Coloquei um vestido confortável e desci novamente as escadas para passear pelos jardins. Sabia que havia um lago em algum lugar do anime, e queria encontrar o lugar onde a Haruka viu Ichinose ''Hayato'' pela primeira vez. Seria outro sonho realizado.
- Se eu me perder, acho que consigo voltar dessa vez... - suspirei enquanto me convencia de que já conhecia o terreno Shining o suficiente. Fazia pouco mais de uma semana que eu passeava por toda a extensão do colégio Saotome. Uma hora, eu definitivamente pararia de me perder!
Avistei o famoso laguinho que aparecia em várias cenas do terreno da escola, e caminhei por toda a sua extensão, até finalmente avistar algumas arvores.
Outro pequeno bosque.
Então meu coração começou a acelerar. Sabia que o lugar da minha cena favorita estava próximo.
Caminhei um pouco mais rápido, e quase pulei de felicidade quando avistei a bendita famosa varanda do lago.
Na verdade, eu pulei de felicidade sim.
- Uhul! CARACA! NÃO ACREDITO QUE EU ACHEI! AAAAA – respirei e continuei baixinho – Aaaaaaaa...
Subi na varanda e passei as mãos pelo concreto da estrutura.
- Uau... - sussurrei encarando o céu azul a minha frente – Minha cena favorita aconteceu aqui.
E sem me segurar, tentei cantar o mais alto que consegui, para além do lago. Cantei, para o vento.
''Ah, canto somente para você
O som desse vento
Sentindo o coração
Não precisa mais chorar, somente fique como está
Olhe para o céu
Ah, meu amor mais doce
Azul, esta lágrima brilhante
Que cai em sua bochecha
Levante-se, você sabia?
A luz que nos guia para o amanhã
Verdade, talvez você não
Se conheça tão bem ainda
Mas essa lágrima se transformará
Num arco-íris que te guiará
Se ficar frio em sua longa jornada
Ah, te aquecerei com uma canção
Talvez nem todos os seus
Desejos se tornem estrelas
Mas se tiver um sonho em que acredita
Ele se transformará em milhares de estrelas brilhantes
No céu noturno''
- Uau... - essa voz me assustou.
Virei-me para ver quem me observava, mas assim que pisquei, senti meu rosto molhado pelas lagrimas.
Tentei esconder-me de Ittoki Otoya, que como esperado, veio correndo até mim, assim que viu que eu estava chorando.
- Você está bem, Tarita-san?
- Estou, Ittoki – menti – Obrigada.
Ele expressou um rosto decepcionado, e me fez olhar em seus olhos:
- Não minta para mim, ok?
Ele guiou-me até a bancada da varanda, e sentou-se ao meu lado.
Respirei fundo, e engoli o nó que se formara em minha garganta.
- Acho que quero voltar pra casa... - sussurrei.
- Esta com saudades?
- Não sei... Estou estranha... - respirei fundo e encostei minha cabeça em seu ombro – O que é amar, Ittoki-kun?
Ele também respirou fundo e observou o lago a nossa frente:
- Acho que é amar é querer ajudar uma pessoa a realizar os sonhos, mesmo que pra isso, os nossos próprios sonhos fiquem pra trás...
- Isso é muito bonito.
- É como as músicas que a Haruka escreve. - ele pareceu ficar envergonhado e tossiu – Essa é a impressão que tenho.
- Eu concordo com você. Acho que foi a melhor definição de amor que eu já ouvi.
- Vai usar pra alguma letra? - perguntou ele tentando me animar – por que pela sua voz, acho que compensa bem mais você ser idol do que ser compositora.
- Eu preciso decidir isso logo né?
-Sim... o Hyuga-sensei já não aguenta mais fazer atividade padrão pra você. Ele gosta de tirar o nosso couro de tanta tarefa difícil – reclamou o ruivo com um biquinho.
Não consegui me aguentar e ri da reclamação:
- Ittoki, você é muito fofo kkkkk
- É um pouco estranho outra pessoa falando isso além do Natsuki-kun. Mas gostei de ouvir. - concluiu ele animado.
O silencio se fez presente entre nós, e observamos a paisagem do lago por um tempo. Até que ele resolveu quebrar o silencio.
- Sabe... Syo-kun disse que você estava namorando com o Ren... Que deviamos deixar vocês dois em paz pra se entenderem melhor...
- O QUÊ? - perguntei interrompendo-o alto em descrença.
- Que foi?
- O que foi que aquele baixinho disse? Meu Deus, não pode ser...
- Tudo bem, Tarita-san?
Segurei nas mãos quentes de Ittoki Otoya e encarei fundo em seus olhos ardentes:
- Eu não estou namorando o Ren.
Foi tudo o que consegui dizer.
O olhar de Ittoki indicava que seu cérebro havia travado com a novidade.
- Como assim? Só estão... - ele procurou as palavras certas – Ficando... então?
De súbito, esqueci o assunto do Ren:
- Onde você aprendeu essa palavra, Ittoki?
- Ah... - disse ele tentando despistar – Por aí... acho...
Eu conheço o começo desse tipo de história... Mas imaginar que o dito “inocente” personagem de UtaPri, era na verdade um garoto rebelde que já havia quebrado algumas regras me deixou sem palavras.
- Eu sei o que é isso... - insinuei mostrando a ele que havia entendido tudo.
Ele pareceu momentaneamente preocupado, mas ao olhar pra mim, riu mais relaxado.
- Você não vai contar pra ninguém né? A equipe gosta da imagem de inocente que eu passo pras fãs.
- Cara, eu não consigo acreditar que você NÃO é o que aparenta ser, Ittoki Otoya! Uau!
- Também não é pra tanto, né! Não pense errado de mim, eu nunca conseguiria ser igual ao Ren – completou rindo - Só consigo mostrar esse outro lado pra quem eu me interesso de verdade...
- É bom estar conversando com você sobre isso. É bom sentir que se está mais próxima de alguém. - lembrei do maior problema - Graças ao Syo eu tenho me sentido bem sozinha ultimamente...
Ittoki segurou minhas mãos, acalentando-me. E sorriu pra mim.
- Podemos resolver isso contando a verdade a todos.
- Ou... podemos aproveitar essa situação pra incomodar o próprio Syo-mentiroso.
- Você é realmente diferente das outras garotas – respondeu rindo da minha ideia.
- Que foi? Vai se sentir atraído pelo meu lado vingativo, Otoyan?
- Só se você estiver a fim de mim, mocinha.
Engoli em seco com a resposta. Será que ele realmente flertou de volta comigo? Era desnorteante vê-lo desse modo mais adulto.
Ele estalou os dedos na frente dos meus olhos, fazendo-me voltar a realidade.
- Se eu soubesse que você esqueceria de respirar, não te diria essas coisas!
- Você só me pegou desprevenida! - retruquei rindo junto com ele.
Ele entrelaçou sua mão na minha, e me puxou na direção do dormitório novamente.
- Vamos que está ficando frio, não quero que você pegue um resfriado.
Acompanhei-o sem soltar nossas mãos. Inocente ou não, Ittoki ainda era um príncipe de tão gentil.
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