Harlock matinha um sorriso de ansiedade estampado no rosto, enquanto encarava o horizonte onde uma ilha exuberante aparecia. Era a Ilha Esconderijo da Cachoeira!
Sua atualização de informações, que chegou no dia anterior, falava sobre um dragão gigante e cuspidor de gelo, que foi visto desaparecendo nas águas próximas aquela ilha. Seria o ideal aquecimento para Harlock poder caçar a Besta Implacável de Drago e depois seguir para seu grande prêmio.
Com dificuldade em se conter, ele havia deixado ordens com Bartok em sua ilha para garantir a finalização dos preparativos de guerra enquanto ele ia pegar seu raro dragão que havia fugido. Ele estava com uma frota de dez navios para auxilia-lo e não chamar a atenção.
No viveiro os dragões estavam agitados e Banguela extremamente agressivo.
A poucas horas estava nos céus sobre as florestas da ilha passeando com sua nova amiga e, do nada, ambos avistaram Harlock e muitos caçadores. Imediatamente o passeio foi interrompido e ambos voltaram para o viveiro para alertar os dragões.
Com todos aqueles dragões, a espécie alfa e inúmeros filhotes extremamente jovens ainda – alguns nem sequer conseguiam voar mais de dez metros do chão; Banguela tinha que tomar uma atitude para distrair Harlock e manter a segurança de seus companheiros. Ele teria a ajuda da Fúria da Noite branca e do Alfa. Ela era já acostuma a atacar e conhecida melhor a área da ilha e o Alfa iria garantir a segurança da caverna se algo eventualmente acontecesse.
Decidido que ambos iriam atacar Harlock, os Fúrias da Noite saíram pela plataforma superior que dava no outro lado da ilha e começaram seu trabalho.
Banguela tinha mais experiência em lidar com caçadores de dragão e humanos que ela, mas na hora não importou. No atual voo, apenas Harlock e mais cinco caçadores estavam à vista. Por mais que ele quisesse atacar na hora, sabia que havia algo errado. Os caçadores simplesmente estavam rondando uma área pequena e, sem explicação, houve um momento em que Harlock se distanciou do grupo.
Uma clara armadilha para Banguela e um tentador convite para sua amiga, que decidiu acatá-lo.
Ela avançou rápida e agressiva contra Harlock e realmente caiu em uma armadilha. Mais caçadores apareceram e começaram a atacar de múltiplas direções com boleadeiras e sons altos com escudos. Quando ela caiu, usaram chicotes para conte-la.
- Uma Fúria Branca!? – as surpresa e alegria, que Harlock demonstrava, eram claras – Você será perfeita para ficar junto ao Fúria Preto que irei caçar. Pode não ser o dragão que vim procurar, mas realmente valeu vir a esta ilha se eu puder levar sua cabeça. – já acostumado a caçar a espécie, foi fácil para ele reparar na dragão inexperiente e armar uma cilada.
Antes de conseguir acabar com ela, Harlock foi surpreendido por um tiro de plasma e a intervenção de um vulto em sua direção: Banguela! O Fúria da Noite desceu veloz e manobrando pelas árvores, deu o tiro que desorientou Harlock, usou sua cauda para bater nos outros caçadores e seus dentes rapidamente libertaram sua amiga.
Os dois saíram voando sem esperar e Harlock enlouqueceu de imediato.
- Você insiste em me desafiar sempre que estou caçando, não é? – ele gritava – Você é meu prêmio! Todos em posição! Atirem nele! – sem paciência de esperar, ele deu suas ordens.
Ambos não podiam voltar para o viveiro ou arriscar demorar demais na briga, então usariam suas velocidades e a capacidade dela de se camuflar para acabar com todos os problemas ali mesmo! Um único e poderoso ataque.
Separados para atacar por duas frentes, eles começaram a focar nos caçadores com artilharias letais, para depois irem atrás de Harlock – este tentava bolar um plano até a perfeita ideia lhe surgir no pensamento “Pode não ter funcionado no dia em que nos conhecemos, mas eu sei que agora irá funcionar”.
Enquanto seus caçadores mantinham os dragões ocupados, Harlock escondeu-se em um emaranhado de galhos na copa de uma árvore e esperou. Firme e sem piscar, ele mantinha sua besta mirando o horizonte de uma área rochosa do penhasco que dava vista para o mar. Um excelente ponto estratégico para onde seus homens estavam tentando direcionar os dragões.
Banguela havia conseguido vencer seus perseguidores. Alguns cortes provavam que eram habilidosos, mas a experiência de Banguela era difícil de superar. O que não podia ser dito de sua amiga. Sua camuflagem estava ajudando, mas tinha o triplo de caçadores atrás dela!
Cansado e parado no meio da floresta, Banguela tentava se concentrar para buscar sua companheira. Seus instintos dispararam em desespero quando um rugido de agonia ecoou! Sua amiga estava em perigo e ele foi depressa tentar ajudar.
Os caçadores a atraíram para o penhasco e, apesar de camuflada, os instintos de Harlock eram superiores; assim ele conseguiu prever um tiro certeiro! Acertando diretamente na dobra da asa, ele conseguiu faze-la cair e incapacitou seu voo. A armadilha perfeita para Banguela!
Na expectativa de Harlock, ele viria resgatar a companheira e, no momento em que se distrai-se, ele poderia pega-lo para si! Desta vez iria funcionar e funcionou!
Banguela apareceu veloz para pega-la e recebeu uma pedra de catapulta grande o suficiente para acertar sua asa, pata e seu tórax. Ele caiu de costas na ponta do penhasco para proteger a companheira e ambos rolaram a queda do penhasco até a praia de pedras em baixo; onde os homens de Harlock aguardavam.
Os dois dragões foram separados, colocado de quatro com suas cabeças baixas e presos em correntes e cordas. Harlock apareceu do caminho que conectava a praia e a floresta com seus homens – muito feridos e desacordados por terem enfrentado os Fúrias da Noite.
- Que maravilha! – segurando-se para não rir de satisfação pelo seu sucesso, ele sacava sua espada para terminar sua caçada – Qual de vocês devo matar primeiro? A Fúria com poder de Transformasa ou você, meu grande prêmio, que também tem o potencial da Espécie Alfa? – olhando entre eles para escolher, uma ideia surgiu em sua mente – O Domador de Dragões tentaria te salvar se eu aparecesse com você em Berk, certo? – ele conseguiu colocar medo nos olhos do dragão – Sim. Sim! Esse plano é ainda melhor que meu anterior. – novamente ele ria de satisfação e ansiedade – Prendam esses dragões muito bem e vamos para casa! Essa caçada vai ficar ainda melhor. – tentando conter o entusiasmo, Harlock sequer deu pela necessidade de caçar o Alfa.
Mesmo ferido, os caçadores estavam com dificuldade de amordaçar Banguela. Um último esforço resultou em um forte e alto rugido dele, que passou alto e claro toda a ilha até chegar na caverna do viveiro.
Os dragões ouviram o rugido e começaram a ficar alvoroçados. Os dois Fúrias da Noite precisavam de ajuda! O dragão Alfa não poderia permitir que todos ficassem em perigo e desperdiçassem o sacrifício dos dois, então usou seus poderes para mantê-los dentro do viveiro e em silêncio.
Na praia, ao longe no horizonte, os navios desapareciam e, no principal deles, os dragões estavam presos em um canto do convés com dez caçadores de vigia.
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