Pov Karina
Eu me encontrava completamente atordoada, numa hora estava dançando empolgada, e na outra Lírio chegou por trás me agarrando quase sem tempo pra reação, ele arranhava meu pescoço quando acordei do transe pra tentar escapar, e puxava minha blusa de um jeito que a alsa arrebentou. Um minuto depois, Pedro apareceu e partiu pra cima do cara ( com toda a razão) e eu não iria impedir se ele desse apenas uns murrinhos, mas, Pedro arrebentava a cara de Lírio, de uma forma que seu crânio já deveria estar afundado.
– PEDRO! – gritei assim que o vi pegar um caco de vidro. A intenção dele ia bem mais além do que eu podia imaginar, a intenção dele era matar o rapaz.
Tentei o puxar da forma que podia mas ele se desprendeu gritando:
– ME SOLTA KARINA, OLHA O QUE ELE FEZ COM VOCE! ESSE CRETINO TERIA IDO MUITO MAIS LONGE SE EU NÃO TIVESSE CHEGADO A TEMPO! –
Meu namorado partiu pra cima do ex-colega num espirito de assassino, eu nunca imaginaria ver o Pedro louco daquela forma, nem quando descobriu do contrato ele havia ficado daquele jeito. Pedro começou a rasgar o pescoço de Lírio e eu precisava tomar uma atitude urgente antes que ele alcançasse alguma veia. ELE IA MATAR UMA PESSOA! ELE IA SE ARREPENDER! PEDRO ERA UM HOMEM BOM, EU NÃO O DEIXARIA SE CORROMPER DAQUELA FORMA.
Tomei impulso pra trás enquanto era tempo, sai correndo sem me importar com a saia e acertei direto um chute circular em Pedro que estava agaixado. O coitadinho foi arremessado no chão, do lado do corpo desmaiado do meu agressor.
– KARINA! – ele disse chocado e traído, mas o que eu ia podia fazer? Deixa-lo matar alguém?
Como se Deus escutasse meus pensamentos, os seguranças da boate chegaram para ver o que acontecia dentro daquela roda de gente bêbada que gritava esperando a continuação do barraco.
– POR FAVOR! TIRA AQUELE HOMEM DAQUI, ELE TA DESCONTROLADO! – implorei pra um segurança negro altíssimo. Ele assentiu, enquanto os outros socorriam Lírio que murmurava palavras, voltando a consciência todo ensanguentado.
O segurança agarrou Pedro com um braço só enquanto ele se debatia querendo voltar pra cima de Lírio e eu corria atrás dos dois. Pedro gritava, me xingava, xingava o segurança e juro que ele até o mordeu antes de ser jogado no meio do calçada.
– QUE POHA FOI QUE VOCE FEZ? – ele se levantou do chão vindo em minha direção, tremendo de ódio e limpando a calça.
– QUE POHA FOI QUE EU FIZ?? VOCE QUASE DECEPOU O PESCOçO DE UMA PESSOA E ME PERGUNTA QUE POHA QUE EU FIZ? – já tinha chegado no meu ponto máximo de estresse.
– E PRECISA ME CHUTAR DAQUELE JEITO KARINA? POR QUE NÃO ME DEIXOU MATAR AQUELE FILHO DA PUTA?-
Não tinha como discutir com Pedro da forma que ele estava, completamente transtornado, até seus olhos demonstravam um pouquinho de loucura. Eu entendia sua fúria, compreendia sua raiva doentia por terem me agarrado, mas dai a querer assassinar alguém? Ele me amava tanto assim?
Sem pensar duas vezes, agarrei Pedro pela blusa e o joguei contra a parede, sorrindo internamente com sua expressão de choque e em como sua boca ficava deliciosa. Eu o faria ficar calmo.
– Pedro. – disse baixo, completamente diferente de segundos atrás. Olhando nos seus olhos castanhos.
– Eu te amo. Estamos juntos agora, estamos bem, vivos, e é a única coisa que importa. –
Quando ele abriu a boca para indagar eu enfiei a minha língua dentro dela.
Apertei meu corpo contra o seu mais ainda pela parede, enquanto passava minhas mãos pelos seus cabelos despenteados e movia meus lábios insaciáveis pelos de Pedro, que amoleceram com a intensidade do beijo. Para quem estava furioso há alguns segundos, Pê demonstrou muita avidez, me levantando pelo bumbum e sem querer subindo minha saia.
Ficamos nos agarrando por alguns segundos, o peito do meu namorado que antes descia e subia rapidamente, agora se encontrava mais calmo, e o beijo que começou numa selvageria absurda e agarramento, tinha passado para um nível adoração que eu amava. Me desprendi de Pedro pela terceira vez, ainda arfando, e ele sorria pra minha felicidade.
– Também te amo. –
Uma viatura com sirenes piscando chegou exatamente neste momento, parando em frente a boate. Meu coração acelerou com a visão, e todo o sangue da boca de Pedro sumiu. Sabíamos que alguém havia chamado por causa da confusão e que se não saíssemos dali agora, ele seria preso.
– Me abrace, e vamos subir a rua calmamente. – Pedro estava paralisado, só assentiu nervoso e me abraçou, obedecendo.
Começamos a subir a rua enquanto os policiais saiam do carro averiguando.
– Pedro, fica normal. – ele andava todo duro e prestes a correr.
Pê afundou o rosto no meu pescoço, e eu passei os braços em volta da sua cintura. Só conseguimos relaxar 100 por cento quando corremos da metade da ladeira pra cima, chegando na rua da casa de Alan e fechando o portão.
– PUTA QUE PARIU! – Pedro ofegava tanto quanto eu, não muito pela corrida mas pela pressão de que fossemos pegos.
– Ta vendo a merda que você fez? – dei um tapa no seu peito e parti pelo jardim pra porta principal sem olhar pra trás. Eu tinha o direito de ficar brava, não tinha? Porque ele me levou pra aquele lugar?
– KARINA ESPERA! –
Fui batendo os pés furiosa e abri a porta da sala principal de uma vez. Alan estava sentado com as pernas cruzadas, lendo uma revista e só se deu o trabalho de levantar os olhos.
– O que houve? –
– PEDRO QUASE FOI PRESO AGORA! – apontei pro meu namorado, que fazia um bico daqueles com os braços cruzados e os músculos em evidencia... MUSCULOS, MUSCULOS, MUSCULOS! Corei na hora. Ele percebeu para o que encarava, e deu um sorrisinho.
Alan tossiu, interrompendo o momento “músculos” e perguntou:
– Como assim? –
– Você não vai acreditar Alan... – comecei a desabafar mas Pedro não permitiu que acabasse.
– DEIXA QUE EU MESMO CONTO! O desgraçado do Lírio, lembra do Lírio? –
Alan sacudiu a cabeça em afirmativo.
– AGARROU A KARINA NA BOATE ENQUANTO EU IA PEGAR BEBIDAS! –
– COMO é? – Alan cerrou a boca e jogou a revista no chão, me dando um susto com sua atitude.
– Ainda bem que eu cheguei na hora Alan, ainda bem! Se não, não posso nem imaginar o que teria acontecido. Olha a blusa dela. – Pedro apontou quase chorando de remorso pra minha alsa quebrada. Ele devia estar se sentindo péssimo por ter me levado pra boate, fui burra em culpa-lo...
– ME DIGA QUE VOCE ACABOU COM ESTE MALDITO! – Alan andava de um lado pro outro da sala, indignado sacudindo as mãos.
– Ia mata-lo, mas a Karina não deixou. – Pedro suspirou.
– MAS CLARO QUE NÃO DEIXEI! ELE IA MATAR UMA PESSOA! – me defendi.
– POIS DEVIA TER DEIXADO! –
Por que o amigo de Pedro agia daquela forma? Os dois tinham ficado malucos?
– Agora já era. – dei de ombros.
– EU VOU VOLTAR LA E MATAR ELE! – o homem já saia furioso pela porta.
– ALAN, VOCE NÃO VAI FAZER NADA!- o puxei pelo braço e Alan ficou vermelho com o toque, mas parecia ter se controlado.
– Ouviu bem? Não vai fazer nada. La ta cheio de policial. – falei bem devagar pra ele entender, olhando profundamente nos seus olhos que não desviaram dos meus por nenhum segundo.
– Ok.- suspirou rendido.
Pedro ainda jazia de frente pra porta, com uma cara de enterro, e de culpa. Eu tinha que fazer algo pelo meu namorado também, e já sabia o que era.
– Amor, vamos pro nosso quarto. –
– Conversar.- acrescentei, com vergonha de que Alan achasse que fossemos fazer outras coisas, que realmente faríamos.
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2 semanas depois.
Pov Alan
Eu mordiscava a caneta, olhando sem piscar pra Karina, avulso aos cálculos falsos que deveria fazer. Não entendia como cada dia que passava, ela conseguia ficar mais e mais e mais linda.
Ka estava sofrendo muito ultimamente com dores de cabeça, desconfiei que fossem os olhos já que pessoas de íris claras sofriam com isso e mandei urgentemente chamarem um oftalmologista particular. Ele detectou que ela tinha que usar óculos de descanso ( para quando precisasse forçar demais a visão), e agora, quem sofria era eu tendo que olhar pro paraíso mortalmente sexy, e concentrada, com um óculos no rosto, mordendo a boca... sendo linda.
– O que você tá olhando? –
Todo atrapalhado, pelo seu sorriso de lado e atenção repentina, formulei a resposta mais idiota possível:
– Seu cabelo está horrível hoje, Katrina. – fiz a melhor cara de nojinho e ela sorriu mais ainda, se balançando na cadeira, e com isso seus seios sacudiram na blusa vermelha justa.
– Como estão os cálculos? – meio bobo peguei os papeis e dei pra ela analisar.
Karina fazia algumas caretas, e me aproveitei deste tempinho para continuar a olhando. Será que ela estava usando sutiã?
– Mas são os mesmos cálculos do outro avião, Alan. A gente já sabe que isso aqui tá errado, melhor fazer outro! AI QUE SACOOOOOOO DE VIDA! – Karina tinha ficado louca? Em um momento estava bem, e no outro gritando.
– Eu vou alterar, desculpa... ando meio, hm, desconcentrado. Mas porque essa mudança emocional ein? – precisava ouvir sua voz, precisava mantê-la conversando para ouvir sua voz.
– Tpm, você não vai entender. – Ka me entregou os papeis novamente, e voltou a futucar as pecinhas do avião com a chave de fenda.
E eu, claro, voltei ao meu trabalho de aprecia-la.
– OOOOOOOOOOOOOOOOOI GENTEEEEEEEEEEEE! – Pedro entrou na sala super animado, como sempre. Foi até Karina que se levantou saltitante quando ele chegou, para lhe dar um beijo, e eu desviei a atenção pras folhas.
– Hmmm... gostosa. – escutei-o falar e não me contive. Não merecia aquilo, não merecia aquela tortura.
– Tem como vocês dois não atrapalharem? – fui duro e seco.
– Ué Alan. – Pedro se virou pra mim com um sorrisão, sem soltar a cintura de Ka. É, eu também estaria feliz na situação dele.
– Não tem como não gemer né... –
– PEDRO! – Karina deu um murro nele, envergonhada, e eu adorei.
– Alan tá certo, você atrapalha aqui! Não consigo pensar em nada com esse corpinho delicioso de gogoboy me atrapalhando, hmmm... – Ka disse, voltando a beijar o meu amigo e levantando a perna enquanto o fazia, ARRRRRRRRRRRRRRRR!
– Sim, Pedro. Achei que já estivesse na hora de você ir trabalhar. – dei a indireta e ele se soltou de Ka meio arfante.
– É verdade, só vim me despedir do meu amor. –
– Owwwwn. – revirei os olhos com a cena de romance.
– Tchau Ka, vai trabalhar, vai gostosa. – deu um tapa na bunda de Karina e ela se sentou novamente jogando beijinhos enquanto Pedro saia do local.
– Só acho que vocês deveriam ser menos grudentos, ou eu posso vomitar. –
– Ta com ciúmes do Pedro é? Não se preocupa não, ele vai ser seu melhor amigo pra sempre! Eu nunca vou roubar seu posto. – disse piscando pra mim.
Mal sabia minha Katrina, que não era exatamente dele que eu sentia ciúmes.
Pov Pedro
Após mais uma noitada de trabalho, eu já havia chego tarde da noite em casa. Hoje Karina estava estranha, não me esperava no quarto e sim na sala deitada no sofá, com uma blusa vermelha que a deixava perfeita e um short’s curto.
– O que deu em você? Assistindo filme? – arquei as sobrancelhas e me deitei despojado do seu lado.
– Alan falou que era bom. Sherlock Holmes. – dei um sorriso sincero, aquele era o nosso filme, meu e de Alan, e ele queria compartilhar com Karina.
– E você tá gostando? –
– Anrram! –
Passei meu braço em volta do seu corpo e ela se aninhou mais.
– Sabe, você parece a Irene Adler. –
– Ela é sagaz! Gostei. –
– Não digo por isso. –
– Então por que? – Ka virou o rosto pra cima, curiosa.
– Se acha inteligente, mas é burra igual uma porta. –
Karina rosnou e me deu outro murro forte. Ultimamente ela estava impossível com aqueles murros!
– Ai Karina! -
– Ai o que? Tu me xinga e ainda fica gritando! –
– Você que anda muito esquentadinha com esta tpm dos infernos. Além de não podermos transar faz 5 MALDITOS DIAS! – falei emburrado.
– NÃO COMECE PEDRO! –
– Não entendo porque você não quer tomar remédio pra não ter essa coisa gosmenta saindo das pernas. Além de não precisarmos usar camisinha... –
– Já te falei porque não quero. – Ka me deu uma mordida, e eu voltei no tempo tentando me lembrar porque mesmo ela não queria.
FlashBack ON
– LOGO HOJE? – eu já estava nu na cama, só esperando ela chegar, e levei um susto quando Ka entrou no meu quarto toda comportada de camisola de seda azul até o joelho.
– Pedro, eu não controlo o dia que minha menstruação vem nem o dia que vai embora, apesar de saber que ela chegue dia 1 e vai dia 7. –
– POR QUE NÃO TOMA REMEDIO? – droga, droga, droga, uma semana sem Karina.
– Fala baixo! Eu não tomo remédio, porque bem, olha vou ser sincera, eu tenho medo dessas coisas me deixarem infértil, e meu maior sonho é ter filhos. – ela corou, e eu me senti envergonhado por pressiona-la.
– Desculpa amor. To pirando, deita aqui. – Bati a mão na cama a chamando, e Ka se deitou sorrindo enquanto eu passava o lençol em volta dela.
– Mas bem que... – Karina mexeu os dedos pela minha barriga falando sexy, e senti uma pontada. Ela brincava com fogo, eu estava sem roupa nenhuma e pronto para ataca-la sem sangue, ou com sangue.
– Mas bem que o que? –
– Que eu poderia... – Ka desceu a mão até meu quadril e eu fechei os olhos apertando a boca.
– Poderia??? –
– Fazer um oral, bem, bem gostoso. –
Meu membro enrijeceu completamente quando ela envolveu sua mão nele. Karina era ótima naquilo meu Deus, porque mexia daquela forma comigo?
– Uuuuu, que ótimo que ele já ficou durinho. – ela balançava meu pênis, me fazendo gemer um pouquinho e ficar com cara de pidão.
– Começa logo vai... –
– Exigente. –
Ela já sabia todos os meus pontos fracos, absolutamente todos. Primeiro jogou o cabelo pro lado, e começou a amarrar com uma xuxinha que sempre trazia quando vinha dormir comigo ( exigência minha, o seu pescoço tinha que ficar exposto), depois Karina subiu em mim, passando as mãos pelas minhas pernas.
– Tira tudo, vai. – implorei mexendo na borda da sua camisola.
– Pedro, o absorvente... –
– Arrrrrrrr AAAAAAAAAAA! – Quando comecei a reclamar Karina foi direto com a boca lá, e a reclamação se tornou um grito de tesao.
Ela não tirava os olhos de mim, o que realmente me matava, enquanto sua língua se movia ágil sobre a minha glande. Eu não queria fechar os olhos e perder aquela cena.
Ka resolveu que já estava cansada de lamber por ali, e começou a movimentar a boca, dando chupadas por toda a extensão do meu membro, eu não me controlava nos gemidos quando ela chegou até meus testículos e começou a suga-los devagarzinho.
– Karina... – ela tentou sorrir ainda sugando.
Karina agora estava decidida a me ver sofrer, ela segurava só com um dedinho a ponta grossa do pênis e lambia por baixo como uma criança faria num pirulito.
– POE LOGO ESSA POHA DENTRO DA BOCA! –
Me obedecendo, ela fez exatamente o que pedi, colocou na boca, mas só um pouco, e começou a girar a língua em volta dele. Eu gemia agonizado, completamente agonizado. Não aguentava mais. Com uma mão peguei a cabeça da minha namorada pelo rabo de cavalo, e a pressionei pra baixo. Sentindo metade do membro chegar até a garganta dela, Ka não estava nem ai pra falar a verdade, ela estava gemendo falsamente pra me provocar mais excitação e conseguiu.
Cheguei ao meu clímax, a avisando com os gemidos mais roucos. Não parei de pressionar a cabeça de Karina pra baixo, até a ultima gota de esperma cair dentro da sua boca.
Depois do momento delicioso, sorri da cara que meu amor fazia, completamente corada do esforço que o trabalho exigiu e com as bochechas cheias do meu liquido.
Levei um susto quando ela veio até pertinho de mim, sensual, e cuspiu tudo na minha cara.
– AI SUA PUTA! –
Ka gargalhava sem parar, ainda com esperma pingando da boca. Mas não devia estar mais nojenta do que eu.
– Nunca mais, tente me matar sufocada ouviu? Nunca mais. –
FlashBack Off
– Filhos. –
– Anrram... – respondeu meio desligada, assistindo o filme.
Naquele momento, Alan apareceu sorridente sentando no meio do sofá.
– Qual é Alan? – perguntei emburrado, Karina estava tão quentinha.
– Vamos jantar! Mandei fazer o prato favorito de Katrina! – ele virou e deu um beijinho rápido no rosto dela.
– Ok, vamos. – Ka revirou os olhos.
Desliguei a tv e partimos os três pra sala de jantar. Os pratos já estavam servidos e so nos sentamos. A mesa era gigante e possuía 32 cadeiras que nunca seriam ocupadas, eu e minha namorada sentamos uma cadeira do lado da outra, e Alan sentou no topo, como de costume.
– Gostou Ka? – perguntou ansioso pra ela.
– SE ELA NÃO GOSTOU, EU GOSTEI! HAHAHA OOOO DILIçA! – falei esfomeado pegando o garfo e enfiando na lasanha de frango.
Parei de mastigar com a boca cheia quando olhei pra Karina, ela era completamente louca quando estava de tpm, isso é um fato, mas ter ficado triste de uma hora pra outra? Ka sacudia o garfo e a faca pela comida, sem vontade nenhuma, só olhando pra baixo com a boca tensa. Alan também já devia ter reparado pois tinha ficado nervoso.
O clima na sala ficou tenso de uma hora pra outra, e eu nem sabia explicar o porque, mas com certeza, era pela tristeza de Karina.
– Amor? Você não vai comer? - indaguei preocupado, ela só estava remexendo na lasanha.
– Não to com vontade... –
– Se você quiser eu posso mandar fazer outra co... – Alan tentou agradar.
– NÃO TO COM VONTADE! – ela gritou e logo depois assustou a nós dois começando a chorar compulsivamente, com a mão no rosto pra ninguém ver.
Olhei pra Alan desesperado sem saber como agir, mas ele parecia tão confuso quanto eu.
Levantei da cadeira e me ajoelhei no colo de Karina.
– Ka? Por favor, conta pra gente o que ta acontecendo. –
– Me-e-e-e-u. – ela fungava e não conseguia parar de chorar.
– Karina... respira, e tenta falar de uma vez. –
Seus olhinhos já estavam com as pálpebras inchadas, e meu coração se apertou muito com medo do que poderia ser. Ela fez o que pedi, respirando muito fundo umas 3 vezes, e dizendo rapidinho:
– Meu aniversario é amanha. –
Abri um sorriso enorme pra ela, e Alan correu pra se ajoelhar do outro lado.
– KARINA! A GENTE VAI FAZER UMA FESTA! – ele logo gritou mas ela balançou a cabeça.
– Não quero, esse vai ser o aniversario mais triste da minha vida, sem a Bi, sem o meu pai, sem a Fabi, a academia inteira... –
– Eu, serve? – tentei anima-la no meu melhor estilo putao, e vi um sorrisinho tímido brotar dos seus lábios.
– TIVE UMA IDEIA! – gritei, e Alan se levantou meio assustado.
– Qual?? – Ka perguntou um pouquinho mais animadinha.
– Vamos sair daqui agora, e eu vou comprar o melhoooooooooor presente de aniversario, para a melhor namorada do mundo! – ela corou.
– Pedro você ficou doido? Já está esquecido da ultima vez que vocês saíram, o que foi que aconteceu? – Alan avisou, ele estava certo, mas eu tinha uma ideia.
– Eu não vou largar a Ka de novo, vou estar colado com ela, e também ela não vai ser a Karina. –
– COMO? NÃO TO ENTENDENDO MAIS NADA! – Karina se pronunciou.
– Alan, você se lembra daquela sala de teatro.. –
– SALA DE TEATRO? EU NUNCA VI SALA DE TEATRO AQUI! –
– Karina, fica quieta por favor. Lembra ou não lembra? –
– Estou entendendo aonde quer chegar... Venham. –
Alan começou a andar na frente nos conduzindo pela casa gigante, eu já sabia o caminho, mas Karina irradiava tensão e curiosidade enquanto andávamos pelos corredores de mãos dadas. Até que chegamos na sala de teatro. Não era exatamente uma sala de teatro, era mais uma sala de figurinos. Meu amigo tinha me contado, que a bisavó dele era atriz, portanto a sala era tão especial e nunca foi demolida.
– Saaaaaaaala de teatro... – Alan fez suspense abrindo a porta e Ka quase caiu pra trás deslumbrada, eu sorria da expressão linda da minha namorada.
– MEU DEUS! –
Ela correu pra dentro, tocando nas plumas e mexendo nos cabides de roupas sem parar.
– Acho que ela não precisa trocar de roupa, essa ta normal, nem espalhafatosa e nem simples. –
– Também acho. – Alan confirmou minha ideia.
– Mas talvez o cabelo... –
Ele foi na direção das perucas e puxou uma vermelha, sorrindo. Eu sabia que Alan tinha tara por ruivas, por que ele pegou logo essa?
Fechei a cara perguntando:
– Por que logo a ruiva ein? –
– Ninguém nunca imaginaria a Katrina de cabelo vermelho, seria a melhor pra ela se esconder. – ele deu de ombros.
Eu era tão bobo! Ciúmes do meu amigo? Por favor Pedro, melhore. Sorri arrependido com o ciúmes maluco e concordei:
– Amor, põe essa aqui. –
Karina colocou a peruca meio atrapalhada, fazendo bico, ela estava muito mais feliz agora. Quando terminou de colocar fez questão de desfilar pra gente.
– UAU! – babei sem vergonha de babar, ela era extremamente perfeita ruiva! Mesmo que eu não trocasse seu cabelo loiro por nada.
– Gatíssima. – Alan complementou e eu bati de leve no seu braço sorrindo, ela estava gatíssima MESMO.
– Pra onde a gente vai? – seus olhos azuis brilhavam, ela devia morrer de tédio nessa casa, e a possibilidade de sair deveria ser a melhor coisa do mundo! Eu mesmo, não sei se aguentaria passar tanto tempo numa casa.
– Eu tenho um lugar perfeito. A gente compra seu presente, e de quebra... –
– O QUE, O QUE, O QUE? – se jogou nos meus braços, tocando meu rosto, e eu sorri.
– Tomamos um picolé de Ovomaltine.
Pov Escritora
– PAIZINHOOOOOOOO! POR FAVOR! – Bianca sacudia o pai fazendo birra, pela segunda vez no dia. Ela não aguentava mais o ver acabado pelos cantos, depois do sumiço da irmã que completaria três meses.
Amanha seria o pior dia pra eles, o aniversario de Karina, que todos os anos era comemorado na academia, assim como o de Bianca, e Gael não podia estar mais triste e frustrado como pai e como pessoa.
– Vamos no shopping, comprar um monte de coisa pro senhor ficar bonitão! –
– Bianca não começa...-
– Acha que eu não vi a troca de olhares com minha professora de canto? –
Gael realmente estava interessado em Dandara, até porque sua prioridade agora era esquecer a filha menor e se apegar a outras coisas. Todos os retratos de Karina haviam sido guardados e trancados no armário, seu quarto estava intocado, ninguém ousaria entrar ali, a não ser Bianca que ia vez ou outra matar a saudade.
– Acha que eu não estou bonitão com essas roupas? –
– Acho só que você precisa renovar o guarda- roupa! –
Gael bufou, e nessa hora Bianca já percebeu que o havia convencido a ir, ela sempre conseguia.
O homem desanimado pegou as chaves do carro e a filha veio logo atrás, fingindo estar animada. Bia só queria ver o pai um pouquinho que fosse mais feliz, mesmo estando destruída tanto quanto ele, era a única coisa que havia sobrado pra Gael, e pretendia fazer jus a isso.
Eles chegaram no shopping, e já sabiam exatamente aonde ir: departamento esportivo, ali era onde sempre compravam as blusas e todas as outras roupas dele.
– Estampa verde combina mais com o senhor. –
– AAAAAA BIANCA! Qualquer coisa vai. –
– Pai! Você precisa se concentrar no processo de compras. – Bia deu uma dura e Gael sorriu.
– Vendedora! Ei vendedora! – a mulher atendia um casal que estava de costas, mas Bianca precisava atrapalhar, para que tudo o que se passasse a seguir, pudesse acontecer.
– Será que tem como pegar essa blusa verde na vi... –
Neste momento, a garota ruiva e o garoto moreno se viraram. Karina já estava tensa assim que ouviu a voz da irmã, e entendia que o seu pai também estava ali na sua loja favorita.
Os olhos de Bianca se encheram de lagrimas, assim como os de Karina, assim como os de Gael, os três só sabiam se olhar sem dizer se quer uma palavra, aquele precisava ser um momento intocável, e talvez fosse o momento mais lindo que tiveram na vida.
– Karina? -
Pov Duca
– Vocês vão ficar do lado dele, sempre soube que ficariam, o que veio fazer aqui ainda Duca? – Lirio resmungava com vários pontos no rosto e pescoço, deitado cheio de aparelhos na cama do hospital Celeste-
– Ninguém sabia que foi o Pedro que te fez isto! – menti. Todo mundo já sabia, pela simples descrição da policia, Wallace não quis vir no hospital nem Priscila, argumentaram que se viessem acabariam terminando de matar Lírio. Mas eu simplesmente não podia deixar o homem acabado, sem visita nenhuma.
– Mas Lírio, o Pedro não faria uma barbaridade dessas se você não tivesse feito nada antes... o que foi que você fez ein? –
– EU NÃO FIZ NADA! FOI AQUELA PUTINHA LOIRA DELE QUE ME BEIJOU! –
Karina nunca faria isso, a probabilidade de Lírio a ter agarrado era mil vezes maior.
– EU VOU MATAR ELE DUCA, EU VOU MATAR ELE! – o garoto se alterou tentando levantar da maca.
– Ai cacete. – Lírio caiu duro na cama de novo, não tinha condições de levantar.
– Você não vai matar ninguém, se Pedro e Karina estão aqui e ainda conseguiram fugir do Heideguer, é porque eles tem gente poderosa do lado deles, lembre-se disto. – o adverti.
– Heideguer... – DROGA, MERDA! PRA QUE EU FUI CITAR AQUELE HOMEM?
– Lírio... –
– Espere Duca, espere eu poder sair desta cama.-
– Você vai ver que se eu não matar o Pedro, Heideguer fará isto por mim. – terminou a frase, dando um sorriso sádico, com a boca cortada.
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