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História Yearbook 2004 - Dormindo com o Inimigo


Escrita por: nctnoise

Notas do Autor


FALA GALERINHA QUE ASSISTE O MEU CANAL TUDO BEM COM VOCÊS?
EU SOU O FELIPE NETO E SEJAM BEM VINDOS PARA MAIS UM VÍDEOOOOOooOoOO

entramos numa nova fase nessa bagunça e eh assim que eu digo VOA MLK TMJ. ainda tem alguem lendo isso aqui?

se tiver, BOA LEITURA :DD

Capítulo 4 - Dormindo com o Inimigo


Suh achou que Jung estava brincando sobre o que havia dito, mas seu primeiro choque de realidade foi quando Jay friamente recusou sentar com seus colegas do time no intervalo apenas para sentar-se debaixo da árvore com Johnny e Ten. Ou quando cumpriram mais duas semanas de detenção por serem pegos no caso do alarme de incêndio. Ten com toda a certeza havia desconfiado e sabia que John teria muito o que explicar sobre o porquê de Jay Jung estar com o jeans cheio de grama e um dos fones do MP3 de Johnny em seu ouvido da primeira vez que o viu estirado na grama em seu lugar.

John se sentia no céu e ao mesmo tempo na camada mais profunda do inferno. Era tudo extremamente exagerado (com toda a redundância necessária) quando se tratava de Jay. Por alguns minutos era ter um novo colega com gostos diferentes, mas extremamente interessado em aprender, e cinco minutos depois era o bully quem chutava a sua mochila e saía correndo no corredor.

E aquilo começou a se repetir com mais frequência. John, Jay e Mark voltavam para casa juntos e Mark simplesmente não podia estar mais feliz com seu “melhor amigo mais velho” e seu irmão o tempo todo juntos agora. Até seus pais haviam notado, nas noites de vinho e pôquer, como Jaehyunnie e Baby John estavam se dando bem, conversando sobre as aulas, sobre a nova do Coldplay ou como John queria mechas coloridas em seu cabelo e Jay rapidamente argumentava dizendo que o mais alto terminaria como uma Avril Lavigne asiática. Parecia que todos estavam felizes e de coração leve agora que ambos começaram a passar mais tempo juntos.

Porém, John estava exausto. Com seus próprios pensamentos: como era doloroso ver o rosto sem ter ao menos poros visíveis, e suas covinhas, suas juntas cor de rosa, como suas bochechas ficavam vermelhas após uma corrida no bairro (Jay havia convencido Johnny a correr no bairro todos os sábados, John corria com Boss pela desculpa de que não poderia ir muito rápido por conta do labrador) e seu peito se movia na regata preta justa que gostava de usar. Era estranho se sentir extremamente confortável e desconfortável ao mesmo tempo em volta de Jaehyun. Johnny respirava pesado, às vezes não conseguia dormir durante a noite. Como o seu pensamento gravitava o outro garoto a cada minuto, era o seu maior cansaço.

— John, — Johnny havia acordado de seu transe ao ouvir a agradável, grave, porém adolescente voz de Jaehyun o chamar. John já podia notar como Jaehyun do bairro era muito mais suave e amigável que Jay do colégio. Era mais uma coisa que poderia anotar na página de seu livro de poesias sobre Jaehyun Jung — acorda. — sua voz parecia mais e mais perto, se aproximando lentamente — Eu não acredito que você dormiu aí.

— Eu exausto, Jay. — John reuniu suas últimas forças para se sentar no banco — Três quilômetros, você acha que a gente está correndo a maratona de Chicago?

A gargalhada de Jay fez valer a pena todo o cansaço. Levantou seus olhos, e o mais alto pode ver Jung, em toda a sua glória, sob o sol, olhos em meia lua brilhantes, suor nas têmporas, mãos na cintura, um pouco ofegante depois de dar duas voltas a mais no parque do bairro enquanto John havia ficado descansando no banco. Era mais um sábado de manhã onde saíam para correr, porém dessa vez sem o labrador de Jaehyun, o que queria dizer que Johnny teria que o acompanhar. Pelo menos foi o que aconteceu nas três primeiras voltas (sua estamina não era tão ruim assim, no final das contas), antes de Jay tomar uma distância um pouco considerável e depois John se jogar no banco mais próximo.

Estava entrando em pânico. Era finalmente a hora de admitir que Jaehyun era o garoto mais bonito que já havia visto. Deixou escapar um pequeno sorriso, e quando o outro lhe devolveu um largo sorriso, seu estômago fez algo que não deveria. Não como da vez que vomitou nos sapatos de Jay, mas como se estivesse na descida repentina em uma montanha russa, ou como se estivesse viajando em alta velocidade na estrada a caminho da casa de seus parentes em Idaho. Não sabia o que aquilo queria dizer, mas gostava do que estava acontecendo.

— Não foi você quem fez teste para o time de basquete? — riu.

— Isso está mais o que o time de basquete do exército faria. — Jay estendeu sua mão, sorrindo.

Era isto.

Johnny congelou. Seus olhos grandes provavelmente se arregalaram. Suas mãos automaticamente suaram. Seu corpo relaxou todos os músculos em um instante. Sua cabeça girou.

Mais um dia onde estar com Jaehyun era exaustivo.

John encontrou as mãos do mais baixo e levantou-se. Jay havia feito muita força ao puxá-lo, levando o mais alto dar alguns passos para frente para se equilibrar. Estavam perto demais agora, Jung olhando para os olhos castanhos de Suh com uma visível expressão de felicidade. John sentiu uma torrente de sentimentos quentes, quase queimando, em seu peito: Jaehyun se divertia quando estava com ele.

E agora sua cabeça estava doendo. Eram muitos sentimentos quando se tratava de Jay Jung.

John andava a passos lentos ao lado de Jay fazendo o mesmo caminho de sempre para o fast food mais próximo: não fazia o menor sentido após uma corrida, mas Jay adorava tomar o café da manhã fora de casa aos sábados. John havia apenas entrado em sua onda, assim como Jay agora gostava de se reunir para jogar videogames e comer todo o Hot Cheetos que seu estômago poderia aguentar sem uma úlcera. Ou se reunir apenas para ouvir todas as mesmas músicas do álbum do Good Charlotte toda semana até que o novo álbum fosse lançado.

— Por que você fica nervoso toda a vez que a gente vem aqui? — Jay disse em um tom entediado, como se estivesse cansado de ver a expressão atenta de John todas as vezes que sentavam na penúltima mesa perto dos banheiros no Wendy’s.

— Eu pareço nervoso? — John finalmente tirou o hamburguer que estava devorando como um animal de sua boca para responder a pergunta de Jay. Claro que estava nervoso, porém não saberia como explicar que aquela era a mesa dos casais. Toda a sua vida, a mesa mais isolada era conhecida como a mesa dos casais. E todas as vezes se sentava lá com Jaehyun.

— Você fica esquisito... — o mais novo tomou um gole de chá. O mesmo que havia dito que era horrível, um mês e meio atrás — É sobre a Emma? Eu não falo com ela desde a festa do Vernon, e ela está de folga? Não vi ela hoje.

— Por que? — John mastigou. As pontas dos seus dedos gelavam enquanto tomava a coragem para continuar — Vocês não estavam saindo ou alguma coisa do tipo?

— Não? — o mais baixo riu — Ela é muito grudenta. E também, não acho que eu vá sair com garotas... — John percebeu o mais novo cortar sua própria fala — Você sabe, Suh. O campeonato juvenil chegando, provas. Sem tempo para responder vinte mensagens por dia.

— Você responde as minhas. — Jay parou seu copo antes de leva-lo à boca por alguns instantes, antes de levantar seus olhos para o mais alto.

— Você é diferente, perdedor. — levantou uma sobrancelha.

John riu. Fogos de artifício explodiram por todo o seu coração. As cores da explosão atingindo seu cérebro. Ou a fumaça tóxica.

Conversaram mais um pouco sobre tudo. Como eram as preparações para o campeonato e como todo o seu fim de semana era comprometido e provavelmente não sobraria mais tempo para correrem de manhã, o que fez John soltar o maior suspiro de alívio de toda sua vida.

Após uma manhã de corridas, hambúrgueres e videogames com Mark antes do almoço, Jay havia gasto todo o fim de semana na casa dos Suh. Sua mãe não se importava com a quantidade de visitas agora, e Mark adorava ter finalmente alguém com habilidades suficientes para desafiá-lo no Mortal Kombat. Aquilo estava se tornando cada vez mais e mais comum, e John ao menos podia se lembrar quando havia se tornado tão normal e intrínseco em sua vida, mas há quase dois meses haviam decidido que seriam amigáveis um com o outro e Jay havia se tornado rapidamente seu melhor amigo.

Jay agora aparecia aos domingos também, após a missa. Jaehyun não era especificamente religioso, mas seus pais sim, e como o bom filho que era, os acompanhava na igreja todos os domingos. Jung jogava uma partida com Mark, o ouvia falar de como Harvey havia colado dele na prova e ambos haviam tirado um C, e depois ajudava Senhora Suh na cozinha. Era tudo doméstico demais para John, ver as costas largas de Jaehyun em sua cozinha cortando os legumes para sua mãe após a missa que ele ao menos havia ido.

Se perguntava se era assim que se sentia quando se tinha um namorado.

Mas a pior ideia que poderia se passar em sua cabeça era achar que Jay poderia ser seu namorado. Na verdade, a ideia de que poderia ter um namorado e fazer coisas como ir à igreja ou tê-lo por perto de sua família. Apenas engoliu com dificuldade o pensamento enquanto fazia piadas sobre o avental rosa com o bordado “Best Mommy” que Jaehyun usava.

Jaehyun-ah, está tudo bem. Pode ir com os garotos. — John ficava maravilhado quando sua mãe se comunicava com Jaehyun. John e Mark haviam sido criados em inglês, e todas as vezes que sua família falava em outro idioma, era fascinante. Como se fizessem parte de um clube secreto onde Mark e Johnny não haviam sido convidados.

Youngho parece estar se divertindo bastante me vendo ajudar na cozinha agora. Vou deixar ele rir mais um pouco. — John não havia entendido praticamente uma palavra além de seu nome coreano do que o outro havia dito, mas parecia maravilhado com tudo o que havia saído de seus lábios. Johnny sabia uma frase ou duas e poderia sobreviver nas ruas de Seul, mas aquele era o idioma de Jay: suas primeiras palavras eram naquela língua que mal sabia como se comunicar com seus avós por telefone.

Jay, além de tudo, era fascinante aos olhos de John.

Mark fazia questão de sentar-se ao lado de Jaehyun na hora do almoço e incomoda-lo com tudo e dizer como ele queria entrar para o time de baseball na próxima primavera e exibir todas as suas habilidades como rebatedor. Johnny achava fofo e as vezes queria que seu irmão mais novo gostasse tanto assim dele também. Era um certo tipo de inveja que não lhe incomodava, as vozes na sua cabeça diziam que era porque talvez estivesse apaixonado e entendesse o porquê de Mark gostar tanto de Jay. Talvez fosse algo de família.

Talvez por Jaehyun ser filho único, tudo o que dizia respeito a Mark era como se ele quem fosse o irmão biológico do pequeno, não Johnny. Todos adoravam como os dois se davam bem e o coração de John derretia e se solidificava novamente toda vez que Jay sorria quando Mark lhe dizia alguma bobagem que ninguém prestava atenção. Era tudo tão doméstico, almoços cheios de kimchi feitos pelo próprio coreano e sorrisos, como o paraíso.

Se o inferno não fosse os próprios pensamentos de John. Sorrir para Jaehyun era involuntário, do mesmo modo que odiar a ideia de que jamais poderia segurar em suas mãos e talvez acariciar suas juntas tom de pêssego, ou afagar seus cabelos castanhos sem pressa. “Eca”, era seu pensamento seguinte: Jaehyun estava o deixando cheio de ideias que não condiziam com a sua realidade.

Sobreviveu pelo resto do dia lidando com suas ideias absurdas sobre Jay até seus pais o convidarem para jantar também. John já estava prestes a simpaticamente “se oferecer” para levá-lo para casa até que até o tempo deu as costas para o seu desespero: Johnny definitivamente odiava as fortes chuvas geladas de outono que faziam o tempo ficar ainda mais frio enquanto caminhavam para o fim do ano. Agora simplesmente não poderia mandar Jaehyun para casa e finalmente ter algum sossego de todas as ideias sobre beijar Jaehyun no quintal, na cozinha, na sala, no banheiro... Em todos os locais possíveis.

E a vontade aumentava exponencialmente ao vê-lo sair de seu banheiro, roupas com alguns pontos molhados por não se secar por completo, cabelos molhados e, para seu golpe de misericórdia, as roupas de John, largas e gastas. Sua camiseta velha da turnê do Green Day que ao menos se lembrava há quanto tempo havia sido deixava a pele de Jaehyun ainda mais bonita.

John também sentia todos os seus hormônios ferverem exponencialmente.

— O jornal falou que é um alerta de tempestade, grande merda... — rapidamente virou-se de costas para o mais novo e anunciou as notícias, tentando não também anunciar que estava o olhando desde que havia passado pela porta — E tava fazendo sol hoje cedo.

— Tomara que eles interditem a estrada. — John virou-se, o olhando; um sorriso se formou no rosto de Jay, suas covinhas proeminentes — Aí vão cancelar as aulas amanhã.

John sorriu. Definitivamente ir para a escola no dia seguinte no meio da tempestade não parecia uma boa ideia. Poderia dormir até mais tarde com Jaehyun. Jaehyun Jung. Dormindo ao seu lado. No chão, mas já era alguma coisa.

Jaehyun vestiu as grandes pantufas de John que estavam jogadas no armário há anos e John apenas olhava para sua página do Myspace enquanto fingia que não estava prestando toda a atenção do mundo no outro garoto.

Senhora S. rapidamente apareceu para se desculpar pela terceira vez sobre Jaehyun não poder usar o quarto de hóspedes que estava sendo atualmente usado como escritório desde que Senhor S. havia começado a levar trabalho para casa. Jay sorriu com o seu sorriso mais doce dizendo que estava tudo bem, que o que importava era ter algum lugar para ficar e que assim poderia dormir tarde conversando com John. John que franziu suas sobrancelhas até se tornarem um risco e não se virou em momento algum para ninguém perceber seu rosto se tornando cada vez mais vermelho.

Podia sentir os olhares de sua mãe em suas costas, não precisava ao menos se virar para saber sua reação. Talvez sua mãe sabia. Ou suspeitava. Não importava mais naquele ponto: se ela soubesse, talvez estivesse se divertindo com tudo isso. Se não soubesse, John ganharia mais tempo pensando em como se assumir para sua família um dia. Tudo o que precisava assumir agora era o controle da situação e fingir que estava tudo bem enquanto distraía Jung.

— Estar preso numa ilha ou em uma montanha? — Depois do horário de Mark ir para cama, os dois adolescentes jogaram várias partidas de Counter Strike enquanto rapidamente conversavam sobre assuntos aleatórios. Era a vez de Jaehyun perguntar.

Conversar com Jaehyun era tão simples ultimamente que tudo o que queria saber era apenas o que tinha dentro do cérebro dele. John não conseguia mais fingir ou se importar em fingir que gostaria de saber cada pequeno detalhe opinião e pensamento de Jay, até mesmo os ruins, ou os que não concordava. Apenas queria saber. Tudo o que havia para saber. 

— Ilha? — John pensou enquanto freneticamente clicava em seu mouse — Não tem muitas coisas na montanha pra sobreviver por muito tempo.

— Eu prefiro a montanha. — Jay suspirou — A maré deve ser assustadora de noite.

— Mas você pode achar comida. Na montanha, você vai ter que comer as unhas dos pés até conseguir achar um jeito de voltar.

Jaehyun riu.

— Tem razão. — o silêncio era preenchido com os barulhos do teclado.

Halloween ou Natal? 

— Ação de graças? — John levantou uma sobrancelha pela resposta do outro — Natal é muito superestimado, Halloween é só uma data para adolescentes ganharem passe livre para fazer o que eles quiserem, fantasiados de alguma coisa.

— Então você odeia Halloween?

— Não. Eu só nunca achei um motivo para gostar.

Halloween é divertido, sabe? — os cliques e o teclado rapidamente, John estava fugindo do inimigo — Sempre tem alguma festa divertida.

— Mal vejo a hora de ir com você, então.

John perdeu a partida menos de quatro segundos depois. Talvez Jaehyun não tenha percebido. Nem quando suas mãos pálidas tocaram nas suas enquanto iam em direção ao mouse para reiniciar a partida.

 

ten10: como estao sendo as melhores 24h da sua vida (23:55)

sr. e sr. jung: cala a boca (23:56)

sr. e sr. jung: otimas (23:56)

sr. e sr. jung: vamos no baile de halloween esse ano (23:58)

ten10: vc odeia halloween john (00:00)

sr. e sr. jung: eu n vo c vc (00:01)

ten10: ouch (0:03)

ten10: bom namoro p vcs (00:04)

sr. e sr. jung: obg xD (00:05)

ten10: vc nem consegue mais negar que ta apx por aql bosta (00:07)

Apagar mensagem? (Sim)

 

Levantou seus olhos e a primeira coisa que viu foi a grande expressão de frustração e a tela do menu. Jaehyun havia morrido tão rápido que havia literalmente trocado algumas mensagens com Ten e o mais novo havia perdido duas vezes. John sorriu vendo o mais baixo se levantar e olhá-lo, e começar uma longa sessão de reclamações sobre o jogo por pelo menos dez minutos.

Como não havia muito para se fazer em um domingo de tempestade, já estava na hora de dormir. John não fazia ideia se iria traumatizar Jay para sempre com seu ronco ou algum barulho estranho durante a noite. Havia estendido o colchão do quarto de hóspedes no chão e com toda a certeza o faria dormir lá — poderia estar supostamente apaixonado, mas nenhuma visita o faria dormir no chão.

Quando recobrou a consciência, Jay havia apagado as luzes e rapidamente entrado debaixo das cobertas. E tudo agora era silêncio. John estava timidamente embaixo de suas cobertas, apenas metade do seu rosto para fora, congelado. Não sabia o que fazer: puxar um assunto rápido, apenas dormir, dizer “boa noite”. Não fazia ideia.

Puxar assunto depois de dizer que estava na hora de dormir? Dizer boa noite parecia íntimo demais? O que iria fazer? Estava nervoso demais para dormir. Iria mandar uma mensagem para Ten, talvez ele soubesse o que fazer.

Quando estava prestes a esticar seu braço e pegar seu celular na mesa de cabeceira, Jaehyun quebrou o silêncio. John não sabia se suspirava de alívio ou prendia a respiração. Nunca havia se sentido tão perdido e nervoso em toda a sua vida. Nem mesmo quando havia esquecido suas falas na peça do sétimo ano.

— Eu briguei com meus pais. — John ficou em silêncio olhando para o teto por alguns instantes. Então era esse o motivo de Jaehyun passar quase dois dias em sua casa. Jay nunca havia brigado com seus pais. Queria entender como aquilo havia acontecido, mas para o mais novo só lhe contar agora, talvez não iria dizer. Não custava tentar.

— O que... Aconteceu? Se você quiser falar.

Os cobertores preencheram o silêncio. Jaehyun não disse uma palavra. Johnny já sentia seus olhos pesarem, sua cabeça ficar leve e deixar o assunto em paz. Nem sabia como havia quase pego no sono tão rápido.

— Eles querem que eu saia do time. De novo vieram com a conversa de que eu deveria parar de sonhar e fazer economia.

John ficou em silêncio.

— E o que você fez? — se virou na direção do mais baixo. Jaehyun podia ver os cabelos negros escorrerem pelo colchão e o rosto de John o olhando de cima, parcialmente coberto pela cama. Ambos se olharam na luz baixa por algum tempo, apenas as luzes de fora iluminando.

— Gritei com eles? — soltou uma meia risada — Disse que eles não podiam mandar na minha vida daquele jeito, mesmo querendo o meu melhor. Eu quero ficar no time, não quero... Ser um engravatado em horário comercial pelo resto da vida.

John riu.

— Você tava certo. Eles não podem escolher sua vida por você.

Mais silêncio preencheu o quarto. Ambos podiam ouvir a respiração um do outro.

— Mas eu ainda tenho medo de fracassar com o que eu escolher.

— Ninguém nunca vai te achar bom o suficiente, Jung. É assim que a vida funciona. É você quem tem que estar satisfeito com as coisas que você escolhe.

Jay sentou-se, encostando o queixo na cama do mais alto. Se olharam um tempo. Perto demais, era tudo o que John pensava. Os olhos brilhantes cheios de cílios que John mal podia ver, mas conseguia contar mentalmente todos os fios, em sua direção.

— Verdade. — sorriu largo — Nada mau, Suh.

— Quer um abraço depois da terapia? — riu, se virando na cama e abrindo os braços.

Os olhos de Jaehyun literalmente brilharam no escuro. As duas novas pedras preciosas favoritas de Johnny.

— Sabe, John. Você é a única pessoa que consegue me entender de verdade ultimamente. Todo mundo que eu converso sobre isso não ajuda em nada.

— Isso é ainda mais clichê vindo de você. — Jaehyun riu ao ver o mais alto dando espaço em sua cama e batendo sua mão delicadamente no espaço vazio, o chamando. Bagunçou seus cabelos castanhos antes de se emaranhar embaixo das cobertas de Johnny. Seu coração saiu pela boca: era apenas uma brincadeira, não era para o mais novo ter realmente ido. Todos os sentidos de John estavam em alerta.

— Estou passando tempo demais com os emos. — John franziu as suas sobrancelhas e em um último grito de coragem, passou seus braços em volta de Jay.

Contou mentalmente até quatro para o mais novo não descobrir seu coração acelerado e manter a piada, mas, quando estava prestes a soltá-lo, Jaehyun não se moveu. Nada. Um músculo sequer. E então Johnny permaneceu imóvel também. Não saberia como explicar aquilo: Johnny não dormiria abraçado nem com Mark, mas seus braços, o calor de Jaehyun e o seu cheiro barato se misturando com o seu faziam Johnny se sentir em casa. Nunca havia dormido tão pacificamente.

E também não saberia como explicar se alguém abrisse a porta e pegassem dois amigos dormindo abraçados, assim, sem compromisso.

 

John acordou com seu braço dormente, mas a primeira coisa que viu era um emaranhado de cabelos castanhos ao seu lado. “Então é assim...” foi tudo o que sua mente conseguiu formular ao pensar sobre acordar ao lado de Jaehyun todos os dias; a ideia não lhe parecia ruim.

Não se moveu. Suas mãos apenas ficaram no ar prestes a tocar no cabelo macio e castanho do mais baixo. Definitivamente não iria. Seus braços caíram novamente no travesseiro, e John voltou a dormir novamente, apenas para abraçá-lo um pouco mais. Fechou seus olhos e respirou fundo. E no mesmo instante, Jaehyun abriu os seus. E eles permaneceram abertos o tempo todo.

Já não podia mais fingir que estava dormindo quando seu relógio apontava às onze. Para sua surpresa, Jay com seus olhos brilhantes estavam bem abertos e suas bochechas cor de pêssego vibrantes, o encarando. John quase deu um pulo, recebendo apenas uma risada fraca de Jung em resposta.

— É assim que os bros dormem? — Johnny fingiu que não havia até caído no sono duas vezes apenas para segurar Jaehyun em seus braços por mais algum tempo: não saberia como explicar sem dizer que era um idiota gay e apaixonado e talvez isso espantasse seu amigo para longe.

— Bom dia para você também, “bro”. — “Ah não”, Johnny pensou rapidamente, a voz de Jaehyun era rouca e falha de manhã.

— “Bro”... — reforçou, rindo da expressão; estava esperando o mais baixo se mover, o que não aconteceu. Apenas Jay, tão perto, sem se mover.

— Você quem começou, dude. — John segurou sua respiração ao sentir a mão do mais baixo bagunçando os seus cabelos, sorrindo, antes de se levantar.

Pegou seu celular tão rápido que tinha certeza que havia feito um barulho um pouco perceptível. Mas Jaehyun não olhou para trás enquanto caminhava até o banheiro.

 

sr. e sr. jung: ten vc n faz ideia do q aconteceu (11:09)

sr. e sr. jung: eh 1 pouco gay dormir abracado com seu,, bro? (11:09)

 


Notas Finais


C4RALHOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO AS COISAS ESCALAM MUITO RÁPIDO NA TERRA DO YB2K4

VO LANSAR agr as coisas ficam mais dramáticas nesse arco do anime família,,,,,,, preparados para a dose de drama e a minha falta de escrita emocional??? espero q sim

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