História Um dia fora do Blue Lock (BachiSagi) - Capítulo Único

Isagi estava alegre, o vento do ar – não tão – puro do ventilador entrava em suas narinas e batia em seu rosto, fazendo seus fios voarem. Depois de tanto esforço, os garotos tiveram um dia de descanso, onde puderam sair do Blue Lock. 

 

Nagi ficaria em casa jogando como sempre; Chigiri sairia um pouco com Kunigami para o cinema; Igaguri foi ao seu templo; Gagamaru queria ficar sozinho em casa, mas foi convidado por Naruhaya a ir correr um pouco; e os outros membros do Blue Lock… bem, foram fazer suas coisas. 

 

De início, Isagi planejava ir para casa, se arrumar e ir correr um pouco, entretanto, seu namorado, Bachira Meguru, o chamou para um encontro. Ele não iria perder a oportunidade, certo? Mesmo que morassem juntos no Blue Lock, era um saco não poderem ir para lugares diferentes juntos. 

 

Neste momento, Yoichi estava na pprta de sua casa calçando o seu sapato. Ele estava um pouco nervoso, isso era mais que nítido, afinal, não era todo dia que você, pessoa do Blue Lock, podia sair com seu namorado. 

 

– Yoichi. – diz a mãe do moreno, se aproximando e apoiando o braço no outro, assim segurando o próprio rosto. – Da próxima vez, traga seu namorado aqui. – dá um sorriso.

 

Isagi assente, finalizando finalmente o nó em seu sapato.

 

– Certo. – se levanta e arruma a faixa da bolsa que havia em seu torso. – Até mais, mãe.

 

A mulher acena e o garoto leva sua mão até a maçaneta e, assim que faz isso, abre a porta e arregala os olhos ao ver Meguru em sua frente. 

 

– Bachira?

 

– Isagi! – Bachira grita e vira o outro, o abraçando rapidamente.

 

Yoichi pula de susto e se afasta do contato, fazendo Meguru soltar uma risada alta. O moreno semicerrou os olhos e fez um biquinho com os lábios.

 

– Isso não teve graça, Bachira.

 

Bachira coloca as mãos atrás das costas, sorri e vai na direção do namorado, assim, chegando bem perto dele e lhe dando um selinho, sorrindo ao se separar. Uma coloração avermelhada aparece nas bochechas do moreno e ele desvia o olhar, envergonhado.

 

O bicolor desvia o olhar para a frente e vê uma mulher os encarando curiosa. Sem nenhuma vergonha na cara, Bachira adentra um pouco a casa e faz uma breve reverência.

 

– Você é o Meguru? – pergunta Iyo e o mesmo se levanta assentindo.

 

– Eu mesmo!

 

– Prazer te conhecer, Meguru. Eu sou a mãe do Yoichi, Isagi Iyo. – sorri. 

 

– O prazer é todo meu. – sorri animado.

 

– Você é bem bonito. – o sorriso de Bachira aumenta e Isagi cora. – Meu filho escolheu muito bem.

 

– Obrigado! A senhora também é muito bonita, já sei de quem o Yoichi puxou a beleza dele. – puxa o moreno e o abraça de lado, pousando a mão na cintura dele.

 

– Bachira! – grita envergonhado, tanto por ter sido chamado pelo nome quanto por ser elogiado de tal forma.

 

A matriarca dá uma breve risada.

 

– Você é adorável, Meguru. O Yoichi não se arruma tanto, então ele deve estar animado.

 

Agora sim foi a gota d'água para Isagi, que apenas saiu do aperto de Meguru e pegou sua mão, já saindo da casa. Seu rosto estava corado e o mesmo estava com uma vergonha imaginável.

 

– Tchau, sogrinha! – diz, balançando a mão.

 

– Bom encontro! – grita. – E usem camisinha!

 

Isagi fecha a porta no mesmo instante, deixando a mãe com um sorriso divertido para trás. 

 

– Por que diabos você apareceu aqui? – para de puxar o namorado e suspira. – A gente não tinha combinado outro lugar?

 

– Quis fazer uma surpresinha. – coloca o braço no ombro do outro e lhe dá um beijo na bochecha. – Não gostou?

 

– Não estava nos meus planos te apresentar pra minha mãe agora. – massageia a têmpora e Bachira sorri. 

 

– Onde quer ir primeiro? – tomba a cabeça de lado. – Temos a tarde toda pra aproveitar, já que vou na casa da minha irmã de noite. 

 

– Hum… – coloca a mão no queixo e fica pensativo. – Ah! – exclama. – Aqui perto tem um fliperama muito daora! 

 

– Então vamos lá mesmo! – sorri mais e pega na mão do namorado, assim, o puxando.

 

A animação de Bachira era contagiante, Isagi tinha que confessar. O moreno dá uma breve risada e entrelaça mais suas mãos, acelerando mais e passando na frente de Meguru.

 

…

 

Em poucos minutos, os dois já estavam na frente do tal fliperama citado por Yoichi. Bachira sorri e puxa o namorado para dentro e, quando entram, percebem que o local estava até que bastante cheio.

 

– Vamos comprar algumas fichas no caixa. – diz Isagi e Meguru concorda.

 

Ambos se direcionam até o balcão, ficando na fila que continha apenas duas pessoas em sua frente.

 

– Quer ir em qual brinquedo primeiro? – Isagi pergunta.

 

– Aquele de corrida! Sabe, o que tem o volante. – olha com os olhos brilhando para Isagi.

 

Yoichi ri brevemente e assente, virando-se para o balcão e vendo que já era sua vez. Mesmo que tenha sido chamado por Bachira, sua mesada havia caído recentemente, então ele estava disposto a pagar para o namorado. O mesmo pega sua carteira em sua bolsa e a retira, olhando para a atendente.

 

– Boa tarde, quanto é cada ficha?

 

– 48,39 ienes, senhor. – cerca de 2 reais cada. 

 

Instantaneamente, Yoichi faz uma conta básica em sua mente, levando em conta que ficariam apenas uma parte da tarde ali e que seriam duas fichas para cada máquina. 

 

– Me dê 14 fichas. – por enquanto, seria o suficiente. Caso Bachira quisesse mais, ele compraria depois. 

 

– Certo. – pega um pequeno saco e coloca as fichas dentro. – Deu 677,41 ienes. – cerca de 28 reais.

 

O garoto assente e abre sua carteira, assim, tirando o dinheiro e o dando para a atendente. Ele pega o saquinho e puxa Meguru consigo, o levando até o jogo de corrida. 

 

– Já aviso logo: não venha chorando pra mim depois que eu ganhar. – Isagi diz, largando Bachira e sentando-se no seu lado do banco.

 

– Não seja idiota, eu que vou ganhar.

 

– Vamos ver então. – Isagi sorri e coloca as mãos no volante, sendo seguido pelo namorado.

 

Isagi coloca as duas fichas no brinquedo e o jogo se inicia. Por um momento, Isagi dominava, ficando na frente de Bachira e acelerando como se não houvesse amanhã, mas Meguru não desistia de jeito algum, então ele acelera mais e bate na lateral do carro de Isagi, assim, o jogando para o lado e tomando a liderança.

 

– Ei! Isso é trapaça, Bachira!

 

– Vacilou, perdeu. – mostra a língua e acelera mais. 

 

Uma veia de irritação aparece na lateral da cabeça de Yoichi. O mesmo dá ré e vira o volante, voltando para a pista e acelerando com tudo que tinha. Ele olha de soslaio para Meguru, que tinha um sorriso divertido em seu rosto. Mesmo que estivesse sendo divertido para o namorado e para si, ele seria egoísta e interromperia essa felicidade alheia, afinal, não queria perder para o bicolor.

 

Chegando perto, Isagi fica ao lado de Bachira e ambos ficam batendo um no outro, tentando tirar o outro da pista, mas falhando. Logo a chegada é avistada e ambos aceleram o máximo de podem, entretanto, Isagi ganha por uma diferença mínima.

 

– Isso! – fala alto e ergue o punho, animado. 

 

Meguru faz um bico e cruza os braços ficando chateado. Os tickets começam a sair da máquina e Isagi os recolhe de imediato.

 

– Vamos pegar vários tickets e comprar algo antes de irmos embora. – Yoichi diz e o bicolor se anima no mesmo instante. Ele adorava receber presentes, e Isagi sabia muito bem disso.

 

– Tá bom! – se levanta em um pulo e coloca as mãos na cintura. – Agora é sua vez de escolher, em qual jogo nós vamos agora?

 

– Hum… – fica pensativo. – Street Fighter 2! Ninguém além do Nagi conseguiria me vencer naquilo! – sorri.

 

Meguru sorri.

 

– Então eu serei a outra pessoa que pode te derrotar nisso. 

 

– Ha, pode tentar. – começa a ir na direção do jogo, sendo seguido por Bachira.

 

Rapidamente os dois chegam em frente a máquina de arcade, Isagi pega duas fichas e as coloca na máquina, logo se posicionando ao lado de Meguru, que olhava concentrado para a tela. Isagi aperta para começar o jogo e ambos vão para a tela de seleção de personagens.

 

– Vai jogar com quem? – pergunta Yoichi. 

 

– Ryu. – diz já escolhendo seu personagem. 

 

– Um personagem tão clichê assim? – ri. – Esperava mais de você, Bachira.

 

– E você vai com qual? – pergunta e olha levemente para o lado, soltando uma breve risada ao ver a personagem que Isagi havia escolhido. – Chun-Li? Sério mesmo? Não sabia que o meu namorado era daqueles nerds loucos por personagens femininas.

 

Isagi cora.

 

– Claro que não sou! A Chun-Li é uma ótima personagem, apenas me deixe.

 

– Tá, tá. – ri. – Preparado pra perder?

 

– Eu que deveria perguntar isso pra você. – sorri.

 

Então, o jogo se inicia. O som do narrador é ouvido e ambos se concentram, quando o “Fight!” aparece na tela, os dois já começam a apertar os botões loucamente. Isagi se aproximava dando pulos giratórios e, logo mais, acertando Bachira. O moreno segura o boneco do bicolor e o joga no chão, entretanto, Meguru levanta rapidamente e dá um pulo giratório, acertando um golpe em Chun-Li e lançando um hadouken em seguida. 

 

Isagi se levanta, mas é acertado novamente pelo mesmo golpe, caindo mais uma vez. Bachira tenta dar outro hadouken, porém Isagi pula e desvia tentando acertar um chute no namorado, que foi defendido com precisão. Meguru respira fundo e começa a mexer o joystick e apertar os botões loucamente, assim, não dando tempo para o moreno reagir direito. Em um piscar de olhos, já aparecia “Win” na tela, revelando que Bachira havia ganhado aquele round.

 

– Que porra foi essa? – pergunta Yoichi, olhando de soslaio para o outro.

 

Meguru dá de ombros.

 

– Às vezes, personagens clichês não são tão fáceis de derrotar, Isagi. – coloca a língua para fora.

 

Uma veia de irritação aparece na testa de Yoichi. Em instantes, o jogo se inicia novamente; no começo, Isagi ainda estava meio desconcertado com a última partida, levando um pau de Bachira, entretanto, consegue se concentrar e usa todas as suas habilidades para acabar com o namorado, não deixando ele respirar um momento sequer. Da última vez que jogou de forma tão desesperada assim, foi contra Nagi, que o venceu facilmente em todos os rounds que jogaram.

 

Então, Yoichi vence.

 

– Isso!

 

– Não vou pegar leve no último round, se prepare. – sorri.

 

Uma breve aura estava nos olhos de ambos, como se estivessem jogando futebol com seu potencial máximo. A luta era insana, nenhum dos dois dava brecha para que o outro conseguisse atacar livremente. Socos. Chutes. Hadoukens. Algumas pessoas viam aquela batalha de longe, ficando impressionados com a concentração total que ambos tinham no jogo. Todavia, por um momento, o pé de Bachira bate no de Isagi, fazendo a concentração do outro ir para o saco.

 

Então, Bachira ganha.

 

– Eba!

 

– Seu pé bateu em mim e eu me desconcentrei. –  faz um bico e fica irritado.

 

– Oh, sério? – Isagi assente e Meguru dá de ombros. – Foi mal. Quer jogar de novo? Acabar com você nesse jogo é bem divertido.

 

Isagi fica mais irritado ainda, ele leva sua mão até o saquinho e pega mais fichas.

 

– Você vai se arrepender dessas palavras, Bachira Meguru.

 

– Ohh, que medo! – diz em tom jocoso e ri.

 

…

 

Isagi andava cansado ao lado de Bachira, depois de uma grande parte da tarde jogando no fliperama – onde Isagi perdeu muitas vezes para Bachira –, ambos haviam ido para o shopping comprar roupas e passear mais. O sol já estava se pondo, era possível ouvir a voz de crianças gritando e correndo ao redor dali, enquanto Bachira encarava o céu tomando um sorvete de morango.

 

– Da próxima vez, eu não vou perder pra você, Bachira. – diz Isagi, arrumando as sacolas das compras em seus braços.

 

– Estarei esperando ansioso. – ri e lambe mais uma vez o resto de sorvete que havia em sua casquinha. – Neh, neh… a gente realmente tem que voltar para o Blue Lock amanhã?

 

– Infelizmente. –  suspira. – Ahh, tô tão cansado!

 

Meguru ri novamente.

 

– Passar o dia com você foi incrível. – termina o sorvete e para de andar.

 

Isagi cora e para de andar também, vendo um Bachira sorridente ao seu lado.

 

– Com você também. – sussurrou envergonhado.

 

– Me dá minhas sacolas, vou pra casa da minha irmã agora. – estica as mãos.

 

Yoichi fica relutante, ele não queria que Meguru fosse embora. Bachira tomba a cabeça de lado em confusão.

 

– Você… não quer dormir lá em casa hoje? – pergunta e vira o rosto corado.

 

Meguru pisca os olhos algumas vezes e sorri.

 

– Claro! – pega as suas sacolas da mão do namorado. – Mas vou dormir na sua cama, junto com você.

 

– Bachira!

 

Bachira ri mais.

 

– Vamos na casa da minha irmã primeiro, tenho que pegar algumas coisas. – arruma as sacolas em seus braços.

 

– Tá, tá. – suspira e ambos voltam a andar juntos, indo na direção da casa da irmã de Meguru.