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História Upside Down - 1923


Escrita por: ClotsQueen e Twecker

Notas do Autor


Oiee!

O capitulo de hoje é um dos mais importantes pra história até o presente momento, e vai abrir várias possibilidades no enredo

Avisos de sempre™

→ ESSA FIC NÃO TEM NENHUMA INTENÇÃO DE OFENDER ALGUMA OUTRA CRIAÇÃO ESPECIFICA, É APENAS UMA OBRA DE ENTRETENIMENTO PARA MEDIDAS DE SÁTIRA E/OU PARÓDIA!

Esperamos que gostem <3

Capítulo 8 - 1923


Fanfic / Fanfiction Upside Down - 1923

 O ar na biblioteca ficou parado por um momento, todas as atenções presas em Craig, que brincava indiferente com os dedos de Tweek presos aos seus.

— Você simplesmente não pode ver um Tweek e Craig que já quer juntar... — Kenny bufou entediado. — Todo mundo tá vendo a sua intenção, cara.

Craig se limitou a erguer o dedo médio para o loiro, enquanto o outro Kyle ajustava os óculos pensativo.

— Isso... até que faz sentido. — O ruivo falou empurrando uma franja lisa para trás. — Já havíamos apontado que esta é a maior discrepância entre as duas dimensões.

De repente uma pancada na mesa fez com que todos pulassem em seus lugares.

— AHH MEU DEUS?? VOCÊS ENLOUQUECERAM??? — O outro Tweek bateu as duas mãos na mesa e gritava a plenos pulmões. — PERDERAM A PORRA DA MENTE?? TUDO O QUE ELE VAI FAZER É... GAH!! TENTAR ME MATAR NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE QUE EU DER!!

A bibliotecária lançou um olhar congelante para a mesa.

— Shhh!

O outro Butters ergueu a mão delicada e acariciou o ombro do amigo, seus olhos azuis cristalinos brilhavam em conforto.

— Não, Tweek... você sabe que ele não tentaria algo assim, amorzinho... — O outro loiro o acalentou. — Ele só faz essas coisas... colocar o pé na sua frente, pegar seu estojo, a térmica do café, ou chamar você por nomes... para chamar a sua atenção... ele fica desesperado para que você olhe para ele, Tweek...

Clyde rapidamente ficou de pé, a cadeira caindo atrás dele, Tolkien conseguiu segurar antes que tocasse o chão e a bibliotecária os matasse com a força do olhar.

— Para tudo!! Então... — Ele apontou para o outro Butters. — Você... você é a versão do Butters? E por que diabos a sua voz é igual... igual à da Marjie? Aquela menina tão fofa e delicada... aquela gatinha tão... tão rara...

Bebe lançou um olhar mortal para Clyde, mas ele estava com os olhos castanhos cravados no seu alvo.

O outro Stotch encolheu-se sob o dedo em riste de Clyde, as bochechas levemente coradas quando ele respirou fundo.

— Ah, bem, sim... já expliquei isso antes... você não ouviu?

— Não... eu... estava muito chocado e maravilhado com o Jaguar do outro Tolkien... que é rico pra caralho e nos deu uma bolada de dinheiro... — Clyde sentou-se silenciosamente. — Eu... não entendo...

— Bem, o cara tem suas prioridades. — Kenny encolheu os ombros lançando um olhar apologético para Tolkien.

— Ah, pelo amor de deus, Clyde... até você deveria ter entendido isso, a revelação foi no capítulo anterior, porra. — Cartman respondeu com desprezo. — O capítulo agora é sobre como vamos resolver os dois bichas enrustidos ali e voltar pra casa porque eu não aguento mais esse lugar repleto de viados.

Clyde jogou um olhar mortificado de um Butters para o outro, incapaz de lidar com a revelação que ele perdera antes.

— Nós... vamos ver a Marjie novamente...?

O outro Butters encolheu os ombros estreitos.

— Se eu sentir uma conexão com esse meu lado... sim...

Clyde suspirou deitando a cabeça na mesa, Bebe se abaixou deixando os lábios rente ao ouvido dele.

— Se você continuar com essa merda... — Ela sussurrou. — Vai dormir na neve até o dia que formos embora... meu amor...

Os olhos dela brilharam quando a loira sentou-se novamente, Wendy lançava olhares preocupados, Tolkien observava as unhas desinteressado.

— E não vou deixar você ficar no meu saco de dormir, cara. — Tolkien avisou educado. — Nem vai adiantar implorar.

Clyde levou um instante para reagir.

— Não, gata! Não é nada disso! Eu só... sabe, estou tipo surpreso! — Ele se desculpou. — Você ainda é a minha gata... só fiquei confuso sobre... coisas...

O outro Butters sorriu disfarçadamente quando Bebe ergueu o queixo esnobando o pedido de desculpa do namorado.

— Gente, gente! — Stan falou acima da agitação. — Vamos nos concentrar aqui, okay?

— É cara, vocês estão dispersando a conversa! — Kyle concordou.

O moreno olhou ansiosamente para o outro ruivo, que corou devido a essa intensidade, ele limpou a garganta e revirou suas anotações.

— Certo... — O outro Kyle falou ainda sentindo o rosto um pouco quente, Stan tinha os olhos azuis cravados nele. — Se conseguirmos equiparar algumas relações, talvez possamos dissipar energia o bastante para abrir um portal, assim sendo... agora pergunto a vocês...

— Como poderíamos juntar esses dois? — O outro Butters questionou. — Isso seria muito agradável, porque estamos um pouco cansados do Tweek teorizando na RDFM sobre como o Craig queria matar ele só com um olhar.

— Hã? — Kyle afundou as sobrancelhas. — Que caralho é RDFM?

O outro Kyle lançou um olhar frio para sua contraparte.

Reunião Diária para Falar de Macho. — Seus olhos verdes brilharam arrogantes. — Já expliquei que é tipo uma terapia.

— Cara... isso tem uma sigla... é tipo AAA ou MADA*... — Kyle e Stan trocaram um olhar. — Okay, então... devemos pensar em um plano para juntarmos eles.

Um bufo entediado surgiu.

— Sério que é difícil pensar em algo?? — Cartman jogou um olhar para Kyle. — Na falta de asiáticas, vamos nós mesmo expor os dois.

— Do que você está falando? — O outro Kyle o encarou.

— Cara, não é uma boa ideia. — Tweek chamou a atenção para si. — Aquilo já foi ruim o bastante para nós dois... uma exposição dessas só ia complicar mais as coisas.

— É. — Craig complementou. — Só deixaria esse cara mais nervoso e o babaca mais revoltado.

Cartman rodou os olhos.

— Já que você é um expert, Craig, o que sugere?

Craig jogou um olhar frio para ele.

— Tentamos fazer com que se aproximem. — Os olhos azuis de Craig focaram no outro Tweek. — Deve ter algo que pode fazer uma ligação entre eles.

— Celular f-f-f-faria um b-b-b-bom serviço... nesse c-c-caso. — Jimmy falou com um sorriso enorme, seu aparelho metálico brilhando sob a luz da biblioteca. — Entend...deram? Ligação...

Os garotos ficaram um instante em silêncio depois estouraram em risadas, mesmo o outro Kyle riu um pouco sem jeito.

Enquanto eles riam, a bibliotecária caminhou a passos apressados até eles e os expulsou sumariamente.

— Fora daqui! — Ela disse autoritária. — Vocês já passaram dos limites hoje!

Os meninos apanharam seus pertences, enquanto Cartman vinha tropeçando nos próprios pés.

— Odeio velhas de útero seco. Essas putas não podem ver uma criança sorrindo...

O outro Kyle seguiu Jimmy enquanto eles se afastavam.

— Sua técnica de comédia é muito peculiar. — O outro ruivo sorriu um pouco, mas seu elogio era sincero e Jimmy sorriu de volta.

— Ora, v-v-você não c-c-conhece o Jimmy dessa d-d-dimensão? — Jimmy perguntou curioso, na verdade, a questão de haver ou não um Jimmy por ali estava o assolando a um tempo.

— Jimmy... hmm... — Disse o outro Kyle pensativo. — Acho que tinha um garoto deficiente com esse mesmo nome quando estávamos no fundamental... mas não lembro o que aconteceu com ele.

— Jimmy Valmer? — Perguntou o outro Butters curioso. — Ele se mudou junto com o Timmy, que também era deficiente, nunca mais os vimos.

— P-p-porra, como não tem nem uma v-versão minha, nem uma do T-tim-Tim? — Jimmy estava começando a se alterar. — Não me d-d-diga que não tem uma classe especial? Nathan? Mimsy? Francis?

— Ah, homem, Francis não é da Classe Especial! — O outro Tweek replicou. — Nem existe uma classe assim aqui!

— B-b-b-em, mas existe F-Francis!

O outro Tweek olhou para frente e pela primeira vez, além de mais calmo, ele parecia sorrir verdadeiramente.

— Sim, ele é meu melhor amigo, e está bem ali! — Ele apontou.

Todos olharam para a saída da escola, o dedo do outro Tweek apontava para um sujeito de cabelos castanhos, ele usava um quipá azul claro e tinha uma térmica marrom segura em mãos, seus olhos castanhos estavam focados em Tweek, ele acenava feliz enquanto os meninos se aproximavam.

O outro Tweek se apressou e foi recebido por um sorriso radiante do garoto, que sorrindo lhe alcançou a térmica de café, um castor estava lindamente estampado ali no recipiente.

— E aí, Tweek! — Ele cumprimentou. — Não vi você hoje! Olha, trouxe café e biscoitos pra lancharmos juntos!

— Não... não vai dar, cara... — O outro Tweek lançou um olhar para o grupo e depois voltou para seu amigo. — Estou... ocupado hoje.

O rapaz acenou com a cabeça, seus olhos finalmente encontrando a turminha que estava com Tweek, alguns olhares eram de extrema curiosidade.

— Tudo bem, muito próprio de você cumprir suas promessas. — Ele declarou tranquilizando seu amigo. — Mas, não conheço todos vocês, são transferidos?

— É, cara, mais ou menos. — Kyle respondeu, seus olhos presos ao quipá.

— Oh, isso é interessante! — Francis deu um passo à frente. — Eu sou Francis, e qualquer amigo do Tweek é meu amigo também! Estou feliz em conhecer vocês!

— Não lembro do Tweek ter um melhor amigo. — Craig lançou um olhar questionador para o outro Tweek.

— Ele é meu melhor amigo desde os quatro anos. — O outro Tweek encolheu os ombros. — Quem é seu melhor amigo, cara?

A pergunta foi direta para Tweek, o loiro afundou as sobrancelhas pensativo.

— Bem, não é este cara, e acho que nunca pensei sobre isso.

— Poxa, Tweek, e eu? — Clyde choramingou. — Pensei que você tinha mais consideração por mim, se sou melhor amigo do Craig, posso ser o seu também.

— Quem disse que você é meu melhor amigo? — Craig ergueu uma sobrancelha maldoso.

— Okay, calem a boca. — Tolkien parou a briga antes de começar. — Mas, você é quem mesmo? Tipo, não lembro de nenhum Francis, por mais que me esforce... você é novo na cidade ou algo assim?

Francis sorriu lindamente.

— Não, sou filho do dono da distribuidora do Snacky S’moores da região. — Ele declarou. — Não gosto do estereótipo, mas eles me seguem então... se você preferir, se referem a mim como “a segunda criança mais rica da cidade”, só fico atrás do Black, mas não que eu me incomode.

— É, do jeito que esse Black gasta dinheiro... você vai chegar no topo rapidinho. — Tolkien apontou com as sobrancelhas levantadas.

— Não critiquem o cara por gastar o dinheiro dele, afinal, cada um faz o que quer com o que é seu. — Clyde falou.

Tolkien, Craig e Tweek encararam Clyde sabendo sobre suas intenções para aquela declaração.

Francis sorriu e voltou-se exclusivamente para o outro Tweek, seu rosto ganhando uma expressão mais cuidadosa.

— Tweek, sobre o que falávamos antes... “aquele cara”... você deveria deixar ele ver o seu melhor lado... quem sabe... vendo você, como você é, ele mostre a verdadeira face dele também, não é?

O outro Tweek estremeceu um pouco.

— Até você falando “daquele cara”... não quero falar sobre isso. É muita pressão!

— Você sabe... talvez isso já se arrastou por muito tempo. — Francis o acalmou com tapinhas nas costas, exatamente como o Craig fazia com seu Tweek. — Provavelmente as pessoas já estão vendo através de vocês, e essa palhaçada dele pode estar com os dias contados...

— AHHH, NÃO SEI!

— Você que sabe. — Francis disse sorrindo para seu melhor amigo, no fim ele recebia um sorriso trêmulo de volta. — Você pode contar comigo se precisar.

O garoto se afastou acenando para o outro Tweek, que retribuía o aceno animadamente, o garoto loiro em nada lembrava o menino nervoso de antes, parecendo totalmente relaxado na presença de seu melhor amigo.

— Tá, mas afinal quem é esse cara na nossa dimensão? — Craig cruzou os braços e perguntou aleatoriamente. — Não lembro de nenhum dono de bolacha ou a porra que seja.

Um par de olhos verdes-avelã pousaram em Craig.

— A dimensão de vocês deve ser um lugar horrível, não sei como eu teria passado pelas minhas inúmeras crises quando era mais novo, sem o apoio do Francis... — O outro Tweek respondeu, seus olhos pararam em Craig e tinham um brilho de desprezo que o moreno não estava acostumado a ver, não naqueles olhos.

Kyle, que tinha ficado quieto e analisando a situação até agora, então respondeu:

— Conheço um Francis sim, ele de fato tem alguma ligação com a Snacky S’moores, e vai na mesma sinagoga que eu, mas não creio que ele seja tão rico quanto o Tolkien.

— Judeu é foda, tinha que ser esse povo aproveitador. — Reclamou Cartman, rolando os olhos em desprezo. — De onde tá vindo tanta gente dessa raça maldita? Já é o terceiro que encontro só hoje!

— Ah, vai se foder, gordo de merda. — Xingou Kyle.

Antes que isso desencadeasse uma discussão sem fim, Tweek se pronunciou sobre o assunto.

— Acho que nunca ouvi falar desse cara... nem entendo porque ficaríamos amigos... — Tweek tornou a dizer, Craig ao seu lado tinha o seu melhor beicinho, quase imperceptível a quem não o conhecia.

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

Depois de um tempo, os garotos decidiram que se dividiriam em grupos, um grupo iria até a casa do outro Tweek reunir dados que pudessem ser relevantes na nova missão, enquanto o segundo grupo se dirigiria até a casa do outro Kyle, para terminarem pesquisas necessárias nessa nova empreitada.

Assim sendo, os garotos se encontravam de pé no centro do quarto do outro Tweek, e a visão não podia ser mais intrigante, para não dizer revoltante, copos de isopor sujos de café transbordavam de uma lixeira no canto do quarto, e mesmo que isso não fosse algo muito relevante em se tratando de um quarto pertencente a qualquer versão de Tweek, a forma como os copos usados se esparramavam pelo quarto, as roupas espalhadas pelo chão e o cheiro de mofo eram um conjunto de dados inebriantes demais para os garotos lidarem.

Bebe, que entrara por último não se ateve nenhum segundo ao visual de pós-festa emo-dark daquele quarto, o cheiro de umidade estática chegou ao nariz da loira antes que ela pudesse entender o cenário.

— Meu deus, quando foi a última vez que este quarto respirou um ar puro de verdade? — Ela marchou através dos garotos parados, pisou em duas peças de legos e abriu as duas janelas do quarto, escancarando-as ruidosamente. — Clyde, faz o favor de me ajudar aqui?

Clyde empurrou o vidro para cima e prendeu a veneziana da janela, Bebe inclinou-se no parapeito para dar de cara com o chão da frente da casa.

— Craig, faça o favor de juntar esses copos aí e leve essa lixeira lá para baixo. — Ela coordenou. — Vamos deixar isso pelo menos meio habitável, já que estaremos armando um plano romântico aqui, não é?

— Essa minha gatinha não é incrível? — Clyde arrulhou sorrindo.

— Vem aqui carregar o lixo, já que acha tão incrível. — Craig falou sem emoção. — O quarto do Tweek não é um primor de arrumação, mas isso aqui também é demais...

Tweek que observava tudo atentamente estava realmente intrigado, o quarto não era parecido nem com o quarto dele de quando era criança, exceto pelos brinquedos que de fato viviam espalhados, ele não era tão o tipo que deixava o caos o consumir.

— AHHHH!!! — Um grito surgiu da porta quando o anfitrião voltava da cozinha com uma térmica de café enorme. — QUE PORRA VOCÊS ESTÃO FAZENDO?? FECHEM TUDO, NÃO TOQUEM EM NADA, ELES VÃO VOLTAR!!

— Eles... quem? — Kenny perguntou, sob a supervisão de Bebe ele já tinha uma vassoura em mãos e varria o lixo para uma pazinha que Clyde segurava. — Estou meio impressionado que não encontramos ratos.

O outro Butters que vinha logo atrás carregando uma bandeja de biscoitos, largou tudo em uma escrivaninha e se aproximou do outro Tweek que estremecia no meio do quarto, já bem mais organizado sem metade das bagunças do centro do tapete.

— Ah... não é uma boa ideia mexer nas coisas dele... — O outro Stotch segurou o amigo pelo ombro, o acalmando. — Tweek acredita que há monstros vivendo aqui e que eles não saem por causa do caos.

Butters trocou um olhar aturdido com Kenny.

— Se esse é o problema, não se preocupe... eu conheço o Caos... ele não faria nada de mal para você...

— Jesus, não estamos brincando disso. — Craig bufou.

Um estalo ecoou quando Tweek ergueu os olhos encarando sua contraparte mais velha.

— Você... está falando... deles? — Os olhos avelãs ficaram sérios. — Os gnom...

— NÃO FALE O NOME DELES!! — O outro loiro gritou com os olhos fechados, as mãos já presas entre as mechas desgrenhadas. — SE ELES DESCOBRIREM QUE ESTAMOS AQUI... ELES VÃO PEGAR TODAS AS CUECAS! NOSSOS CORPOS, NOSSO SANGUE... E ELES PODEM EVOCAR OS DUENDES INFERNAIS COM SEUS CÉRBEROS E...

— Calma, cara. — Craig tocou o ombro do outro Tweek, ele trocou um olhar por cima da cabeça dele com seu namorado. — Eles não fazem essas coisas... não é rentável. Esses caras só pensam no lucro.

— Sim, eles são apenas uma empresa capitalista que simplesmente querem lucrar vendendo cuecas. — Tweek falou, o outro o encarava abismado. — Eles têm três passos básicos para o lucro: Passo 1) Roubar cuecas. Passo 2) ??? Passo 3) Lucrar.

— QUÊ?? — O outro Tweek jogou o olhar de Craig para Tweek. — DE QUE MERDA VOCÊS ESTÃO FALANDO?

— Sim, eu fui no covil deles! — Kenny ofereceu. — Era bem bosta lá, mas tinha uns carrinhos de mineração meio perigosos.

— Já fizemos negócios com esses caras, eles não são ruins. — Craig lançou seu melhor olhar tranquilizante. — Só são um pouco burros, não consigo imaginar um negócio de cuecas usadas como um empreendimento muito lucrativo.

— NÃO! VOCÊS ESTÃO ERRADOS! — O outro Tweek gritou saindo do meio do casal que tentava tranquilizá-lo. — Quando eu tinha 12 anos, eles vieram aqui, levaram todas as minhas cuecas, meus grãos de café, as térmicas abastecidas e deixaram um bilhete avisando que iam voltar...

Tweek e Craig encaravam o garoto.

— Sim, eles iam voltar para pegar mais cuecas, e continuarem a produtividade da pequena empresa deles! — Tweek respondeu bastante ponderado. — Olha, cara, eu também ficava louco com eles, mas era só um medo infantil.

— NÃO É INFANTIL!! — O outro Tweek gritou olhando para os lados desconfiado, a arrumação não parara enquanto eles discutiam. — Durante toda a minha vida tive só poucos momentos de paz com esses monstros, e isso foi há muito tempo quando...

De repente ele parou de falar e encarou o chão aos seus pés aprofundando as sobrancelhas com força, Tweek deu um passo em direção a ele.

— Quando? — O loiro perguntou. — Quando foi que você esqueceu que tinha medo deles?

O outro loiro olhava de Tweek para Craig um pouco desconcertado, a respiração dele estava acelerada com o que seu cérebro estava trazendo à tona, ele sentou na cama encarando as mãos coberta de curativos.

— Uma vez quando eu tinha 10 anos tivemos um Trabalho de Ciências... então... Craig foi colocado como minha dupla... — Todos trocaram um olhar por cima dele, mas atento o outro loiro os encarou raivoso. — Era só por causa da proximidade dos nossos sobrenomes, não pensem merda.

— Eu nem pensei... — Kenny declarou ouvindo, Clyde ao lado dele sentara ao chão. — ... ainda.

— Então... acho que surtei por alguma coisa... acho que eu ouvi os passinhos daqueles demônios... daí comecei a enlouquecer... admito, não é algo bonito.

Tweek e Craig continuavam as conversas silenciosas trocando olhares.

— Craig... ele rompeu com a personalidade fria dele e apanhou as minhas mãos nas dele... — O outro Tweek abriu as mãos encarando as palmas, havia band-aids de Hello Kitty nos dedos dele, colocados outro dia por seu amigo Butters. — E... naquele momento... ele olhou nos fundo dos meus olhos e falou que aqueles caras não iam voltar. Mas... ele falou com tanta convicção que acreditei com todo o meu coração... e por muitos meses os demônios não apareceram... foi... foi um enorme período de sossego.

— E aconteceu outra vez, algo desse tipo? — Craig perguntou cauteloso.

O outro Tweek respondeu, mas parecia estar falando sozinho, totalmente imerso em suas lembranças.

— Teve outra vez, eu tinha por volta dos 14 anos... já era início da noite, eu estava sozinho em casa e por isso acabei dormindo a tarde toda... então quando acordei, minhas roupas estavam espalhadas pelo quarto, a gaveta das cuecas vazia... — Ele encarou a janela, o olhar perdido. — Óbvio que eu surtei, para ajudar meu estado lastimável não havia café em casa, os malditos tinham levado tudo... gritei no meu quarto... chorei muito... aí em algum momento durante esse surto, sem perceber eu estava me balançando em um canto escuro do quarto... quando me dei conta, Craig estava parado na minha frente... não sei como ele entrou, não pensei isso na hora... achei que era parte de um sonho... ele se abaixou e ficou na minha frente... me abraçou e beijou meu cabelo... falou que tudo ia ficar bem...

— Aquele cara? — Kenny perguntou, Butters ao seu lado tinha os olhos úmidos. — É que ele não me parece o tipo que dá rondas no seu quarteirão, sabe...

— Achei que era um sonho na hora, mas quando acordei no dia seguinte, as roupas espalhadas não estavam mais no meio do quarto... bem, não tinha cueca também, mas na minha cama estava o chullo azul... fiquei um tempo olhando praquela touca... — Os olhos avelãs focaram em algum lugar ao lado do travesseiro. — Antes da aula eu me esgueirei no corredor e coloquei dentro do armário do Craig, e nunca falamos sobre isso.

Um silêncio se estendeu até que Kenny reagiu adequadamente, ao seu lado Butters limpava os olhos com a manga do pulôver.

— Okay, vocês viram que o negócio tem futuro! — O loiro falou, seu sorriso enorme brilhou. — Tensão sexual eles têm, e apelo romântico também, quem diria!

— Porra, eu não esperava isso daquele cuzão babaca! — Clyde respondeu. — Meu ship é canon até nas outras dimensões, caralho!!

O outro Butters se ajoelhou na frente de seu amigo, seus olhos azuis claros eram gentis.

— Você... nunca comentou sobre isso nem comigo, nem nas reuniões... — Ele praticamente sussurrava. — Eu totalmente teria incentivado você a tomar uma iniciativa com algo assim...

 O outro Tweek jogou os olhos selvagem para seu amigo.

— É claro que eu não falaria algo assim, justamente porque não queria fazer nada a respeito! — Ele disse feroz. — Se o Craig quisesse falar sobre isso, ele teria falado!

Tweek aprofundou as sobrancelhas.

— Ele jamais teria falado sobre isso. — O loiro apontou, Craig ergueu uma sobrancelha para ele. — E talvez o fato de você não ter tocado no assunto é o que os afastou ainda mais.

O outro Tweek se ergueu da cama, agora parecia uma fera acuada.

— Ele é o babaca e eu sou o culpado?

— Não, você só é o mais corajoso entre os dois. — Foi Craig quem afirmou. — A dimensão pode ser outra, mas iniciativa e comunicação não devem ser o forte dele...

 

 

~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~

 

 

Enquanto isso, o outro grupo se encontrava espalhado em um quarto excessivamente arrumado, havia um cheiro de produto de limpeza quase imperceptível por baixo de um aroma de cereja que vinha de um pote de hidratante de mãos que descansava sobre o criado mudo.

O dono do quarto estava sentado ao computador, ele lançava olhares preocupados entre a porta e sua cama, onde Stan, já sem seu gorro azul e vermelho registrado, estava sentado observando atentamente os pôsteres que haviam por todas as paredes.

— Precisamos terminar isso antes das 19hs, ou minha mãe pode nos dar mais problemas do que uma viagem através de portais. — O outro Kyle avisou enquanto terminava uma demonstração gráfica das teorias que fizera no dia anterior com o outro Butters. — Tenho certeza que se ela nos pegar, vou ter que dormir com vocês lá naquela cabana suja.

— Está bem limpo agora, cara. — Kyle disse enquanto continuava pesquisando sobre dimensões alternativas em seu celular. — Mas pensei que em outra dimensão minha mãe pudesse ser mais... sei lá, como a mãe do Cartman?

— P-Puta? — Jimmy perguntou sorrindo.

Os garotos riram, até mesmo os dois Kyles, mas Wendy fechou a cara e puxou uma cadeira para sentar perto do computador.

— Jimmy, não desça tão baixo com humor machista, você é melhor que isso. — Ela criticou. — Sra. Cartman é solteira e vive como ela quiser.

Stan subiu na cama ao ouvir um som vindo do lado de fora.

— Cara, acabou de encostar um carro na garagem... e acho que é o Sr. B!

O anfitrião espiou pela cortina.

— Papai. — O outro Kyle caminhou até o armário e voltou com algo, entregando na mão de Kyle. — Usa isso, papai pode achar estranho outro garoto ruivo com uma ushanka verde-limão.

Kyle observou com olhos apertados o item, era uma touca azul e laranja, um cavalo com a crina flamejante estava estampado na frente.

— Isso é seu? — Kyle perguntou, Stan se aproximou com olhos brilhantes.

— Eu posso ter ganhado de alguém... — O outro Kyle respondeu. — Mas coloca de uma vez antes que meu pai apareça aqui.

Kyle puxou a touca enfiando os cachos para dentro da peça, Stan ajudou a acertar na parte de trás, onde ainda havia anéis ruivos caindo sobre o pescoço sardento.

— Cara, esse negócio ficou muito legal em você, Kyle. — Stan declarou maravilhado. — Me lembre de comprar algo assim quando voltarmos!

— Para você ou para mim? — Kyle perguntou rindo, Stan corou e desviou o olhar.

Foi só o tempo de Kyle terminar de acertar o chapéu sobre o jewfro comportado que a porta abriu como uma lufada de vento.

— Kyle! — Então ele notou os vários meninos espalhados no quarto, seus olhos pararam em Wendy sentada ao lado de seu filho. — Bem ocupados, hein.

— É, uma tonelada de lições de casa, pai, sabe como é, estamos tentando atingir os escores para as melhores faculdades.

— Oh, claro, continue trabalhando, filhão! — Gerald sorriu. — Estarei no meu escritório se precisar de alguma ajuda, certo?

O homem saiu rapidamente, quando os passos dele não eram mais ouvidos, o outro Kyle encarou a tela do computador.

— Espero não ouvir Boston tocando. — Foi Kyle quem falou silenciosamente, Stan ao lado dele acenou com a cabeça. — Não precisamos disso nem na nossa dimensão, quem dirá nessa daqui.

— Okay, pessoal... — O outro Kyle começou conectando um cabo ligando seu notebook que estava na cama a um retroprojetor. — Fiz um levantamento de informações... eu e o Butters não quisemos trazer isso com o outro grupo... para não complicar a tarefa deles, mas... acho que estamos lidando aqui com um tipo de dimensão alternativa que vocês não estão esperando.

— Realmente, n-n-não estava esp... esperando uma dimensão que eu n-n-não existo. — Jimmy declarou.

— Hum... há teorias sobre multiverso dos mais variados tipos, e muitas buscam provar isso... vocês devem ter ouvido falar sobre o Efeito Mandela, ou alguém aqui com certeza já teve essa sensação de déjà vu, quando você sente que aquilo já aconteceu... porém mais estranho é o déjà vecu, a sensação de que você sabe o que vai acontecer a seguir... ou o alter vu, onde você lembra que aquilo já aconteceu, mas de forma diferente...

— Que eu saiba a psicologia explica tudo isso, são apenas projeções cerebrais, impulsos ou confusões. — Wendy declarou cética. — E o Efeito Mandela foi só um monte de desinformados espalhando informação errada, como todos aqueles que compartilham um link sem pesquisar a notícia.

— Cara, eu acho que estarmos aqui, depois de passar por um arco-íris já prova que não estamos sofrendo projeções cerebrais. — Kyle apontou. — Acho que faz sentido de acordo com a forma como a mecânica quântica funciona.

O outro Kyle respirou fundo e pressionou o play nos slides que ele preparou.

— Os dois podem estar certos, segundo o que eu pesquisei... mas podemos lembrar que nossa vida pode ser muito interessante para outras pessoas, como se fosse um grande reality show...

— Ah, cara, você não acha que aquele programa bizarro dos Joozians... aquilo tem fãs? — Stan gemeu.

—Lembra daquela foto? O Kenny com certeza ainda deve ter a foto deles chupando os jagons um do outro! —Kyle riu, ao lembrar da chantagem que Kenny havia feito com os dois Joozians.— Ele disse que era “quente”.

— Entrei na deep web e consegui acesso a internet de uma dimensão alternativa, diferente das nossas e descobri que criar e compartilhar histórias sobre moradores de South Park em especial é algo bem popular. — Ele mostrou na tela uma imagem de uma página inicial de um grande site de fanfics. — Rapazes... e Senhorita... estamos lidando com um Multiverso de Fanfics de South Park, e acredito que vamos precisar derrubar alguns plots muito díspares.

— Okay, o que você quer dizer? — Kyle questionou com o rosto em confusão. — Não era só juntar o Tweek e o Craig, a princípio?

— A princípio... sim, porque esse é um plot muito recorrente. — Ele pressionou o botão e o site famoso mostrou um texto. — Veja esse texto, o título é “Eu odeio Tweek Tweak”, eu li isso, basicamente Craig odeia o Tweek e tem dificuldade em aceitar seus sentimentos pelo cara... é meio estranho a forma como eles se aproximaram, mas não aconteceu antes... e o enredo é todo impossível de imaginar depois que eu conheci as versões da dimensão de vocês, mas também não se encaixa na versão desta dimensão.

— E existem mais dessas histórias? — Wendy questionou ansiosamente.

O outro Kyle empurrou os óculos para trás, observando-a, em seguida apertou um botão e o slide mudou para uma página estática.

“Mostrando 1-20 de 1923 fanfics com [Craig Tucker/Tweek Tweak]”

Todos prenderam a respiração por um momento, então, o outro Kyle desligou o projetor e encarou seus aliados, os olhos verdes brilhando.

— Mil novecentos e vinte e três histórias é bastante para você?


Notas Finais


Hoje, eu mesma, @Twecker vou escrever todas as notas, por um motivo que vocês já devem saber o porque rsrsrs

Já entraram na tag de Creek do AO3 hoje?
http://bit.ly/2HHXIEo

* AAA→ Associação dos Alcoólatras Anônimos
* MADA→ Mulheres que Amam Demais Anônimas (teve até uma novela sobre isso);

Caso você queira bancar o Kyle, e saber direitinho do que ele está falando:

https://www.einerd.com.br/10-provas-de-que-o-multiverso-existe/
https://www.zona33.com.br/2016/08/o-caso-de-lerina-gordo.html
https://www.hipercultura.com/os-5-elementos-basicos-da-teoria-das-cordas/
https://mundoestranho.abril.com.br/comportamento/teoria-da-conspiracao-o-assustador-efeito-mandela/

"Joozians" são alienígenas que aparecem no primeiro episódio da sétima temporada, chamado Cancelado. Nesse episódio, é mostrado que a Terra é um reality show que está prestes a ser cancelado.

Caso não tenham percebido, a touca que o outro Kyle da para o Kyle usar é dos Broncos, por isso Stan se mostrou interessado...hmm, de quem será que ele ganhou não é mesmo?

E sobre o Francis, vocês leram a Boxe e Sumô, Café e Espaço né?
Nessa minha fic, ele é totalmente super melhor amigo do Tweek, é quase tão rico quanto o Tolkien, e o Craig morre de ciúme asduhsudhsudh
Se não leu, corre que ainda da tempo:
https://www.spiritfanfiction.com/historia/fanfiction-south-park-boxe-e-sumo-cafe-e-espaco-5806095

Eh isto, agora comentem e nos façam felizes!!

Mil bjs
Vivi & Bia


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