No dia seguinte, amanheceu ensolarado. Eu tinha acordado bem animada, pois minha mãe ia me levar até ao shopping. Tomei meu café da manhã bem rápido e troquei de roupa bem ligeiro.
Quando minha mãe entrou no carro, eu tinha entrado também, mas fui no banco da frente.
" Você parece estar mais animada do que eu, minha filha. E olha que amo comprar roupas. "
Comentou minha mamãe, rindo de mim.
Eu apenas olhei pra ela, com sorriso enorme na cara. Quando minha mãe ligou o carro, fiquei mais feliz ainda. Não parava de pular no banco. Alguns minutos depois, nós finalmente tinhamos chegado até ao shopping. Ela deixou o carro no estacionamento e entramos no shopping.
Fizemos muitas compras, não sei quem tinha mais coisas, eu com os meus brinquedos, ou a minha mãe com suas roupas e bolsas novas.
Ela tinha deixado sacolas de compras dentro do carro, depois voltou para uma loja de roupa. Mas ela saiu bem depressa de lá.
Eu estava sentada num banco, tomando sorvete, vi minha mãe andando até mim e disse.
" Sophie, vou no banheiro e já volto! Não saia daí! "
Fiz sinal de ok pra ela. Minha mãe foi correndo até ao banheiro.
Enquanto eu estava tomando sorvete, eu tinha visto algo muito estranho. Um ser azul, saindo do banheiro masculino. Ele só tinha um chifre e algumas cicatrizes no seu corpo e no seu rosto.
Eu fiquei chocada e ao mesmo tempo preocupada com o ser. Eu me levantei do banco e fui atrás dele. O que chamou minha atenção também, foi o livro que estava na sua mão. Era bonito a capa.
De repente o sujeito parou de andar e olhou pra mim.
" Ah... Oi moço. Tudo bem? "
Perguntei com voz trêmula.
Eu fiquei tremendo mas de nervosa.
" Quem é você e por que tá me seguindo? "
O ser retrucou com outras perguntas.
Ele parecia ser tão durão, dava até medo.
" Meu nome é Sophie... Eu tava te seguindo pra ver se você estava bem. Você tá cheio de cicatrizes. Sofreu acidente no banheiro? "
Perguntei, tentando ser gentil.
" Você tá de brincadeira? Quem iria sofrer acidente num banheiro? E essas cicatrizes que você tá vendo... Ganhei eles numa batalha! "
Respondeu o sujeito, quase gritando comigo.
" Ah... Quem sofre acidente no banheiro são os bêbados e... Espera! Você é um lutador de sumô ou de MMA? "
Perguntei toda empolgada.
" Ah? O que é MMA? Como assim, sumô? Tá me chamando de gordo por acaso? "
Questionou o ser azul.
Deu pra ver que ele estava ficando cada vez mais furioso comigo. Eu fiquei quieta, pensando no que dizer a ele, mas o sujeito não queria mais falar comigo.
" Tsc! Sai de perto de mim. Não preciso de alguém que se preocupe comigo. Eu sei me virar. "
Disse o ser ao dar a costas pra mim.
Voltei para o banco e fiquei sentada lá, bem chateada. Eu só estava preocupada com aquele sujeito. Mas ele passou mais nervoso comigo.
Quando minha mãe saiu da loja de roupa, ela tinha decidido voltar pra casa. Fomos até ao estacionamento, sentei no banco da frente e tentei enxugar as minhas lágrimas. Não queria que minha mãe visse que eu estava chorando. Ela tinha ido pagar o estacionamento e depois entrou no carro.
Saímos do estacionamento e fomos direto pra casa. Chegando lá, abri a porta mala e fiquei guardando as compras, mas tinha notado que minha mãe estava falando com alguém no seu celular. Não demorou muito, ela foi até ao seu quarto e chamou o meu pai.
Quando eles desceram da escada, vi que eles estavam vestidos pra sair.
" Onde vocês vão? Vão pra uma festa? Posso ir também? "
Meus pais trocaram os olhares, estavam preocupados com alguma coisa.
" Sophie, nós não vamos pra festa. Vamos para hospital, porque o seu tio está doente. E você não pode ir. Mas não se preocupe, o novo sistema de segurança desta casa, vai te proteger de tudo! "
Explicou meu pai, fazendo cafuné na minha cabeça.
Eu fiquei tão revoltada com aquilo tudo, mas fiquei quieta. Eu tinha visto, onde estava o painel de controle, onde controlava o sistema de segurança.
Meus pais me deram beijo e disseram pra mim não esperar por eles, pois eles podiam voltar bem tarde. O pior de tudo é que era de dia ainda. Eu fiquei em casa sozinha. Fui pra sala e sentei no sofá.
Como os aparelhos ligavam através do reconhecimento de sua voz, eu apenas falei " ligar a TV. " e a televisão ligou.
Fiquei vendo desenhos para crianças, eu estava morrendo de tédio. De repente o alarme da casa ficou apitando e dizendo que um intruso estava se aproximando.
Fiquei desesperada naquela hora, não sabia o que fazer. Não confiava no sistema de segurança da minha casa. Fui até a janela e fiquei olhando na rua, se tinha algum estranho querendo invadir a minha casa.
Abri um pouquinho a cortina e vi uma coisa muito estranha. Um ser verde e feio. Parecia um ogro. Eu me segurei pra não gritar de medo. Mas pelo meu azar, aquela coisa olhou pra mim e conseguiu pular o muro da minha casa.
Nem tentei chegar até ao telefone, pois pensei que eu ia morrer naquele momento. Mas o que me assustou foi ver a força daquele monstro. Ele conseguiu arrancar a porta da minha casa e entrou na sala.
" Cadê? Eu sei que tem um Mamodo por aqui! "
Disse a criatura bizarra, me olhando feio.
Eu joguei um vaso de planta na cara do ogro e saí correndo pra fora de casa. Fui até a rua e vi um adolescente segurando um livro verde. Achei estranho, pois o livro estava brilhando.
O rapaz falou umas palavras estranhas, parecendo que estava conjurando alguma magia, até que senti uma dor insuportável na minha costas.
O ogro estava atrás de mim. Ele tinha acertado pedras em mim. Como ele tinha feito aquilo? Será que ele era de outro mundo? Será que o rapaz era um bruxo e o ogro era um ajudante dele? Eu não conseguia entender nada.
Até que o adolescente se agachou para bem perto de mim e questionou com sorriso enorme na cara.
" Acho que deu pra ver que não adianta fugir. Somos bem mais fortes e inteligentes do que você. Então, fala logo de uma vez, onde tá o Mamodo! "
Sabe quando você olha pra cara de uma pessoa e você entende tudo errado o que o sujeito disse pra você? Pois é, eu fiquei pensando no porque ele queria mamadeira.
" Ouça moço, não tenho mamadeira. Já sou grandinha pra isso e você também... Acho. "
Respondi um pouco confusa.
O rapaz não gostou de ouvir a minha resposta, ele me pegou pelo rosto e disse com raiva.
" Eu disse... Onde tá o seu Mamodo? O seu demônio que veio de outro mundo, sua pirralha burra! "
Eu realmente não sabia do que ele estava falando. Mas eu tinha noção de que eu ia morrer se eu não falasse alguma coisa naquela hora. Até que o ogro chamou atenção do adolescente.
O rapaz soltou o meu rosto e se levantou.
" Olha lá! Um Mamodo ali! "
Gritou a criatura, apontando em direção a um poste.
Olhei pra frente, vi uma criatura que estava debaixo do poste. Não demorou muito, eu tinha reconhecido que era o sujeito que tinha visto no shopping e ele também estava com o seu livro em suas mãos.
" Ah, Bari! Que pena que você ainda não achou um ajudante pra ler os seus feitiços! Mas tudo bem, assim fica mais fácil de mim eliminar você! "
Disse o ogro, rindo do sujeito.
" Quem disse que preciso do meu poder pra te derrotar? Não seja patético, você é pior do que um lixo! "
Retrucou a criatura azul.
O ogro não tinha gostado nada da sua resposta e foi atacar ele. Pensei que o sujeito ia tomar um soco, mas tinha me enganado. Ele pegou o punho do ogro na hora exata e deu uma joelhada na sua barriga.
Mas ele se descuidou um pouco, pois o ogro conseguiu tomar dele o seu livro.
" Hahaha! Quem é mais esperto, Bari? Eu ou a cabeça de formiga? "
Questionou o ogro, se divertindo com a cara da criatura azul.
O rapaz tirou o isqueiro do seu bolso e disse rindo.
" Vamos queimar esse livro! Vamos vencer essa luta! "
Eu vi que o sujeito azul estava ficando mais furioso, então, eu tinha decidido ajudar ele. Tinha algumas pedras no chão. Peguei uma pedra um pouco grossa e pontuda e joguei na nuca do ogro.
Ele tomou susto e soltou o livro. Corri o mais rápido que pude, passei por debaixo da perna do rapaz e consegui pegar o livro.
Quando peguei o livro, eu notei que ele estava brilhando. Abri o livro e as letras estranhas estavam brilhando também.
" O que...? Por que o meu livro tá brilhando tanto pra você? "
Perguntou a criatura azul.
Olhei para o ogro e falei o que estava escrito no livro.
" Zonis!"
De repente o sujeito azul disparou um poderoso feixe azul de energia através do seu chifre. Ele ainda atingiu o ogro com tudo e o rapaz também.
Quando olhei para o chão, vi que o livro deles estava pegando fogo. Olhei para o ogro e tinha notado que ele estava desaparecendo.
" Como eu disse antes... Você é pior que um lixo. "
Comentou o sujeito azul ao se afastar dos dois.
O rapaz ficou com medo da criatura azul e saiu correndo em desespero.
" Como você fez isso? O que você é afinal de contas? "
Perguntei em choque.
" Você não sabe? Sou um Mamodo. Você leu meu livro de feitiços e ataquei eles com o meu poder. Você consegue ler o meu livro. Então, acho que dá pra mim confiar em você. "
Respondeu o sujeito, se aproximando de mim.
" Que legal! Meu nome é Sophie! E você? Qual o seu nome? "
Questionei toda empolgada.
" Meu nome é Vincent Bari. Mas me chame apenas de Bari. Você vai ser minha ajudante de agora em diante. "
Respondeu Bari, cruzando os braços.
A única coisa que eu estava me perguntando, era... Ajudante no que?
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