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História Uma Potter na Castelobruxo - Prólogo


Escrita por: LadyMary1994

Notas do Autor


E aí, pessoal? Pois é, tem mais um spin-off de Sobrevivendo em Hogwarts na área
Essa história se passa entre os meses de setembro e dezembro de 2021 (nossa, tá longe, né?), paralelamente ao início da quinta temporada.
Ela começou a ser escrita antes dessa pandemia assolar o planeta, portanto, eventuais aglomerações e outras atitudes não recomendáveis, como beijar desconhecidos e não lavar as mãos, não devem ser repetidas em casa.
Boa leitura!

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction Uma Potter na Castelobruxo - Prólogo

Como começar a descrever esses últimos meses? Eles foram tão importantes para mim, me transformaram numa nova pessoa... Ah, desculpem, não me apresentei. Sou Lily. Lily Luna Potter. Se está pensando que se trata da filha caçula do lendário bruxo Harry Potter e da grande artilheira das Holyhead Harpies Ginny Weasley, é isso mesmo, você acertou. Estou em meu terceiro ano, faço aniversário em 15 de novembro e contrariando todas as expectativas, sou uma sonserina, não jogo quadribol como meus pais, ainda não salvei a vida de ninguém, muito menos derrotei nenhum dragão. Meus feitos, até o momento, se resumiam em ter nascido na família certa, ido para a casa errada, saber irritar meus irmãos James e Albus como ninguém, aturar as nerdices do Hugo, meu primo e melhor amigo, aprontar todas com a Lucy, minha prima e melhor amiga, fritar os traseiros de sonserinos metidos e grifinórios babacas que atravessam meu caminho, suportar ouvir o grito de uma mandrágora sem fones de ouvido por sete segundos e namorar o maior bad-boy da escola. Nesse ano, eu estava muito ansiosa para duas coisas: a primeira era visitar Hogsmeade (ao menos, em caráter oficial, eu já tinha ido escondida com meu namorado uma carrada de vezes) e a segunda era cursar Trato com Criaturas Mágicas, com meu padrinho Rubeus Hagrid. Essa matéria era meu sonho de consumo, e nas últimas férias, eu estava louca pra voltar justamente pra poder conhecer criaturas incríveis como unicórnios, pássaros-trovões, fênices e se eu tiver sorte, dragões.

Todavia, logo nos primeiros dias de setembro, recebi um convite que mudou tudo: uma proposta de intercâmbio para a Castelobruxo, a escola de magia brasileira. Claro que eu fiquei surpresa com o convite. Nem esperava, já que não sou necessariamente a melhor da classe. O melhor é o Hugo, meu primo, que é capaz de repetir os livros que lê palavra por palavra. Mas eu não estou entre os piores, eu diria que estou na média. Eu nem prestei atenção direito ao que Minerva McGonagall e Neville Longbottom me diziam, só conseguia pensar no tempo que eu ficaria longe da minha família, dos meus amigos, do meu namorado... Se bem que eu basicamente já vivia longe da minha família, até por que Hogwarts é um internato, passo o ano inteiro aqui, mas Hogwarts é tipo a minha segunda casa, meus irmãos estudam aqui, meus primos também, meus padrinhos trabalham aqui, fora que um monte de professores é amigo dos meus pais, certo que eles vivem me enchendo o saco, mas ainda assim, é família, né? Mas isso tinha seu lado bom, ou pelo menos era o que Minerva e Neville diziam. Eu ia conhecer gente nova, aprender um novo idioma e ainda aprimorar minhas habilidades em Herbologia e Trato com Criaturas Mágicas em uma das escolas especialistas nesse assunto.

- Eu não sei... Meus pais já sabem?

- Mandei uma coruja para eles há pouco – respondeu Minerva, com aquela formalidade de sempre – Disse a eles o mesmo que já havia dito a você sobre os predicados dessa escola. Não que seja melhor que a nossa, mas vendo o seu desempenho brilhante em Herbologia, não seria justo privá-la da chance de conhecer tudo sobre as plantas mágicas da Amazônia.

- Bem lembrado, Minerva, a Castelobruxo é a melhor escola do mundo para um herbologista. Eu já estive lá duas vezes: uma para fazer estudos e outra para participar de uma palestra e sei do que estou falando.

Ganhei tempo pra pensar. Realmente, adoro Herbologia e sempre quis visitar a Amazônia, mas na única vez que os Potters estiveram no Brasil, eu ainda nem era nascida. Conhecendo meus pais como eu conheço, sei que eles ficariam felizes por mim se aceitasse o convite, mas também sofreriam um pouco com a saudade. Se bem que eles ficariam felizes até demais, até porque eles detestam meu namorado.

Scorpius Malfoy e eu estamos juntos há uns meses. Na verdade, nem lembro da data direito, ele é quem sabe. Começamos a ficar desde que ele me salvou de um grupo de garotos mais velhos que estavam me cercando depois da aula de Astronomia. Dali pra frente, não nos desgrudamos mais. Mas eu não gosto de me prender a ninguém e já disse pra ele: se acontecer alguma coisa que seja bacana pra mim, mas faça a gente se separar, não vou pensar duas vezes.

E não é que aconteceu?

Só que eu ainda estava desconfiada, não queria ir assim, sem mais nem menos, pra um país que eu só conheço de cartão-postal. Não que eu estivesse com medo, mas e se... Não gostarem de mim? E se forem escrotos comigo por eu ser estrangeira? E se eu não conseguir me adaptar ao clima? Mas pra cada pergunta que eu tinha, Neville tinha dez respostas.

- Em todas as vezes que estive no Brasil eu fui muito bem tratado, eles sempre foram muito gentis e atenciosos comigo e também com Hannah. O clima varia um pouco, mas não é tão ruim quando se acostuma com ele. Uma coisa importante sobre o Brasil: lá não tem neve. Não sei se gosta da neve, para mim nem faz muita diferença, nunca fui um grande fã de bonecos de neve, tampouco de patinação no gelo e sempre me dava mal quando brincava de atirar bolinhas de neve, então... Mas e aí, Lily? Já se decidiu? Se quiser, pode esperar mais um dia para responder, porque se você não quiser, teremos que chamar outra pessoa...

- Não! Eu vou querer ir sim.

- Mesmo? Fico muito feliz que tenha aceitado. Creio que Harry e Ginny também vão ficar contentes com isso, a Castelobruxo é uma ótima escola...

Ô se vão! Achei até que tinha dedo deles nisso, mas mesmo que tivesse, nunca que Neville e Minerva iam abrir pra mim. Saí da sala da madrinha e fiquei caminhando pelo castelo, meio sem rumo. Tentava imaginar se no Brasil tinha essas escadas que mudam de lugar, Quadribol ou mesmo um Pirraça para atazanar as pessoas. Não demorou muito pra minha paz acabar, logo a galera veio atrás de mim. E por galera, entende-se a Weasleyada toda: meus irmãos James e Albus, meus primos Rose, Hugo, Domi, Roxy, Molly, Louis e Lucy, que foi a primeira a perguntar.

- E então, o que ela queria?

- Não era expulsão, era?

- Nada disso, Hugo – respondi, aí eu contei tudo o que rolou na sala.

- E você não aceitou, aceitou? – indagou James, meio preocupado.

- Claro que aceitei.

As reações foram mistas. Hugo foi o primeiro a me cumprimentar, ele é meu melhor amigo desde que somos bebês e acho que devo ser a única garota fora a Rosie e a tia Mione que ele nunca deu em cima. Logo em seguida foi a vez de Rosie, ela é monitora e toda certinha, veio me cumprimentar como se eu tivesse, sei lá, sido escolhida pra ser Ministra da Magia:

- Que você tenha êxito em sua jornada e represente bem a nossa escola!

- Rose, a Lily vai fazer intercâmbio, não uma competição internacional! – zombou Louis, dando tapinhas nas minhas costas. Ele às vezes esquece que eu não sou um dos amigos dele, por isso vem com essas coisas meio brutas. Outros primos também me cumprimentaram, a Lucy estava quase dando pulinhos, senti a Domi com um pouquinho de inveja, pensando bem, até que seria bom ela ir no meu lugar, assim deixava o James e a Mandy em paz. Já Albus, meu irmão e meu cúmplice, apenas perguntou:

- Nossos pais já sabem?

- Sim, McGonagall disse que avisou a eles, isso me lembra que eu tenho que escrever para eles também! – Eu ia correndo pro meu dormitório, quando fui interrompida por James.

- Só eu não estou achando nada legal essa história?

- Oi? – retrucou Lucy, olhando James com indignação.

- Esse papo de ir pro Brasil... Você nunca esteve lá, Lily! Não sabe como eles são, como vivem, do que se alimentam... Não sabe falar espanhol, sem contar que lá faz muito, mas muito calor!

- Em primeiro lugar, sabichão, eles falam português, e não espanhol – rosnou Albus, que não perde uma oportunidade de esculhambar Jay.

- Em segundo – disse Hugo – Lily é esperta, sabe se virar em qualquer lugar. Vai tirar essa de letra!

- Só quero ver. Está preparada para as doenças? Para os mosquitos? Para as cobras gigantes? Para o calor infernal?

- Deixa de ser chato, Jay! – rosnou Louis – Não corta o barato da Lily, está bem? – virando pra mim, ele disse – E Lily, não ligue pra ele, James está com inveja porque chamaram você e não ele.

- Eu não estou com inveja coisíssima nenhuma. Só estou preocupado com minha irmãzinha, posso?

- Tá é com medo que ela arranje algum namorado por lá... – pirraçou Roxy, o que fez com que Albus também ficasse sério.

- E se tiver? Qual o problema?

- Eu sei me virar muito bem sozinha, tá, Jay? E não vou lá pra arranjar namorado, até porque eu já tenho um, e sim pra estudar. Mas se rolar alguma coisa, não posso fazer nada. E nem você e o seu ciúme vão me impedir.

- Só acho – interveio Albus – que você devia evitar esse tipo de coisa, porque você só vai ficar uns meses lá e depois que voltar vai ficar aí, choramingando pelos cantos, igualzinho quando o Bubbley foi embora.

Aí pronto. Agora os dois manezões se juntaram num complô contra mim. Precisava desenterrar um mini-pufe que sumiu há um tempão?

- Agora você apelou, Al. O Bubbley foi embora há milênios atrás, nem me lembrava mais dele...

- Mas eu lembro muito bem da sua choradeira. Foram três meses seguidos, não foi, Jay?

- Não, foram mais. Todo dia. Um chororô dos infernos. “Ai, o Bubbley, o Bubbley foi embora, papai, traz o Bubbley de volta pra cá...” – quando Jay resolve atacar de imitador, ninguém aguenta.

- Mas não vai ser vocês dois que vão me impedir. Eu vou e está decidido!

À noite, meus pais mandaram uma coruja com a resposta. Os dois escreveram uma daquelas cartas de sempre, me parabenizando e me enchendo de conselhos. Mandaram eu me cuidar, evitar más companhias, obedecer os professores, não me envolver em confusões, blá-blá-blá-blá-blá. Se eu não segui esses conselhos chatos quando vim pra cá, porque seguiria no Brasil?

Mas ainda tinha uma pessoa importante com quem não tinha conversado.

- E o Scorpius, hein, Lily? – perguntou Lucy, mais tarde – você vai falar com ele quando?

Nós costumávamos nos encontrar à noite, em lugares estrategicamente desertos e escondidos, como atrás das moitas do jardim. eu tinha combinado de me encontrar com ele às oito e meia, como sei que ele sempre se atrasa, fui um pouquinho mais tarde.

- Demorou, hein? Já é quase nove horas.

- Eu tava lavando o cabelo – menti. Ele nem se importou, quis partir direto pros beijos e carícias picantes.

- Não, Scorp, para, eu tenho um lance sério pra te contar.

Falei sobre o intercâmbio, ele me pareceu surpreso.

- E você aceitou?

- Claro, que outra chance dessa eu vou ter?

Scorp ficou bem mais chateado que James. Andava de um lado pra outro, talvez pensando.

- Claro... Claro, eles não iam desistir assim tão fácil. Eles ainda querem separar a gente.

- Eles quem?

- Como assim “eles quem”? Seus pais, Lils!!! Seu pai, ele me odeia! E aqueles seus padrinhos, a McGonagall e o Hagrid, eles também não me suportam! Estão sempre olhando torto pra mim, como se estivessem esperando um deslize meu pra me enxotar daqui, e tudo por culpa do imprestável do meu pai...

- Não vamos falar deles agora, está bem? – dei um beijinho nele pra ver se ele se acalma – Vamos aproveitar o tempo que temos juntos, e também, daqui a uns meses eu tô de volta.

- Agora isso ficou interessante... – disse ele, me agarrando de novo – Acho que podíamos nos despedir fazendo uma coisinha diferente hoje... Que tal?

Eu sabia exatamente do que ele estava falando. Mas ainda não estava pronta.

- Não – respondi, ele ficou chateado, eu podia sentir que ele estava louco pra fazer aquilo, mas eu resisti – Já disse, Scorp, ainda não tô preparada.

- Porra, Lils, é sempre assim, eu peço pra você me dar uma prova de amor e você vem com essas frescuras? – disse ele, abrindo os braços, bem irritado. Ele pensa que me intimida assim, mas eu não sou boba como as outras, na verdade, aquilo até me excita um pouco.

- Não vamos desperdiçar tempo brigando, vamos focar no que interessa – dei um beijão nele que o fez calar a boca e relaxar. Ele ainda tentou passar a mão por debaixo da minha saia, como sempre fazia, mas não deixei.

“Vamos, Lils... Libera pro Scorp, é isso o que você quer”

Não, Scorp. Não vou te dar o que você quer, você vai continuar comendo na minha mão.

No dia seguinte, Hugo apareceu com uma pilha de livros contendo várias informações sobre o colégio brasileiro.

- A Castelobruxo é considerada a melhor escola de magia da América Latina, é oficialmente a segunda mais antiga do mundo e a mais antiga das Américas. Não se sabe ao certo o ano da sua fundação, antes era restrita a bruxos incas, mas com a colonização portuguesa, o antigo templo usado por eles foi invadido, pilhado e tomado pelo Conselho dos Bruxos portugueses, que transformou o lugar em escola e nomeou Gregório de Alencar como o primeiro diretor. Eles usam vestes verde-limão com detalhes dourados, achei parecido com um daqueles uniformes de escolas japonesas que aparece em alguns hentais que leio – disse ele, mostrando uma foto de um grupo de formandos de 2003 – A diretora de lá é Benedita Dourado e ela está no cargo há quase cem anos, embora por um breve período, de dezembro de 1968 a maio de 1969 para ser mais exato, ela tenha sido obrigada a se ausentar do cargo devido a discordâncias com o Ministério de Magia brasileiro, mas em geral ela é considerada uma ótima diretora. O único problema, se é que podemos chamar assim, é o grupo de Caiporas que vigia os portões da escola, embora eles sejam importantes para evitar que trouxas se aproximem, os Caiporas não costumam ser muito gentis com os alunos, principalmente com os novatos, gostam de atirar pedaços de madeira, pedras e até fezes nos alunos que passam por ali. Recomenda-se ficar distante dos portões do castelo.

- Puxa vida, Hugo... Valeu mesmo! Vou sentir muita falta da sua nerdice quando eu for para lá.

Hugo deu um sorriso tímido e respondeu:

- Ah, mas não vai nem dar tempo de sentir saudades. Eu vou mandar corujas sempre que puder.

- Farei o mesmo.

Com o passar dos dias, a notícia da minha partida se espalhou pelo castelo. Sei que muita gente ficou feliz com isso, afinal eu posso ser bem cruel com quem atravessa meu caminho, mas também recebi cumprimentos. Lorcan Scamander, mesmo, veio se amarrando pra falar comigo, ele costuma ser bem extrovertido, exceto quando tem que me dizer algo que considera importante.

- Lily... Você vai embora, né?

- É – ficamos um tempão em silêncio, Lorcan olhava o tempo todo pra baixo, se pelo menos ele me olhasse nos olhos... – Mas eu não vou demorar não, em dezembro estou de volta...

- Ah, então são só uns três meses?

- É, por aí, eu nem contei direito.

- Legal... Hehehe... É... Você vai pra Castelobruxo, né? – concordei com a cabeça –Porque a Castelobruxo é muito top em magizoologia, e eu também curto muito essas paradas...

- Que bom – ia fazendo menção de sair, quando ele levantou a voz, ainda mais ansioso do que antes.

- Eu até já fui lá uma vez com meus pais! Foi super maneiro, eu tinha uns quatro anos, fui eu, meu irmão, e... – eu tava com alguma pressa, queria me encontrar com Scorpius, mas parece que isso serviu como impulso pro Lorcan falar mais, e ele parecia ainda mais aflito – Eu até domei um exército de mulas sem cabeça, sabia disso? – fiz uma careta estranha, e não era por menos: uma criança de quatro anos domando um exército de mulas sem cabeça? Ele ria de nervoso, e eu acompanhei, totalmente constrangida – É! Foi muito louco, eu ... – lá vem ele inventando história pra me impressionar. Eu sei que ele faz essas idiotices porque é muito a fim de mim, mas ele já devia saber que mentiras nunca funcionarão comigo. Resolvi me afastar de vez, quando ele me parou pra dizer:

- Boa sorte! – e ele deu um sorriso tímido e sincero que o deixou bem fofo, na minha opinião. Se não fosse o Scorp, que sabe...

Quem também veio falar comigo foi aquela Lizzie Daniels, ex do Louis. Ela é da mesma casa que eu, a Sonserina, mas é uma das únicas pessoas que tentam ser legais comigo. No começo, eu achava que era falsidade, por eu ser filha do meu pai, depois eu me liguei que ela era amiga do Albus, e aí achei que era só por ordens dele, até que eu me afastei dela porque ela era ex do Scorp e ele disse que ela era uma louca que vivia tentando voltar com ele, mas apesar de sempre desviar o olhar quando fala comigo, Lizzie Daniels parecia ser tão apaixonada pelo Louis que acabei deixando meu ciúme besta de lado e passei a tratá-la melhor. Ah, ela também me libertou de um bloco de gelo e me indicou um livro que é o segredo do meu sucesso na escola, então eu praticamente devo tudo à Lizzie Daniels, embora ainda a ache uma chata, mesmo sendo linda.

Ela falou mais do que me ouviu, me deu vários toques sobre a Castelobruxo e até me aconselhou a fazer amizade com uma tal Marina (se for que nem a Lizzie, vou ficar bem longe dela... Brinks!), mas ela parou de conversar do nada, se despediu e saiu correndo.

- Ela é louca, né? – disse Scorpius, me abraçando por trás – O que ela queria?

- Ah, era só pra me desejar boa sorte... – senti um arrepio pelo meu corpo, o Scorp tava passando a mão por debaixo da minha blusa, enquanto ele se roçava atrás de mim – Scorpius...

- Que foi? Não tô fazendo nada demais.

- Você prometeu respeitar meus limites – aquilo soou como um convite pra ele, porque ele me abraçou com força e me deu beijos na nuca.

Estava muito difícil pra mim resistir mais do que isso.

- Não podemos fazer isso aqui. Temos que ir pra um lugar mais isolado.

Foi difícil, mas eu consegui resistir mais um pouco. Confesso que quando entrei naquele armário de vassouras, estava com vontade também, mas eu fui ficando cada vez mais nervosa conforme Scorpius me tocava e acabei me desviando.

- Ah não, Lily, vai arregar de novo?

Eu ficava quieta, respirando fundo, tentando organizar minhas ideias.

- Poxa, Lily, já é difícil saber que você vai ficar longe de mim, e ainda tem isso? Achei que você me amasse de verdade.

Aquilo fez com que eu ficasse com pena do Scorpius e acabasse cedendo aos seus desejos. Não vou dizer que não foi bom, mas eu me senti pressionada a fazer isto, logo, não foi tão perfeito quanto eu imaginei que deveria ser. Pelo menos ele ficou feliz, e isso era o que importava para mim.

- Já tô ansioso pra você voltar... – murmurava ele, enquanto se vestia – Pra gente repetir, sabe?

- É... – eu respondia, sem tanta animação.

- Ei, Lily, e se eu fosse com você?

Estava de costas quando ouvi isso, até me virei pra entender melhor. O rosto de Scorpius parecia iluminado, como se ele tivesse encontrado a solução perfeita.

- Você vir comigo?

- É, eu viajo usando a sua capa de invisibilidade, quer dizer, a do seu irmão, aí quando a gente chegar lá, eu tiro a capa e digo que sou do intercâmbio também...

Realmente, seria perfeito. Mas por que eu não estava achando bom?

- Mas você tem milhões de coisas pra fazer por aqui, Scorp!

- Nada, eu posso deixar pra depois.

- Tem a escola, você vai ficar devendo muitas matérias...

- Eu me viro quando eu voltar.

- Mas e se derem falta de você por aqui?

- Ninguém vai sentir minha falta!

- E a gente nem sabe se eles vão aceitar dois estudantes indo pra lá...

- A gente dá um jeito! – e dando um sorrisinho levemente diabólico, ele disse – Eu sei exatamente como fazer.

Eu também sabia. Ele iria usar a Imperius. Muitas pessoas que não gostam dele, especialmente Louis, dizem que Scorpius era craque nisso, que ele usou várias vezes, até mesmo pra conseguir a vaga no time, mas eu nunca acreditei, pelo menos não até ele tentar usar em mim para me convencer a me entregar pra ele. Contudo, eu nunca comentei isso com ninguém, afinal, Scorpius não estava usando isso pra fazer maldade, eu sabia que ele não era uma pessoa má, só usava essas maldições pra sobreviver a esse mundo injusto, a essas pessoas que insistem em nos julgar pelo que somos, ou pelo que elas acham que somos, exatamente como eu.

Porém, talvez naquele momento, eu quisesse mesmo ficar um pouco longe dele, até para saber o que eu realmente queria, sem sofrer influências de ninguém. Por isso, usei minha última cartada:

- Ainda tem o time, você é capitão do time da Sonserina, esqueceu?

- Não. Não esqueci.

- Achei que ser apanhador e capitão da Sonserina fosse seu sonho...

- Mas eu não me importo de abrir mão dele por você.

Scorpius era tão fofo... Não estava mais conseguindo encontrar argumentos que o impedissem de vir comigo.

- Tá, mas se você quer vir mesmo, vamos ter que planejar tudo. Talvez você não devesse ir como você mesmo, você é um Malfoy, e deve ser famoso no mundo inteiro também...

- Não, não acredito que minha fama de mau tenha atravessado o Atlântico.

- Mas por via das dúvidas, você deveria usar uma nova identidade. Talvez se disfarçar...

- Poção Polissuco?

- Isso mesmo. Mas não de alguém tão parecido assim como você...

- Isso vai ser fácil, nenhum desses otários dessa escola chega aos meus pés, principalmente na beleza...

- Na verdade, eu acho que você deveria ir como alguém que seja o seu oposto.

- Como um cara gordo, negro e careca?

- Não... – nem sei porque eu fiquei vermelha nessa hora – Como uma garota.

- Oi?

- Isso, como uma garota! Aí ninguém iria desconfiar que era você, que há algo entre a gente.

- Mas Lils...

- Pensa, Scorp, iria ser perfeito! Nós duas lá na Castelobruxo, caminhando pelos corredores... Iríamos poder ir ao banheiro juntas, lá a gente ia poder se trancar, e...

- Não acho que ia dar certo!

- Ninguém iria desconfiar que a gente era um casal! Se bem que talvez os brasileiros nem sejam tão quadrados como os bruxos daqui, talvez até desse pra gente fingir que era namorada...

- Cai fora!

- Ou então eu me disfarçava de menino e a gente ficava junto! Aí eu ia ficar te chamando de minha mulherzinha, que tal?

- Chega, Lily! Parou com essa palhaçada!

Scorpius ficou bravo. E eu não conseguia parar de rir!

- Que foi, não gostou da minha ideia?

- Gostei mesmo não, esse papo tá muito estranho.

- Não curtiu ser minha mulherzinha?

- Para, Lily!

- Pelo menos, você ia entender melhor o que eu passo, principalmente quando eu estou naqueles dias...

- Tá, tá bom, Lily, mas você não vai terminar de se vestir não? Porque eu tenho aula daqui a pouco.

- Ah, agora você quer ir pra aula...

- Cala a boca! – ele ia abrindo a porta, mas deu meia-volta e foi tirando a camisa de novo, talvez tenha achado que não deveria sair sem uma despedida.

- Esquece isso e vamos fazer de novo, que tal?

- Na volta – respondi, fazendo questão de fechar todos os botões da minha blusa.

- Ah, Lils, sério que você vai me deixar esperando outra vez?

- Sim, você sabe que eu tenho que ir. Além disso, você tem aula daqui a pouco. Se você me quer mesmo, vai suportar, a não ser que pretenda sair com outras...

- Eu nunca! – guinchou ele, num pulo.

- Então, combinados?

- Sim, mas e você? Eu não vou suportar ficar aqui sozinho enquanto você fica lá no Brasil com outros caras...

- Eu te dei o que você tanto queria, não te dei? – ele foi obrigado a concordar – então pronto! Eu sou sua, e você será sempre... Minha mulherzinha!

Não podia sair sem provocar Scorp mais um pouco, descobri o ponto fraco dele, agora vou explorar bastante.

Nos separamos e a minha viagem começou a pesar. Roí tanto as unhas que acho que nem sobrou nada. Também não comi direito, só ficava pensando como ia ser. Acho que nunca fiquei tão nervosa desde que vim para Hogwarts pela primeira vez. Foi numa manhã de domingo que eu parti, eu iria numa carruagem especial mandada pelo governo brasileiro, toda branca com detalhes dourados e com o símbolo do Ministério da Magia brasileiro desenhado nas portas, além de ser guiada por mulas com cabeças flamejantes.

- Chique, não? – perguntou Hugo, que me ajudava com as malas.

- Ah, ela merece! – disse Lucy – Afinal, é uma Potter!

Lá fora, fiquei surpresa em ver tanta gente. Tava todo mundo lá, não só o pessoal da escola, como também meus tios, alguns primos que já se formaram, como Fred e Vic, que estava acompanhada de seu namorado Teddy, e também meus pais. Eles correram até mim e me deram um longo abraço.

- Se cuida, filha! – disse a minha mãe.

- Mande notícias! – disse meu pai, me dando um beijo na testa. 


Notas Finais


E esse foi o prólogo, gostaram?
Nos próximos capítulos, teremos Lily finalmente chegando à Castelobruxo, se inteirando das novidades e se adaptando à sua nova escola.
Como será que ela vai se sair?
Já adianto que ela vai arranjar confusão logo no primeiro dia!
Se você ainda não conhece Sobrevivendo em Hogwarts, sugiro começar a ler agora, afinal, algumas coisas dessa história só farão sentido se você entender tudo desde o princípio.
https://www.spiritfanfiction.com/historia/sobrevivendo-em-hogwarts-12219487/capitulo1


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