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História What if Disney Bia? - E se Binuel não conseguisse ficar separados?


Escrita por: letslights

Notas do Autor


Acho que Binuel nunca conseguem ficar separados sem momentinhos hehehe

Já que hoje estava todo mundo na vibe amor, que tal terminar o dia com um what if Binuel?

Aproveitem!

Capítulo 9 - E se Binuel não conseguisse ficar separados?


Fanfic / Fanfiction What if Disney Bia? - E se Binuel não conseguisse ficar separados?


Manuel


Era um começo de tarde quando sai do meu quarto. Desci as escadas já escutando sua voz, ela conversava com Ana super sorridente e Doc estava junto. Usava uma daquelas saias que deixa a mostra sua pernas em um conjunto dando destaque em seu belo corpo que me fascina. 

- Terra chamando Manuel?! - Ana cortou meus pensamento. Fiquei tanto tempo admirando a beleza da Bia que nem percebi que havia chegado na entrada da sala Kunst. - Ele desceu. Eu vou organizar umas partituras. - faltou nossa professora de piano subindo as escadas.

Olhei para Bia que deu um sorriso tímido e eu fiz o mesmo me aproximando devagar. O término aconteceu a poucos dias e não havia mais nos encontrado desde a ponte dos cadeados, onde sugerir dividimos a responsabilidade de cuidar da Doc. 

- Ana e suas partituras. - Quebrei o gelo com um pouco de humor, apesar de nossos olhares disserem muito. - Tem aula de piano?

- Não. Eu vim deixar a Doc com você. 

- Ah, pode deixar. - estendi o braço e ela me entregou a ponta da coleira. 

- Dois dias meus e dois seus?

- Combinado. 

Ela assentiu e foi dando as costas. Me sentei no braço do sofá cabisbaixo e observando a cachorrinha brincar com o carpete, pensando que ela já tinha dando os passos necessários até a porta. 

- Como está o assunto do seu pai? - pensei errado. A Urquiza ainda estava a minha frente quando levantei a cabeça. 

- Complicado. Cada vez tenho mais certeza que o meu tio esconde algo, e o que mais dói é a minha mãe ter mentido para mim esse tempo todo. 

- Por que não fala com ela?

- Eu tento, mas é difícil por telefone. 

Um silêncio se instalou logo em seguinte. Bia suspirou meio pensativa e eu abaixei a cabeça mais uma vez. Se continuasse a olha-la, possivelmente ficaria com aquela cara de bobo. 

- Em que posso ajudar? - perguntou e quando levantei o olhar percebi que estava um pouco mais perto. Deveria ter ficado preocupada comigo, mas com tudo que estava acontecendo isso não seria uma boa ideia, embora seja uma boa desculpa para vê-la mais vezes. 

- Não se preocupa, o Victor está me ajudando. 

- Ah… - encaramos juntos o chão e vimos Doc cheirando os sapatos de Bia. 

- Acho que ela não quer que você vá. - sorri. 

- Também não queria ir. 

- Por que?

- Por causa da Doc, para não ficar longe dela. - se agachou para fazer um carinho nela - Já me apeguei.

- Eu entendo ela. - mais um silêncio constrangedor. 

- Se precisar de qualquer coisa é só ligar. - falou se levantando. 

- Está certo, mas aqui tem tudo que a Doc precisa. 

- Não só sobre a Doc. Sobre o seu pai também, eu prometi que ia te ajudar lembra?

- Lembro. - dei um leve sorriso e senti ela se aproximando até que seus braços encostaram meu ombro e a envolvi em um abraço. O cheiro do seu perfume chegou forte ao meu nariz. A paz que sempre vinha quando estavamos juntos chegou como uma alívio, ficaria daquele jeito para sempre. Então, quando Bia pareceu querer se separar, apertei mais sua cintura.

- Calma Gutierrez. 

- Eu só fico calmo se estou com você. 

Nos separamos conectando nossos olhares. O dela possuía um brilho intenso e ao olhar para o seus lábios percebi que sentia tanta falta dos seus beijos como dos abraços. 

- Eu já vou. - ela se afastou repentinamente. - Tchau. 

- Tchau. - disse por fim ainda admirando ela sair. Beatriz Urquiza era a garota que ganhou o meu coração, que me enlaça e me enfeitiça com um só olhar ou com apenas um simples sorriso da sua parte. Mas ao passo que estávamos ficando juntos, eu passei a amá-la por completo e a desejá-la em cada momento. 

- Recebeu a mensagem da Pixie? - Pietro entrou de repente na sala. 

- O que?

- Voando no mundo da Lua, Manuel?

- Se essa Lua se chamar Bia, sim. - peguei a Doc no colo. 

- Não entendo porque terminaram. 

- É díficil de entender. - suspirei. 

Bia

Quando abracei o Manuel nunca pensei que fosse sentir tantas coisas. Achei que seria fácil vê-lo, mas depois da decisão do termino toda vez que isso aconteceu o meu coração dispara. Está mais do que escrito na minha testa que sou apaixonada por ele e não conseguiria manter grandes distâncias, porém era preciso. 

Cheguei ao Fundom encontrando minhas melhores amigas, Pixie, Daisy e Luan sentados no sofá, me encostei ao lado das meninas cumprimentando a todos. 

- Recebi a sua mensagem no caminho Pixie, qual é a novidade? - perguntei.

- Vamos esperar os que faltam chegar e eu conto. - respondeu ela posicionando seu tablet sobre as pernas. 

- Já estou esperando a muitos minutos. Eu não vou me aguentar de tanta curiosidade! - exclamou Chiara. 

- Eu espero ser coisa boa.  - completou Daisy.

- Minha Pixie é sempre muito organizada gente, tenham calma. - disse Luan colocando a mão sobre o ombro da amada e fazendo a gente emitir sons fofos junto a Chiara formar um coração com os dedos. 

- Chegaram. - escutei Pixie anunciar e assim que virei o rosto Pietro e Manuel se aproximaram da rodinha. Meu coração deu um pulo até voltar a bater descompassadamente. Poderia passar horas o admirando. Era incrível o que ele sempre me causava. Sentou na parte do sofá logo a minha frente, ao lado do Luan e Pietro o acompanhou. 

- Quer um babador? - sussurrou Chiara no meu ouvido. 

- Que? - fiz cara de quem não estava entendendo nada só para ela não começar. E não deu muito certo. 

- Não se faz de desentendida. Daqui a pouco cai a sua baba encarando o Manuel. - fez o gesto na sua boca. 

- Fica quieta. - alertei baixinho sem mover muitos os lábios.  

- Podemos começar? - Pixie chamou nossa atenção. Assentimos, e naquele instante encarei Manuel que já estava com seu olhar em minha direção junto com seu belo sorriso de canto. - Me enviaram o roteiro do evento e decidir reunir todos para decidirmos qual apresentação cada um fará parte. As apresentações são… uma grupal com coreografia, uma banda de três garotos, uma solo com estilo acústica, uma música só com meninas e um casal com canção romântica. 

- Bom, a grupal já é definitiva por toda a equipe Beu. - proferiu Pietro. 

- Verdade. - continuou a morena que clicava em seu tablet - Como faremos a banda de garotos?

- Acho que está certo aqui. - Manuel se pronuncia. - Eu no teclado, Luan na guitarra e Pietro no violão. Topam?

- Mas, é claro. - concorda Luan e os garotos batem as mãos. 

- Banda, decidida. E a das meninas?

- Todas nós. - fala Chiara com um gesto apontando para todas as garotas presentes ali. 

- Acho que não vai dar para mim. - começa Daisy - Fiquei com a responsabilidade de todas as coreografias e já vou dar muito na grupal. 

- Tem certeza Daisy? - pergunto. 

- Tenho. A Pixie fica com vocês.

- Na verdade, acho que também estou com muita coisa para preparar. Deixemos essa parte apenas para as meninas do Paint the music, pode ser? - eu, Chiara e Celeste trocamos olhares antes de balançamos a cabeça com um “sim” em harmonia - Agora, o solo acústico... - todos se olham - Alguém se habilita? Celeste?

- Não. Vou estar muito ocupada nos preparativos. - respondeu Celeste. - Por que você mesmo não canta Pixie? 

- É uma ótima ideia! - concordo. 

- Não sei, como disse estarei muito ocupada. 

- É uma grande oportunidade, Pixie. - Manuel a incentivou e terminou trocando mais olhares comigo. 

- Ok, tentarei. - batemos palmas enquanto ela digitava mais no tablet - Só falta o casal cantando uma música romântica. Quem serão? - nesse momento, Pixie olhou para mim, mas eu abaixei a cabeça. Encarei rapidamente o espanhol que também tinha a cabeça baixa. - Piesy?

- Eu já vou sofrer com a apresentação da banda. - disse Pietro. 

- E como disse, estarei muito focada nas coreografias. - explicou Daisy. 

- Então… - Pixie continuou a passar o olhar por todos e terminou em mim, mais uma vez - Poderia ser a gente Luan, se eu já não estivesse tão atarefada com a solo. 

- Qual é? Todo mundo sabe que essa apresentação quem tem que fazer é a Bia e o Manuel. - Luan falou e todos se calaram, Manuel levantou a cabeça e me olhou antes de falar: 

- Por mim… - deu de ombros. 

- Claro. Pode ser. - falei sem pensar direito.

- Certo. Então, a gente canta. - ele continuou me olhando mais fundo.

- A gente canta. - repeti e sorri. 

- Binuel está de volta! - gritou Chiara e eu a olhei feio. - Me referia as músicas. Vocês fazem uma ótima dupla no canto. - tentou amenizar a loira sorrindo sem jeito para mim.

- Ok. - Pixie prosseguiu - Binuel, quero dizer, Bia e Manuel com a apresentação de casal. - terminou de digitar. - A Carmin não pode vim, mas já está certo dela participar na canção em grupo e na organização do figurino com a Chiara. Daisy vai se encarregar de auxiliar todos com a coreografia, então a procure. Celeste está me ajudando com assuntos administrativos, Luan e Manuel estarão nos ajustes das melodias e Bia com os detalhes visuais nos cenários. Cada um das apresentações podem decidirem as músicas e me dizer o mais rápido possível. É isto! Obrigada gente. - se levantou e todos começaram a se dispersarem. Me juntei a Celeste e Chiara que falavam animada sobre o evento, mas eu nem prestei atenção ao olhar para Manuel que estava no meio de Luan e Pietro, então saímos juntos do meio dos nossos amigos.

- Tem problema? Nós dois...- ele começou e coçou a nuca.

- Não, nenhum. Somos bons profissionais e podemos fazer isso. 

- Verdade. Bons profissionais. - repetiu sorrindo. - Então… Marcamos para ensaiar?

- Sim, é só mandar mensagem. 

- Combinado. - disse dando passos para trás até voltar a rodinha de amigos. 

- Humm… Vão ensaiar sozinhos? - se aproximou Chiara falando por trás.

- Não começa! - advertir antes de virar. 

(…)

As luzes alaranjadas marcavam o céu com a chegada do pôr-do- sol quando estava chegando. Manuel tinha mandado uma mensagem sugerindo para a gente ensaiar a tarde e eu disse que depois da aula de piano iria. Entrei no Fundom encontrando o local com poucas pessoas e pelo vidro avistei Manuel na sala de gravações, sentado em um dos caixotes e lendo algumas partituras. O espanhol estava com sua jaqueta preta, no qual deixava ele ainda mais lindo junto ao seu cabelo meio despenteado. Vou precisar me controlar mais do que deveria. É só não olhar muito, Bia. É só não olhar muito. Encarei o chão, e seguir em passos curtos entrando na sala.

Assim que me viu, Manuel se levantou e jogou as partituras de lado. 

- Oi. - me cumprimentou com um sorriso tímido ao colocar as mãos no bolso da calça. 

- Oi. - respondi sem o encarar muito. 

- Eu estava te esperando. 

- Desculpa a demora, a aula de piano se estendeu mais do que o esperado. 

- Sem problemas. Mas você pode agora?

- Posso sim. 

- Que bom. - me encarou por uns segundos até dar as costas para pegar as folhas atrás - A Pixie deixou essas partituras com a letra da música para nos auxiliar nos tons adequados. - me entregou um dos papéis. 

- E onde está ela? - olhei para o vidro. 

- A Pixie? Ela já teve que ir. - ele percebeu o quanto encarava o outro lado - Essas horas esse lugar fica meio vazio. É até meio estranho, não acha?

- Sim, sim. Verdade. - abaixei a cabeça. Manuel estava fazendo todo o esforço para o clima não ficar estranho, mesmo assim, eu não conseguia agir normalmente. Por que estava tão nervosa? Era só o Manuel, sempre conseguimos ser espontâneos um com o outro. 

- Começamos? - concordei balançando a cabeça e ele seguiu até a caixa de som próxima. 

O toque de Cuando Pasó se iniciou. 

- Te encontré, cuándo menos lo esperaba, debí correr, muy lejos de tu boca y de tu piel, caí en la trampa. - Manuel cantou sua parte do outro lado da sala. 

- Sin querer, mis ojos … miraban distinto … no sé… - gaguejei na minha parte e ele parou a música - Desculpa, eu me desconcentrei. 

- Tudo bem. Vamos de novo. Pronta?

- Acho que sim. 

A melodia voltou a ser entoada e Manuel repetiu a sua parte. Quando chegou a minha vez, encarava o espanhol e abri a boca para cantar, mas não saiu nada. Então, ele desligou o som de novo. Fechei os olhos com a mão na testa. Quando voltei a abrir os olhos, o espanhol estava mais perto e me olhava com as sobrancelhas franzidas. 

- Desculpa. Vamos de novo. - afirmei. 

- Que tal só o refrão?

- Pode ser. 

Ele acelerou a melodia na parte ideal.

¿Cuándo pasó? 


Cantamos juntos.

¿Cuándo me quedé perdido en tu voz?

Ele estava a dois passos de distância, então nossos olhares se encontravam a cada palavra. 

Y yo, que tanto le advertí al corazón.
Que huyera porque eres perfecta y pasó

A última frase foi pronunciada apenas por ele que retornou a desligar a canção ao perceber que eu havia parado de cantar. 

- Não dar. - dei passos largos até a minha mochila.

- Você está bem?

- Não dar Manuel. Eu não consigo. - disse ainda de costas guardando a partitura.  

- Eu entendo. Se não quiser fazer falamos com a Pixie. - me virei e sua expressão estava cabisbaixa. 

- Não estamos em harmonia. Isso nunca aconteceu com a gente. 

- É verdade. 

- Achei que seria fácil, mas eu não consigo olhar nos olhos e cantar essa música. 

- Então, não precisa olhar nos meus olhos. - ele se aproxima. 

- Como assim?

- Vamos tentar só mais uma vez e se não conseguirmos, falamos com a Pixie. - hesitei um pouco olhando para o chão, antes de responder. 

- Está bem. Só mais uma vez, porque eu tenho que ir para casa. 

- Primeiro, fecha os olhos. - franzindo a testa - Fecha os olhos, confia em mim. - fiz o que pediu e o sentir se aproximar, pois o seu perfume foi inalado por mim e meu corpo se arrepiou repentinamente - Agora vamos esquecer tudo ao nosso redor. Neste momento, não importa nem o passado, nem o futuro. Não importa os medos ou as consequências. É só nós dois e o que sentimos. - a música recomeça a tocar. 

- Te encontré, cuándo menos lo esperaba, debí correr, muy lejos de tu boca y de tu piel, caí en la trampa. 

- Sin querer, mis ojos te miraban distinto a ayer, no sé, yo no pedí quererte así y tal vez, lo necesitaba. - entonei sem errar ainda de olhos fechados. 

- Eres todo lo que quiero, mí único deseo. - abrir os olhos quando ele pegou as minhas mãos e o olhei enquanto terminava aquele verso. - Yo sin ti no puedo más…

- Dime cuándo fue que te empecé a amar. - cantamos juntos.

¿Cuándo pasó?
¿Cuándo me quedé perdido en tu voz?
Y yo, que tanto le advertí al corazón
Que huyera porque eres perfecta y pasó

Caí directo en tu mirada y ya no
No hay vuelta atrás cuando se trata de amor
Dime si sientes lo mismo que yo

- Dime ¿cuándo pasó? - ele concluiu.

Ao fim da música, nossos olhares permaneceram conectados. O silêncio a seguir foi preenchido apenas pelas nossas respirações que começavam a ficar alteradas com a proximidade de nossos rostos. Engoli em seco e vir o Gutierrez umedecer os lábios. Ele queria isso tanto quanto eu. Sentia falta dos seus beijos. Eu deveria recuar, mas antes de chegar a pensar nisso, Manuel me puxou pela cintura aproximando mais meu corpo no dele e unindo nossas bocas. 

Me perdi em seus lábios, fazendo o que ele tinha pedido, esquecer tudo que pudesse nos impedir de fazer aquilo. Minhas mãos encontraram sua nuca e ele levemente me empurrou contra a parede. Os fios de seus cabelos agora estavam entre meus dedos, igualmente ao beijo se intensificando. Quando o ar se fez necessário, nos separamos devagar e ainda com as testas juntas, ele pegou uma de minhas mãos posicionando em onde ficava seu coração.  

- É assim que eu fico quando estou com você. - falou enquanto eu sentia seu coração batendo forte. Ah, se ele soubesse como estava o meu. 

- Preciso ir. - me afastei bruscamente pegando a minha mochila, mas virei para olha-lo antes de sair, e ele ainda estava no mesmo canto paralisado. 

- Desculpa. 

- Tudo bem. Obrigada por me ajudar a cantar, eu… eu estava com a cabeça longe. 

- Estarei sempre aqui. - assenti e sai.  

(...)

No dia seguinte, me encontrava no terraço desenhando os meus corações “quadrados” como diz o Manuel, com um sorriso bobo no rosto lembrando do que tinha acontecido no ensaio e nem percebi Chiara sentar a frente. 

- Os corações estão felizes!

- Como assim? - levantei rapidamente para olhar para loira voltando a atenção ao caderno logo após. 

- Desde que terminou com Manuel toda vez que desenhava corações estavam tristes e chorando. - ela termina a frase fazendo um gesto de choro perto do rosto com as mãos e eu rir. - Sem falar nesse sorrisão. Conta. O que rolou no ensaio. - se inclina. 

- Por que quer saber? - me inclino também. 

- Sou sua amiga e a fã número um de Binuel, então não enrola. 

- Digamos que não podemos ficar sozinhos. 

- Aaaah eu sabia!!!

- Não disse nada. 

- Nem precisa. 

- Bia? - virei ao escutar Daisy chegando com Doc amarrada na coleira. Me levantei para se agachar e fazer um carinho na cachorrinha. 

- Oi, meu amorzinho.

- O Manuel pediu para trazê-la. Disse que acabou seu prazo de ficar com ela. - rir da forma com ela falou. - É engraçado parece que ela é filha de pais divorciados. 

- Eu sei. - levantei e Daisy me entregou a coleira. 

- Tenho que ir preparar a coreografia da música grupal do evento.

- Obrigada Daisy! 

Assim que ela saiu, voltei a me sentar no banco e notei algo preso na coleira da Doc. Me curvei para retirar o papel dobrado. 

- O que isso? - perguntou Chiara curiosa ao ver o que estava em minhas mãos. Não respondi abrindo o pedaço de papel e dando de cara com o bilhete. 

“Doc estava com saudades. Disse para mim que os poucos dias que ficou longe da mãe parece uma eternidade. Eu espero que ela sinta o mesmo quando não estou por perto. Por isso, proponho um passeio em família. Espero vocês na ponte dos cadeados amanhã a tarde“

- Doc com saudades? Ai Manuel, essa não engana nem a fada das enganações. - nem percebi que minha amiga também estava lendo o bilhete. 

- Que? - escondi o papel - É feio ler as coisas dos outros, sabia?

- E é óbvio que ele está com saudades de você, mais óbvio ainda que você sente falta dele. Mas a pergunta é: Esse passeio em família tem mesmo que levar a Doc? - rir sem responder - Você vai?

(...)

Depois de muito pensar, lá estava eu passeando com Doc em direção a ponte dos cadeados. Quando me aproximava do local, avistei o espanhol escorado com os braços apoiados sobre a grade da ponte, olhando a paisagem do lago a frente. Admirei seu perfil sereno e suspirei. Naquele momento, eu queria desistir. Então dei meia volta, mas Doc me puxou pelo lado contrário e latiu, chamando a atenção de Manuel que virou seu rosto e abriu um sorriso largo ao me ver. Ah, seu lindo sorriso que inevitavelmente me deixa apaixonada. 

- Oi. - o saudei depois que subi os degraus da ponte e me aproximava dele. 

- Oi. Que bom que veio. 

- Seu bilhete pareceu um tanto apelativo. - comentei fazendo charme com um biquinho. 

- É que eu estava com saudades. 

- Sim. A Doc fica muito animada quando te ver. - direciono o olhar para a cachorra parada no meio de nós dois.

- Não me refiro a Dov. - seu pronunciamento me faz voltar a encarar seu olhos castanhos - Precisamos conversar sobre aquele dia. 

- Você está querendo dizer, sobre o beijo?

- É, sobre o beijo. - ele dar um passo, nem percebi que Doc havia saído do nosso meio para o lado de Manuel. - Bia, o que sentimos é forte demais para continuarmos separados. Eu quero respeitar a sua decisão, mas no fundo sinto que não conseguiremos. 

- Eu não sei, Manuel. - abaixo a cabeça e encaro algum ponto do lago. - Talvez tenha razão. Não conseguimos ficar perto um do outro sem que expressemos o que sentimos.

- É inevitável. - sorriu, tentando acompanhar o meu olhar vago. Então, pega na minha mão, a que não estava segurando a coleira da Doc. - Podemos resolver isso… 

- Ficando o mais distante que consigamos. - o interrompi soltando minha mão da dele. Seu olhar baixou, e o percebi dar um goto.

-Como? Você diz para não nos encontrarmos mais?

- Já conversamos sobre isso diversas vezes Manuel. Eu quero que fiquemos juntos, mas não é fácil tudo o que acontece. - ele balança a cabeça em negação e jurei que vir seus olhos querendo lacrimejar.

- Eu não quero te causar nenhum mal, mas também não quero ficar longe de você definitivamente. Bia… - falou com um tom de tristeza e deu mais um passo para frente. Como um impulso, dei um passo para me afastar, porém, quase caia para trás ao tropeçar na coleira. 

Manuel agiu mais rápido que o piscar dos meus olhos e me segurou pela cintura, colando seu corpo no meu. Nosso olhares se encontraram profundamente em meio ao silêncio, até olharmos para baixo e perceber que Doc havia enrolado a coleira nos nossos pés, ao nos rodear enquanto conversamos anteriormente.

- Parece que até a Doc quer ver os pais dela juntinhos. - o espanhol falou em um tom mais animado, me fazendo rir. - Não é Doc? Responde ai, ajuda o papai. - quase sussurrou olhando para a cachorra, como se fosse um segredo que eu não estivesse ouvindo. Rir alto e Manuel voltou a me encarar com um sorriso sem mostrar os dentes. Ele ainda me segurava e era como se meus sentidos não se importasse com aquele ato, como se já fosse normal e meu corpo relaxava ao seu lado. - Adoro tanto te ver rindo, mais ainda por saber que eu causei isso. - abro a boca em choque.

- Quem disse que foi por sua causa? Eu estava rindo porque a Doc não lhe respondeu, então sem chance. 

- Doc, quando chegarmos em casa vamos ter uma conversa séria. - rir mais, enquanto ele continuava a me encarar. Ao fim, respirei fundo e ele aproveitou para grudar nossas testas. Mas, Doc latiu duas vezes nos fazendo sorrir e afastar os rostos.

- Acho que ela está perguntando se ainda vamos fazer a apresentação musica...

- Bom, de uma coisa tenho certeza. Não conseguimos ser profissionais. - rimos. - Vamos continuar com apresentação ou a Pixie vai surtar.

- Por mim, tudo certo. - me pus para se afastar dele, mas Manuel me puxou de novo só para perguntar:

- Promete pensar na gente?

- Eu sempre penso. - toquei seu rosto e ele fechou os olhos sentindo o carinho que fiz na sua bochecha. Repentinamente, ele virou o rosto e beijou minha mão. - Espertinho. Vai ficar com ela?

- E que outra desculpa eu terei para te ver depois? Ou você ainda vai querer que fiquemos a metros de distância? Porque minuto atrás parecia querer ficar a centímetros. - apenas lhe entreguei a coleira da Doc com um sorriso sugestivo e fui me afastando. 

- Tchau Manuel. - me despedi e assim que dei as costas, Doc começou a latir. Quanto mais eu me andava, mais ela latia. 

- O que deu em você? - o espanhol perguntou com a cachorra nos braços e ela parou de latir quando retornei tocando em suas orelhas.

- Acho que ficamos devendo a ela um passeio em família. 

- Então, acompanhamos a mamãe. 

...

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