora vamos voltar para onde estávamos:
— Que cio o quê, Jeongguk? 'Cê 'tá louco?
— Eu não sou o Jeongguk essa noite — segurei em sua cintura e o fiz encostar as costas na parede atrás de si. — Eu sou o Scooby-Doo e estou louco para comer algo.
Bom, você sabe o que acontece agora, não é?
— Daphne, você não pode fazer muito barulho, okay? — sussurrei em seu ouvido assim que faço a primeira penetração. — Alguém pode nos ouvir.
— U-uh… — Jimin soltou um gemido baixinho.
Hum, aquilo estava tão bom.
Espera, você achou que a história iria terminar com esse semi hot? Se você respondeu sim, está muito enganado. Até porque, aqui não aceitamos putaria. Quero dizer… Só às vezes. Mas isso não vem ao caso agora.
O que eu quero dizer é, histórias que tem Jeongguk como protagonista, nunca acabam bem. Pelo menos, não com essa escritora que tem a sua mão nervosinha para me ferrar.
[...]
Eu já falei que não gosto muito de crianças? Se não falei antes, estou falando agora. E até por esse motivo eu preferi não me segurar para descabelar o palhaço quando chegasse em casa, e, sim, fazer isso com o Jimin em uma rua escura. Também porque eu não iria aguentar por muito tempo todas as aquelas crianças em volta de nós querendo tirar fotos ou falando coisas como: “O Scooby-Doo é gay?” sempre que viam eu e Jimin andando de mãos dadas.
E foi uma ótima escolha ficar aqui, com Daphne e a sua bundinha gostosa empinada para as estrelas. Bom, foi o que eu achei, até que isso aconteceu.
— Olha, gente, o Scooby-Doo comendo a Daphne!
Sim, esse é o fim da história.
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