História "Você conhece o BTS?" - BTS no Brasil (Final)

Acordei. E a primeira imagem que vi foi o Suga sentado sobre a cama, olhando fixo pra mim com um sorriso leve no rosto.

- Bom dia, Su… Tá tudo bem?

- Tá tudo bom. É que é lindo te ver dormir…

Sorrimos. Eu me espreguicei, bocejei e levantei a minha coxa. Percebi uma marca arroxeada na parte interna e fiquei olhando para ela. Suga percebeu para onde eu estava olhando e disse com um sorriso tímido:

- Você também ficará com essa lembrança minha por um tempo…

Coloquei o meu dedo nela e senti um pouco de dor.

- Ai…

- Tá doendo?

- Um pouco.

Ele aproximou o rosto da marca.

- Ai, Suga, não…

E deu um beijo estalado em cima dela sorrindo em seguida.

- Boba. Eu não ia te machucar. E nem quero te machucar.

Passamos alguns segundos nos olhando em silêncio. Ele falou:

- Vamos tomar café?

- Vamos.

Nesse momento, nos levantamos da cama e saímos do quarto. Ele me conduziu até a sala enorme de jantar. A mesa tinha vários lugares, as cadeiras tinham um encosto alto e eram de madeira rústica.

Haviam pães de várias formas e tamanhos, geleia, frutas, suco. Sentamos frente a frente, nos servimos e comemos. No final, voltamos pro quarto. Nos trocamos, eu peguei a minha bolsa e fomos para o carro.

Mais uma vez, Suga dirigiu e o veículo tomou o rumo de volta para o centro agitado de Seul e, em alguns minutos, para o prédio onde eu estava hospedada.

- Vou sentir a sua falta, Mile. Mas, ligarei pra você sempre que puder.

- Eu também, Su. Se cuida, tá? Te amo.

- Também te amo.

- Até maio!
- Até. Boa viagem!

- Obrigada.

Nos despedimos com um selinho rápido. Em poucos instantes, eu estava de volta ao apartamento e comecei a arrumar as minhas malas com Lia.

- Ué, onde está a Mary?

- Ela já foi pro aeroporto, pois o voo dela é um pouco mais cedo que o nosso.

- Ah… Que pena, nem pude me despedir dela.

- Foi tudo bem com o seu namorado?

- Foi tudo ótimo. Estamos muito bem.

- Ah, que bom!

Voltamos a arrumar as nossas malas. Era engraçado que, em toda viagem, eu sempre voltava com mais coisas do que eu tinha trazido. A mala estava um pouco mais pesada.

Pegamos um transporte rápido para o aeroporto. O nosso voo até a Europa era o mesmo. A partir dela, nossos voos eram diferentes.

O primeiro trecho da viagem foi tranquilo. Eu e Lia nos sentamos lado a lado e conversamos sobre vários assuntos. As horas passaram rápido e chegamos na Europa para pegar o último trecho do voo.

- Lia, muito obrigada pela oportunidade! Foi um prazer trabalhar contigo.

- Obrigada você, Milena. Eu que agradeço! E quando puder, apareça lá em Los Angeles.

- Tá joia! E quem sabe você não dá um pulinho no Brasil? Vou tentar organizar algo pra gente fazer esse intercâmbio.

- Combinado! Vamos nos falando. Até mais, Milena. Uma boa viagem!

- Boa viagem pra você também, Lia!

Nos dispersamos e eu caminhei até o portão de embarque do meu voo. Em algumas horas, eu cheguei em São Paulo. Vi meus pais no saguão de desembarque esperando por mim com os olhos brilhando de orgulho.

- Filha, que saudades!

- Eu também senti muita falta de vocês! Tá todo mundo bem?

- Sim, estamos. E você, filha, como foi lá? - Meu pai perguntou.

- Foi ótimo! Vou contar tudo quando chegarmos em casa!

A volta pra casa foi ótima. Comecei a contar tudo sobre o evento já de dentro do carro. Chegamos em casa e vi o terraço totalmente reformado, o teto reformulado e a casa inteira pintada. Era um ar totalmente de casa nova. Fiquei muito feliz vendo o resultado de perto.

Com o novo terraço, eu tinha espaço pra treinar a minha dança sem sair de casa e isso era muito bom.

Mas aquela viagem mudou muita coisa na minha agenda. Meu telefone não parava de receber mensagens de convites para vários trabalhos, eu aparecia na televisão, nos jornais, na internet. Os vídeos de minhas performances batiam mais de um milhão de visualizações e eu estava muito grata e satisfeita com tudo.

Até que chegou o dia quando resolvi contar aos meus pais do meu namoro com o Suga. Eu não aguentava mais ter que falar com ele quase todo dia escondida no quarto. Foi numa chamada que fizemos por vídeo que resolvi apresentar o Su para os meus pais.

- Pai, mãe, venham cá…

Eles entraram no meu quarto e minha mãe tomou um susto quando se viu filmada no meu telefone.

- M-Minha filha, quem é esse homem bonito? Eu nem arrumada estou, meu Deus…

Meu pai deu uma cutucada nela.

- O que foi? Estou só admirando a beleza dos outros.

- Quem é ele, minha filha? - Meu pai perguntou curioso.

- Este é Suga, o meu namorado.

Suga acenou e sorriu pra eles fazendo uma pequena reverência.

- Ele é seu namorado, filha?

- Sim.

Minha mãe parou um tempo e olhou pro teto como se estivesse lembrando de algo.

- Eu acho que já te vi em algum lugar… Esses olhos puxados… Você não é de um grupo de música, né?

- Sou sim. - Ele respondeu rindo do outro lado da linha.

- Ah, eu tô lembrando… Nossa, você é muito famoso! Minha filha, como é que foi isso, hein? - Minha mãe falou impressionada.

- Mãe, como a senhora sabe que ele é de música?

- Ah, foi sua prima que mostrou um clipe de uns caras coreanos, sei lá… Achei bem legal e bem animado, umas cores bonitas… Como era a música? Ah, lembrei! Idol, idol… - Ela cantarolou um trecho fazendo todos nós rirmos dela. Suga não se aguentava de tanto sorrir.

- Mas como foi que vocês se conheceram? - O meu pai perguntou curiosíssimo.

Resumi toda a nossa história e falei a eles de mantermos a notícia só entre nós. Suga falou o porquê de não assumirmos publicamente e deu até alguns exemplos de fãs extremistas. Meus pais ficaram um pouco assustados com o que ele falou e Suga explicou a importância de mantermos esse segredo para outras pessoas.

- Claro que vamos manter segredo! É por minha filha também. - Meu pai disse.

- Daqui não sai nada. - Minha mãe prometeu. - Ah, mas eu tô muito feliz por vocês, viu? Por isso eu vim notando Milena mais alegre, mais risonha e não sabia o que era. Agora, tá tudo explicado!

- Ah, que bom saber disso! - Suga respondeu.

- Pois é, viu? Fico muito feliz por vocês dois e que Deus abençoe esse namoro.

- Obrigada, mãe. - Sorri pra ela.

Após esse dia, a coisa mais engraçada era minha mãe se esforçando para manter segredo. Minha prima estava na minha casa quase todo fim de semana. Nas vezes em que eu estava em casa, ela trazia seu smart phone e me mostrava vários vídeos de kpop. Mas o BTS era o seu grupo favorito. Eu achava aquilo uma graça: minha prima tinha virado Army e eu, secretamente, namorava um dos integrantes de sua boyband favorita.

Abril passou rápido e foi um mês de muitos trabalhos para mim. Muitos trabalhos importantes que me fizeram uma dançarina ainda mais conhecida não apenas em São Paulo, mas em outros estados do Brasil. Eu também mantive contato com Lia, com os dançarinos que eu havia conhecido na Coreia e, obviamente, com Ágatha que vibrou quando soube do meu namoro com Suga.

- Eu não disse a você? Ele estava na sua desde o primeiro encontro! Eu sabia que isso ia dar certo, Mile. Vocês se combinam muito! Mas e você, hein? Tá feliz?

- Nossa, amiga, eu tô muuuito feliz. E não vejo a hora de revê-lo.

- Vai dar certo, amiga! Tudo de bom.

- Obrigada!

Finalmente, maio chegou. E trouxe mensagens de Suga me orientando como seria o nosso encontro. Eu ia assistir ao show do BTS nos bastidores. Eu não tinha a mínima ideia de como seria a experiência, mas já estava ansiosa pra vê-lo novamente. Seriam dois dias de show e ele me pediu para eu reservar as duas datas.

Com a chegada desse mês, certamente, a agenda dele estava cada vez mais lotada. Ele não mais conseguia fazer ligações para mim em locais reservados. Ele sempre estava com algum outro membro do BTS junto. Foi aí que ele resolveu apresentá-los para mim em cada chamada que ele fazia.

Primeiro, foi o Namjoon, o líder do grupo. Depois, veio o J-Hope. Numa outra ligação, ele me apresentou o V. Outro dia, foi o Jungkook e o Jin. E, finalmente, foi a vez do Jimin.

Eu não me lembrava mais do ocorrido naquela noite, mas ao ver o rosto do Jimin, lembrei-me de tudo. Nos primeiros segundos da ligação, eu não me senti confortável. Evitei de olhar pra ele. Foi então quando ele resolveu tocar no assunto e se retratar comigo, pedindo perdão. Ao olhar direto pra tela, eu percebi que ele chorava arrependido. E me disse que havia mudado e que eu podia ficar tranquila com relação ao show deles porque se ele mexesse comigo, as consequências seriam drásticas.

Eu o perdoei. Se ele realmente havia mudado, só ele que podia mostrar. E disse que ficaria de olho nele também. Ele concordou e terminamos a ligação.

Na semana do show, Suga me enviou mensagens perguntando se eu estava preparada pro evento. Achei aquilo um pouco estranho e disse que eu estava preparada pro que desse e viesse. Por que ele estava me perguntando isso?

A logística funcionaria da seguinte forma: um carro deles me buscaria e me deixaria na minha casa. Eu seguiria para o estádio horas antes do show. Como aquilo me deixava ansiosa!

Dois dias antes dos shows acontecerem, recebo uma chamada por vídeo de meu namorado. Ele estava sentado na cadeira do avião e abriu a chamada me falando:

- Mile, cheguei no Brasil. E já estou sentindo boas energias. O seu país me faz muito bem assim como você. - Em seguida, ele sussurrou na tela – Te amo.

- Ai, Su… Que lindo… Seja muito bem-vindo. Não vejo a hora de te ver. Te amo muito. Um beijo!

Nós dois soltamos um beijo pra tela e desligamos. Eu sabia que ele chegaria antes e fiz de tudo para convencê-lo a vê-lo antes dos dias de show. Mas as regras da empresa eram muito rígidas e seria arriscado para eu ir até o hotel deles ou algo do tipo. Ele me disse que, em tempos de turnê, as fãs chegavam a se aglomerar em todos os locais que eles iam, por isso, pela minha segurança e proteção, seria mais viável se ver momentos antes do show, com todos os protocolos de minha segurança pessoal.

Finalmente, o grande dia chegou. Eu mal sabia com que roupa eu iria. Tomei um banho de cabeça gostoso, arrumei o meu cabelo. Ainda de toalha, abri o meu guarda-roupa e fiquei olhando para cada peça tentando decidir.

- Ah, sabe de uma? Vou pôr minha calça jeans colada. E blusa? Hummm…

Peguei a calça e algumas blusas, fiquei observando. Nada me agradava.

- Ah, já sei. Vou com esse body preto de veludo mesmo e a calça!

Vesti a roupa, coloquei um par de argolas prateadas, pus um colar dourado delicado com um pingente com a letra M no pescoço e calcei um par de tênis preto. Levei uma pequena bolsa com coisas básicas, documentos, dinheiro, celular e um pequeno vidro de perfume. Também coloquei a camisa do BTS que eu tinha ganhado de Suga.

Fiz uma maquiagem básica e deixei os cabelos soltos cheios de cachos. Pus um pouco de perfume por trás das orelhas e fiquei na sala de casa. Meus pais me desejaram boa sorte e, em poucos minutos, chegou um carro preto com os vidros totalmente escurecidos.

Entrei no veículo e ao olhar pelo espelho da frente, vi o Jay que acenou discretamente pra mim. A cada minuto, o meu coração acelerava. Parecia que eu estava me preparando para algo grandioso. Como será que o Su estava? Se eu estivesse perto dele, certamente, eu estaria acalmando-o do meu jeitinho…

Ao chegarmos nas proximidades do estádio, uma fila imensa de fãs aguardava a abertura do portão do lado de fora. Haviam alguns acampamentos também. Eu sabia que eles tinham muitas fãs, mas ver tudo aquilo de perto me impressionou.

O carro tomou rumo para o local reservado para a entrada da produção. Ele estacionou dentro de uma área do estádio. Jay abriu a porta para mim, entregando-me as credenciais.

- Você deve usar isso hoje e trazer amanhã também.

- Ok.

Desci do carro e o segurança me conduziu por um corredor cujas paredes tinham o nome BTS World Tour Speak Yourself. Haviam também logomarcas de várias empresas. O movimento de gente nos bastidores era intenso, eu e Jay driblávamos algumas pessoas até que chegamos em uma entrada com alguns seguranças asiáticos. A partir daquela entrada, era o corredor de camarins dos membros do BTS e as escadas que davam acesso às coxias e ao palco.

O meu coração palpitava ao ver tudo aquilo. Mas eu não parava de pensar em Suga, queria saber como ele estava. Apresentei minhas credenciais, onde tinha escrito: “Milena Silva: backstage producer”. Eu me senti chique.

Ao passar pela entrada, o Jay me apontou o camarim onde estava o Suga. A porta estava entreaberta e eu entrei lentamente. O meu namorado estava sentado em uma cadeira enquanto que duas mulheres o maquiavam e arrumavam o seu cabelo. Quando entrei, elas me olharam rapidamente. Talvez me estranharam por eu ser estrangeira naquele local de bastidores. Mas eu era backstage producer Milena Silva.

O Suga percebeu a minha presença e me deu um sorriso leve. Ele havia me passado algumas orientações de que nós deveríamos disfarçar o nosso namoro no espaço do camarim enquanto os produtores estivessem lá, pois haviam câmeras ligadas filmando toda a parte do making of para lançar no dvd do show. Foi aí, que encarnei o personagem de produtora.

- Está tudo bem por aqui? - Falei com convicção.

- S-Sim, senhora. - Uma das staffs falou.

Quando as maquiadoras terminaram de produzir o Suga, ele levantou-se da cadeira, olhou pra mim e disse:

- Preciso conversar com você em particular. Por favor, venha comigo.

Ele me conduziu para uma outra porta que tinha dentro do camarim. Entramos em um espaço menor, porém cheio de araras com cabides e muitos figurinos. Ele fechou a porta e quando virou-se pra mim, me deu um abraço suspendendo-me no ar e, em seguida, nos beijamos.

- Que saudades que eu tava de você, Mile.

Ele desfez o abraço e me olhou dos pés à cabeça me dizendo:

- Nossa, você tá linda.

- E você também, Su. Como você tá se sentindo?

- Estou bem. Um pouco ansioso com o show.

- Ah, sabia… Pena que não posso te encher de beijos agora pra não estragar a sua maquiagem.

Sorrimos.

- Ah, você não muda. Puxou à sua mãe, viu?

- Hum… muita gente diz isso. Mas… Su… Eu posso te encher de beijos no final?

- Poder pode… Mas eu estarei todo suado.

- Ah, melhor ainda!

Rimos novamente.

- É tão bom te ver por aqui, Mile… Obrigado, viu? Obrigado por me apoiar.

- Sempre, amor.

Dei um selinho nele.

- Mile, agora eu preciso me trocar e testar o microfone. Eu quero que você vá pra coxia lateral do palco agora. Lá é mais reservado pra gente. E também, quero você bem perto do nosso show, tá bom?

- Tá bom! Bom show, Su, arrasa!

- Pode deixar.

Ele piscou pra mim e eu saí da pequena sala, passando pelo camarim e me encaminhando para a coxia. Segui as sinalizações, subi umas escadas e cheguei no local. Haviam uns produtores no lugar, mas eu permaneci em um cantinho.

Era possível ouvir as fãs cantando algumas músicas. Eu não entendia nada e nem conhecia as músicas do BTS direito, mas o canto delas era lindo, todas juntas em uníssono. E o show nem tinha começado.

Foi quando, de repente, as luzes se apagaram. Todas gritavam o nome BTS, elas foram á loucura. Todos os integrantes do grupo passaram por mim e se posicionaram no palco. Haviam muitos dançarinos também que compunham a cena. Estavam todos de branco e o cenário era grandioso assim como a estrutura do palco.

Eu ouvia as fãs gritando, cantando as músicas e até pude sentir um pouco da vibração delas na estrutura onde eu estava. A cada música que eles cantavam, era uma sensação de muita energia. Eu nunca tinha visto os membros do grupo tão felizes e empolgados. E todos eles sempre passavam por mim a cada troca de roupa, às vezes fazíamos reverência. O Suga sempre me olhava e sorria pra mim ou piscava.

Até que chegou o momento final do show no qual cada integrante falou uma mensagem. Todos diziam estar impressionados com as fãs brasileiras. A emoção na voz de cada um era perceptível. Eu também fiquei emocionada, pois não sabia do impacto do grupo no Brasil. O amor das Armys por eles era lindo de se ver.

Outra coisa que me impressionou foi ouvir alguns dos integrantes falando português. E como eles eram bons no idioma!

Ao final de tudo, Suga veio até a mim e eu o abracei. Abracei aquele corpo suado e cansado do show. Fechei os olhos nesse abraço e não percebi que os outros integrantes ficaram ao nosso redor. Ficamos um tempo abraçados, eu sentindo a energia dele, parecíamos que estávamos em sintonia.

Quando desfizemos o abraço, ouvimos os aplausos e os gritos dos demais integrantes que estavam ao nosso redor. Todos estavam muito emocionados.

- Quer dizer que você é a mulher que faz esse cara aqui feliz? - o Jin perguntou.

- S-Sim. - Respondi com um sorriso.

- Essa aqui é a minha amada Milena. A mulher que me faz muito feliz.

Todos sorriam radiantes.

- Nossa, Milena, vou te dizer uma coisa: é um verdadeiro milagre ver o Suga assim apaixonado, viu? - Namjoon falou.

- É verdade, é verdade. O nosso amigo aqui é muito na dele… - J-Hope disse.

- Como foi que você fez para derreter o coração dele assim, hein? - Jin questionou e todos riram.

- Ah, eu não sei explicar… - Olhei pro Su. - Você sabe, amor?

- Ah… - ele sorriu e coçou a cabeça – Acho que foi… a sua energia. Quero voltar aqui mais vezes, hein?

- Queremos! - Namjoon e J-Hope falaram.

- Ah, meninos, quero parabenizar vocês pelo show.

- Você gostou? - Taehyung perguntou.

- Muito! Achei tudo lindo! E vocês falam muito bem português, fiquei impressionada. Parecem que são brasileiros disfarçados, sim? - Falei sorrindo e todos caíram na gargalhada. Jungkook falou:

- É, nós treinamos bastante.

- Quem sabe o seu Suga possa aprender mais palavras com você e passar pra gente? - J-Hope disse.

- Ah, pode ser.

Sorrimos, eles nos cumprimentaram e se dispersaram de nós.

- Su… o que você vai fazer depois daqui?

- Vou pro hotel. Mile, acho que tem espaço pra nós. Conversei com os caras e eles cederam um quarto só pra gente.

- Sério?

- Sim. Como eles todos vão dormir em um quarto, eu não sei. Só sei que quero dormir contigo hoje e amanhã estar pronto para mais um show. Podemos ir?

- Claro. Só vou ligar pros meus pais e avisar a eles.

- Ok.

Fiz a ligação e, após isso, seguimos para o carro. Como ainda haviam muitas fãs tentando falar com o BTS, deixei que Suga seguisse com os demais membros no carro deles e eu fui no mesmo carro que eu havia chegado ao estádio.

Em poucos minutos, eu estava batendo na porta do quarto do hotel. Suga abriu a porta. Ele ainda estava maquiado, lindo como sempre. Usava uma calça e moletom folgados. Estava descalço.

Sorrimos um pro outro e eu entrei no quarto. Eu tirei os sapatos e nós dois sentamos na cama de casal, lado a lado.

- Estou pensando no que é que a gente vai fazer...

- Que tal vermos algum filme juntos? Pra gente relaxar…

- Boa ideia, Mile.

- Porque você tá cansado, né? E também porque a gente nunca parou pra ver algo juntos.

- É verdade. Você acha que passa algo na televisão?

- Deixa eu ver…

Peguei o controle remoto e liguei o aparelho de televisão. Fui mudando em alguns canais até que chegou em um canal que estava passando a minha imagem dançando em um clipe que havia gravado no mês de abril pra uma cantora.

- Aí, amor, esse filme é muito bom. - Suga disse aos risos.

- Engraçadinho…

- Você é famosa aqui, hein?

- Só um pouco… O famoso aqui é você! Eu senti a vibração das fãs, amor, fiquei impressionada. Vocês são muito amados.

- Ah, sim. O Brasil é diferente dos outros países que passamos, Mile. Em termos de energia, o Brasil é o melhor.

- Ah, isso aí realmente eu não posso negar.

Rimos juntos.

- É essa alegria que me faz eu me apaixonar por você ainda mais. E não é só isso. A sua autoestima é contagiante e isso me faz bem.

- Aiinn, fofo… - dei uma breve pausa em minha fala e disse – tenho um presente pra você, Su.

- O que é?

Virei de frente pra ele e ele fez o mesmo. Retirei o meu colar do pescoço e entreguei a ele.

- Tome. É seu. Pra você se lembrar de mim.

- É lindo. E tem a sua inicial.

Ele colocou o colar no pescoço e me disse:

- Eu sempre vou lembrar de você.

Nos beijamos doce e demorado. Ao final, eu olhei pra ele e disse:

- Vou-me trocar!

- Não vai tomar banho? – Ele riu.

- Vou também! Você já tomou banho? O clima está quente.

- Já sim, Mile, pode ir.

Fui com a minha bolsa. Tomei um banho rápido e vesti apenas a blusa do BTS que ele havia me dado. Botei o meu perfume na roupa e guardei a roupa que eu tinha vindo na bolsa.

Quando saí do banheiro, ele olhou pra mim:

- Olha, eu adoro te ver nessa camisa…

- Eu trouxe ela pensando em você mesmo.

Sentei ao lado dele.

- Mas acho que você precisa descansar hoje, amor. Você está cansado e amanhã tem mais show.

- Sim.

Me aproximei dele e me sentei no meio da cama com as costas apoiadas na cabeceira que estava encostada na parede. Peguei um travesseiro, coloquei nas minhas costas e deixei as minhas pernas um pouco afastadas.

- Mile, o que você vai fazer?

- Ué, vou te fazer relaxar… Vem cá, amor, senta aqui. - bati com a palma da mão no colchão na região entre as minhas pernas.

Ele veio, se sentou e encostou o tronco e a cabeça em mim.

- Vou fazer um carinho em você que aqui no Brasil chamamos de cafuné.

- Ah, é?

- Sim.

- Como é um cafuné?

- Assim…

Coloquei meus dedos no couro cabeludo dele e comecei a massagear gostoso.

- Ai, Mile, é relaxante mesmo…

- Falei que você ia relaxar. Acho bom desligarmos a televisão e a luz também. Fica aí que farei isso.

Me levantei rapidamente e desliguei ambas. Voltei para a cama e, com a cabeça encostada em meu peito, fiz muito cafuné em Suga. Ele gemia baixinho e aproveitava o momento.

Eu também estava ficando com sono e adormeci. Tive um sonho com Suga e acordei molhadinha. Eram 4 horas da manhã. Ao abrir os olhos, notei que eu e Suga estávamos deitados de frente um pro outro e ele me abraçava. O lençol cobria a gente. Ele acordou com o gemido baixinho que dei ao respirar.

- Ai, amor, desculpa… te acordei. - sussurrei pra ele, que sorriu e me falou.

- Bom dia, Mile. - ele falou com uma voz de sono e se espreguiçou.

- Bom dia, Suga.

- Dormiu bem?

- Sim. E você?

- Dormi sim. Tanto que sonhei com você.

- Foi? Como foi o sonho?

- Huummm… - ele deu uma risada safada e eu entendi tudo.

- Já sei. Eu também sonhei com você e acho que foi o mesmo.

Sorrimos um pro outro.

- Que tal se a gente tentar realizar agora, Mile?

- Agora? Como? Você sabe que eu grito, né, Su… quando o tesão tá lá em cima…

- Pois hoje você vai ter que controlar o grito e eu posso ajudar.

- Ah, é? Como?

Ele tirou o lençol que nos cobria e avançou ficando por cima de mim. Nos beijamos carinhoso e molhado, enquanto que suas mãos passeavam pelo meu corpo. Coloquei as minhas mãos sobre suas costas e, ao perceber isso, ele tirou o moletom ficando apenas de calça. Passeei as minhas unhas em suas costas enquanto a gente se beijava. Aos poucos, nossa respiração ia ficando intensa.

Retirei o blusão e fiquei completamente nua.

- Ai, Mile, assim você acaba comigo…

Ele desceu os beijos da minha boca passando pelo meu queixo, meu pescoço, meu colo e meus seios. Nossas respirações se intensificavam cada vez mais e eu tentava gemer baixinho. Ele chupou meus seios de um modo gostoso enquanto que suas mãos acariciavam a minha pele, procuravam contornar todas as minhas curvas. Aos poucos, seus dedos massageavam a minha virilha e tocavam a minha vulva.

Ele começou a movimentar os dedos estimulando meu clítoris.

- Isso, amor, me toca, vai… - eu disse num gemido sussurrado.

- Safada…

Ao mesmo tempo, ele me beijava intensamente e eu soltava gemidos em sua boca. Os seus dedos moviam-se cada vez mais rápido e a vontade de gritar começava. Mas eu tinha que me controlar e estava ficando cada vez mais difícil.

Foi então que ele me penetrou com os dedos e, nesse momento, eu driblei de sua boca buscando recuperar o fôlego. Coloquei a minha cabeça pra trás no intuito de evitar gemer alto; a técnica estava em fazer respiração pela boca, assim, eu conseguia não gritar.

Enquanto ele brincava com os dedos no meu clítoris e no meu canal vaginal, eu resolvi estimulá-lo também.

- Amor, vamos mudar a posição…

Ele se moveu e nós ficamos na posição 69. Enquanto ele brincava com minha bocetinha molhada, eu retirava a sua calça e cueca e brincava com o seu pau que já estava duro e com as veias acentuadas. Ah, como era gostoso transar naquela posição…

Enfiei o pau dele em minha boca e comecei a chupar, aumentado o ritmo e a intensidade. Vez ou outra, nós gemíamos juntos quase em uníssono. Chupei cada um de seus testículos e fui estimulando o seu pênis ao mesmo tempo. Percebi que ele também tentava controlar o grito. Às vezes, eu maneirava no ritmo ao sentir que ele estava mais intenso ao me masturbar e me chupar. O oposto também ocorria.

Sem avisar nada e sincronizados, lambemos o períneo um do outro deixando um caminho de saliva na região. Quase gritamos, mas nos controlamos.

Ele saiu de cima de mim e pegou uma camisinha que estava embaixo do travesseiro, revestindo o seu pênis logo em seguida.

- Amor…

- Huumm…

- Hoje quero sentar em seu pau… Tá me dando um tesão…

- Vem, Mile… Mas não grita…

- Tá bom…

Sorrimos um pouco. Ele sentou-se na beira na cama e eu sentei por cima e de frente pra ele. Mas antes de introduzir todo o seu pau na minha vagina, eu o segurei e rebolei em cima da glande. Em seguida, fiz um movimento de onda pra frente e pra trás, fazendo com que a glande dele pincelasse a entrada da minha vagina.

- Ai, Mile… - Ele sussurrava e mordia os lábios.

Segurei a base do seu pênis e me sentei lentamente, mantendo o contato visual com ele. A cada centímetro que o pênis dele entrava, eu sentia o seu latejado. Comecei a me mover devagar enquanto que ele apoiava suas mãos em meus quadris. Eu intensifiquei as minhas sentadas e, quando senti que ia gemer mais alto ou gritar, eu colocava a cabeça pra trás e puxava o ar pela boca.

O que se ouvia era apenas o barulho da minha bunda batendo junto com o movimento. Suga depositava beijos e passava a língua em meus seios e na região entre eles, deixando-me ainda mais maluca. Aos poucos, eu fui diminuindo o ritmo da sentada e comecei a rebolar gostoso com o seu pau dentro mim. Ah, a sensação era muito gostosa.

- Ai, Mile… Gostosa… - Ele sussurrava.

O nosso suor já escorria a litros. Foi então quando eu parei totalmente o meu movimento e senti Suga dentro de mim. Ficamos um tempo assim e nos beijamos. Eu já estava em pré-gozo e ele também. Saí de cima dele e com as mãos nos meus ombros, Suga me conduziu a deitar novamente. Ele retirou outra camisinha debaixo de seu travesseiro enquanto que eu mantive as minhas pernas abertas e joelhos dobrados. Toquei a minha boceta levemente e levei os meus dedos até a boca dando um leve arfar e olhando fixo pro meu namorado. Ao perceber isso, ele me disse com um sorriso safado:

- Garota má… vou te dar uma liçãozinha…

- Ai, Su… vem…

Ele avançou pra cima de mim introduzindo o seu órgão todo de uma vez em minha vagina e estimulando o meu clítoris com os dedos. Eu quase cheguei a gritar, mas a sua outra mão foi ainda mais rápida e ele segurou a minha boca. À medida em que ele foi tirando a mão da minha boca, eu peguei parte do lençol e mordi.

Suga dava estocadas cada vez mais rápidas, num ritmo frenético. Aquilo estava me levando à loucura e sentia que ia gritar novamente, peguei o travesseiro e o mordi. A cama balançava com os nossos corpos suados. Foi então que ele isolou ainda mais o movimento, deixando-o mais rápido e intenso. Eu agarrava os lençóis da cama com muita força e mordia o travesseiro ainda mais forte.

Foi então quando eu senti um calor intenso vindo de dentro de minha vagina e aquela onda se perpetuou por todo o meu corpo, deixando com uma sensação extremamente prazerosa e aliviada, como se eu renascesse. Atingi o meu orgasmo de um jeito que minhas paredes vaginais contraíram-se e meu órgão expelia um líquido como se fosse uma urina incolor e sem cheiro.

Ele molhou seus dedos em meu líquido caudaloso e passou a língua, curvando-se pra frente e me beijando em seguida. Nossos gostos se misturaram deliciosamente.

Suga caiu na cama ao meu lado, nós dois ofegantes. Ficamos um tempo recuperando o fôlego e, em alguns segundos, nos olhamos.

- Ai, amor, é tão bom transar contigo…

- Você é a melhor namorada do mundo, Mile.

- Te amo…

- Te amo.

Nos beijamos suave. Meu corpo ainda estava amolecido, mas eu tentei sentar-me na cama. Fiquei um tempo tentando me situar.

- Que lição foi essa que você me deu, hein, Su? Mal consigo me levantar.

Ele sorriu de lado, me olhou e disse:

- Quem mandou ser uma garota má? Recebeu sua punição…

- Humm… mas eu tô amando a sensação… - Respirei fundo e voltei a falar – amor?

- Hum?

- Vou voltar pra casa agora. Antes que os demais membros acordem.

- Acho bom, Mile. E aí, você volta direto pro show.

- Sim.

- Backstage producer…

Sorrimos.

- Bem, deixa eu ver que horas são…

Levantei-me nua e fui na minha bolsa retirando o celular.

- São cinco e meia já.

- Mile, você não se cansa de me encantar, né? - Ele disse me olhando dos pés a cabeça.

- Ah, Su… - dei um sorriso lateral.

- As horas com você passam rápido…

- É verdade. - Tirei a minha roupa da bolsa e comecei a vesti-la. Calcei os sapatos e peguei a blusa do BTS que tava junto do Suga. Ele segurou o meu braço, olhou nos meus olhos e disse:

- Amor, a gente vai se ver mais tarde no show. Mas, infelizmente depois dele, eu seguirei com o grupo pra Inglaterra. Já estou ficando com saudades de você de novo.

- Ah, amor… mas a gente sempre vai dar um jeito.

- Eu quero voltar mais vezes ao Brasil. E, quem sabe, conhecer seus pais pessoalmente. Eu realmente amo a energia do seu país, não tem outra igual.

- Tenho certeza que hoje será inesquecível pra vocês também, amor.

- Sim. Ah, e obrigado pelo presente! - Ele passou os dedos no colar com a letra M que estava pendurado em seu pescoço. - Eu sempre vou lembrar de você.

- Ai, Su, não fala assim. Parece que agora é a última vez que a gente tá se vendo…

Sorrimos.

- Eu vou, mas logo logo a gente se vê novamente, tá bom?

- Tá bom! Tá bom, tá bom… - ele me puxou e nos beijamos repetidas vezes.

Ficamos um tempo abraçados em silêncio.

- O carro já deve estar te esperando na porta do hotel.

- Ok, Su.

- Até mais tarde.

- Até!

Saí do quarto e rapidamente peguei o elevador. Não havia sinal de ninguém do BTS durante o percurso o que me fez achar que todos ainda estavam dormindo. Ainda eram seis horas da manhã. O carro já me esperava na frente do hotel e rapidamente entrei nele e segui para casa.

Meus pais estavam trabalhando, então aproveitei a manhã para fazer algumas coisas. Preparei algumas atividades de dança e resolvi cozinhar o almoço. Mais uma vez, eu iria ao estádio no início da tarde.

Almocei por volta de meio-dia e meia. Em seguida, tomei um banho e fui ver com qual roupa eu iria para o segundo dia de show. Ainda de toalha, abri as portas do guarda-roupa e comecei a procurar alguma roupa que fosse legal… Até que:

- Ah, perfeitas!

Vesti uma calça jeans clara rasgada bem estilosa e uma camisa do Brasil. Amarrei os cabelos na metade com o rabo de cavalo bem no topo da cabeça com os cachos caindo na lateral do meu rosto. Coloquei um par de brincos dourados pendurados, batom vermelho e um delineador de leve. Calcei uma sandália rasteira e peguei a mesma bolsa que eu tinha ido no primeiro dia.

Chequei tudo: dinheiro, documento, credencial, perfume, batom e espelhinho. Levei uma outra roupa para qualquer eventualidade pós-show com meu namorado e, claro, preservativos.

- Ah, tô pronta! - Fui para a sala e fiquei esperando o carro chegar.

O veículo chegou em alguns minutos e, mais uma vez, ele percorreu o caminho para o estádio cuja área externa já se encontrava lotada de fãs do BTS. E, mais uma vez, a mesma sensação ia tomando conta de mim: ansiedade a mil!

Recebi uma mensagem do Suga dizendo que o dia no camarim seria um pouco mais agitado, pois eles estariam gravando várias imagens de bastidores. Em seguida, ele me passou as orientações para eu não estranhar as câmeras e ficar tranquila.

Cheguei no mesmo local dentro do estádio. Como eu já sabia o caminho até o camarim, coloquei minha credencial e fui andando. O movimento de pessoas era intenso no lugar, muitos produtores, bailarinos, técnicos, seguranças, trabalhadores terceirizados, dentre vários outros.

Ao chegar no camarim, Suga já estava maquiado, penteado e já vestido com parte do figurino. Havia um pessoal da produção deles fazendo imagens, procurei me esconder o máximo possível para não aparecer em nada. Quando as câmeras foram desligadas e os técnicos foram embora, ele me olhou e fixou o olhar na minha camisa. E falou com um sorriso:

- Brasil…

Sorri pra ele. Ainda haviam algumas pessoas da produção no camarim. Ele fingiu não me conhecer, leu o meu crachá e disse:

- Senhorita Milena Silva, precisamos ver aquela parte do som lá do palco…

- Ah, sim. Vamos pra lá agora?

- Vamos.

- É apenas com o seu som ou com os dos outros também?

- Acho que só o meu.

Saímos do camarim e eu me prendia muito para não gargalhar. Subimos as escadas de acesso ao palco e, por incrível que pareça, o local estava mais tranquilo que no primeiro dia. Só vi alguns produtores do outro lado e um ou outro produtor do lado em que nós estávamos. Parte do cenário já estava posicionado dentro das coxias; foi então que Suga me conduziu para uma área onde haviam umas mesas enormes que juntas formavam um espaço vazio e quase imperceptível para quem passasse distraído.

Entramos nesse espaço entre mesas e ele me deu um longo abraço.

- Ah, amor… Você tá ainda mais linda com essa camisa do Brasil… - Ele sussurrou em meu ouvido.

- Quis enaltecer o meu país hoje. - Falei sorrindo e, em seguida, nos beijamos demorado. - Você tá preparado pro segundo dia de show?

- Estou sim. Com você ao meu lado, tudo fica mais fácil.

- Ah, você é um fofo, sabia? - Dei um selinho nele. - E lindo também. Com ou sem figurino, com ou sem maquiagem… você é lindo de todo jeito.

- Ah, Mile… assim, eu fico sem jeito… - ele abaixou os olhos e deu uma corada.

- Ué, eu falei a verdade… Agora, acho que tá na hora de você se concentrar com o pessoal pra entrar pro show, sim?

- Sim!

- Bom show, amor! Arrasa!

- Obrigado, Mile.

Demos um selinho e ele seguiu para se reunir com os outros membros do BTS. Eu caminhei e me posicionei no mesmo local do dia anterior.

Alguns minutos se passaram e eu já podia ouvir o canto das fãs. Elas também chamavam os nomes deles, era lindo de se ouvir. O estádio ficou lotado. O pessoal da produção começava a organizar o cenário no palco e, logo após, as luzes se apagaram e ouviu-se gritos vindo de todos os lados da plateia.

Todos os integrantes passaram por mim e se posicionaram no cenário. Também pude acompanhar a movimentação dos bailarinos em cena.

As Armys vibraram ao ouvir os primeiros acordes da música inicial. Elas cantavam junto com eles, vibravam, gritavam, pulavam… A cada movimento, a cada música, era lindo demais. Eu percebia a emoção no olhar de cada integrante. Até os bailarinos se emocionaram. A cada passagem que eles davam por mim, sorriam e eu os aplaudia.

Eu amava ver todos felizes principalmente o Suga. Desde o início de quando nos conhecemos, eu senti que ele parecia ser um dos integrantes mais tímidos e sério. Vê-lo sorrindo era algo que me alegrava muito. A cada verso que ele cantava é como se eu visse cores saindo dele, passava um flashback na minha mente de tudo o que vivemos. Nos conhecemos em Los Angeles, namoramos em Seul e fortalecemos nosso amor no Brasil. As lágrimas corriam soltas pelo meu rosto.

Eu não sabia o que viria depois quando ele fosse embora. Eu não sabia como seria nosso namoro à distância, mas sempre daríamos um jeito. Passei um tempo pensando em nós dois que não me liguei muito no que estava acontecendo no show. Quando dei por mim, já era a mensagem final dos integrantes.

Eu prestei atenção no que todos falaram sobre o Brasil. Era uma emoção sem tamanho, todos com os olhos cheios de lágrimas. No último momento, eu pude perceber o choro de Jungkook e Jimin. A impressão que dava é que eles não queriam ir embora dali, queriam sentir mais a energia do que era o Brasil. Fiquei muito feliz e orgulhosa das pessoas de meu país naquele momento.

No final de tudo, quando os meninos desceram para o subsolo do palco, eu pude ouvir a festa que eles fizeram embaixo. Eu ouvi os gritos deles, felizes e realizados com o show. Em alguns minutos, Suga correu ao meu encontro e nos abraçamos. Ele me suspendeu no ar e, depois, ficamos um tempo abraçados. Choramos como duas crianças.

- Meu amor, que coisa linda o show de vocês…

- Ah, Mile, eu tô muito feliz! O Brasil realmente é o país da energia e das paixões…

Nessa hora, ele desfez o abraço e me beijou. Os demais integrantes vieram e começaram a gritar e nos aplaudir. Nós dois paramos o beijo e sorrimos pra eles. Cumprimentei cada integrante do grupo, estávamos todos muito emocionados.

Conversamos um pouco sobre o show, eles falaram sobre a maravilhosa experiência de estar no Brasil. Alguns minutos depois, ele se dispersaram pros camarins e ficamos eu e Suga a sós.

- Amor… - ele virou-se pra mim e eu fiz o mesmo.

- Sim?

- Acho que já vamos seguir pra Inglaterra em algumas horas. Quero me despedir aqui de você.

- Ai, Su… Vou sentir muito a sua falta… Mas a gente vai se ligando.

- Claro! Mile…

- Oi?

- Quero que você não se esqueça de uma coisa.

- O quê, amor?

- Eu te amo muito. Não se esqueça disso. Eu te amo, Mile. Se eu pudesse, saía espalhando pra todo mundo o que eu sinto por você! - ele sorria lindo e seus olhos brilhavam.

Eu chorei emocionada.

- Quem diria que a gente estaria aqui desde aquele dia lá em Los Angeles, hein?

- É verdade.

Sorrimos.

- Enquanto você cantava no palco, passou um filme na minha mente de tudo o que a gente viveu pra estar aqui. Você é o melhor namorado que eu já tive. Eu agradeço ao universo por ter colocado você em meu caminho. Te amo muito, Suga!

Demos um beijo suave e, enquanto isso, Namjoon apareceu de repente:

- Me desculpem atrapalhar o casal, mas Yoongi, precisamos ir, cara. Os carros já estão a postos!

- Tchau, Suga, boa viagem! Vamos nos falando!

- Tchau, Mile! Até mais!

- Até! Tchau,Namjoon, boa viagem!

- Tchau, Mile, obrigado!

Acenamos e eles foram embora.

Após aquele dia, eu e Suga conversávamos sempre que dava, quase todos os dias. Era desafiador manter um relacionamento à distância, mas o nosso amor era grande demais e encurtava qualquer distância que resolvesse aparecer. Passamos meses assim.

Mas, vez ou outra, a gente se encontrava. Tive duas oportunidades que me deram acesso a isso: viajei para Los Angeles e depois para Nova Iorque a trabalho. Por sorte ou coincidência do destino, nossas agendas se bateram na mesma data e lugar. Aproveitamos bastante nossas viagens e pudemos visitar lugares bacanas sem que as pessoas o reconhecessem. Até que, em novembro, mês de meu aniversário, viajei novamente para Seul. Era inverno por lá e levei várias roupas de frio.

Mais um evento de dança apareceu pra mim. Dessa vez, eu seria jurada de uma batalha que englobava vários estilos de dança e também daria aulas. Fiquei hospedada em um hotel próximo de onde aconteceria o evento.

Ao chegar em Seul, avisei logo a Suga. Marcamos um encontro, ele dizia que queria falar algo importante comigo. Fiquei curiosa e ansiosa pra saber o que era. Como sempre, seu motorista e segurança particulares iriam me buscar na porta do hotel.

Coincidentemente, marcamos no dia de meu aniversário. Logo, desconfiei que ele queria fazer algo para comemorar, mas eu não fazia ideia do que seria. Quando a data chegou, eu recebi muitas ligações e mensagens da família e dos amigos. Fiquei feliz com as palavras de todos eles. Até que eu resolvi me arrumar para o encontro que teria com Suga. O que será que ele estava aprontando?

Já era noite. Coloquei um vestido longo na cor verde claro. Um pequeno salto, um brinco elegante e um colar dourado com pingente de coração. Meus cabelos estavam soltos e cheios de cachos.

O carro chegou para me buscar e fui ao encontro dele. Estava muito ansiosa para saber o que o meu namorado ia fazer. Foi então que o veículo tomou rumo para o mesmo lugar onde fui pedida em namoro por ele. O prédio alto e iluminado.

O seu segurança me conduziu para a cobertura do local. A porta do elevador se abriu e, logo após, o homem retirou o cartão do bolso e abriu a porta do local. Quando eu passei pela porta, vi tudo escuro e, ao dar um passo, as luzes se acenderam e todos os integrantes do BTS seguravam um bolo com velas, o ambiente tinha decoração com bolas e faixas de feliz aniversário. Todos cantaram parabéns pra mim e eu fiquei surpresa e muito feliz.

- Milena, Milena, Milena!!! - Todos cantavam juntos.

- Agora, você faz um pedido antes de apagar a vela. - o Jin falou.

- Tá bom. - Fechei os olhos, fiz o meu pedido e apaguei as velas. Ao abrir os olhos, falei a eles: - Ai, gente, muito obrigada pelo carinho de vocês, de verdade! Vocês são incríveis e merecem o melhor, nem sei como agradecer.

Todos sorriram pra mim e, de repente, olharam pro Suga como quem estivesse esperando alguma fala dele. Meu namorado sorriu pra mim e andou em minha direção.

- Mile, eu… Hum… - ele olhou rapidamente para baixo e, depois, olhou em meus olhos: - lembra de nossa primeira noite aqui?

- Claro, Su, claro que lembro.

- Este lugar aqui tem um significado muito especial pra mim… Por isso, que te pedi em namoro aqui e… - ele se ajoelhou aos meus pés e eu fui ficando surpresa, e gelada, e sem saber como reagir – também quero…

Ele tirou uma caixinha de dentro do terno que usava. Ao abrir, haviam duas alianças douradas.

- Vamos viver juntos pra sempre?

Eu arregalei meus olhos que já estavam cheios de lágrimas. Chorei bastante e sorri ao mesmo tempo, era uma mistura de emoções.

- C-Claro, Suga! Eu aceito, meu amor!

Sob os aplausos e gritos de todos, trocamos as alianças e nos abraçamos apertado. Ao fim, ele me suspendeu e girou comigo terminando o rodopio com um beijo apaixonado. Todos gritavam e aplaudiam felizes.

Passei um tempo morando em Seul, pois consegui alguns contratos de trabalho com dança. Conheci a família dele e, para a minha surpresa, eles me adoraram. Após dois meses, retornei ao Brasil e permanecemos nos comunicando via internet.

Então, mantivemos a nossa relação em segredo do grande público e, muitas vezes, à distância. Éramos felizes assim, por mais obstáculos que fôssemos encontrar, sempre havia um jeito de solucioná-lo porque o nosso amor era maior.

Los Angeles, Nova Iorque, Seul, São Paulo, não importava onde estávamos, mas sempre estaríamos juntos.