Narração Otto
Ela estava sangrando mas parecia bem, ela apertou minha mão, e disse:
-Calma meu amor, eu estou bem.
-Sua pupila está dilatada, precisa de uma tomografia.
-Amor...Aí meu Deus, conheço aquele carro.
-Tinha que ser aquele idiota.
Marcelo estava no outro carro com João e tentava soltar João do cinto de segurança, eu disse:
-Amor, não sai daqui, eu vou ver se o João está bem.
E consegui sair do carro e fui até João, o cinto estava preso, eu disse:
-João acorda...
Ele abriu os olhos, Marcelo disse:
-Se afasta dele!
-Vai a merda! Seu incompetente! Você que estava descontrolado no volante!
-Senhor...A Poliana...
-Ela não está no carro, João vou tocar na sua perna e você diz se sente.
Passei a mão na perna dele e ele disse:
-Você passou a mão na minha perna direita.
-Ótimo, não afetou a coluna.
Os paramédicos chegaram e eu acompanhei Luísa, ela disse:
-Amor, o bebê está agitado.
-Depois dessa batida acho que ele acordou.
-Amor, eu estou com medo.
-Esqueceu que seu namorado é médico e dono do hospital?
-Eu te amo.
E quando chegamos no hospital Luísa foi fazer os exames, e o bebê estava bem e estava agitado, Luísa estava sorrindo o tempo todo e a alegria dela era contagiante, eu disse:
-Henrique, leva ela para o raio-x, estou preocupado.
-Sim senhor Pendleton, pode exercer a medicina hoje? O menino João precisa de cirurgia.
-Só hoje, Luísa se importa de ficar sozinha enquanto eu olho os exames do João?
-Pode ir doutor namorado.
-Eu fico com ela Otto.
Dizia Marcelo pegando na mão da Luísa, eu disse:
-Não, eu quero você bem longe da minha mulher e do meu filho...Karina leva o senhor Pessoa para a tomografia.
Olhei o raio-x e a tomografia de João e ele ia precisar de cirurgia, e na mesma hora entrei na sala de cirurgia com ele, João disse:
-Senhor...
-Calma é cirurgia simples, está vendo essa luz? Tem uma câmera e depois você vai poder assistir.
-Mas é exatamente cirurgia de que?
-Quando o carro bateu você partiu o osso da perna ao meio, iremos colocar uma placa no osso o que vai ajudar o osso a se recuperar.
-Não pode só engessar?
-Não, o osso precisa de um apoio reto se não ele não consegue cicatrizar, não se preocupe eu vou deixar você bem.
-Você não fala com ET mesmo não né?
-Claro que não, agora vamos anestesiar você.
-Senhor Pendleton, por favor faz de conta que sou a Poliana aqui.
-Pode deixar.
E depois da cirurgia de João que demorou poucos minutos eu voltei para Luísa, mas ela não estava no quarto olhei o quadro de cirurgia mas tinha uma equipe médica na sala cinco, eu ouvi:
-A Luísa foi fazer um exame até agora não voltou.
-Falei para ficar longe da Luísa...Sala cinco.
E fui para a sala cinco e quando eu ia me lavar, o dr Júnior me impediu, ele disse:
-César, não pode entrar.
-É minha mulher e meu filho, não posso perder eles.
-Eu sei César, mas o impacto da batida fez os órgãos sair do lugar, ela estava com adrenalina e não sentiu a dor da gravidade do acidente, mas ela deitou e...
-Perdeu a adrenalina...Eu preciso ficar com ela.
-Dr Monteiro, por favor, família não pode ficar aqui.
-Tenta deixar o bebê nela o máximo possível.
E fiquei na outra sala e fiquei olhando o processo de cirurgia, mas fiquei com dificuldade de respirar e meu peito estava ardendo, e senti alguém me segurando, quem me segurou foi Patrícia médica do hospital, ela disse:
-Dr Monteiro...
-A minha filha tá na escola eu...
-Dr Monteiro, venha não vai fazer bem ficar aqui.
-Eu não posso...Ela é minha Luísa.
Mas senti meu coração disparado e a Dra Patrícia me levou para a enfermaria e para meu azar Marcelo estava na enfermaria, ele disse:
-Achei que o dono do hospital recebesse tratamento VIP.
-Não me faz expulsar você daqui!
-O João acabou de acordar e...
-Dr Monteiro?
-Diz.
-A Luísa não vai aguentar a cirurgia até o fim, teremos que esperar o triângulo da morte para continuar...César precisa escolher agora.
-Os dois, eu...Não posso escolher o bebê ou a Luísa, se a Luísa acordar e não ver o bebê! Ela vai preferir morrer.
-César, sabemos mas...
-Em todo caso tira o bebê se não tiver jeito, colocamos ele na incubadora...Eu.
-Tudo bem Dr.
-É melhor eu ficar com ela...
-Dr Monteiro, ela deve ficar sozinha, o senhor conhece o procedimento.
-É claro...Eu só.
Narração Marcelo
Quando vi Otto chorando eu percebi que o estado da Luísa era muito grave, a Dra aplicou algo no Otto que o deixou lerdo, e quando ficamos sozinhos, eu disse:
-Otto, a Luísa vai sobreviver?
-Eu não sei...Ela está no triângulo da morte...Os órgãos esfriam, produzem ácidos e...
-Otto.
Ele abriu os olhos, e disse:
-Ela vai ficar aberta por um tempo, até o corpo se recuperar, tem 72 horas para isso, se não podem declarar o óbito, gaze molhada e plástico vai proteger os órgãos.
Ele estava sonolento e de repente entrou um homem idoso acompanhado de uma moça ruiva, ele disse:
-César...
-Bem dopado.
-Addison, vai na sala de cirurgia e monitora o meu neto, eu vou ficar com meu filho.
-Sim senhor.
Ele se aproximou de Otto tentou acordar ele, Otto abriu os olhos lentamente e disse:
-Pai?
-Achei a sua irmã.
-Cadê ela?
-Na psiquiatria...Venha.
E Otto saiu da enfermaria com o pai dele, e quando a enfermeira entrou na sala, eu disse:
-Moça, por favor...A Luísa D'Ávila namorada do senhor Monteiro como ela está?
-A namorada do Dr está muito mau, talvez nem sobreviva.
-Onde ela está?
-Na sala de cirurgia, ninguém pode entrar lá...Eu sinto muito são ordens do Dr Monteiro.
-Eu...Eu posso ter matado o amor da minha vida?
Narração Otto
Acordei com meu pai segurando minha mão, eu disse:
-Papai, as meninas na escola...
-Elas já estão em casa.
-A Luísa...
-Ela está na sala de cirurgia, o bebê está bem.
-Pai...Não deixa a minha Luísa morrer, eu não vou suportar perder a minha Luísa ou o meu filho.
-Meu filho, vou fazer de tudo para salvar a Luísa e o bebê.
-Pai...Por favor, eu não vou aguentar essa dor de novo.
-Calma meu menino, papai vai fazer todo o possível.
-Disse para as meninas?
-Não...Não tive coragem, eu estava com a Amélia e ela estava assustando as meninas, achei melhor dizer a elas depois.
-Obrigado pai...Por favor vê se a Luísa aínda está viva! Peguei três pacientes no estado dela e só um sobreviveu.
-César, conhece o procedimento, mas ela está sedada e o bebê está bem.
-Pai, por favor não deixa...
-Eu prometo fazer tudo o possível...Eu te amo filho.
Quando o efeito do sedativo passou eu me levantei coloquei meu avental cirúrgico e entrei na sala de cirurgia onde Luísa estava, os batimentos cardíacos dela e do bebê estavam estáveis, tinha um lençol em cima dela onde eu vi seu peito cheio de gaze molhada e o plástico por cima, fiquei segurando a mão dela e senti uma mão no meu ombro, e disse:
-Pai, preciso ficar com ela.
-Filho, sabe que não pode.
-Se fosse eu aqui nessa mesa, eu ia querer sentir que não estou sozinho.
-Acho que amanhã já conseguimos, mas imagino que se tiver que escolher...
-Pai, ou salva os dois ou ninguém...Eu não posso pedir para salvar a Luísa e deixar o bebê morrer, quando ela acordar ela vai preferir morrer se não ver o bebê.
-Eu sei, por isso vou fazer o possível para salvar os dois.
Eu confiava no meu pai afinal ele tinha me ensinado tudo sobre medicina, quando voltei para casa as meninas estavam jogando e Poliana me abraçou, e disse:
-Pai, eu vi a tia Amélia e somos idênticas e...Que cara é essa?
-Senta meu amor.
Ela se sentou e segurei a mão dela, e disse:
-Filha, a sua tia e eu sofremos um acidente logo que deixamos a Vitória na creche e...A Luísa está em um estado complicado...Eu não sei o que vai acontecer...
-Não papai...E o bebê?
-Ele está bem...Eu...
Começamos a chorar.
Narração Marcelo
E eu perguntava sobre informações da Luísa mas ninguém sabia me responder ou se sabiam diziam que não podiam falar, eu estava me sentindo culpado por Luísa está daquele jeito, eu estava chorando na sala de espera, e eu ouvi:
-Eu conheci seu pai.
-Senhor Pendleton?
-Deve ser o Marcelo?
-E você é o pai do Otto.
-Sou, soube que foi você que causou o acidente.
-Eu estava discutindo com a Débora no telefone e bati no carro do Otto, a batida parecia tão boba.
-Eu imagino, a Luísa não está nada bem, o meu neto está estável mas vamos aguardar.
-Eu nem sei o que dizer senhor Pendleton.
-Para mim não deve dizer nada, mas para o meu filho deve desculpas.
-Seu filho que é culpado por isso! Se ele não tivesse obrigado a Luísa a morar com ele...
-A Luísa não tem mais doze anos, ela podia sair da casa do meu filho quando quisesse, mas se apaixonou por ele e nenhum dos dois tem culpa dessa paixão, pelo o que a Luísa me disse sobre você acho que você é o único culpado dela ter deixado você.
-Eu não sou o culpado, maldita hora que minha mãe deu a vida para seu filho!
-Já sabe a verdade? Uma pena, mas volto a dizer meu filho não teve culpa, você deixou a Luísa de lado quando ela estava grávida, apenas por seu ciúme doentio, ela só foi atrás de quem gostava dela de verdade.
-Você e seu filho se merecem.
Luísa tinha que ser minha de volta eu a amava muito, eu não podia viver sem ela.
Narração Otto
Foi difícil acalmar Poliana mas eu consegui e no dia seguinte o João recebeu alta médica e pedi que Marcelo deixasse ele na minha casa já que o Marcelo também não saia do hospital, Poliana ficou feliz por João estar na nossa casa.
E quando voltei para o hospital meu pai disse que Luísa já podia ser operada de novo, mas eu não ia deixar meu pai fazer tudo sozinho, ele brigou comigo para não entrar na cirurgia, mas eu acabei entrando e fiquei monitorando os batimentos cardíacos do bebê.
Ficamos sete horas na sala de cirurgia e até aquele momento ocorria tudo bem, meu pai disse:
-Dr Monteiro, o bebê?
-Esta estável.
-Ótimo.
E ficamos por mais cinco horas até que os batimentos do bebê começaram a diminuir e o coração da Luísa parou e meu pai começou a fazer a animação, eu disse:
-Dr Pendleton o bebê esta em sofrimento fetal.
-Se fizer uma cesária agora podemos perder a mãe, o feto pode viver até cinco minutos...Carreguem em 350! Afastar!
E ela usou o disfibrilador mas Luísa não voltou e quando deu três minutos o coração dela voltou a bater e o do bebê se estabilizou e meu pai voltou a fazer a cirurgia.
Mas mesmo depois que meu pai já tinha terminado a cirurgia e ele estava apenas suturando o bebê voltou a sofrer, meu pai disse:
-Dr Monteiro, tem que fazer o parto.
-Tragam uma incubadora.
E fiz uma cesária de emergência na Luísa já tinha muito tempo que eu tinha feito um parto, mas acertei o corte e quando tirei o bebê ele estava sem respirar e levei ele para outra maca e comecei a fazer massagem cardíaca nele.
Mas ele não voltava e usei o disfibrilador e quando dei o primeiro choque ele chorou e eu chorei junto, e disse:
-Calma meu amor, o papai está aqui.
E fiquei abraçado com ele, até que ouvi:
-Dr Monteiro precisa pesar o bebê.
-Pai...
-César Pendleton não me obriga a expulsar você da sala de cirurgia.
Ele nasceu com dois kilos e novecentas gramas, mas teve que fica na incubadora, mas ele iria ficar bem e Luísa também ia ficar bem.
Narração Luísa
Acordei em uma cama de hospital e quando olhei para o lado vi Otto e sentada no colo do Otto estava Poliana, eu estava sentindo uma dor horrível, eu disse:
-Poliana!
Mas ela tinha sono pesado eu não sabia o que o Otto estava fazendo no meu quarto, com certeza ele tinha alguma culpa por eu estar no hospital, o médico entrou e disse:
-Que bom que acordou querida.
-O que aconteceu Dr?
-Você sofreu um acidente de carro.
O médico pegou minha mão e eu vi o nome no crachá dele, deveria ser o pai do Otto, eu disse:
-Agradeço pelo cuidado...Pode acordar o Otto?
Ele soltou minha mão e acordou o Otto e Otto ficou feliz em me ver Poliana acordou com o Otto e correu para me abraçar, mas eu estava toda dolorida, e antes que eu pudesse falar senti Otto me beijando confesso que amei aquele beijo, era como se eu precisasse daquele beijo, ele disse:
-Nunca mais me de um susto desse meu amor.
-Otto...Eu...O que aconteceu? E...
-Tia, você sofreu um acidente com o meu pai.
-Pai? Como assim Poliana? O Lorenzo morreu e...
-Não se lembra Luísa?
-Do que Otto?
-Ela perdeu a memória.
Disse o médico, Poliana disse:
-Tia, do que exatamente você lembra?
-Eu só me lembro de estarmos no acampamento de férias, até aí.
-Não lembra que o senhor Pendleton é meu pai?
-O QUE?Não Poliana! É impossível ele ser seu pai!
Mas comecei a ver alguns fleches e de repente me vi em um lugar com muita neve onde eu estava com o Otto, ele disse:
-Luísa, já se passaram quase três anos disso.
-Não! Isso só pode ser uma piada! Cadê o Marcelo? Ele vai me dizer a verdade!
-Tia, você terminou com ele, antes da Luna nascer e...
-Luna? Que Luna? Eu tenho uma filha?
-Não tia ela...
-Poliana, acho que ela precisa descansar.
Disse Otto, Poliana me deu um abraço e saiu com o médico, Otto disse:
-Se quiser eu passo a noite com você?
-Você é a última pessoa que eu ia querer do meu lado.
-Luísa, a gente se ama.
-Eu nunca amaria você! Eu amo o Marcelo!
Me lembrei dos beijos do Otto e por um minuto eu quis beijar ele de novo, mas eu me controlei pois eu odiava o Otto, ele disse:
-Lembra da Vitória? E do nosso bebê?
-Nosso bebê? Vitória? Meu Deus Otto isso não pode ter acontecido!
-Mas aconteceu Luísa.
-Vai embora daqui Pendleton.
-Eu te amo.
-Você é egoísta de mais para amar outra pessoa que não seja você.
Acho que isso machucou ele pois ele saiu do meu quarto sem nem dizer tchau e comecei a chorar, isso não podia ter acontecido!
Narração Otto
Sai do quarto da Luísa chateado mas eu tive que dar um tempo para ela, olhei para Poliana e ela estava chorando também, ela disse:
-Pai, vai começar aquele inferno tudo de novo...Pai de novo não.
-Calma meu amor, logo a Luísa recupera a memória e tudo volta como antes.
-Tomara papai.
-Ainda não vimos a Amy.
-Podemos ver ela?
-Claro...Vamos lá na psiquiatria.
Narração Luísa
Peguei meu celular que estava com a tela um pouco quebrada, e quando desbloqueei o celular no papel de parede estava minha foto beijando Otto e eu comecei a chorar, não isso não estava acontecendo.
Narração Otto
-Olha ela alí.
-Não podemos entrar?
-Ainda não, ela precisa de mais um tempo, o tempo naquele mundo subterrâneo fez a mentalidade dela mudar.
-Somos bem parecidas.
-E como...Veja ela vai desenhar algo.
-Uau pai, ela desenhou um dinossauro.
-Acho que é um jacaré.
-É um dinossauro, olha o pássaro verde que vimos lá.
-Tem razão...Pai.
-Filho a Luísa ainda não se lembra...
-Pai, não quero ninguém visitando aquele mundo onde a Amy estava.
-Porque?
-Porque? Pai! Imagina quantas pessoas vão querer ver! E vão destruir a natureza! Vão estranhar esses desenhos da Amy.
-E o que sugere César?
-Leva ela para a mansão da família.
-Eu vou pensar, sabe que sua irmã pode machucar seus filhos né?
-Claro que não, eu deixo a Sarar os vigiando.
-César, sem usar a Sara.
-Vou ter que usar ela, se a Luísa continuar sem lembrar acha que ela vai querer ficar na minha casa? Acha que ela vai querer a Vitória e o pequeno?
-Mas acho que ela fica pai, pois estou morando com você e ela não deixaria os filhos.
-Acho bem difícil Poliana, eu conheço sua tia desde de criança e ela é maluca e...
-Pai.
-Tudo bem.
E levei Poliana para casa e ela ficou me ajudando a escolher o nome do bebê pois Luísa e eu ainda nem tínhamos escolhido o nome dele, Poliana disse:
-Pai, como é o nome do vovô Pendleton?
-Nem queira saber.
-Podia colocar o nome do vovô Pendleton no bebê.
-Ai seu irmão ia me odiar para o resto da vida.
Poliana deu risada e continuamos tentando escolher o nome do bebê, até que Poliana disse:
-Pai, acho que você vai ficar bravo, mas eu ia gostar se ele se chamasse Lorenzo.
-Lorenzo, nem pensar.
-Mas pai...
-Eu prometo fazer outro e colocamos Lorenzo.
-Vou cobrar em.
-Só não sei se vai ser da sua tia.
-Pai, não diz isso, ela vai se lembrar.
-Voce acha?
-Tenho certeza.
Narração Luísa
Eu tinha ligado para o Marcelo, eu nem me lembrava quando eu tinha bloqueado o número dele, mas quando ele entrou no meu quarto eu não consegui me levantar pois eu ainda estava dolorida, mas ele me abraçou, e disse:
-Graças a Deus você está bem.
-Marcelo, eu não me lembro de muita coisa...Estávamos no Campo de Férias e...
-Você terminou comigo e ficou com o Otto.
-O que? Não! Eu não faria isso! Eu amo...
Lembrei de Otto dizendo que me amava e eu dizia que amava ele também, eu disse:
-Estou tão confusa Marcelo...Eu não sei se amo o Otto.
Ele olhou para mim, e disse:
-Pode ficar na minha casa se quiser.
-Acho que não saio nem tão cedo daqui, mas agradeço Marcelo.
Ele ficou comigo até o senhor Pendleton chegar, o pai do Otto disse:
-Luísa, preciso examinar você.
-Não é trabalho da enfermeira?
-Sim senhor Pessoa, mas essa moça é mãe do meu neto, por isso tratamento VIP...Já viu o pequeno?
-Pequeno?
-Esse meu filho...Com licença.
Ele saiu do meu quarto e Marcelo ficou segurando minha mão até que Otto chegou e não gostou do que viu, ele disse:
-Você é muito cara de pau em vir ver a Luísa!
-Ela nem lembra de você!
-Graças a você né? Você que fez isso com ela!
-Chega vocês dois.
Marcelo saiu do quarto e Otto ficou comigo, eu disse:
-Cadê a Poliana?
-Em casa...Melhor você vir comigo, tem uma pessoa querendo ver você.
Eu não queria sair com ele, mas acabei indo algo no Otto estava me fazendo confiar nele, ele me levou até uma UTI neonatal e coloquei um avental, touca e máscara e ele também colocou a roupa e ele me levou até um bebê bem pequeno, eu comecei a chorar, Otto disse:
-Ele ainda não tem nome.
-Ele é tão lindo, ele é meu?
-Nosso, o Marcelo bateu no nosso carro, quando deixamos a Vitória na creche, você ficou bem logo depois da batida, mas quando fomos fazer sua tomografia a adrenalina do seu corpo saiu e a situação não era tão boba assim, seus órgãos saíram do lugar e iniciamos a correria, para salvar sua vida.
Eu estava chorando muito mas senti o abraço do Otto, e disse:
-Promete que vai me ajudar a lembrar?
-Prometo, você e nosso bebê estão vivos e se você não lembrar do que vivemos eu lembrarei por nós dois.
Eu tirei minha máscara e tirei a dele e beijei ele e realmente eu amava ele e quando parei de beijar ele, eu disse:
-Lucas.
-Ele tem mesmo cara de Lucas, a Poliana queria Lorenzo.
-Pode ser também.
-Não.
-Meu amor, sem ciúmes, é sua filha.
Ele deu risada e me beijou, e disse:
-Tudo bem, pode ser Lorenzo.
-Mas eu gosto de Lucas.
-É bom, assim fazemos outro.
Dei risada, e disse:
-O primeiro tem poucas horas que chegou ao mundo e você já quer o segundo?
-A Vitória e a Poliana vão precisar de irmãos né? E um só é chato.
E demos outro beijo, e disse:
-E se for mais uma menina?
-Ai tentamos até vir outro menino.
-Ai meu Deus, virei máquina de parir.
-Eu te amo.
-Eu te amo.
Otto ficou a noite comigo e quando foi de manhã Marcelo chegou no meu quarto e junto dele entrou o pai do Otto, ele disse:
-César Monteiro Pendleton, sai da cama da minha paciente.
-Desculpa.
E ele saiu da minha cama e estava irritado com Marcelo, o pai do Otto disse:
-Pressão boa, sem febre, cicatrização ótima, acho que dentro de alguns dias pode ir para casa.
-Obrigada Dr...
-Donatelo.
Vi Otto e Marcelo segurando a risada, o Dr disse:
-Sim meu nome é por causa dele.
-Da tartaruga ninja?
Disse Marcelo, Otto deu risada, e o vovô Pendleton disse:
-Do escultor renascentista.
E quando o vovô Pendleton estava saindo deu um tapa no fraco no Otto, eu disse:
-Adorei meu sogro.
-Já voltou a amar ele?
-Obvio que ela me ama Marcelo...Você deveria aceitar.
-Chega os dois, estão me deixando Maluca.
-Desculpa amor.
-Eu não acredito que você ainda vai ficar com esse cara.
-Marcelo, por favor...
-Como por favor Luísa? Você fica com esse cara sabendo que ele pode não ser o pai da Poliana!
-Já que tem tanta dúvida Marcelo, faz um DNA usando seu material genético! Vai dar uma compatibilidade alta.
-Meninos! Isso aqui é um hospital!
Dizia o vovô Pendleton entrando no meu quarto, ele continuou:
-A Luísa acabou de passar por uma cirurgia, acabou de ter um filho, ela precisa de paz e não de dois marmanjos brigando e quem não for da família deve vir apenas na hora da visita.
-Tem razão pai, me desculpa, eu sou um médico formado, conheço os protocolos e deveria seguir.
-César aqui você é acompanhante da paciente e não o médico.
-Eu sei.
-E Marcelo, você não é da família portanto respeite o horário de visitas.
-Ela é minha...
-Ela não é nada sua! O filho dela é meu, ela é minha!
-Otto, por favor.
-Desculpa Lu...Marcelo pode ir embora.
-Luísa...Quer que eu vá?
-É melhor você ir Marcelo.
E ele saiu do meu quarto e fiquei com Otto, eu amava aqueles carinhos dele, eu amava estar com ele, eu realmente amava ele e me lembrei que Marcelo me machucava, e abracei Otto mais forte ainda, ele disse:
-Lembra de alguma coisa?
-Não muita, mas me sinto protegida com você meu amor.
-Eu te amo meu amor.
-Eu te amo Otto.
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