Minha mente vagava, procurava onde se esconder em meio ao caos que minha vida estava, e eu , como amante da minha sanidade mental dava essa folga a mesma.
Drogas
Drogas me faziam relaxar, me sentir bem, faziam minha mente pensar que os problemas haviam tido um fim.
Uma grande mentira!
Odiava o fato que, sóbrio, eu não conseguiria dar um passo para fora do buraco em que eu me encontrava, odiava também saber que, só sóbrio eu conseguiria fazer algo por mim...
Era uma droga ser um grande covarde.
Queria dar um fim ao relacionamento no qual me encontrava, mas, sabia que não seria só eu a sair machucado. Eu odeio que pessoas sofram por minha culpa, e seria isso a acontecer se eu desse o tão sonhado (para mim), fim a esse relacionamento com jessie.
Jessie era com certeza a mulher mais amigável e compreensiva do mundo, e eu, um otario que só pensa em mim!
Péssima combinação.
A cada gole de qualquer bebida que pedi ao garçon do bar no qual me encontrava, sentia o líquido descer âmargo e queimante por minha garganta.
- olá gatinho, quantos anos você tem?
Eu mal conseguia enchergar um palmo a minha frente, minha mente totalmente nublada assim como minha visão tentava focar na voz feminina que se direcionava a mim.
- 27
Respondi por impulso, eu mal sabia oq estava falando.
Cherei pela milésima vez mais uma carreira de pó, logo em seguida tomando mais um gole da minha bebida.
Minha boca estava dormente, assim como gradativamente ficavam meus membros.
- você precisa parar um pouco, não acha?
A mulher falou em meu ouvido, sorri tentando focar minha vista, assim percebendo ser uma loira peituda, provavelmente uma das vadias do próprio bar.
- eu sei do meu limite
Falei um pouco embolado, a dormência em meu corpo aumentava cada vez mais, assim como um calor que nunca senti na vida.
- quer ajuda?
A mulher perguntou colocando mais do pó que antes estava; em um saquinho transparente em umas das minhas mãos, em cima da mesa.
Ela cheirou
Eu cheirei
Ela novamente
Eu novamente
E assim repetidas vezes até que senti algo voltar por minha garganta. Por reflexo, joguei minha cabeça para o lado assim vomitando talvez até minha alma.
Meu coração batia apressado, sentia o suor escorrer por meu rosto mesmo sentindo um frio enorme.
- você tá pegando fogo
A mulher falou tocando minha testa.
- não me sinto muito bem
Falei tentando levantar do banco do qual me encontrava, meus pés pareciam flutuar ao encontrarem o chão, eu sabia oque estava prestes a acontecer, porém, me forçava a me manter acordado.
- eu acho que irei chamar uma Ambulância
Eu não enchergava mais Nada, minhas pernas fraquejaram, sentir meu corpo bater contra o chão.
Eu não sentia dor
Não sentia nada!
Ao consegui abrir os olhos, vi que me debatia, e eu ao menos sentia meu corpo fazer aquele movimento.
- o que ele tem?
- chamem a Ambulância, rápido
- com certeza, overdose
Várias pessoas falavam, eu implorava a minha mente para apagar, mas parecia mais acordado que nunca.
Meus dentes rangiam
Meu corpo parava de se debater
Minha mente finalmente se perdia em meio a escuridão
Eu não ouvia mais nada além de uma voz alta e linda que dizia.
SAIAM DE PERTO, ELE PRECISA DE AR.
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