Hanjinismo

Han Jisung sempre tinha o costume de ir caminhando para casa após sair da faculdade tarde da noite, mas, um dia em questão, uma tempestade o impediu de fazer o percurso sozinho, ao menos até a estação de metrô, que seria um local seguro até a chuva diminuir. A aproximação de um estranho correndo em sua direção deveria fazê-lo sair correndo na direção oposta, mas não foi isso que Jisung se pegou fazendo.

E, no fim, nem sempre as almas gêmeas estão destinadas a ficarem juntas. Elas podem se conhecer, se amar, mas, no fim, o destino pode ser cruel. Porém, na próxima vida, talvez possam ficar juntas.

Ele sempre aparecia em seus sonhos, cortejando-o e afirmando que o encontraria em uma próxima vida. E este encontro, de fato, aconteceu. E com isso, veio seus altos e baixos. Mas Jisung não estava preparado para se despedir tão cedo de sua tão sonhada alma gêmea.

Jisung não suportava Seungmin, o seu colega de trabalho irritante que adorava o tirar do sério. Sempre deixou claro para si mesmo que tudo o que sentia por ele não passava de um ódio imenso por todos os momentos de provocações que tinham. Mas, ao de repente ter os seus olhos abertos para uma nova possibilidade, percebeu que, talvez, o que sentisse por ele fosse mais do que uma intensa antipatia.

Han Jisung chamava atenção por onde passava, não só por sua beleza. Talvez se sua profissão fosse outra, ele não se destacaria tanto, mas não teve essa sorte. Sofria os efeitos de ter uma alma gêmea compatível, após os 20 anos de idade a cor de seus cabelos começou a mudar para a cor favorita de sua alma gêmea, o que o fazia se questionar frequentemente por que sua alma gêmea não poderia gostar de preto ou algo do tipo. Tinha que ser logo verde? Mas precisava admitir que era um pouco hipócrita em querer que sua alma gêmea tivesse uma cor favorita mais discreta, afinal ele mesmo não gostava de cores consideradas neutras, e sabia que nem todo mundo iria gostar de andar por aí com um cabelo vermelho cereja, sua cor favorita.

Han Jisung é um artista renomado na região, um pintor em ascensão que está prestes a realizar sua primeira colaboração em uma grande exposição, graças a ajuda de um amigo jornalista, Yang Jeongin. Sua inspiração sempre foi muito aflorada desde pequeno, então decidiu homenagear o seu fruto de maior orgulho como temática daquela exposição, traçando a fisionomia do que sempre idealizou em qualquer obra que fizesse. Porém, o destino tinha planos que uma promessa seria cumprida após uma vida anterior inteira se passar. Em volta de pinturas e fisionomias delicadas de um certo rapaz, este, o próprio dito cujo, apareceu de supetão na vida de Jisung.

Jisung retorceu o nariz ao perceber a tatuagem mal feita gravada em sua pele.
Estranhamente o rapaz de braços fortes tinha um dom de causar em Jisung um comportamento bastante atípico. Até porque: um, Jisung jamais agia com grosseria ou de forma pouco educada. Dois: Jisung amava os desenhos feitos por Jeongin, seu sobrinho de quase quatro anos de idade. Portanto, o problema não era a tatuagem, o problema era a presença de Seo Changbin.

Quando Jisung vê o superior que odeia em uma situação inusitada, desejos confusos começam a lhe perturbar e ele precisa lidar com uma verdade difícil de admitir.