A noite estava quieta ontem, mas aí o Felix entrou desesperado e chorando pela porta da delegacia. Falando tudo por cima, sem nenhum nexo. Foi preciso muito chá de camomila e erva de gato para acalma-lo, quando conseguiu montar frases inteiras, disse que um lobo, um tal de Wade, tinha se tornado selvagem e o atacou no seu próprio apartamento. O Bogo levou um grupo até o apartamento do indivíduo na Praça Saara, no relatório dizia que não encontraram nada, somente os cômodos destruídos, mas o Wade estava desaparecido.
- Sr. Clawhauser? O Senhor está me ouvindo? – A Sra. Otterton cortou a linha de pensamentos.
- Sim... sim, Sra. Otterton. Eu entendo que a senhora está preocupada com o seu marido...
- Preocupada? Benjamin, o meu marido está desaparecido já faz uma semana e até agora nenhum sinal dele, e-eu não sei mais o que fazer – Ela se encostou na mesa, estava a aparente a sua cara de cansada.
- Olha, a senhora precisa ter paciência e esperar na fila como todo mundo Sra. Otterton. Está bem?
Quando ela ia responder uma rosquinha atravessou a porta e bateu com tudo na minha mesa, rodando até cair.
- EU... peguei uma doninha! – A Judy pulou logo em seguida toda ofegante.
- HOPPSS!!!! – Chefe Bogo gritou de cima do mezanino, acho que ele estava bem furioso.
A Judy foi em direção a sala do chefe.
- Clawhauser! Por favor, preciso falar com o Chefe Bogo sobre o meu marido – A Sra. Otterton se entrepôs na minha frente.
- Senhora, o Chefe Bogo está ocupado no momento. Acho que ele não pode falar no momento – Eu tentei acalma-la.
- Mas se você me der uma chance. Só uma. Por favor – Ela implorou, com aqueles olhos castanhos.
- Okay. Okay. Peraí – Eu preguei o telefone e liguei para a sala do Bogo.
Ele atendeu depois de uns minutos.
- Chefe! A Sra. Otterton quer falar com o senhor outra vez.
- Agora não, Clawhauser! – Ele bufou na linha.
- É eu não sabia se o senhor... E ela está tão...
- AGORA NÃO!!!! – Dessa vez foi bem alto e bom som.
Olhei na direção onde ela deveria estar em pé, mas ela não estava. Quando olhei ao redor a lontra estava correndo em direção a sala do chefe.
- Meu deus! O Bogo vai me matar! – Corri para tentar para alcança-la, mas ela era bem rápida.
Já era tarde quando cheguei, ela estava dentro da sala do chefe, eu já estava morto, ofegante e minha coluna gritava de dor.
- Desculpa Chefe! Me desculpa..., mas..., mas ela é rápida – Eu encostei na beirada da porta tentando buscar um pouco de ar – Eu... Eu preciso descansar...
Assim que consegui um pouco de folego voltei para o meu posto. Sentei no banquinho e bebi um pouco de água, não demorou muito até me recuperar. Descansado, voltei ao trabalho para atender as pessoas que estavam na fila de espera.
- Licença? – Uma voz feminina veio por trás. Me virei imediatamente e vi que era a Vice-prefeita Bellweather.
- O-op-pa. Se não é a Sra. Vice-prefeita. Em que possa ajuda-la? – Eu ajeitei o uniforme para cumprimentá-la.
- Muito gentil, Oficial. Eu vim falar com o Bogo, se importa... – Ela aguardou o celular e olhou para o meu rosto.
- Ah! Claro. É só subir aquela escada, terceira porta a direita – Eu apontei na direção que ela tinha que ir.
- Obrigado, até mais.
E quando ela se virou e saiu, voltei para o que estava fazendo. Atendi alguns casos de furto, fichei uns lobos delinquentes e atendi mais alguns cidadãos que queriam um Boletim de Ocorrência. Assim que consegui desafogar a recepção a Judy veio toda saltitante.
- Clawhauser! Preciso que você pegue para mim a ficha do caso do Otterton – Ela estava bem animada.
Eu parei de tomar o meu refri e me abaixei para os armários dos casos.
- Prontinho! Uma ficha da lontra desaparecida – Eu coloquei a pasta na sua frente. Ela abriu e na minha humilde opinião. Não tinha nada.
- Só isso?!?! – Ela abriu e fechou, tirou a única folha que tinha anexada. Mais só havia aquilo mesmo.
- Ixi. Essa aí é a ficha mais tosca que eu já vi. Pista zero; Testemunha zero; e ainda nem está no sistema, então recursos zero... Espero que sua carreira não dependa desse caso – Pegue ia minha garrafa e tomei o restinho do que tinha na garrafa.
- Me empresta? Obrigada. – Judy pegou a garrafa da minha mão e usou como lupa para olhar a foto da vítima.
- Patolé – Ela sussurrou.
- Patolé, foi a arma...
- Compre um patolé.
- É. Agora eu não entendi foi nada – Eu olhei para Judy para ver se tinha perdido algo.
- Eu explico... Eu tenho uma pista – Ela devolveu a garrafa e saiu logo em seguida.
Tive que guardar a ficha e organizar a mesa. Comi a única rosquinha e joguei a caixa no lixo. Enquanto atendia as pessoas pensei no Felix, o “namorado” lobo dele, também tinha desaparecido, o que tinha deixado o meu primo uma pilha de nervos. Tomara que a Judy encontre alguma pista e além de achar o Sr. Otterton, ache também esse lobo.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.