1. Spirit Fanfics >
  2. Um mundo mágico (HIATO). >
  3. Eu, Uzumaki Naruto.

História Um mundo mágico (HIATO). - Eu, Uzumaki Naruto.


Escrita por: Crazy__coffee

Notas do Autor


Pois é galera. O HIATO terminou, e como prometido eu estou voltando a atualizar a história depois de um tempinho de férias.

Não quero ocupar vocês com tantas explicações de tanta coisa que aconteceu, por isso, aproveita aí e deixa o seu favorito se gostar! Essa história é muito boa, e se você gostar pode compartilhar aí! Valeu amigão!

Tenha uma boa leitura.

Capítulo 7 - Eu, Uzumaki Naruto.


Fanfic / Fanfiction Um mundo mágico (HIATO). - Eu, Uzumaki Naruto.

Um mundo mágico.

— × —

Arco 1 • Abnegação.

[…]

Eu, Uzumaki Naruto.

[…]

Inferno Congelado.

Encarando o abismo a sua frente, 9 loiro engoliu seco com a visão arrepiante que enfeitava a sua paisagem. Livrando-se de sua ansiedade mal contida, Naruto deu o primeiro passo.

— Ficar parado aqui não vai nos ajudar em muita coisa se quisermos descobrir o que aconteceu aqui. — Disse Naruto com os olhos curiosos olhando para baixo.

A descida era íngreme demais, tendo somente um local de curva acentuada bem mais abaixo. 

— Você tem razão. — Ela concordou enquanto chegava no limite do extenso buraco. — Isso é fundo demais.

Naruto riu suavemente enquanto se aproximava da Alberona para ver mais de perto, e o que viu o deixou notavelmente surpreso. O buraco era grande, mas haviam certas falhas em torno do que seria a meia circunferência perfeita que provavelmente, no início daquilo tudo estava perfeitamente alinhado.

Haviam novas paredes de gelo mais afundo, junto de algumas agulhas que se estendiam por todo o caminho até a descida.

Não conseguia mensurar com exatidão a distância que os separava do topo até ao ponto mais fundo da grande depressão, tornando impossível calcular uma rota viável para que pudessem chegar até lá.

Certamente precisariam de um plano genial para conseguir superar essa barreira natural imposta pelo inferno congelado.

— Mas se conseguíssemos escapar as falhas dessa depressão, seria bem mais fácil chegar lá abaixo. — Olhou sugestiva para Naruto que apenas levantou uma de suas benfeitas sobrancelhas curioso. Ela sorriu minimamente, olhando para ele de forma sugestiva. — Escorregando, talvez? 

Aquilo era uma sugestão ou uma questão? O loiro realmente não sabia. Sorriu não tentando pensar muito no assunto.

— Não. Seria perigoso demais. — Alisou o queixo pensativo com uma de suas mãos. — Provavelmente estaríamos mortos antes mesmo de chagarmos no fundo disso. 

Cana sorriu, como se estivesse procurando por uma outra sugestão. Naruto levantou uma de suas benfeitas sobrancelhas esperando por mais sugestões suas.

— Saltamos?

— Seriamos levados pelo vento. — Ele riu subtilmente olhando aos arredores. A forca6do vento naquela região era tanta que alguns flocos de neve eram arrastados pela força do ar. — E provavelmente cairíamos ali.

Apontou para uma das extremidades do grande buraco ou depressão, onde o terreno era muito instável — sendo que o gelo mais se parecia com várias agulhas pontudas e acentuadas —, onde provavelmente ambos cairiam se o forte vento carregasse os seus corpos.

Cana fez uma careta imaginando o estrago que aquilo seria.

— É. Não é uma boa ideia. — Cruzou os braços envoltos de seu busto, o elevando por cima do manto que trazia. — Mas e se fizéssemos um túnel?

Naruto analisou a ideia por alguns instantes.

— Não é uma má ideia, de fato. — Pisou repetidas vezes no chão, e fez uma careta em seguida. — Mas nos não temos um local onde exista terra firme por aqui. Ou se tem terra mesmo. Talvez seja gelo até não poder mais. — Mas em seguida, um sorriso altruísta brincou em seus lábios. — Mas não é uma má ideia, de todo. Pode dar certo.  

Cana revirou os olhos, descrente de sua dedução irônica a todas as ideias que ela dava. Talvez ele tivesse muita fé nela, ou ele simplesmente era inconsequente e imprudente demais para se segurar diante de sua ansiedade. Talvez os dois juntos.

— Isso se não morrermos de frio ou depois de criarmos uma avalanche. — Deduziu ela, completando o que ele não queria dizer. — Mas poderia dar certo.

— De uma em cinquenta, talvez. — Disse Naruto debochando.

Cana riu depois de ver as hipóteses quase nulas. Realmente, as suas ideias não lhe pareciam tão geniais quanto pareciam em sua mente. Porém, de todas as ideias e sugestões que havia dito até agora, tinha uma que ainda a intrigava.

— E se andarmos pelo gelo? — Perguntou sugestiva, levantando uma de suas sobrancelhas ao encarar o rosto sereno de Naruto que a olhava de um jeito particularmente estranho e com uma pitada de curiosidade em seu olhar.

— Não é o que estamos fazendo agora? — Perguntou Naruto confuso. Cana enrugou a testa, e o seu rosto adquiriu uma leve coloração rosada. Seria estúpido o que diria, mas era pra ele, não?

Afinal, Naruto era... De certo modo, diferente de todos os integrantes da guilda. Suas atitudes e astúcia em certos momentos ganhavam o seu encanto, ao ponto de se perguntar o porquê ele era fascinante.

Único.

Suspirou com esse pensamento, a coloração rosa se intensificando por seu rosto.

— É, andar pelo gelo mesmo. — Passou a mão pelo pouco cabelo que estava amostra, tentando dissipar a sua vergonha por aquela ideia estúpida. — Quer dizer, andar pelas paredes de gelo e descer até lá?

E então, o seu rosto ficou ainda mais vermelho. Certamente, aquela era a ideia mais ilógica que havia dado até agora. Os lábios dele curvaram-se em um breve sorriso que se desmanchou em seguida. Fechou os olhos a espera de sua risada que, certamente, demorou uma eternidade.

— Essa não me parece a pior das ideias… — Divagou ele em pensamentos enquanto algumas das ideias em sua cabeça começavam a ganhar sentido. — Isso se de alguma forma você conseguir canalizar magia nos pés de forma a criar atrito com o gelo! A sua ideia é maravilhosa Alberona-san. Como é que eu não pensei nisso antes?

Cana piscou os olhos, surpresa. Certamente. Aquele homem estava superando todas as suas expectativas.

— C-Claro, obrigado. — Desviou o olhar tentando manter a sua compostura. — Mas… Com isso, chegamos ao nosso segundo problema. — Sorriu constrangida por aquele mínimo detalhe. — Eu não sei fazer isso.

Os olhos dele dilataram-se por um breve e, para ela, longo segundo.

— Ah… — O brilho incandescente que tanto a fascinava diminuía de suas safiras azuis. — Entendo.

E com isso, a sua animação também foi diminuindo. Até que então uma brilhante ideia lhe ocorreu.

— Nê, Naruto…

— Hm?

— Você sabe fazer isso? — Ele levantou uma de suas sobrancelhas como se dissesse “continua”. Ela suspirou pesado. — Você sabe andar pelas paredes?

— Bem… — Coçou de leve a bochecha tentando se recordar, mas nada lhe veio em mente.

— Você me falou da possibilidade de ser um mago. Certamente, deve saber de algumas coisas que fazia antes de perder a memória. — Sugeriu ela, encarando ele em expectativa. Um breve sorriso tomou os seus lábios quando uma expressão de reconhecimento passou por breves segundos no rosto felino do loiro mais velho.

— Vendo por esse lado, você pode estar certa. — Olhou novamente para o extenso buraco que lhe causou um frio na barriga, literalmente. Enquanto o frio na barriga passava, uma questão cada vez maior pairava em sua mente. — Mas e se eu não souber, realmente?

— Nesse caso, teremos que voltar a guilda e vir com uma equipe de apoio. — Respondeu Cana suspirando tristemente.

Não. Daquele jeito não poderia dar. Já seria tarde demais. Com a velocidade que a neve caia, certamente quando a eles e a equipe de apoio voltassem ao local, grande parte do gigantesco buraco estaria fechado. E ele queria tudo, menos mais trabalho.

Se sentia um fardo, e não gostava disso. Tinha que resolver os seus problemas, e isso era a sua prioridade máxima. Saber em que circunstâncias tudo havia acontecido era uma decisão lógica a se fazer, e não voltaria agora. Não enquanto havia chegado tão longe. Depois de tanto tempo... Não permitiria que tudo fosse em vão.

— Certo. Vamos tentar então. —Sorriu determinado. Ele conseguiria fazer, afinal, Naruto era um cara incrível, certo?

Suspirou pesado. Aquilo deveria ser fácil, não?

Primeiro, precisava sentir a energia — suspirou depois de fazê-lo, sentindo ela fluir por todo o seu corpo. Era imenso, tanto que não conseguia mensurar a imensidão que o acompanhava. No entanto, ainda havia um passo por seguir, e esse era —, canalizar a energia — seguiu-se outro suspiro depois de o ter feito, sentindo ela fluir para certas regiões de seu corpo — e então, distribuir constantemente a sua energia para os membros inferiores.

Quando abriu os olhos, sentia-se como um novo homem. A estranha sensação de estar flutuando no chão lhe era tão familiar que sequer hesitou em dar o primeiro passo. Foi tão natural como uma memória muscular, que aliada a sua mente curiosa, ganhou a atenção da Alberona que estava ao seu lado.

Sobre os olhos surpresos de Cana, ele o fez. Parou na parede do precipício, respirando rapidamente em animosidade enquanto um sorriso alegre adornava o seu rosto.

— Eu consegui! — Ele voltou os seus olhos brilhantes para ela, sorrindo alegre. 

Cana sorriu animada. Por mais que não quisesse admitir, o sorriso que adornava os lábios de Naruto era contagiante, e o brilho de seus olhos azuis era realmente fascinante.

Uma mar azul repleto de surpresas, disso ela tinha certeza. Mas o que o futuro os revelava daqui pra frente? Não tinha o que fazer, de fato. Ajudar ele era a melhor coisa que poderia acontecer com ela, pois Naruto, apesar de estar em uma situação e completamente delicada, gerava muitas iccerteza em relação ao seu passado, gerou algumas intrigas entre alguns dos membros femininos sobre a sua figura. 

Nada realmente surpreendente, apenas conversas de mulheres, ela diria.

— Nunca duvidei de você. — Olhou para baixo ainda receosa, piscando o seu olhar castanho logo em seguida. — Mas como faremos para eu também descer pra lá?

Um sorriso matreiro tomou conta dos lábios de Naruto.

— Eu tenho uma ideia. — Respondeu ele com um sorriso felino enfeitando o seu rosto.

Que certamente, não seria de seu agrado. 

[…]

Cidade de Clover.

A cidade de Clover era onde a Liga de Mestres de Guilda faziam seus encontros, e era lá onde estava acontecendo mais uma de seus encontros.

— Makarov, meu querido, deve ser bom ter magos tao energéticos. — Disse um homem (?) careca com um vestido rosa, junto de um grande colar em seu pescoço. Tinha uma tatuagem de anjo azul em seu braço, terminando o seu visual com um par de asas pequenas em suas costas. Aquele era o mestre da guilda Blue Pegasus, Bob. — Eu ouvi dizer que você arruinou um aristocrata.

— Ah, foi a minha nova recruta, a Lucy. Ela é incrível. E ela tem seios fartos! — Respondeu o velho Makarov sentado por cima de uma das mesas. Olhando empolgado para os seus colegas, Makarov se deparou com uma bronca feita pelo seu amigo.

— Se pervertido! — Disse Bob constrangido, arrancando uma risada de Makarov.

— Do que você está rindo, Makarov? — Perguntou um terceiro homem entrando na conversa. Usava um chapéu preto e pontudo que mais se parecia com o de uma bruxa, junto de uma fita que mais se parecia com uma coleira em seu chapéu e pescoço. A sua roupa consistia em uma tremenda combinação de vermelho e preto. Ele era o mestre da guilda de Quatro Cerberus, Goldmine. Sim, é bom que eles sejam energéticos, mas eles exageram demais. — Tem pessoas no conselho que estavam preocupadas da Fairy Tail destruir uma cidade inteira, você sabe.

Makarov desatou a rir, com um copo de cerveja na mao esquerda e uma coxa de frango em outra.

— Eu gostaria de ser destruído! Pelo corpo da Lucy, é claro! — Respondeu ele, se lembrando da garota de mais cedo. Natsu havia achado uma pérola quando foi caçar o Salamandra falso, e ter uma fada espiritual como Lucy em sua guilda era uma atrativo interessante. 

Ela era jovem, e com muita chance de destaque e evolução. Quem sabe se tornaria uma modelo como a Mirajane e pousasse para a Fairy Tail em galas de revistas. Nada mal, de fato. 

O futuro da Fairy Tail era promissor disso ele sabia.

— Isso não é legal. Não vá colocando a mão nas magas novas! — Repreendeu Bob de um jeito muito feminino, achando exagero a dedicação que Makarov tinha de falar das suas fadas mais novas. Aquisições e laços inesperados, mas ainda assim, Makarov era um tarado na medida certa.

Porém, a curta discussão ali foi encerrada com a chegada de um passarinho azul com um chapéu semelhante ao de uma bruxa em sua cabeça. Este que chamava por Makarov apos sua chegada ao salão. 

— Mestre Makarov! Uma mensagem da Senhora Mirajane. — Após anunciar a sua chegada e transmitir a mensagem, o passarinho deixou cair a carta das mãos de Makarov que Mira havia entregado a ela.

— Obrigado. — O velho agradeceu, abrindo o papel para começar a ler.

— De nada. — E com isso, o passarinho desapareceu de seu campo de visão ao levantar um voo.

Fazendo um círculo com o dedo, um círculo de magia surgiu por cima da carta, dando em seguida a aparição fantasmagórica de uma miniatura de Mirajane.

Mestre, trabalhe bastante na sua reunião, certo? — Cumprimentou ela de forma carinhosa, sorrindo para a figura do seu mestre que aparecia a sua frente. 

— O que você acha? Essa é a nossa garota poster! Muito bonita, não é? — Disse um Makarov entusiasmado mostrando a figura de Mirajane para todos ao redor da mesa e se gabando para os seus colegas. Eles olharam para a figura que Mira em holograma, admirando a beleza dela. 

Seus cabelos brancos desciam por suas costas, deixando um destaque para o seu corpo avantajado que lhe tornava a mulher mais desejada de toda a Fiore.

— Nossa…

— Mirajane-chan?

— Ela ainda vai crescer bastante…

Esses foram alguns dos murmúrios que Makarov conseguiu ouvir.

Na verdade, algo de maravilhoso aconteceu enquanto você estava fora. Cana saiu em Naruto em missão, em busca das respostas para o que aconteceu no monte Hacobe. E, incrivelmente, Natsu Gray e Erza formaram um time. Eu acho que é o time mais forte de toda a Fairy Tail. Eu achei que tinha que reportar, por isso eu mandei essa carta. Até depois! — Respondeu ela sorrindo para o seu mestre e acenando em despedida, encerando a chamada logo em seguida.

Depois do que foi dito, Makarov ficou pasmo com a notícia. Retirando o fato de Cana estar acompanhando o seu hóspede em busca de respostas, o que diabos havia levado que o trio mais destrutivo da Fairy Tail fizessem uma equipe?

— Nossa… — Todo o seu ânimo havia desabado. Não haveria pessoa que o faria mudar de opinião tão já. Todos aqueles juntos... A destruição que iam causar... E depois as malditas reuniões com o conselho para lidar com a papelada irritante que era cuidar de seus filhos com tendências destrutivas.

Mas não tinha o que fazer. Fairy Tail sempre foi assim mesmo...

— Parece que as suas preocupações se tornaram realidade… — Disse o mestre da guilda de Quatro Cerberus, Goldmine. Depois disso, Makarov caiu comicamente. 

— O que é isso? — Estava apavorado demais. — Eles são capazes de destruir uma cidade inteira! A reunião está acabada por hoje e eu só estarei de volta amanha, mas… Não deixe que nada aconteça hoje, por favor! — Implorou para os seus colegas, que acabaram suspirando, imaginando a confusão que aí se aproximava.  

[…]

Estação Kunigi.

Enquanto isso, as coisas estavam um caos na estação Kunigi.

— Esse cara com um foice enorme chegou aqui do nada…

— Eu os conheço! — Disse um outro se metendo na conversa. — Eles são os caras da guilda das trevas que ficam por perto. 

— Eu até consigo entender eles pegarem uma carruagem ou um barco, mas um trem? — Dessa vez foi Lucy que se pronunciou, olhando com incredulidade para os outros enquanto a sua curiosidade aumentava para descobrir como resolver o seu enigma interno, tentando acompanhar os seus colegas e ser útil em alguma coisa no sei time dessa vez. Queria impressionar Erza, a titânia e ver se ganhava o respeito da sua ídolo como fada.

Enquanto isso, o time da Fairy Tail ouvia tudo o que era discutido na estação atentamente, ainda dentro do veículo de magia. 

— Aye! Qual o benefício de escapar de um trem que soo pode andar em trilhos? — Disse Happy ao se aproximas da janela do veiculo.

— Mas é um veiculo rápido. — Sugeriu Erza, ganhando o atenção dos seus amigos. Se por um lado, este se limitava a andar apenas em trilhos, era rápido demais para viagens longas, e com isso poderia chegar lá a tempo e conseguir resolver o problemão que havia se iniciado.

— Esses caras da Eisenwald devem estar com tanta pressa por alguma razão, não é? — Sugeriu Gray descamisado num dos assentos do veículo. 

Enquanto isso, do lado de fora acontecia uma movimentação no meio do aglomerado de pessoas na frente da estação de 

— Olhem para ali. O exército está se movendo… — Apontou Lucy para a estação, onde o exército já se colocava em posição. — Não é uma questão de tempo até eles serem pegos? — Sugeriu pensativa enquanto olhava para a Titânia da Fairy Tail.

— Seria bom se isso acontecesse. Facilitaria em demasia em nossa missão.

O que era realmente verdade. Não sabia ao certo quantos membros a Eisenwald tinha, mas de certeza que não eram poucos. Seria trabalhoso prender tantos deles sozinhos, então, uma mãozinha do exército não seria uma má ideia.

Suspirando pesado, Erza acionou o carro, continuando a corrida contra o relógio.

Se chegassem atrasados, o caos já estaria desenfreado se a arma proibida de Zeref fosse usada. Não importa o que fosse acontecer, a missão tinha que ser um sucesso.

[…]

Enquanto isso, no comboio...

Enquanto as coisas aceleravam no trem, Erigor estava furioso.

— Uma mosca da Fairy Tail? Então você o deixou ver a flauta Lullaby e ainda fugir sem fazer nada? Hein, Kageyama?! — Erigor se pronunciou depois de se exaltar.

— Não é como se nosso plano tivesse sido descoberto! — Disse o então nomeado Kageyama de joelhos. — E mesmo se ele percebesse, ele não pode fazer nada para nos parar agora, não é? 

— Nos precisamos ser cautelosos. Nos vamos colocar esse plano em ação. — Disse o mesmo colocando a sua foice em seu ombro.

— Então, na estação de Oshibana… 

— La tem uma floresta onde as moscas não vão poder nos incomodar. Ensine-os uma lição.

— Isso! — Gritaram todos os tripulantes com a animação bem alta.

[…]

Cidade.

Enquanto isso, no meio da cidade, o veiculo movido a magia corria como um raio.

— Erza! Estamos indo rápido demais! Olhe, o conector se está inflando! — Gritou Gray por cima do carro enquanto advertia a Erza sobre o seu excesso de velocidade.

— Se nós deixarmos a flauta ser tocada, um grande número de pessoas inocentes vai morrer! Só de ouvir a melodia da Lullaby, a pessoa perde a vida! — Retrucou Erza aumentando a sua velocidade.

Gray pareceu ainda mais frustrado com a dedução dela.

— O que nós faremos quando chegarmos lá e você não tiver mais nenhum poder mágico? — Perguntou ele.

— Se isso acontecer, eu lutarei de outra forma! E vocês dois estão aqui também. — Enquanto a corrida se tornava cada vez mais intensa, uma fumaça no centro da cidade, mais precisamente na estação de Oshibana, chamou a atenção de todos.

— O que está acontecendo? — Sussurrou Erza surpresa.

Enquanto isso, o segurança da estação passava um comunicado para todos os que se aproximavam.

— Por favor, se afastem! Teve um acidente de trem! Não podemos deixá-los entrar na estação!

— Um acidente no trem? Sério?

— Eu ouvi que uns caras perigosos estão na estação de trem! 

Mais a fundo, os murmúrios e boatos já circulavam em meio ao aglomerado de pessoas. Chegando perto do segurança, Erza interveio.

— Ei, você! O que está acontecendo dentro da estação?!

— Quem é você? 

E depois, levou um nocaute de Erza, que em seguida avançou para o próximo segurança.

— Qual é a situação lá dentro? 

Ele também não respondeu, e levou um nocaute em seguida. E a mesma cena se repetiu por uma dezena de pessoas, até que alguém decidiu se pronunciar.

— A Eisenwald esta lá dentro. Vamos lá! — Disse Erza voltando com a nova informação obtida. Infelizmente, naquele momento todos os guardas já estavam abatidos.

Não demorou tanto para que já estivessem já dentro da estação.

— Parece que um esquadrão entrou mas não retornou ainda. Pelos vistos, eles foram derrotados pela Eisenwald. — Disse Erza enquanto corria junto dos outros.

Correndo por mais algum tempo, viram vários dos membros do exército abatidos nas escadas. Lucy ficou assustada ao ver aquilo.

— Eles foram massacrados!

Erza cerrou os dentes cada vez mais irritada com a Eisenwald.

— Eles estão contra uma guilda inteira em que todos os membros são magos. Um esquadrão comum nunca teria chance. 

E então, quando chegaram no salão maior da estação, eles o encontraram.

A sua risada de escarnio chamou a atenção de todos.

— Eu sabia que vocês viriam, moscas da Fairy Tail.

Erza olhou para o topo, onde estava sentado um homem de cabelos brancos com estranhas marcas azuis por seu corpo. Enquanto isso no chão, estavam dezenas de magos da Eisenwald.

— Desgraçado! Você é o Erigor? — Perguntou Erza.

Porém, ele não respondeu.

— Seus desgraçados! — Disse o que parecia ser o líder daquele tumulto, era Kageyama. — Por sua culpa o mestre Erigor ficou com raiva de mim! 

Porém, este foi ignorado, pois Erza continuou.

— Me digam. Do que vocês estavam atras? O que vocês querem fazer com a Lullaby? 

Então, depois de tanto silêncio, Erigor se pronunciou.

— Você não sabe? — Saltando de onde estava, ele ficou flutuando agora no meio da estação. — O que tem na estação de trem? 

Erza alargou os olhos, surpresa.

— Você vai difundir o som da Lullaby? 

Erigor riu animado.

— Quantas pessoas estão reunidas lá fora? E se aumentar o volume, o som vai se espalhar por toda cidade… A melodia da morte.

— Você quer fazer pessoas inocentes escutarem a Lullaby? — Ela perguntou friamente, sua raiva aumentando consoante ouvia o que aquele maldito estava planejando.

— Isso é uma limpeza, garota. Eu estou punindo os idiotas que acham que tem direitos e segurança… Mas eles nem sabem que esses direitos já foram roubados deles. O pecado deles é viver sem saber que esse mundo não é justo, não? E então… — Um sorriso doentio tomou os seus lábios. — O Deus da morte vai puni-los!

— Você não vai conseguir os seus direitos de volta fazendo isso. E você não foi expulso da Liga por ter feito várias coisas ruins? — Esbravejou Lucy apoiando as suas mãos em sua cintura. 

— Agora que viemos até aqui, não precisamos mais de direitos. Isso é poder! Aqueles com poder podem apagar e governar o futuro!

— Você é um idiota, não é? — Continuou Lucy furiosa.

— Péssimo para vocês, moscas. — Kageyama entrou na conversa. — Vocês não poderão ver a nova era das trevas porque vocês estão indo para o outro mundo! — E então, um circulo de magia apareceu por baixo se seus pés. 

Pelo chão, percorreram as suas sombras a uma velocidade impressionante, erguendo-se logo em seguida para dar um fim na loira tagarela. Mas foi então que Natsu despertou. Socando as sombras com o seu punho em chamas, Kageyama o reconheceu de imediato.

— Você….

— Então essa voz irritante era você! — Disse Natsu com um sorriso felino no rosto. O seu sorriso alargou-se ao ver o número de pessoas. — Ora, ora, e têm vários deles! — Chocou os punhos em chamas. — Isso vai ser interessante! 

Ainda no ar, Erigor ria divertido com o desenrolar dos acontecimentos. 

Eles haviam caído em sua armadilha, Os magos Fairy Tail estavam colaborando para que as coisas continuassem saindo do jeito que havia planejado. No entanto, ainda tinha algumas pessoas que ele precisava fazer escutar a Lullaby. Aqueles desgraçados da Liga dos Mestres iriam finalmente pagar pelo que lhe fizeram!

O seu plano corria lindamente.

— Esse é o time mais forte da Fairy Tail. Estejam prontos para levarem a maior surra de suas vidas! — Disse Lucy apontando para os magos da Eisenwald. Os seus parceiros sorriram com o que foi dito.

Ainda flutuando, Erigor sorriu divertido.

— Muito bem. Deixo isso com vocês. — Disse flutuando ainda mais acima. — Vamos mostrar para eles como uma guilda das trevas pode ser assustadora!

E então, desapareceu.

— Natsu, Gray. Vão atrás dele. — Ordenou Erza. — Se vocês os dois trabalharem juntos, não tem como perderem nem mesmo para o “Deus da Morte” Erigor. Estão escutando?

— Sim! — Responderam em uníssono. 

E então, sairam correndo na possível direção do Erigor, líder da Eisenwald.

Vendo isso, o grupo da Eisenwald se dividiu também para travarem os dois magos da Fairy Tal. Erza não fez nada, apenas os olhou partir. Voltou o seu olhar para o aglomerado de magos que ainda estavam no salão principal da estação, suspirando em seguida.

— Depois que acabarmos com esses caras, vamos atras deles também. 

— Nós as duas contra todos esses? — Perguntou Lucy depois da situação inesperada em que se encontravam agora.

Erza pareceu ainda mais irritada depois de ouvir alguns murmúrios. 

— Seus desgraçados! — Erguendo a mao, um círculo de magia vermelha o envolveu, e em seguida uma espada apareceu. Lucy observava tudo muito surpresa. — Mais um insulto contra a Fairy Tail e eu não posso garantir que vocês vão viver para ver o amanhã. 

E então, os homens gritaram furiosos, atacando vários de uma só vez. Poremm, aquilo não surtiu efeito. De um momento para o outro, todas as espadas estavam quebradas, enquanto vários dos homens eram jogados por tudo quanto é lado.

Saltando para linha de ataque, Erza fez o mesmo. Com apenas um golpe abateu todos os homens a sua volta.

Um dos homens que estava por perto ergueu os seus braços a altura do peito, onde surgiu um círculo de magia.

— O que acha disso, sua desgraçada! — Gritou furioso jogando a sua magia nela, esta que a acertou em cheio. No entanto, não ouve dano algum. Saltando de onde estava, Erza formou dois círculos de magia, fazendo com que antes era uma espada desse lugar a uma lança.

— Virou uma lança! — Disse Lucy surpresa.

Com um corte no ar, uma forte corrente de ar acertou todos e derrubou grande parte dos que por ali estavam. Seguido de outro, depois outro, e outro. O grande exército de magos da Eisenwald estavam caindo a uma velocidade assustadora diante da fúria da mulher ruiva.

Tudo isso porque eles haviam falado mal da Fairy Tail.

E para Erza, ninguém poderia insultar a família.

Erguendo a sua espada, furiosa Erza se pronunciou para os homens que ainda estavam de pé.

— Nós vamos mostrar para vocês o poder da Fairy Tail!

Em sua retaguarda, Lucy acenou positivo pegando as suas chaves.

Era estava certa. Não deixariam que falassem mal de sua nova família.

[…]

Inferno Congelado.

— Seu desgraçado! Você ainda me mata do coração! — Esbravejou ela furiosa, batendo nas costas que Naruto depois de despecer de lá.

Enquanto isso, o loiro de olhos azuis gargalhava animado. Cana estava irritada porque o idiota do Naruto teve a fabulosa ideia de a carregar em suas costas e descer buraco abaixo em uma corrida alucinante, enquanto ela, coitada, estava agarrada como uma boneca em suas costas.

Não se lembrava de quantos nomes indecentes o chamou enquanto eles faziam uma descida suicida. Onde aquele homem tinha na cabeça afinal?

Apenas depois de alguns minutos de descida é que conseguiram chegar a base de tudo aquilo.  

— Seu desgraçado. — Continuou ela, irritada e profundamente chateada por seu comportamento ingênuo e inconsequente; imprevisível. — Você é um idiota... — Murmurou ela irritada enquanto arranjava o seu cabelo despenteado. E por Deus, ali estava bem mais frio que no topo daquele extenso e quase interminável buraco. 

Ela só conseguia se manter de pé porque estava usando a sua magia para manter o seu corpo minimamente aquecido para não tremer de frio, mas mesmo assim — toda envolta do manto que Naruto havia passado para ela — ela ainda conseguia sentir que as coisas ali não estavam tão favoráveis para algum ser vivo comum estar. 

Nunca imaginaria que aquele lugar fosse tão gelado. Certamente, o Fullbuster amaria estar ali agora. Riu por breves momentos depois de seu pensamento.

Começando a andar, via ranhuras nas paredes, marcas agressivas espalhadas por vários lados junto de fissuras profundas. Arrepiou-se toda ao ver uma coisa mais arrepiante a medida que ia mais afundo. Enquanto isso, Naruto a seguia sem dizer palavra alguma. Ele apenas olhava para tudo com um brilho estonteante e curioso em seus olhos, na tentativa de desvendar o mistério por trás de tudo aquilo.

E Cana tinha um mau pressentimento sobre aquilo. Algo em seu consciente a dizia para não ir adiante, porém a curiosidade crescente de seu parceiro a forçava a ir mais além.

Não soube por quantas horas caminharam do monte hacobe até aqui, mas olhando para trás, observou todo o trajeto percorrido. Provavelmente já estariam na metade do caminho, ou bem mais perto do que ela realmente acreditava estar.

— Não sei se devemos avançar mais… — Sussurrou mais para si do que para ele, sua voz preocupada escapando em uma fala baixa e zelosa, abraçando os seus próprios braços enquanto andava.

A visão que tinha a sua frente não era certamente uma das melhores ou o mais admirável possível, disso ela tinha certeza. 

A medida em que avançavam, as coisas tornavam-se ainda mais horripilantes. As fissuras rasgavam o gelo de forma aparentemente mais violenta, enquanto a temperatura tornava-se ainda mais gelada. O reforço mágico que usava estava aumentando constantemente, e ela sentia isso drenando as suas reservas a medida que o tempo passava e a temperatura só baixava cada vez mais. Seja lá o que fossem fazer, é melhor que fosse logo.

Caminhando mais um pouco, ela notou algo curioso que estava no meio daquelas muralhas de gelo em meio da fissuras assustadoras desenhadas no chão profundo, tendo o vislumbrar de algo ainda mais perturbador diante de sua visão..

Livre de qualquer barreira de gelo, eles agora estavam no centro da depressão que apresentava um detalhe no mínimo, peculiar. 

A área central tinha um raio bem grande. Apostava que seriam de algumas centenas de metros. Mas o mais curioso, não era essa sua particularidade única, mas sim o fato de ter um círculo espiral com várias escritas por toda a sua extensão.

Tal como um turbilhão.

Aquilo, certamente, foi o mais perturbador de tudo.

— Quem fez todos esses desenhos? — Perguntou curiosa, caminhando lentamente para frente e observando o que estava a sua frente.

Contudo, não recebeu uma resposta. Continuou a sua caminhada esperando a resposta dele.

Enquanto isso, Naruto olhava tudo aquilo estático. Algo em seu interior borbulhava fervorosamente. 

Foi como um gatilho.

E então, no meio daquele imenso gelo ele sentiu. Sentiu o calor imensurável dentro de si crescer, as mãos tremerem compulsivamente, com um de seus olhos queimar mais do que nunca.

Arfou pesadamente. 

O ar saiu quente de seus pulmões, a saliva lhe faltava na boca, enquanto o seu peito apertava como nunca. Era como se o seu peito fosse comprimido ao máximo, enquanto todo o seu corpo queimava como um inferno.

A sua cabeça doía intensamente, como se centenas de lampejos desabrochassem em sua consciência de uma só vez.

O que diabos estava acontecendo?

Os seus joelhos cederam a dor e agonia. Sentiu algo vindo pela sua garganta, cuspindo sangue no chão branco pela neve que enfeitavam toda a sua visão, não importasse para onde ele olhasse. Sentiu o estranho e reconhecível sabor quente e metálico em sua boca.

E foi então que o seu mundo girou como um turbilhão, e de um momento para o outro, tudo parou.

A neve que caia do céu estava simplesmente parada no ar, e apenas o som do batimento de seu coração se permanecia audivel no meio daquele momento.

Se acalme garoto. — Uma voz ruidosa coçou os seus ouvidos, soando mais como uma consciência e menos que humano. 

Naruto franziu as sobrancelhas, desconhecendo a origem ou qualquer familiaridade com o que havia ouvido. Afinal, a voz de um demónio ressoou em seus ouvidos. Era estrondosa e imponente, acompanhada de uma leve tristeza e desespero. O chiado depois de sua fala lembrava muito de uma criatura bem peculiar, como uma raposa.

Mas não a reconheceu.

A voz continuou.

Demorou, mas finalmente recuperei um pouco da minha energia. 

Comprimiu as sobrancelhas em confusão. Que voz horripilante era essa em sua cabeça? O que estava acontecendo? Por que é que o seu peito doía tanto?  

Estava confuso, estava desolado, estava perdido.

 Mas a voz da criatura demoníaca ainda ressoava em sua mente.

Os olhos alargados, a respiração descompassada e o calor inexplicável tomavam conta de sua pessoa. Não conseguia controlar o seu corpo, os seus sentidos.

Nada mais fazia sentido.

Feche os olhos e respire fundo. — Dessa ver foi outra voz, felina e suave, como a de um gato. Também não a reconheceu. Mas ainda assim, fez o que lhe era pedido. — Isso, está se saindo muito bem. 

E então, quando abriu os olhos, não estava mais nevando.

Não estava mais sentido o tremendo frio. O seu olho não ardia mais; o seu corpo não estava entrando em combustão.

Tudo tinha voltado ao normal.

Piscou os olhos ao sentir algo descomunal. De um momento para o outro, sentiu ar faltar em seus pulmões. 

Ele sentia algo fora de seus limites de compreensão. Uma massa terrível de energia comprimida, uma onda aterradora de energia sufocante.

O que diabos era aquilo?

Ergueu os seus olhos tentando ver o que estava acontecendo, e ao visualizar o que estava ao seu redor, ficou com os olhos esbugalhados.

Não era uma, nem duas, nem três. Mas sim nove bestas de tamanhos irreais a sua frente. Eram criaturas com características peculiares e únicas, cada uma diferente da outra em todos os sentidos.

Um gato azul e flamejante com duas caudas sorriu, com os olhos de diferentes cores analisando a sua figura minúscula.

Seja bem-vindo de volta, Naruto-kun.

O sorriso terno e felino que adornou o rosto da criatura o deixou mais calmo. Os olhos sofridos pela heterocromia o observavam com preocupação. 

Engoliu em seco.

Q-Quem são vocês? 

O riso pretensioso de uma raposa foi a sua resposta. Desviando os olhos da única criatura que se revelou amável, deparou-se com uma gigantesca raposa de nove caudas que balançavam aleatoriamente. 

Ela ria divertida, como se visse o maior e mais belo espetáculo de sua vida.

Finalmente você se recuperou, Uzumaki Naruto.

A raposa o olhou animada, enquanto os seus dentes afiados mostravam-se em um longo sorriso divertido.

Espera aí... Uzumaki?

Piscou os olhos ainda confuso com tudo aquilo. Não conseguia pensar direito nas coisas. Era muita informação de uma só vez.

Primeiramente, estavam na gigantesca depressão de gelo onde tinham estranhas marcas em todo o seu lugar. Em seguida, os lampejos desconexos que a sua mente o pregava como uma partida divertida, seguido do estranho círculo espiral que haviam encontrado no meio de tudo aquilo.

E agora, depois de um quase colapso interno, estava de frente para nove criaturas de proporções titânicas.

Não conseguia pensar direito. Os seus olhos tremiam em confusão mal contida, junto de seu estômago que queimava animado.

O que está acontecendo? — Sussurrou pegando a sua cabeça dolorida. — Quem são vocês? O que é tudo isso?

Daquela vez, quem o respondeu foi algo com uma aparência peculiar.

Logo as suas respostas serão respondidas, Uzumaki-san. 

Era como um estranho macaco gigante de pele vermelha, com quatro caudas descansando em sua traseira.

Não tenha medo gaki. Venha.

A mesma raposa que havia desabado em risos se pronunciou. Ela tinha o mesmo sorriso animado em seu rosto. 

A dúvida pairava em seu mar azul. Deveria confiar nas palavras de uma criatura desconhecida?

Não se preocupe, Naruto-kun. Ela não fará mal a você.

A mesma voz mansa e levemente preocupada se pronunciou. A mesma gata flamejante de olhos diferentes. 

Engolindo todo o seu medo e euforia, forçou os seus olhos a se erguerem. A raposa aumentou ainda mais o seu sorriso. 

Os seus passos eram fracos e lentos, hesitantes. A euforia e ansia crescia em seu peito de uma maneira que nunca havia sentido antes. Ao chegar perto da maior criatura de todas, a viu fechar a pata como se fosse dar um murro. Fechou os olhos esperando o tremendo soco que nunca chegou a vir.

Ao abrir os olhos, viu o punho estendido em sua direção. Piscando os olhos em leve surpresa, olhou para tudo aquilo sem perceber.

Enquanto isso, algumas das outras bestas sorriam ao ver a sua reação peculiar diante daquela situação.

Foi necessário longos minutos para que Naruto finalmente percebesse. Sorrindo matreiro, o loiro ergueu o seu punho e o selou em um choque com a pata da raposa.

Foi como um lampejo em sua consciência. Sentiu o peito amenizar as suas batidas insistentes, junto de todo o seu medo se dissipar por completo. 

Os olhos abertos e surpresos, junto de seu corpo estático, enquanto um largo e contagiante sorriso tomava conta de seu rosto.

Ele se lembrava... Ele se lembrava deles!

Kurama…

A sua voz saiu como um sussurro, mas todos conseguiram ouvir.

Ele sorria em uma animação mal contida. Era o mesmo sorriso ao qual elas estavam habituadas a ver.

A raposa apenas alargou o seu sorriso, seus dentes afiados e ameaçadores se revelando em sua feição felina e imponente.

Vejo que você se lembrou das coisas, Naruto-kun.

A mesma gata de antes se pronunciou, com a voz mansa e agora despreocupada.

Matatabi! — Naruto sorriu animado ao se recordar dela. Como pode esquecer o nome do mais sensato e “racional” dos bijjus?

Acho que eu preferia quando ele não se lembrava das coisas.

Pela primeira vez, a criatura que mais se parecia com um guaxinim gigante feito de areia se pronunciou.

Os outros se riram dele.

Não fique stressado, Shukaku. — Repreendeu um polvo gigante com oito caudas.

Naruto sorriu compadecido com a fraternidade do polvo.

Embora quisesse celebrar daquele momento, ainda tinham coisas ao qual não se recordava. Lembrava-se vagamente de dragões, de algo terrível acontecendo, seguido de um grande clarão em sua mente.

Eu também senti saudade de vocês, pessoal. — Sorriu envergonhado enquanto coçava a sua nuca. — Mas… Eu ainda tenho muitas dúvidas.

Pode perguntar então.

Dessa vez, foi uma tartaruga de carapaça dura e um olho amostra que falou.

O que foi que realmente aconteceu?

Um silêncio estranho perdurou naquele ambiente.

Trocando olhares por longos minutos, Kurama decidiu tomar a palavra.

Não sei exatamente como, mas quando você chegou aqui, estava muito debilitado. Não conseguia conter a sua energia, as coisas estavam saindo do controle, até que a nossa energia estava terminando. Se deixássemos as coisas daquele jeito, não quero imaginar o que teria acontecido.

Outro breve momento de silêncio tomou conta de seu consciente enquanto aos poucos a informação era absorvida por sua mente. Embora não soubesse detalhes do que realmente havia acontecido em sua totalidade, ela sabia que tinha que se esforçar para se lembrar.

E foi então que ao perceber o seu olhar endurecido em seu rosto, Kurama continuou.

Por isso, fizemos esse selo de libertação nesse local para quando você despertasse, pudesse novamente entrar em contacto com todos aqui.

Porém, ainda assim, Naruto não conseguia entender alguma coisa.

Entretanto, eu não me lembrei de quem eu era. — Apontou a sua duvida enquanto permanecia pensativo.

Todos os olhos das bestas voltaram-se para Shukaku, incluindo os seus que observavam para tudo aquilo confuso.

A culpa foi do Shukaku. 

Apontou Saiken de forma acusatória, enquanto as suas seis caudas balançavam lentamente. Naruto torceu as sobrancelhas confuso.

Como assim?

Dessa vez foi Matatabi quem se pronunciou.

Você estava fora de controlo. A sua energia estava instável, e ao se misturar com a nossa o deixou fora de controlo. Então, Shukaku, com a nossa ajuda, selou as suas memórias.

Naruto levantou uma de suas sobrancelhas duvidoso.

Mas não seria mais fácil vocês pararem de compartilhar a vossa energia?

Não seja idiota, Naruto. 

Esbravejou a besta de nove caudas. Naruto ficou ainda mais confuso.

Suspirando cansada, a raposa de nove caudas começou a sua explicação.

Você se lembra de quando eu tentava assumir o controlo de seu corpo? — Acenou positivamente, dando a brecha necessária para Kurama continuar a sua explicação. — E o que acontecia?

 Naruto permaneceu pensativo por breves segundos tentando encontrar as palavras certas.

O seu chakra sobrepunha o meu chakra tentando assumir o controlo. — Sugeriu, ainda pensativo. A raposa o olhava esperando que ele continuasse. — Então, eu tinha que lutar contra o seu chakra que se unia a uma parte do meu, mantendo o controlo do meu chakra que não havia entrado em contacto com o seu. — Alargou os olhos surpresos ao ver onde chegaria. 

Caso contrário…

Você assumiria o controlo. — Sorriu ao finalmente perceber onde ela queria chegar. Kurama suspirou por ter que explicar coisas para ele.

Foi isso que aconteceu. Ao entrar em conflito com você, esgotamos a nossa energia impedindo que você usasse muito mais energia, enquanto sustentávamos a formação do selo de Shukaku.

Ficando assim, sem energia suficiente para se manifestar em meu consciente nesses últimos dias.

Exatamente! 

Exclamou Matatabi animada com o rápido raciocínio do jovem loiro. No final de tudo, ele não era assim tão idiota.

Bem… Como um cabo-de-guerra, não? 

Kurama acenou positivo, entediada depois de tanta explicação. 

Entendo. — Murmurou pensativo. — Isso quer dizer que eu recuperei todas as minhas memórias?

Não necessariamente.

Shukaku foi quem respondeu dessa vez.

Os olhos de Naruto se voltaram para o guaxinim de areia esperando que ele continuasse.

O seu selo funciona de forma independente e particular. Não segue uma metodologia padronizada, caso contrário, você se lembraria de tudo ao descobrir apenas o seu nome, coisa que não foi possível.

Naruto levantou uma de suas sobrancelhas confuso.

E o que isso quer dizer?

Quer dizer que não importa o que aconteça de agora em diante. Se o selo não reagir, você não irá se lembrar.

Naruto acenou em leve compreensão.

Acho que entendi. — Olhou para as criaturas, duvidoso. — Mas será que tem algo que eu não me lembre?

Certamente

Chomei murmurou sem muito entusiasmo.

Me diga, Naruto. Você alguma vez se recorda de ter-se relacionado com alguém?

Dessa vez, a pergunta foi de Matabi.

Levantou uma de suas sobrancelhas, confuso.

Como assim?

Com uma humana de sexo oposto.

Continuou a gata flamejante. Um rubor tomou conta do ser humano minúsculo. 

E isso é importante?

Apenas responda.

Daquela vez, foi a impaciente raposa de nove caudas quem interveio.

Bem… — Coçou a nuca envergonhado, enquanto um rubor se destacou em seu rosto.

É óbvio que ele não se lembra.

Apontou Shukaku para o óbvio e incontestável. 

Kurama apenas suspirou. Não iria adiantar em nada insistir naquela conversa, e era cedo demais para falar dele sobre Sakura e o seu filho que estavam nas nações elementares. Até porque se nem de um relacionamento ele se lembrava, quem diria do nome dela? Não era hora para ficar pensando nisso, de fato, afinal, ainda tinham um longo caminho pela frente. Ainda poderiam achar uma forma de voltar para casa e resolver tudo do outro lado.

Mas antes disso, tinham que resolver os problemas do seu Jinchuuriki. E aquele decididamente já foi o mais importante dos passes. O resto só dependia do tempo, mas por agora... Já era o suficiente.

Mas isso é assunto para uma outra ocasião. — Disse Kurama, descansando o seu rosto entre as suas patas cruzadas.

Enquanto isso, trate de recuperar a suas forças Naruto-kun. Se o seu vigor estiver inabalável, certamente será mais fácil quebrar o selo sem sofrer sequelas. — Matatabi sugeriu sabiamente.

 — Certo. — Concordou plenamente.

Mas diante de toda aquele turbilhão de acontecimentos confusos, Uzumaki Naruto deparou-se com mais uma dúvida pertinente em sua consciência.

Como diabos iria sair dali?

[…]

Inferno Congelado.

Embora não estivessem em um clima muito aberto para conversas, Cana estranhou a sua demora para responder. Ao se virar, deparou-se com uma cena no mínimo intrigante.

Naruto estava parado a uma dezena de metros dela. Respirava profundamente, erguendo logo a mão até seu peito.

— Naruto? — O chamou, preocupada. Porém, esse não o deu respostas.

Cana, a alguma dezena de metros dele, não sabia o que fazer. Logo que chegaram no centro da imensa depressão, Naruto começou a se portar de um jeito diferente. O corpo dele tremia compulsivamente ao ponto de se tornar notável; a sua pele antes pálida ganhava novamente o tom bronzeado que sempre esteve acostumada a ver enquanto a cada expiração, o ar em sua volta parecia estar mais quente do que deveria.

Mas tudo tornou-se ainda mais assustador quando ele caiu de joelhos, com a respiração descompassada e a um ritmo alarmante.

— Naruto! — Se exaltou preocupada indo ao seu encontro, mas o que viu a deixou atordoada.

Um dos olhos dele estava no límpido e incontestável azul enquanto o outro estava em um vermelho sanguíneo. 

Arfou pesadamente, hesitando em dar o próximo passo.

O que diabos estava acontecendo?

Jogando o medo fora, se apressou, encurtando a distância que os separava. Ignorando o tremendo frio, sentou-se na neve e o puxou para seu colo.

Por Deus! Como ele estava quente.

— Naruto, me diga algo, por favor. 

Chacoalhou ela vendo que ele que tinha o olho azul vago; perdido encarando algo incoerente em sua linha de visão, pois o olho vermelho parecia algo completamente diferente de tudo que ela havia visto na vida; inumano.. 

As suas mãos já tremiam de medo.

— Por favor Naruto, me responda.

Mas, tal como tantas outras vezes, ele não respondeu.


Notas Finais


Confesso que a Alberona têm um espaço reservado no meu coração.
Naruto com algumas memórias está de volta. O que pode rolar de agora em diante, hein? Me diz aí nos comentários, pois daqui a pouco vai ter muita porradaria na história.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...